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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Parece comédia, mas é fato



Ser 'xará' de Kim Jong-un é proibido na Coreia do Norte
Segundo emissora sul-coreana, regra foi definida por Kim Jong-il, ao apontar o filho como seu sucessor. Quem já tiver o nome deve ‘voluntariamente’ mudar seus documentos
Um ano antes de morrer, Kim Jong-il determinou que qualquer pessoa que tivesse o mesmo nome de seu herdeiro deveria mudá-lo. A ‘ordem administrativa’, assinada em janeiro de 2011, pouco depois de Kim Jong-un ser apontado como sucessor do pai, foi distribuída a policiais e militares para que fiscalizassem a aplicação da nova regra. “Todos os órgãos do partido e autoridades de segurança pública devem fazer uma lista de moradores chamados Kim Jong-un e orientá-los a voluntariamente mudar de nome”, diz um documento interno divulgado pela rede de TV sul-coreana KBS.

Kim Jong-il morreu em dezembro de 2011 e o filho tornou-se o ditador juvenil da Coreia do Norte – e único Kim Jong-un do país. Proibições semelhantes foram impostas para Kim Jong-il e Kim Il-sung, como parte do culto à personalidade, um padrão  de regimes totalitários.

Pais, obviamente, não podem dar o nome do tirano para o filho e quem já foi registrado como Kim Jong-un deve tratar de mudar sua certidão de nascimento e registro de residência, informou a KBS. O rastreamento em busca de ‘xarás’ do ditador envolve até mesmo a verificação de documentos como diplomas.

O Ministério de Unificação sul-coreano, que trata de ligações com o Norte, não confirmou de imediato a informação sobre o veto ao nome Kim Jong-un, mas considerou a informação plausível. “A proibição é bem possível, já que a Coreia do Norte aplicou a mesma política na era de Kim Jong-il e Kim Il-sung”, disse um oficial da pasta.

Park Jin-he, desertora norte-coreana que trabalha para a KBS e que obteve o documento, disse ter certeza de que a regra está em vigor. “Não há ninguém no Norte chamado Kim Il-sung ou Kim Jong-il, então resta pouca dúvida de que a mesma política se aplique a Kim Jong-un”, disse, segundo o jornal britânico The Guardian.

Não é possível saber quantas pessoas na Coreia do Norte atendem pelo nome de Kim Jong-un, mas Kim é um sobrenome muito comum, assim como Jong-un é um nome bastante comum -- ou pelo menos, era.

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