Golpista acidental
Por Ricardo Noblat
Um ato falho
repetido muitas vezes em curto período de tempo não é um ato falho, mas
proposital. Em entrevista na última segunda-feira no programa “Roda
Viva”, da TV Cultura, o ex-presidente Michel Temer chamou de golpe quatro vezes o movimento que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff, e somente uma vez de impeachment.
Da vez que chamou de
impeachment foi para explicar que a Constituição não prevê golpe. E que,
portanto, ao assumir a presidência na condição de vice-presidente
eleito, ele o fez depois de um processo de impeachment que seu deu nos
termos previstos na Constituição e sob o controle da Justiça.
[pouco importa se o ex-presidente Michel Temer e outros consideram golpe, o 'impeachment' da escarrada ex-presidente Dilma, realizado conforme lei de 1950, portanto, praticamente mais velha do que grande parte dos parlamentares que decidiram afastar a boçal, corrupta, ex-guerrilheira e incompetente presidente.
O QUE IMPORTOU e IMPORTA é que seu afastamento representou a libertação definitiva do Brasil e dos mais de 200.000.000 de brasileiros do jugo petista.
Para afastar o PT e empossar Temer valia até mesmo um golpe.
Agora, com o Presidente JAIR BOLSONARO no poder, finalmente o Brasil voltará a ser uma Nação a se destacar entre as demais - apesar dos inconformados, que nao se conformam e chegam a insistir em um terceiro turno, esquecendo que os que trabalham contra o Presidente Bolsonaro estão contra o Brasil.]
Então por que quatro
vezes falou em golpe? Porque em Temer convivem o jurista que ele é,
autor de livros sobre o Direito Constitucional, e o político que sempre
foi e que continuará a ser. Sem que ninguém lhe perguntasse, o político
contou uma história a título de curiosidade, mas que nada tinha de
curiosa. Contou que um dia
procurou Dilma no Palácio do Planalto e lhe disse que Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados, recebera seis
pedidos de impeachment contra ela, sendo que dois eram bastante
complicados. Mas que ouvira dele que rejeitaria os seis. Dilma comemorou
a informação.
O que Temer, o político,
quis dizer com isso? De passagem, como se tratasse de uma mera
recordação inocente, quis dizer que Cunha também o enganara. A culpa do
impeachment –
ou do golpe – deve ser debitada na conta de Cunha, não na
dele. Temer sequer
“conspirou um pouquinho” para derrubar Dilma, como
garantiu…
Jair Bolsonaro é um
presidente acidental. Foi eleito por uma conjuntura que jamais se
repetirá. Michel Temer foi um golpista acidental. Nada teve a ver com o
golpe ou o impeachment, como preferirem. Estava ali como vice-presidente
observando tudo à distância quando foi chamado a suceder Dilma. Fazer o
quê?