Sinto-me
voltando ao ano de 2007. Então, o sucesso subira à cabeça de Lula. Ele
era o cara que projetara o país à dianteira da fila de espera para
ingressar no Primeiro Mundo, o cara que ansiava por uma cadeira no
Conselho de Segurança da ONU, o cara que se julgava capaz de resolver
qualquer encrenca internacional, o cara que tornava o Brasil
autossuficiente em petróleo, o cara por quem José Dirceu se sacrificara
para que saísse incólume do mensalão. O cara que na eleição do ano
anterior colocara novamente no peito a faixa presidencial...[se DEUS, que é brasileiro, não intervier e o molusco eleito for empossado, ele será também o cara que colocou o Brasil no último lugar da fila de espera para ingressar no primeiro mundo = o governo do molusco eleito vai DESTRUIR tudo o que de bom o Brasil conseguir. NÃO É PRAGA, é uma constatação do inevitável.]
Ah, se Lula tivesse sido um bom gestor! Com os recursos de que dispôs, com o apoio popular que soube conquistar, com o carisma que Deus lhe deu, teria preparado as bases necessárias a um desenvolvimento sustentável. Nenhum outro presidente, em mais de um século de república, navegou em águas tão favoráveis.
Contudo, do alto de sua vaidade, embora fosse apenas um mero e pouco esclarecido barqueiro, ele acreditou ser o senhor dos mares e das marolas (expressão que uso quando as consequências passaram a bater à porta).
Em 2007, a euforia era tal que Lula, consumidor de manchetes, importou a Copa de 2014 e começou a negociar os Jogos Olímpicos de 2016. Lá se foram R$ 66 bilhões em autopromoção e elefantes brancos. [ele e sua trupe precisavam contratar obras = uma das fontes preferidas dos governos corruptos, tipo o dele, secundado pela sua discípula.] Sobrou dinheiro para o supérfluo, mas faltou para o básico.
"Vaidade! Definitivamente meu pecado favorito", confessa o personagem representado por Al Pacino em O Advogado do Diabo. E a vaidade de Lula aquecera as brasas que iriam arder nos governos de Dilma.
Hoje Lula é, novamente, o cara. O cara por quem presunçosos ministros do STF sacrificaram suas biografias. O cara por quem o jornalismo brasileiro renunciou às próprias responsabilidades. O cara por quem tantos congressistas traíram seus eleitores. O cara sob cuja sombra 300 pessoas da equipe de transição, apostando contra a esperança de tantos patriotas, disputam com avidez recursos para suas sesmarias.[o cara que se empossado colocará colocou o Brasil no último lugar da fila de espera para ingressar no primeiro mundo]
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.