Em
retaliação à morte do piloto Moutah al-Kasaesbeh, queimado pelo EI, governo ordenou o enforcamento da militante e de outro membro
da al-Qaeda
A Jordânia executou por enforcamento a jihadista
iraquiana Sajida al-Rishawi, nas primeiras horas desta quarta-feira. A execução
da militante veio como resposta à morte
do piloto jordaniano Muath al-Kasaesbeh, queimado vivo pelo grupo extremista
Estado Islâmico na terça-feira.
[somos e sempre seremos radicalmente contra os terroristas; mas, pedimos vênia para discordar da decisão do governo jordaniano de executar a mulher-bomba em represália ao covarde assassinato do piloto.
Em termos de castigo a execução de Sajida al-Rishawi nada vai significar para ela. Se tratava de uma mulher-bomba, que por uma situação fortuita - falha no seu colete-bomba - não explodiu quando participou do atentado e com isso ela não explodiu.
Assim, a morte, explodida ou enforcada, nada significa para ela e menos ainda para o Estado Islâmico, que terá o 'orgulho' de constatar que a vida de dois terroristas (Sajida al-Rishawi e Ziyad Karboli) tem o valor da vida de um soldado jordaniano.
No mínimo, a Jordânia poderia até executar os dois terroristas mas de uma forma mais cruel do que a execução do piloto e assim aproximaria um pouco a retaliação.]
Sajida al-Rishawi, de 44 anos,
foi condenada à morte em setembro de 2006 por participação em um atentado terrorista em Amã,
em 2005. Outro terrorista, Ziyad Karboli, da al-Qaeda, também foi executado. Segundo
fontes do governo jordaniano, a iraquiana seria trocada por al-Kasaesbeh. Com a
morte do piloto, o Exército da Jordânia prometeu vingança contra o grupo
jihadista. O rei
jordaniano Abdullah II considerou como covarde a morte do piloto e pediu que
todos os cidadãos do país se unissem. — Este foi um ato terrorista covarde de um grupo de criminosos sem
relação com o Islã. Todos os cidadãos jordanianos devem permanecer unidos —
disse Abdullah II, antes de encontrar com o presidente americano Barack Obama,
na Casa Branca.
Em
Washington, Obama comentou a morte de al-Kassasbeh, e criticou a violência do
grupo extremista. — A dedicação, o valor
e o serviço do tenente Al-Kassasbeh a seu país e sua família representam
valores humanos universais que ressaltam por contraste a covardia e depravação
do Estado Islâmico, que foram rechaçadas ao redor do mundo. Teremos que
redobrar a vigilância para ter certeza de que eles sejam derrotados — afirmou o presidente
americano. — Foi mais uma demonstração da
crueldade e da barbárie deste grupo, interessado apenas em morte e destruição.
Obama se
reuniu no início desta noite com o rei jordaniano Abdullah II, que conversou
com o vice-presidente americano Joe Biden e o secretário americano de Estado,
John Kerry, durante a tarde. — Hoje estamos
ao lado do povo da Jordânia no lamento pela morte de um de seus cidadãos —
afirmou o presidente, reafirmando sua intenção de oferecer US$ 3 bilhões em apoio à segurança do país. —
Nesse momento de dor mútua, devemos nos manter unidos em respeito a seu
sacrifício para combater essa ameaça.
O
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou o assassinato do
piloto, afirmando que o Estado islâmico é “uma
organização terrorista sem respeito pela vida humana”, e pedindo a governos
que “amplifiquem seus esforços para
combater o flagelo do terrorismo e do extremismo religioso”.
Fonte: O Globo