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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Lava Jato se aproxima do assassinato de Celso Daniel?

O juiz Sérgio Moro e a Força Tarefa do Ministério Público Federal desafiam o maior dos perigos. A 27ª operação da Lava Jato, batizada de Carbono 14, mexe com o crime hediondo que apavora a petelândia mais que o Mensalão e o Petrolão. O Procurador federal Diogo Castor de Mattos antecipou que eventuais provas obtidas nesta fase serão compartilhadas com a polícia paulista nas (intermináveis) investigações sobre o brutal sequestro, tortura e assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André, no ABC paulista. O crime ocorreu no distante ano de 2002, quando Daniel já atuava como arrecadador da campanha presidencial de Lula da Silva.

Celso Daniel - agora assombrando na Lava Jato
 
Moro decretou a prisão temporária de Silvinho Pereira (ex-secretário-geral do PT condenado no Mensalão) e do empresário Ronan Maria Pinto (dono do jornal Diário do Grande ABC). Ambos passarão uma temporada em Curitiba. Foram alvos de condição coercitiva pela Polícia Federal, em São Paulo, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (recém perdoado da condenação do Mensalão pelo decreto presidencial de Dilma Rousseff que acabou aceito pelo ministro Luís Roberto Barroso) e o jornalista Breno Altmann (Editor-chefe do site Brasil 247 e ligado ao ex-ministro José Dirceu) foram alvos de condução coercitiva.
No despacho da operação, o juiz Sérgio Moro pontuou: "É possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. Chama a atenção o malabarismo financeiro para viabilizar a transação, tendo o valor transferido do Banco Schahin para Ronan Maria Pinto passado por três intermediários (José Carlos Bumlai, Bertin Ltda e Remar Agenciamento)".

As prisões mexem com operações financeiras feitas pelo PT, ligando o Petrolão ao Mensalão (que nunca terminou e ficou impune na prática para a maioria dos condenados). Investigações em Osasco podem causar prejuízos para outros dirigentes petistas que não foram citados na operação. Um deles é o ex-deputado federal João Paulo Cunha (outro que acabou perdoado no Mensalão). Outro tem foro privilegiado: Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social de Dilma, e que recentemente fez um apelo para que o País "não espere aparecer o primeiro cadáver para que se diminua a radicalização política". Ambos podem ter sido alvos de denúncias do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza - este sim um dos que paga o pato do mensalão.
 
Concretamente, a operação Carbono 14 foi em cima de um negócio feito pela cúpula petista. O empresário Ronan Pinto é denunciado como beneficiário final de um empréstimo de R$ 12 bilhões, feito para o PT no Banco Schahin, em nome de um dos melhores amigos de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, enquanto se cuida de um câncer na próstata. Investigações de Lava Jato apontam que o empréstimo teria sido quitado fraudulentamente depois que uma das empresas do grupo Schahin firmou, em 2007, um contrato  de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras, para construir a sonda Vitória 10000. A PF descobriu que dos R$ 12 milhões, R$ 5,7 milhões foram repassados a Ronan. O restante teria sido usado para pagar dívidas de campanha do PT para a Prefeitura de Campinas.

Sílvio Pereira entrou na dança porque é suspeito de ter arquitetado o empréstimo para entregar o dinheiro ao empresário do ABC paulista. Delúbio Soares participou da reunião no banco Schahin em que foi fechado o empréstimo. Fora esta operação financeira, as investigações entram mergulham no caso Celso Daniel - cadáver politicamente insepulto que assombra a cúpula petista, de tempos em tempos, sem que se chegue a qualquer desfecho.

No depoimento que não terminou em delação premiada, Marcos Valério revelou que o empresário Ronan Maria Pinto ameaçava envolver dirigentes do PT nas investigações do assassinato do prefeito de Santo André. No ano passado a mesma denúncia voltou à tona, quando o lobista Fernando Soares, o Baiano, revelou em seu acordo de "colaboração premiada" que ouviu a mesma história do pecuarista José Carlos Bumlai.

O termo Carbono 14 foi usado em referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos. Remexer em episódios obscuros como a morte de Celso Daniel assusta tanto ou mais a petelândia quanto mexer com o companheiro Lula, quase ministro e sob foro do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão 
 

sexta-feira, 11 de março de 2016

Bumlai é 'homem de bem, honesto', diz Lula à Lava Jato – entre o depoimento de um cachorro amigo e o de um amigo cachorro, Bumlai dispensa o depoimento de Lula



A declaração de Lula foi juntada pela defesa de Bumlai em documento que pede a desistência do depoimento do petista como sua testemunha de defesa.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, por escrito, nesta quinta-feira, 10, que seu amigo José Carlos Bumlai - preso desde dia 24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato - é um "homem de bem, honesto e pai de família exemplar, tendo-o na mais alta conta". A declaração de Lula foi juntada pela defesa de Bumlai em documento que pede a desistência do depoimento do petista como sua testemunha de defesa.

O depoimento do petista está marcado para esta segunda-feira, 14, por videoconferência, mas poderá ser cancelado se a Justiça aceitar o pedido de desistência. O ex-presidente foi intimado a comparecer à Justiça Federal, em São Paulo.

A declaração de Lula é dividida em cinco itens. Um deles entra no mérito do motivo da prisão do amigo. O pecuarista é acusado de ter tomado empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões em outubro de 2004 junto ao Banco Schahin - em troca, o Grupo Schahin foi contratado para operar sondas na Petrobras ao preço de US$ 1,6 bilhão, em 2009, no Governo Lula.

"Jamais tive conhecimento de eventual interesse do Sr. Bumlai em negócios relativos a sondas de prospecção de petróleo, seja através do Grupo Schahin, seja de outros, assim como jamais manifestei a quem quer que fosse que esse assunto pudesse causar-lhe problemas ou pedi ajuda para "protegê-lo" de um mal cuja existência desconheço", afirma o ex-presidente em documento assinado de próprio punho.

Bumlai responde ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

[Exames confirmam  câncer em Bumlai que deve pedir prisão domiciliar e provavelmente a consciência da gravidade do seu estado o levará a propor delação premiada - confessando seus crimes e entregando os outros criminosos a consciência fica aliviada.]

Bumlai é diagnosticado com câncer e deve pedir prisão domiciliar

Pecuarista ficou internado por três dias esta semana em hospital em Curitiba


Fonte: Revista Isto É


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Parecer de Janot sugere que ele não quer punição para Dilma nem agora nem depois - Ele só quer punir o Cunha

Sempre me pareceu evidente a disposição de Janot e do Ministério Público Federal de transformar os empresários nos grandes vilões, pegando bem mais leve com os políticos, muito especialmente com a Presidência da República

Cada momento da política ou da vida pública brasileira tem a sua esfinge sem segredos, para lembrar a expressão com que Oscar Wilde, injustamente, premiou as mulheres… Elas não eram de sua predileção. Nestes dias, a esfinge que não me propõe desafio nenhum é Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Desde o começo — e o arquivo do blog está à disposição —, leio o seu jogo com uma previsibilidade aborrecida. O que parece ser um enigma é sempre uma resposta. Não sei que água Janot anda bebendo lá na Procuradoria-Geral. O fato é que prefiro ficar longe dela. Por que isso agora?

O doutor encaminhou em agosto do ano passado um parecer ao TSE com a sua opinião sobre uma das quatro ações movidas pelo PSDB que pede a cassação da chapa que elegeu Dilma Rousseff. Numa AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), os tucanos acusam a presidente-candidata, entre outras coisas, de uso da máquina, como participação indevida de ministros na campanha; de propaganda ilegal de estatais com fins eleitoreiros; de campanha disfarçada de pronunciamento oficial; de uso de programas sociais para obter votos etc. Só nessa AIJE são nove imputações.

Muito bem! Admita-se, só para efeitos de raciocínio, que as acusações, nessa ação em particular, sejam um tanto fluidas. É evidente que Janot pode concordar ou não com os argumentos do reclamante. Não estou entre aqueles que acham que um juiz ou um procurador-geral só é isento quando vota de acordo com o meu gosto. Meu ponto não é esse.
Em seu parecer, Janot se posiciona contra o pedido do PSDB. Isso, em si, reitero, não me incomoda. Admito que pessoas possam ser independentes mesmo quando discordam de mim. O que me impressionou foi a argumentação. Pareceu-me que o procurador-geral não está falando apenas dessa ação, mas de todas as que tramitam contra Dilma no TSE.

Para Janot, a perda de mandato da presidente só se justifica quando as acusações, “já à primeira vista, são gravíssimas”. Machado de Assis também recomendaria que Janot trocasse a água. Esse é o seu lado “agregado José Dias”, a personagem de “Dom Casmurro” que julgava ser profundo só quando se expressava por superlativos. Para quem não lembra, a sua última palavra, ao mirar um belo dia, antes de morrer foi “lindíssimo!”.

Não sei o que Janot pretendeu com isso. Quer dizer que, se, numa rápida vista d’olhos, a coisa não é “gravíssima”, então não se cassa um mandato? O que ele está tentando nos dizer? Que a verdadeira profundidade está no que se revela já à superfície? A afirmação simplesmente não faz sentido.  Para que não digam que tiro a expressão do contexto, ei-la aqui, o que só extrema o absurdo do parecer: “Para que se possa concretamente falar em cassação de diploma ou mandato de um presidente eleito em tão amplo cenário de eleitores, as condutas a ele atribuídas devem ser, já à primeira vista, gravíssimas, a ponto de impossibilitar qualquer questionamento sobre sua influência nefasta”.

Hein? Isso implica que só se cassa um mandato quando o acusado não tem defesa? Isso não é ciência do direito. É só retórica ruim.
Em ofício enviado ao TSE, o juiz Sergio Moro afirma que dinheiro do esquema sujo do petrolão irrigou partidos políticos e até elencou os nomes dos delatores que deram esse testemunho. Pois é… Aplicada a fala de Janot, pergunto: será preciso que o eleito tenha assinado um recibo para perder o mandato, não é mesmo?

Vamos lá. Ricardo Pessoa diz, por exemplo, que Edinho Silva lhe pediu uma doação, submetendo-o a uma doce pressão, destinada à campanha de Dilma. Sim, a doação foi feita legalmente, mas o dinheiro saiu do propinoduto, diz ele. O combinado foram R$ 10 milhões. Só pagou R$ 7,5 milhões porque acabou preso.

Não é “à primeira vista”, certo?, que se vai eventualmente chegar a Dilma. O que estou afirmando aqui é que, ao dar o seu parecer sobre uma das ações, Janot, na verdade, está dando sobre todas. É EVIDENTE QUE A LAVA-JATO, ATÉ AGORA, NO QUE CONCERNE AOS POLÍTICOS, É UM FIASCO — com a evidente exceção de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. Não por acaso, ele é o principal adversário do Planalto, tornado o Belzebu do petismo.

Sempre me pareceu evidente a disposição de Janot e do Ministério Público Federal de transformar os empresários nos grandes vilões, pegando bem mais leve com os políticos, muito especialmente com a Presidência da República. Como esquecer que, numa leitura marota da Constituição, o procurador-geral considerou que Dilma não pode ser responsabilizada por eventuais crimes do primeiro mandato ainda que os tenha cometido para se reeleger? Será que foi isso o que quis o constituinte? Assegurar a impunidade do governante?

Alguém poderá dizer: “Ah, mas essa ação é a mais fraca; os próprios ministros tendem a rejeitá-la..”. Atenção! Nem estou entrando nesse mérito. O que estou afirmando é que, segundo os critérios de Janot, Dilma jamais seria punida. A propósito: por que esse leitura frouxa e superlativa vale para um presidente, mas não para os empresários?

Eis Janot. A tal água misteriosa o faz também preservar, o que é escandalosamente evidente, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Eu aguardo um bom motivo para que o ex-presidente não tenha a sua atuação investigada no episódio do empréstimo do Banco Schahin ao PT. Ainda que o sítio e o apartamento tenham calcinado a reputação de Lula, o fato é que isso se deu ao arrepio de Janot.

De volta à oposição É por isso que conclamei aqui a oposição a investir também no impeachment. São muitas as portas abertas para a manobra do TSE, a despeito da qualidade superior de alguns juízes que lá estão. Mas também os há com qualidade inferior.

Não se pode correr o risco de as ações do TSE servirem para emperrar o debate sobre o impeachment. Uma frente não pode prejudicar a outra. Os elementos estão dados. Que se faça logo o julgamento. Sempre levando em consideração que, para Janot, a coisa tem de ser “gravíssima à primeira vista”.

Não é o meu modelo de herói.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 


 

domingo, 16 de agosto de 2015

Cerveró revela que assinou contrato superfaturado para pagar dívidas da campanha de Lula

O ex-diretor da Petrobras está prestes a assinar acordo de delação premiada, no qual conta que os contratos foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial petista em 2006

No início de 2007, a Petrobras experimentava uma inédita onda de prosperidade estimulada pelas reservas recém-descobertas do pré-sal. O segundo mandato de Lula estava no começo. Com a economia aquecida e o consumo em alta, a ordem era investir. A área internacional da companhia, sob o comando do diretor Nestor Cerveró, aportou bilhões de dólares na compra de navios-sonda que preparariam a Petrobras para a busca do ouro negro em águas profundas. Em março daquele ano, uma operação chamou atenção pela ousadia. Sem discussão prévia com os técnicos e sem licitação, a estatal comprou uma sonda sul-coreana por 616 milhões de dólares. E, ainda mais suspeito, escolheu a desconhecida construtora Schahin para operá-la, pagando mais 1,6 bilhão de dólares pelo serviço. Um negócio espetacular - apenas para a empresa que vendeu a sonda e para a construtora, que tinha escassa expertise no ramo. A Lava-Jato descobriu que, como todos os contratos, esse também não ficou imune ao pagamento de propina a diretores e políticos. O escândalo, entretanto, vai muito mais além.

Em delação premiada, o operador Julio Camargo, que representava a Samsung na transação do navio-sonda Vitória 10 000, confessou ter pago 25 milhões de dólares em propinas a diretores e intermediários, incluindo aí o próprio Cerveró. Com o esquema em torno da sonda revelado, faltava descobrir o papel da Schahin na operação. E é exatamente Nestor Cerveró, preso em Curitiba e agora negociando a sua delação premiada, quem revela a parte até aqui desconhecida da história. Em um dos capítulos do acordo que está prestes a assinar com o Ministério Público, o ex-diretor da área internacional conta que os contratos de compra e operação da sonda Vitória 10 000 foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial de Lula, em 2006. E, por envolver o caixa direto da reeleição do petista, a jogada foi coordenada diretamente pela alta cúpula da Petrobras.

Nos primeiros relatos em busca do acordo, Cerveró contou que o PT terminou 2006 com uma dívida de campanha de 60 milhões de reais com o Banco Schahin, pertencente ao mesmo grupo que administrava a construtora. Sem condições de quitar o débito pelas vias tradicionais, o partido usou os contratos da diretoria internacional para pagar a dívida da campanha. Então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli incumbiu pessoalmente Cerveró do caso. O ex-diretor recebeu ordens claras para direcionar o contrato bilionário da sonda à Schahin. Uma vez contratada pela Petrobras, a empreiteira descontou a dívida do PT da propina devida aos corruptos do petrolão. Para garantir o silêncio sobre o arranjo, a Schahin também pagou propina aos dirigentes da Petrobras envolvidos na transação. Os repasses foram acertados pelo executivo Fernando Schahin, filho do fundador do grupo, Milton Schahin, e um dos dirigentes da Schahin Petróleo e Gás. Fernando usou uma conta no banco suíço Julius Baer para transferir a propina destinada aos dirigentes da estatal para o banco Cramer, também na Suíça. O dinheiro chegou a Cerveró e aos gerentes da área Internacional Eduardo Musa e Carlos Roberto Martins, igualmente citados como beneficiários dos subornos.

Além de amortizar as dívidas da campanha de 2006, o contrato da sonda Vitória 10 000 serviu para encerrar outro assunto nebuloso envolvendo empréstimos do Banco Schahin e o PT. A história remonta ao assassinato do prefeito petista Celso Daniel, em Santo André, em 2002. Durante o julgamento do mensalão, ao pressentir que seria condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, Marcos Valério, o operador do esquema, tentou fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Em depoimento na Procuradoria-Geral da República, ele narrou a história que agora pode se confirmar no petrolão. Segundo Valério, o PT usou a Petrobras para pagar suborno a um empresário que ameaçava envolver Lula, Gilberto Carvalho e o mensaleiro preso José Dirceu na trama que resultou no assassinato de Celso Daniel.

Valério contou aos procuradores que se recusou a fazer a operação e que coube ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula, socorrer a cúpula petista. Segundo ele, Bumlai contraiu um empréstimo de 6 milhões de reais no Banco Schahin para comprar o silêncio do chantagista. Depois, usou sua influência na Petrobras para conseguir os contratos da sonda para a construtora. O próprio Milton Schahin admitiu ter emprestado 12 milhões de reais ao amigo de Lula. "O Bumlai pegou, sim, um empréstimo, como tantas outras pessoas. Mas eu não sou obrigado a saber para que o dinheiro foi usado", disse recentemente à revista Piauí.

Eivada de irregularidades, a contratação da Schahin tornou-se alvo de investigação da própria Petrobras. A auditoria da estatal concluiu que a escolha da Schahin se deu sem "processo competitivo" e ocorreu a partir de índices operacionais de desempenho artificialmente inflados para justificar a contratação. Os prejuízos causados pela transação em torno da Vitória 10 000 foram classificados pelos técnicos como "problemas políticos", que deveriam ser resolvidos pela cúpula da estatal. Não fosse pela Lava-Jato, a trama que envolve a campanha de Lula e os contratos na Petrobras permaneceria oculta nos orçamentos cifrados da estatal. A Schahin, que vira seu faturamento saltar de 133 milhões de dólares para 395 milhões de dólares durante os oito anos de governo Lula, seguiria faturando sem ser importunada.

O cerco, porém, está se fechando. Os números das contas usadas no pagamento de propinas no exterior e até detalhes das viagens de Fernando Schahin à Suíça já foram entregues pelos ex-dirigentes da Petrobras aos procuradores. Apesar dos claros sinais de fraude no processo, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli defendeu a compra da sonda ao depor como testemunha de defesa de Cerveró na Justiça. Procurados, os advogados de Cerveró disseram que não poderiam se pronunciar sobre o andamento do acordo de delação com o Ministério Público. Os demais citados negaram envolvimento no caso. Ao falar da ordem para beneficiar a Schahin, Cerveró reproduziu a frase que teria ouvido de Gabrielli: "Veio um pedido do homem lá de cima. A sonda tem de ficar com a Schahin". E assim foi feito. Cerveró ainda não revelou quem era o tal "homem".

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