Conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil expõem novos
diálogos entre o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol e o então juiz
federal Sergio Moro. Chama atenção o fato de três mensagens diferentes
atribuídas ao procurador terem sido enviadas no mesmo instante, [os furos nos supostos diálogos começam a surgir e com isso fica cada vez mais sólido o entendimento de que as conversas foram fraudadas - é impossível que três mensagens DIFERENTES, sejam expedidas no mesmo horário, considerando os segundos.] no dia 22 de
abril de 2016, através de um aplicativo de conversas. Às 13h04min13, Dallagnol
usa três textos para afirmar ao atual ministro da Justiça que conversou com o
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux sobre a "queda de
braço" entre Moro e Teori Zavascki, à época também ministro do STF.
Zavascki morreu em um acidente de avião em 2017.
Apesar de
não informar como o The Intercept Brasil obteve as mensagens, que teriam sido
enviadas e recebidas pelo aplicativo Telegram, o jornalista norte-americano
Glenn Greenwald --autor das reportagens e um dos fundadores do site-- disse ao
UOL que a coincidência do horário de envio se deve ao fato de as mensagens
terem sido encaminhadas de outro grupo. "Dallagnol havia mandado estas
mensagens para um outro grupo, apenas com procuradores, e depois encaminhou a
Moro. Por isto, as mensagens chegaram ao mesmo tempo", justificou. [a explicação não se sustenta, visto que a hora que aparece é a de expedição, de envio, não a de chegada ao destinatário.
Devido a possibilidade de algum petista estar entre os leitores do Blog Prontidão Total, vou desenhar:
É fácil verificar, basta enviar uma mensagem para um contato e um segundo após enviar para outro e os horários serão diferentes.
Para três mensagens com teor distinto serem enviadas do mesmo telefone, ao mesmo tempo, é necessário que sejam colocadas em um único texto, só que deixam de ser três mensagens diferentes, passando a ser uma única mensagem contendo três diálogos.
Acho que até petista consegue entender.
Caso contrário, é só pedir ajuda, são não pode ser a Dilma por ser alienada, sem noção e ao Lula por estar preso, o que limita o contato.]
As
mensagens
13:04:13
Deltan Dallagnol - Caros, conversei com o FUX mais uma vez, hoje.
13:04:13
Deltan Dallagnol - Reservado, é claro: O Min Fux disse que quase
espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e
que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo. Disse para contarmos com ele
para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me
para ir à casa dele rs. Mas os sinais foram ótimos. Falei da importância de nos
protegermos como instituições.
13:04:13
Deltan Dallagnol - Em especial no novo governo.
[totalmente impossível que as três mensagens acima, enviadas pelo Deltan, do mesmo celular, tenham o mesmo horário de envio - 13:04:13 -.
Durante o processo de fraude dos diálogos o hacker cometeu um erro e atribuiu o mesmo horário às três.]
13:06:55
Moro - Excelente. In Fux we trust. [em português, significa: Em Fux, nós
confiamos]
13:13:48
Deltan - kk... –
Possível
uso de hackers? A coincidência do mesmo horário das mensagens levantou
suspeitas sobre um possível uso de hackers para forjar as conversas que vêm
sendo reveladas pelo site. O site The Intercept não afirmou, em nenhum momento,
ter recebido as mensagens de hackers. O Telegram também negou ter encontrado
evidências de que o aplicativo tenha sido alvo de ataque.
A
hipótese sobre um possível uso de hackers ganhou força, já que a divulgação
deste trecho do diálogo veio à tona após a revelação pelo jornal "Estado
de S. Paulo" de que um hacker teria invadido o celular de um conselheiro
do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e disparado mensagens na
noite de terça-feira (11), fazendo com que a força-tarefa da Lava Jato
afirmasse que os diálogos já divulgados podem ter sido "manipulados".
Uma das mensagens enviadas a partir do celular do conselheiro do CNMP Marcelo
Weitzel Rabello de Souza dizia que o caso revelado pelo The Intercept Brasil
era apenas "uma amostra do que vocês vão ver na semana que vem".
Os
colegas de Rabello estranharam as mensagens e questionaram o conselheiro no
grupo. Na sequência, receberam outro torpedo dizendo: "Aqui é o
hacker". Segundo a assessoria do CNMP, a procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, pediu para que a Polícia Federal instaure um inquérito policial
para investigar a invasão do celular de Weitzel.
A
procuradora-geral também solicitou à PF a unificação da investigação em relação
aos ataques cibernéticos contra membros do Ministério Público Federal, de forma
a esclarecer os "motivos e eventuais contratantes" dessas invasões.
Para o MPF, as supostas invasões em celulares de autoridades têm como objetivo
"atacar a Operação Lava Jato". "Os relatos dos fatos foram
incluídos nas investigações em curso, e a força-tarefa, em virtude da
continuidade dos ataques, redobrou as cautelas de segurança", diz o texto
divulgado.
"É
necessário não apenas identificar e responsabilizar o hacker, mas também os
mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes a partir de uma
ação orquestrada contra a operação Lava Jato", afirma o MPF. Em nota
divulgada na segunda-feira (10), a Lava Jato informou que a invasão a
dispositivos de seus integrantes começou em abril.
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