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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

QUANDO A GRETA ERA GARBO, NÃO THUNBERG - Adriano Marreiros

Linguagem neutra causa dano ambiental

Você comerá menos carne — Carne será um luxo ocasional, e não um item corriqueiro. É para o bem do ambiente. Vídeo assustador do Fórum Econômico Mundial 

Pedro, Márcio e Carelena estavam comigo no Barranco (recomendo muito!), comendo apressadamente uma bela carne antes que proíbam por causa da camada de ozônio, do aquecimento global, das mudanças climáticas ou porque a Greta mandou.  
Como somos de um tempo em que a Greta tinha Garbo, a falta dele nos faz desobedecer.

Hoje o Puggina fez a mesma pergunta que a tal guria –ironizando, claro.  Mas agora, dita com o garbo de um Percival arturiano, merece ser repetida a sério: “How dare you?!”  Como é que vocês – os lacradores que viajam de jatinho para acabar com nosso churrasco – ousam propor a linguagem neutra, tão prejudicial ao meio ambiente?

“Como assim?!”  Ué, você não entendeu?!  Será que vocês não conseguem ver as coisas que realmente causam problemas?  Quando você começa a multiplicar pronomes e variar regências e concordâncias, você escreve mais, você fala mais, você gasta mais tempo... Ao escrever mais, você vai precisar de mais folhas de papel para imprimir.  Mais árvores serão destruídas. 

Mesmo se não imprimir vai gastar mais tempo de computador consumindo mais eletricidade exigindo mais usinas termelétricas que poluem e aquecem, mais hidrelétricas que matam animais e ecossistemas inteiros. Mais tempo de computador também aquece mais o ambiente, diretamente.  E você se esforça mais tempo, gasta mais energia para o cérebro lembrar da lista de pronomes a usar, aumentando o consumo de oxigênio e a produção de CO2.

Se a linguagem neutra for usada oralmente, vai ter tudo isso e você vai ter que falar mais.  Então também mais CO2 emitido. Isso se não contar o esforço e o tempo – mais CO2 – que você vai gastar para entender e explicar o que você está falando – Cá entre nós, o troço não fica só chato: fica confuso... Nem todo mundo vai entender...  E a linguagem ser neutra não vai te ajudar a neutralizar todo o carbono que ela produz...

As pessoas ficam tentando explicar o absurdo da linguagem neutra alegando o bom vernáculo, as redundâncias, o patrimônio nacional que é a língua, os prejuízos para o estilo, a sonoridade esquisita e confusa, a guerra cultural: mas nada supera o dano ambiental resultante.  Nada!!!

Vamos aos fatos, ou melhor, aos flatos: nada que a vaca exale pode superar o dano ambiental que essa linguagem causaria...

Qual a Influência da menstruação da baleia azul
na coloração do mar vermelho?

Grande mistério dos debates escolares nos anos 80.

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

*         O autor declara que comeu carne hoje e neutralizou o carbono usando o bom vernáculo.

Tribuna Diária - Publicado originalmente


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

GDF começa a derrubar árvores para viaduto da EPIG; moradores protestam

Após movimentação intensa na última quinta-feira para impedir o começo das obras, os moradores do Sudoeste se mobilizam para impedir a extração das árvores do local

[senhores moradores! vocês já consideraram quantas árvores foram derrubadas para construir o Sudoeste? Certamente, milhares e na ocasião mata virgem, muitas seculares. As de agora são árvores replantadas.]  

O Governo do Distrito Federal começou, na manhã desta segunda-feira (30/8), a derrubar as árvores das  quadras 104/105 do Sudoeste, para a construção do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), que será uma intersecção entre o Parque da Cidade e o Sudoeste. A polícia está no local e acompanha o movimento dos moradores da região que são contra a ação do governo.

De acordo com a representante do grupo, a servidora pública Giselle Foschetti, 51 anos, [senhora Giselle! a senhora comprou, se muito, um apartamento não foi uma fazenda.]a obra criará um anel rodoviário no bairro residencial, causando aumento do tráfego, poluição sonora e diminuição da área verde e a mobilidade de pedestres. Atualmente, em apenas um dos grupos de WhatsApp dos moradores, existem 213 integrantes contra as obras.

Após intensa mobilização na última quinta-feira (26/8), quando o grupo ficou parado em frente a uma escavadeira para impedir a extração das árvores, nesta segunda-feira, novamente, os operários atuam no local. [para conter os baderneiros que tentam parar escavadeiras, o gás de pimenta é um excelente remédio.] De acordo com os moradores, o GDF ainda não tem autorização para o começo das obras e parte da vegetação já foi derrubada.

Um dos moradores contra a construção do viaduto, que preferiu não ser identificado, destacou que o maior problema é a falta de transparência do governo. "Não há placa sobre a construção, não existe autorização. A área sendo mexida, na avenida das Jaqueiras, para a construção da terceira via de tráfego, é tombada e dentro de um bairro residencial”, alega.

Correio Braziliense, leia mais


sábado, 21 de agosto de 2021

[sem noção] Moradores do Sudoeste protestam neste sábado contra o viaduto Epig

Moradores do Sudoeste se uniram, na manhã deste sábado (21/8), para protestar em prol das árvores locais que, segundo eles, serão retiradas para a construção do viaduto da Epig

Moradores do Sudoeste aproveitaram a manhã deste sábado (21/8) para protestar contra a construção do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig). A ação Crianças pelas Árvores ocorreu na praça da SQSW 105, bloco C, no Sudoeste. Nas árvores ao redor, o grupo fixou placas informando há quanto tempo elas existem e bilhetes com desenhos de crianças da região. O ato serviu para conscientizar a população de que as árvores também são importantes para quem mora ali. [esses moradores do Sudoeste usam as crianças para defender um pleito absurdo = deixar milhares de motoristas sendo vítimas de um gigantesco engarrafamento, diário e com várias horas de duração. 
Esquecem os egoístas que eles são vizinhos de uma área arborizada = Parque da Cidade + áreas verdes das imediações = que está entre as maiores áreas urbanas verdes do mundo. 
A opção a não construção do viaduto é conviverem com árvores prejudicadas pelo excesso de fumaça que estão condenadas a receber.
O aumento da poluição e do tempo e frequência do congestionamento do trânsito, se o viaduto não for construído, é bem maior do que o malefício da retirada de algumas árvores - o próprio Sudoeste tem área verde total, bem superior a formada pelas árvores que serão retiradas. E após a construção do viaduto haverá espaço para replantio de muitas árvore.
O número de pistas resultante é igual ao que já existe - só que sem o inconveniente atual dos engarrafamentos.]

A organizadora da ação, Giselle Foschetti, 51 anos, conta que o encontro nesta manhã é um movimento pacífico em prol do bom convívio da população local. "A comunidade unida consegue convencer o poder público de que o que está sendo oferecido não é o que nós do bairro queremos, não fomos consultados sobre a obra", detalha a servidora pública. Segundo Giselle, a praça que será demolida é um local de diversas atrações para o público do Sudoeste.

O espaço que abriga saraus e ponto de ginástica, também é endereço de encontro para os pais e filhos aproveitarem em família ao ar livre. "Sem contar que esse viaduto vai dificultar a travessia dos moradores ao outro lado da rua, sendo que o comércio, colégio das crianças, tudo que fica do outro lado. É um bairro residencial. Entendemos que é necessário fazer a obra, mas o impacto dentro do Sudoeste precisa ser minimizado”, ressalta.

A obra do viaduto da Epig teve a ordem de serviço assinada no dia 21 de junho e recebeu um investimento de aproximadamente R$ 27 milhões. A estrutura será implementada na interseção da Estrada Parque Indústrias Gráficas com o Sudoeste e o Parque da Cidade. Com a reforma, os semáforos e árvores serão removidos do local para a construção do viaduto, visando reduzir os engarrafamentos constantes na via de ligação para as saídas Oeste e Sul do Distrito Federal.

No entanto, para Elizabete Mieko Itai, 62 anos, a construção de seis pistas vai transformar o local em algo que os moradores não esperavam: "a falta de árvores locais e a movimentação de vários carros vai mudar a forma como o Sudoeste é visto. Aqui temos um convívio muito bom com o meio ambiente presente."

27 anos à procura de um lar que trouxesse conforto à família, sendo próximo de trabalho mas que tivesse áreas verdes, Eliane Ulhoa, 64 anos, escolheu residir no Sudoeste. "Quando eu estava grávida me mudei pra cá e vi muita árvore nascer, é muito triste pensar em perder a visão do bairro", pontua a jornalista. Para ela, o ato ao transformar o bairro residencial em via expressa terá um impacto ambiental que os residentes não esperavam.  "O protesto não é contra o viaduto e, sim, a favor da preservação das árvores e ao espaço de convivência, porque é um bairro residencial”, fala a moradora. Ela conta que além da busca pelo ar puro e natureza, já chegou a ver vaga-lumes e tucanos de sua janela. [o direito de milhares de motoristas respirarem um ar mais puro, serem favorecidos por uma redução do stress, certamente é maior que o de dona Eliana ver vaga-lumes, etc.]

Correio Braziliense 

 

domingo, 9 de maio de 2021

Desmate na Amazônia aumenta gasto na Saúde - José Casado

VEJA

Com dados oficiais, Fiocruz e o WWF-Brasil confirmam: queimadas aumentaram internações no Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre nos últimos dez anos

Maio marca o início da preparação para a temporada de seca na Amazônia, que segue até outubro. Neste ano, as empreitadas para derrubada de árvores começaram mais cedo, demonstram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): sem controle, o desmatamento foi recorde entre março e abril – 42% maior no mês passado, em comparação a 2020.

Com o desmonte das atividades de fiscalização ambiental, uma das consequências previsíveis é um aumento da pressão dos Estados Unidos e da Europa sobre o governo Jair Bolsonaro no segundo semestre. [pedindo todas as vênias cabíveis, recomendamos ao ilustre jornalista e os seus felizardos leitores, a que antes de sair com ameaças vazias e insignificantes, analisem, pensem, se informem e depois divulguem ameaças de pressão, que a ninguém assustam.
 - que valor tem a pressão dos Estados Unidos e da Europa sobre o Brasil?  
será que vão lançar alguma bomba nuclear sobre a Amazônia brasileira? para de comprar produtos brasileiros?
Os adversários do Brasil, esquecem que nossa Pátria Amada é a que mais preserva o meio ambiente.
Sugerimos a leitura O campeão da proteção florestalLá encontrarão dados que comprováveis que mostram que o Brasil  (nem o ex-presidente do Inpe, o frustrado que ainda não se conformou em ser demitido e não fazer falta, poderá refutar tais números) protege áreas equivalentes a 54% do território continental da Europa.
As áreas que o Brasil preserva são todas de ótima qualidade, em terras férteis. Já as  protegidas pela 'gringada'. , incluem desertos, geleiras  -= portanto, inúteis =  "Conforme dados da Unep, em grande parte, as áreas protegidas estão localizadas em terras marginais: desertos desabitados (China, Austrália, Argélia, EUA), regiões polares e subárticas (Alasca, Sibéria) e montanhas inaptas à ocupação humana (Andes, Rochosas)". 
Agora respondam com honestidade: qual o valor para a PRESERVAÇÃO GLOBAL DO MEIO AMBIENTE, geleiras no Alasca, na Sibéria, pedras nas Montanhas Rochosas e por aí... 
Sem esquecer que a Noruega posa de boazinha - incluindo tentativa de chantagear o Brasil com retenção de recursos - mas, provoca desastres ambientais no Pará.] 
 
O desmate na Amazônia aparenta ser desorganizado, mas é negócio bilionário, estruturado, e em geral atrelado a crimes ambientais e fundiários, contrabando, tráfico e lavagem de dinheiro. Funciona como uma espécie de contêiner de boa parte dos delitos previstos no Código Penal. Na Amazônia, as ações têm como alvo primário terras estatais e áreas indígenas, protegidas no papel. As invasões começam com madeireiros seus tratores, motosserras e caminhões derrubando as árvores eleitas pelo maior valor de comercialização. [alegam  que o desmatamento causou nos últimos dez anos aumento das internações por problemas respiratórios, só que apontam que nos últimos dois anos é que o desmatamento aumentou. 
Após acusar o uso organizado e sustentável das terras brasileiras, fica fácil difundir a ideia de um negócio milionário. 
Quando foram os gringos que destruíram suas florestas e agora querem mandar nas do Brasil - só que pretendem impor o que devemos fazer, como usar o MEIO AMBIENTE que preservamos.
Por favor, leiam, pesquisem, analisem e assim perceberão que os gringos estão errados, manipulam dados e não nos assustam - precisam bem  mais do que preservamos, do que necessitamos do que destruíram.] 
 
Em VEJA, José Casado, leia íntegra da matéria

segunda-feira, 1 de março de 2021

Que tal a Europa aplicar as regras que o produtor rural é obrigado a obedecer aqu.? - O Estado de S. Paulo

‘Zona húmida’
Se o agronegócio e o governo brasileiros soubessem se defender um pouco melhor na guerra religiosa, e em geral suja, que há anos se dedica a destruir o sucesso da agricultura e da pecuária do Brasil nos mercados mundiais, bem que poderiam propor aos países europeus, os mais excitados em traficar a crença de que a soja e o boi estão acabando com “a Amazônia”, uma nova abordagem para este negócio todo. 
Que tal, a partir de agora, a França, a Alemanha, a Inglaterra e outros passarem a aplicar em todas as suas propriedades agrícolas as mesmas regras e as leis que o produtor rural brasileiro é obrigado a obedecer aqui dentro – e obedece mesmo, ponto por ponto, sob pena de perder o seu negócio? 

Pelo que dizem lá fora da gente, não deveria haver problema nenhum em se fazer isso, não é mesmo? Afinal, presidentes da República, primeiros-ministros, reis, rainhas, os funcionários que mandam nas organizações públicas, mais as classes intelectuais e a mídia, repetem há anos que o Brasil é uma terra de ninguém em termos de responsabilidade ambiental; aqui vale tudo. Bandos de bilionários andam por aí derrubando uma floresta por dia para socar soja, milho e boi em cima. 
Não há lei nenhuma para controlar essa gente. 
Os governos deixam fazer tudo – o governo atual, então, praticamente organiza incêndios no Pantanal e está mandando derrubar as últimas árvores da Amazônia. Em suma: é nisso que acreditam, ou que fingem acreditar. 

Nesse caso, aplicar a lei brasileira na Europa não iria incomodar ninguém; tudo continuaria, lá, exatamente como é agora, pois leis que não existem não mudam nada. Não é assim? Mas aí é que está: as leis ambientais brasileiras existem, estão entre as mais duras do mundo e, se um dia pudessem ser aplicadas na agricultura e na pecuária dos países europeus, provocariam uma revolução.

Apenas uma exigência, uma só, à qual o produtor rural brasileiro já se acostumou, como está acostumado com o sol e a chuva: 20% da área de todas as propriedades rurais brasileiras (mais que isso, dependendo da região) têm de ser reservadas para matas
O proprietário não pode tirar um galho de árvore nenhuma. Não pode ganhar um tostão com esse quinto da sua propriedade. Mais: se não houver mato na sua terra, tem de plantar, com dinheiro do seu próprio bolso, ou então comprar, também com dinheiro do seu próprio bolso, uma nova área só com árvores para juntar à sua terra. É óbvio que não recebe nenhuma compensação do Estado, nem abatimento de um centavo de imposto, pelo investimento que faz em favor do meio ambiente; ao contrário, a única coisa que recebe são multas a cada vez que a vigilância por satélite ou o fiscal detectam que está faltando alguma árvore que deveria estar lá.

Então: podemos sugerir, por exemplo, que o presidente Macron crie um esquema igual para a França – já que ele vive à beira de um ataque de nervos diante do agro brasileiro. O Brasil pode propor, também, que os agricultores europeus não cheguem a mais de 50 metros dos seus rios, nem toquem nas matas ciliares. 

Melhor ainda: por que não aplicam por lá o novo “zoneamento econômico e ecológico” de Mato Grosso? Essa última criação dos ambientalistas militantes em nosso serviço público considerou 4 milhões de hectares do Vale do Araguaia como “zona úmida” e em “zona húmida”, por decisão dos autores do “zoneamento”, não se pode produzir nada, nem peixes criados em tanques de água.

Seria interessante ver o que aconteceria se os governos ecológicos da Europa declarassem “zonas húmidas” de 4 milhões de hectares nas bacias do Rio Sena, ou do Rio Reno, ou do Rio Póe botassem o povo de lá para fora. 

J R Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Regresso em marcha forçada - Nas Entrelinhas

Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

O desmonte das políticas públicas voltadas para os direitos humanos está em pleno curso, mas é uma contradição com as necessidades imediatas dos brasileiros

Na sua primeira e única visita ao Jardim Botânico, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles — o homem que conduz as boiadas do desmatamento, das queimadas e das demais agressões ao meio ambiente — anunciou a intenção de transformar o Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, num hotel-boutique, espécie de pousada de alto luxo, acessível apenas aos mais privilegiados. O cara tem uma mentalidade mais atrasada do que a do D. João VI, o rei português que fugiu de Napoleão Bonaparte para o Brasil e mandou criar a instituição, nos idos de 1808, ou seja, mais de 212 anos atrás, com objetivo de aclimatar e cultivar especiarias e árvores exóticas, entre as quais, palmeiras imperiais, nogueiras, mangueiras, jaqueiras e cravos-da-Índia, que vieram do Oriente, das Ilhas Maurício a Macau.

Mal sabe o ministro: os cariocas têm apego àquele espaço privilegiado nas bordas da Lagoa Rodrigo de Freitas e ao pé da Serra do Mar, polo irradiador da cultura ecológica de suas crianças e adolescentes, parte integrante da memória afetiva da cidade; e da importância científica de suas pesquisas e do seu acervo, que preserva 7,5 mil espécies em pé, um herbário com 600 mil amostras e a maior biblioteca de botânica do país, com 32 mil volumes. Como a arrogância de Ricardo Salles não tem limites, ficamos imaginando: até onde vai essa sanha regressista em marcha forçada? O governo Bolsonaro se comporta como se estivesse no antigo regime militar (1964-1985) e não tivesse que dar satisfações a ninguém.

A propósito, a postura de Salles não difere muito da adotada pelo ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, que não presta contas à comunidade científica nem à sociedade, e cumpre as ordens do presidente da República sem pestanejar. Vamos ver o que vai acontecer em 25 de janeiro, quando o governo de São Paulo, segundo anunciou o governador João Doria (PSDB), pretende iniciar a vacinação em massa da população residente e de quem mais estiver por lá. A vacina ainda depende da aprovação da Anvisa, que hoje está sob absoluto controle de militares negacionistas como Bolsonaro, mas há controvérsias, porque a legislação é ambígua. Diz que as autoridades, no âmbito de sua competência, podem importar e distribuir medicamentos e outros materiais, equipamentos e insumos sem registro na Anvisa, desde que autorizados pela FDA, EMA ou entidade similar — a legislação nomeia – do Japão e da China. [curiosidade: quando é para atrapalhar o governo Bolsonaro,  a Anvisa pode tudo na área de fiscalização e registro de medicamentos - conduta normal e que tem como parâmetro o FDA.

Quando se trata de facilitar o caixeiro viajante da China (aliás sua atividade de adido comercial, oficioso, da República Popular da China, tem sido considerado normal;

fosse o presidente Bolsonaro o 'office-boy'  a serviço da China, já estariam pedindo seu impeachment. ) os poderes da Anvisa são cassados, sendo criada uma interpretação que permite que  agências japonesas e americanas interfiram em assuntos internos do Brasil = no caso, competência da Anvisa.]

Direitos humanos
Se ligarmos uma coisa com a outra, veremos que o regresso está em marcha forçada em toda linha, como na educação, por exemplo. Ontem mesmo, um manifesto de pediatras pedia que as crianças voltassem às aulas. A mesma coisa na área da segurança pública, onde a política do tipo compre uma arma e se defenda sozinho é narrativa dos violentos, e deixa a população à mercê de traficantes, milicianos e policiais despreparados. Temos um governo que não está nem aí para os direitos humanos, que remontam à Revolução Francesa, um mix de direito liberal, moral cristã e política humanista. Bolsonaro despreza esses valores, embora faça apologia da liberdade individual.
[outro assunto que surge sempre que uma interpretação feita via maldito politicamente correto, pode atrapalhar o governo Bolsonaro, é o clamor por direitos humanos.
Tudo que seja para criticar o governo é apresentado como violação dos direitos humanos.
Até os direitos dos manos tem prioridade sobre os direitos humanos dos humanos  direitos.
Exemplos:
- As escolas não voltam as aulas devido a excessiva pressão dos professores. Como bem diz o Augusto Nunes, enquanto não for descoberta uma vacina contra a vadiagem, as aulas não retornam.
- a Segurança Pública  não tem sido afetada pelo leve afrouxamento na posse e porte de armas.  As mortes continuam ocorrendo por ação dos bandidos. Tem áreas no Rio em que a polícia não pode entrar  - determinação do STF.
Os direitos humanos são invocados até para apoiar o aborto - esquecem que o mais fundamental dos direitos humanos é o 'direito à vida' e quanto mais indefeso for o ser humano cuja vida pretendem tirar via aborto (pela crueldade de uma mulher que chamam de mãe) mais tal vida deve ser defendida.
 
O Brasil tem direitos dos manos em demasia, direitos humanos dos humanos direitos sufocados e mal invocados e milhões de famintos - não lembram que a fome viola, mata, o segundo direito humano mais importante,  e essencial para manter o primeiro (A VIDA).
 
- Esqueçamos o museu que no Jardim Botânico, seja no Pão de Açúcar , em nada influirá no meio ambiente. 
- Esqueçamos a prioridade que querem dar às investigações sobre mortes de políticos - deixando a apuração do assassinato dos seres humanos não políticos em segundo, ou terceiro, ou mesmo no último plano. 
Vamos cuidar de combater a fome, a miséria, priorizando a educação, os empregos = um BRASIL melhor e om os direitos humanos mais básicos - vida, alimentação - atendidos.]

É falsa a ideia de que os direitos humanos perderam seu significado e limites com a globalização e a revolução digital. Direitos como atributos individuais, apenas, não podem combater a desigualdade, nem são sinônimos de justiça. Direitos humanos são prescrições: as pessoas não são livres e iguais, mas deveriam ser. O “direito à vida”, por exemplo, por si só, não responde as perguntas sobre o aborto. Nem às necessidades da sobrevivência, como alimento, abrigo ou cuidados de saúde. Na maioria dos casos, uma reivindicação de direitos humanos é o começo de um processo de desenvolvimento social e não o fim.

A Constituição brasileira de 1988 consagrou como direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Três emendas constitucionais, em 2000, 2010 e 2015, incluíram no artigo 6º da Carta Magna, os direitos à moradia, à alimentação e ao transporte. Sempre houve muitas críticas ao texto constitucional, mas essa é uma agenda que corresponde às necessidades do nosso desenvolvimento social. O desmonte das políticas públicas voltadas para esses objetivos está em pleno curso, mas é uma contradição com as necessidades mais prementes da grande maioria da população. De certa forma, a pandemia do novo coronavírus tornou isso mais evidente e desnudou o caráter regressivo da atuação do governo federal nessas áreas. Isso ficará mais evidente com o fim do auxílio emergencial, que mitigou os efeitos mais perversos desse desmonte.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense 


segunda-feira, 23 de março de 2015

Rodovias bloqueadas - Vivemos um período PRÉ 31 de março de 64 - 30 baderneiros fecharem uma rodovia = OMISSÃO da Polícia

Manifestantes fecham rodovias do DF e provocam grande congestionamento


O protesto é realizado por integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)

Os motoristas brasilienses enfrentam caos no trânsito, nesta manhã de segunda-feira (23/3), por conta de manifestações em ao menos quatro rodovias de grande circulação. Segundo a Polícia Militar, um grupo de cerca de 30 manifestantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade bloqueou, por volta das 6h30, o trecho entre a BR-040 e a Epia Sul, nos dois sentidos. O trânsito ficou totalmente parado na altura do Catetinho e só foi liberado pelos manifestantes por volta das 7h30.

O grupo fechou a via incendiando troncos de árvores. Alguns motoristas tentaram fugir do bloqueio pelas vias marginais, mas um grande nó se formou no trânsito, complicando a saída dos moradores Valparaíso (GO), Gama e arredores. Após a saída dos manifestantes das pistas, o Corpo de Bombeiros apagou o incêndio e começou a liberar o trânsito.



domingo, 8 de fevereiro de 2015

O perigo de os rios voadores secarem

Entre 2000 e 2010, a Floresta Amazônica perdeu 240 mil quilômetros quadrados devido ao desmatamento. Isso corresponde à Grã-Bretanha

Não é por falta de aviso. O alerta de que o desmatamento da Amazônia tem impacto na chuva que cai, a três mil quilômetros, no Sudeste, é repetido há tempos em todas as instâncias em que se discutem temas correlatos. Ambientalistas e pesquisadores batem nessa tecla em congressos, conferências e encontros científicos. Políticos — ainda que por apelo eleitoral — fazem do assunto bandeira de campanha. E a imprensa lhes dá voz para que toda a sociedade se conscientize.

Conforme O GLOBO mostrou segunda-feira, chuvas e trovoadas deram um mais que bem-vindo alívio na dramática seca deste verão no Rio por causa dos chamados rios voadores formados na Amazônia a partir da umidade que a floresta "puxa” do Oceano Atlântico. A umidade cai como chuva sobre a mata e, com a “transpiração” das árvores, grande quantidade de vapor de água é jogada na atmosfera. São 20 bilhões de litros por dia. Toda essa água desce rumo ao Sul, margeando a Cordilheira dos Andes, e se dirige ao Sudeste, onde a necessidade dela é urgente. É na região que se concentram a atividade econômica, especialmente a indústria, para a qual a água é insumo fundamental; e milhões de consumidores doméstico, assustados com a perspectiva de torneiras secas sob sol forte.

A formação dos rios voadores, no entanto, encontra obstáculos. Quarenta e sete por cento (quase a metade) da Amazônia brasileira foram desmatados ou sofreram degradação. A ação de motosserras e as queimadas têm sido deletérias, e a recuperação é um processo longo. Segundo o pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe Antônio Donato Nobre, há risco de a mata virar savana.

Dados divulgados semana passada indicam que o pesquisador não exagera. Entre 2000 e 2010, a Floresta Amazônica, incluindo oito países além do Brasil, perdeu 240 mil quilômetros quadrados devido ao desmatamento. Isso corresponde ao território da Grã-Bretanha, segundo a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciadas, da qual fazem parte 11 organizações não governamentais.

A relação entre meio ambiente e fenômenos climáticos é inegável, e é preciso agir rapidamente. Até porque tivemos exemplos de que é possível obter resultados. No caso da emissão de gases estufa no Brasil, houve redução desde 2004, motivada sobretudo pela queda no desmatamento da Amazônia, que, no entanto, voltou a subir de 2012 a 2014. 

E o ano que começou com seca e temporais esporádicos tem agenda cheia nesse sentido. A luta contra o desmatamento em florestas tropicais e a transferência de tecnologia para combate às mudanças climáticas em países em desenvolvimento foram acordadas por 196 países na Conferência do Clima, realizada em dezembro. Que não se fique só no discurso.

Fonte: