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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Grupo com 152 bispos [eméritos = aposentados] da Igreja Católica assina carta crítica ao governo

Correio Braziliense  

Um grupo de 152 arcebispos, bispos e bispos eméritos da Igreja Católica assinaram uma carta se posicionando contra o governo de Jair Bolsonaro. O texto estava em análise por um conselho da Confederação Nacional dos Bispos do brasil (CNBB), mas vazou este domingo (26/7). Na carta, os signatários pedem uma união por um diálogo antagônico às ações do governo. 

[Nota do Blog Prontidão Total:
Os signatários da carta, 152, são todos eméritos - aposentados - continuam sendo bispos, uma vez que receberam a ordenação episcopal, mas já não têm propriamente um ofício para exercer, como o comando de uma diocese. 
Continuam investidos do Poder do Sacerdócio, sacramento da ORDEM, porém, sem função na Igreja Católica Apostólica Romana.
De acordo com o Código de Direito Canônico (CDC), recebe o nome de “emérito” aquele bispo que “perder o ofício por limite de idade ou por renúncia aceite”.
O Brasil tem atualmente 171 bispos eméritos, dos quais 152 assinaram a carta, existindo no Brasil um total de 310 bispos.
Deixamos de publicar a 'carta' devido a mesma ter vazado quando estava em análise no Conselho permanente da CNBB, que desautorizou a publicação.] 

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O texto foi revelado pela Folha de São Paulo. Após o vazamento, a CNBB se isentou do conteúdo da carta, que disse ser “de responsabilidade dos signatários”
Por e-mail, o Planalto informou que não comentará a carta dos bispos. 

Correio Braziliense, saiba mais

sábado, 13 de junho de 2020

Centenário de São João Paulo II

Ele passou à História como um dos maiores pontífices que a Igreja teve em sua história

Dom Odilo P. Scherer - Cardeal-Arcebispo de São Paulo

Transcorreu em 18 de maio passado o centenário de nascimento do papa São João Paulo II. Na sua Polônia natal, em Roma e em muitos outros lugares do mundo, seu centenário foi marcado por comemorações para lembrar a sua vida, sua atuação e seu legado para a Igreja Católica e para a humanidade. De alguma forma, o “papa que veio de longe” se tornou próximo de todos os que o conheceram.

Na sua eleição, em 1978, poucos tinham ouvido falar do cardeal Karol Wojtila, de Cracóvia, na Polônia. Eu era então um jovem sacerdote e me recordo de que meu bispo, já falecido, comentou com satisfação que tinha uma lembrança da atuação do jovem bispo polonês Wojtila durante o Concílio Vaticano II, com o qual ele havia participado de um mesmo grupo de trabalho. Mais tarde vim a saber que esse jovem bispo polonês participara ativamente da elaboração da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, um dos documentos mais marcantes daquele concílio.

Sua eleição para o pontificado trouxe ares de novidade e esperança para a Igreja. Depois de um longo período de papas de origem italiana, a eleição do papa polonês pôs novamente em evidência a universalidade da Igreja e a abertura de sua missão a todas as nações, todos os povos, línguas e culturas. Ainda mais: o novo papa vinha de um país que vivia a experiência do regime comunista soviético. Sua eleição não poderia ser insignificante para a política internacional, pois trazia um elemento novo e surpreendente, que fazia pensar logo em possíveis mudanças nas relações entre os blocos comunista e capitalista. E não se enganou quem pensou assim, pois a atuação de João Paulo II foi importante para as mudanças no mundo socialista e comunista, que não demoraram a se manifestar.

Para muitos, São João Paulo II foi um papa político e não se pode negar isso. De fato, cabe ao papa exercer esse papel no seu significado mais elevado de promoção do bem comum, da justiça e da paz. O papa polonês empenhou-se na promoção do diálogo com os governantes e responsáveis pelos organismos internacionais, clamou pela superação dos conflitos e pela promoção da paz justa, pelo respeito à dignidade da pessoa humana e aos seus direitos fundamentais. Empenhou-se no estabelecimento de uma ordem econômica e financeira internacional justa, que tivesse o homem como centro, conforme aparece nos seus documentos sociais e pronunciamentos diante de autoridades e organismos internacionais. Promoveu a solidariedade entre os povos e culturas, a superação da miséria e da fome, o respeito pelas culturas dos povos, o diálogo entre os cristãos e com as diversas religiões.

Tudo isso, certamente, tem um peso político relevante e o reconhecimento da autoridade moral do papa apareceu de maneira eloquente no seu funeral, em abril de 2005. Na Praça de São Pedro, no espaço reservado às autoridades e representações internacionais, estavam presentes, ou representados, chefes de Estado e de governo da maioria dos países. Lado a lado, viam-se governantes de países antes em guerra entre si e que alcançaram a paz graças à ação diplomática do papa falecido. Até chefes de países ainda em conflito sentaram-se próximos na cena do funeral, prestando reconhecimento e homenagem ao pontífice que muito contribuiu para a convivência pacífica da grande família humana.

O longo pontificado de João Paulo II, de quase 27 anos, foi especialmente significativo para a vida da Igreja e lhe deixou um legado imenso. Coube-lhe levar avante a reforma e a renovação da Igreja, já iniciada por Paulo VI, conforme decisões do Concílio Vaticano II.
E o fez com grande determinação e fruto, apesar da fase difícil que a Igreja atravessava. As reformas envolveram os mais diversos aspectos da vida e da missão da Igreja. Fez publicar o novo Código de Direito Canônico e o Catecismo da Igreja, consolidou a reforma litúrgica, deu novas diretrizes à formação do clero e dos religiosos, incentivou os leigos católicos a assumirem seu papel na Igreja e na sociedade. Incentivou os jovens e as famílias, promoveu uma nova ação missionária, valorizou a ação da Igreja nos meios de comunicação, promoveu o diálogo ecumênico com as outras igrejas e comunidades cristãs, valorizou o diálogo e a colaboração com as religiões não cristãs em prol da paz e da dignidade humana. Enfrentou as difíceis questões morais da atualidade, como o respeito à vida humana, as diversas formas de injustiça e violência, as ideologias promotoras da violência, a miséria desumana, o comércio sujo das drogas, a exploração vil das pessoas em função de lucro, o escândalo da fome e das desigualdades absurdas entre ricos e pobres na comunidade humana.

A História dará seu julgamento sobre a importância de João Paulo II para a Igreja e a humanidade. Desde logo, porém, podemos afirmar sem medo de errar que ele passou à História como um dos maiores pontífices que a Igreja teve em sua história quase bimilenar. Que ele, junto de Deus, continue a olhar pela Igreja e pela humanidade, que enfrentam novos e antigos desafios.

O Estado de S. Paulo



quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Aborto = a cultura da morte - As leis de DEUS são superiores as dos homens

O aborto é uma chaga que se alastra por quase todos os países. Atualmente, ele passou a ser considerado um “direito" da mulher. Faz parte da chamada “cultura da morte" que, aos poucos está sendo implantada no mundo. Contudo, mesmo passando de algo “mal visto" para algo aceito, não se torna menos grave, principalmente aos olhos de Deus. O aborto é um crime gravíssimo e como tal requer também uma pena drástica.

A Igreja possui o Código de Direito Canônico e, uma de suas seções trata justamente das penas espirituais para aqueles que cometem crimes. O aborto é um desses crimes tipificados pelo Código. O cânon 1398 diz que: “quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae".

Portanto, mesmo que o aborto seja cometido em algum país cuja legislação não o tem como crime, mas sim como um direito, conforme dito, não deixa de ser e é punido exemplarmente pela Igreja. A excomunhão latae sententiae significa que, no momento em que o aborto é cometido, um juiz superior (Deus) julga, condena e executa a pena. Não necessita de declaração posterior de quem quer que seja. É automática e só pode ser levantada (suprimida) com a absolvição do Bispo local ou com a de quem ele conferir essa capacidade. [o Papa Francisco estendeu a todos os sacerdotes o poder de absolver a quem cometeu o pecado do aborto - seja quem abortou como quem de alguma forma concorreu para a prática abortiva.]

A pergunta seguinte é: todos que comentem aborto ou concorrem para que ele aconteça são automaticamente excomungados? A resposta é não. Para que a sentença seja aplicada é preciso que a pessoa envolvida saiba da existência do crime e da pena. Se a pessoa não se encaixa nesse perfil não pode ser punida. Com efeito, o mesmo vale para o legislador católico que vota a favor da legalização do aborto ou de medidas que o facilitem ou acarretem.

Seja como for, é cada vez mais urgente a conscientização de todos os católicos acerca da gravidade desse crime, pois, como diz o Catecismo da Igreja Católica, “o inalienável direito à vida de todo indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação" (CIC 2272), ou seja, faz parte dos fundamentos da vida em sociedade a defesa incondicional da vida, sob pena de condenação eterna.

Fonte: Site  Padre Paulo Ricardo