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sexta-feira, 25 de março de 2022

As injustas demonizações da teologia da libertação e de Paulo Freire - Sérgio Alves de Oliveira

Na primeira metade dos anos 70 (setenta) tive contatos de perto  com alguns adeptos da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, ideia nascida na América Latina após o  “Concílio Vaticano II” e  Conferência de Medellín”, em 1971, com base no princípio do Evangelho ,que preconiza  preferência pelos  pobres.  

Seu foco principal está na interpretação dos ensinamentos de Jesus Cristo  para uma libertação de injustas condições sociais ,econômicas e políticas, mediante uma “reinterpretação analítica” da fé cristã. Mas seus adversários acusam-na de vinculação ao marxismo. Mas não é verdade. Ao menos lá na ORIGEM.            

Mas hoje  é, especialmente  no Brasil, em virtude da deterioração local da Teologia da Libertação, protagonizada pelos seus líderes, que resolveram formar consórcio com a pior escória política do  pais, a  esquerda.

Cursava eu  um pós-graduação em sociologia na PUC/RS.  Esse período coincidia com o  Regime Militar instalado no país  a partir de março de 1964. Era, portanto, um “prato cheio” , inclusive para quem quisesse obter subsídios para criticar ou enfrentar o Regime Militar ,moralizador, e e mais  tantas outras qualidades.

Os tais “teólogos da libertação” eram o “chodó” do curso. Dentre eles os preferidos  eram o  teólogo/padre peruano Gustavo Gutièrrez, autor de “Teologia da Libertação”, considerado o grande impulsionador da doutrina ,e os brasileiros  Padre Leonardo Boff e Frei Betto, dentre outros. Mas a Teologia da Libertação acabou tendo  alguns revezes na Santa Sé  e foi condenada nos Pontificados de João Paulo II e Bento XVI,  pela Congregação para a Doutrina da Fé, de 1984 e 1986.

Coincidentemente ao impulso dado à Teologia da Libertação, também tinham grande sucesso  nas aéreas das ciências humanas  e sociais da PUC da época, os polêmicos livros  escritos  pelo filósofo e pedagogo brasileiro PAULO FREIRE, que na época  estava exilado no Chile.

Pelas interpretações  que fiz na época , enxerguei grande afinidade entre  as obras de Paulo Freire (“Pedagogia do Oprimido” e “Educação como Prática da Liberdade” ),e a Teologia da Libertação.  A única grande diferença “libertadora” que havia entre uma doutrina e outra é que a primeira tinha “Deus” como centro, e a segunda não, tinha como centro a potencialidade do homem em si mesmo. Mas não procedem as falsas insinuações que andam por aí que essas obras estariam dando algum incentivo ao marxismo ou a quaisquer outras teorias socialistas ou comunistas. Essas “interpretações” equivocadas foram feitas pelas esquerdas , para fins de fazer “média” e “somar forças” . E também pela direita “burra” e mal-intencionada, que considera “comunismo” qualquer tentativa de  ajudar a libertação dos pobres por intermédio dos seus próprios méritos e esforços.

Mas com o passar do tempo essas interpretações, que antes não eram verdadeiras, parcialmente  passaram a sê-lo. No caso do Brasil, por exemplo, os ideólogos da Teologia da Libertação antes citados (Leonardo Boff e Frei Betto), se ligaram a partidos políticos declaradamente de esquerda e corruptos, como é o caso do PT, apesar de ser  de uma esquerda “tosca”,”primária”,”vulgar”, de “primatas”, e de ter emprestado a sua sigla como chave  para seus membros assaltarem os cofres públicos em dimensão  nunca vista na história política do Brasil, calculando-se tenham roubado cerca de 10 trilhões de reais

Esse procedimento estaria tendo cobertura da “Teologia da Libertação” ? “Libertação” de quem ? Como poderiam “teólogos da libertação” apoiarem descaradamente ladrões que roubam uma sociedade inteira? Leonardo Boff e Frei Betto se atiraram de corpo e alma na sigla  PT, e misturaram com ela os princípios de uma “teologia da libertação” muito esquisita e interesseira. Desmoralizaram-na, em síntese.  
O PT,  como qualquer outro ladrão, tem mais a ver com o diabo do que com Deus. Que “teologia” é essa então?  Na versão brasileira, a Teologia da Libertação não ficaria mais verdadeira se chamada  “diabologia da libertação”?

Mas também vejo nessa adesão interesseira dos corruptos à Teologia da Libertação uma motivação derivada do envelhecimento dos líderes da TL, sem renovação dos seus quadros, portanto, uma espécie de “estado de necessidade”. Tanto isso é verdade que resolveram aderir de corpo e alma aos diversos encontros  do “Foro Social Mundial”, iniciado em Porto Alegre, durante a gestão do PT, prosseguindo com eventos anuais em outras partes  do mundo. Mas o “Forum Social Mundial” sempre levou de “arrasto”  a Teologia  da Libertação. Interessante,não?

Mas o que eu acho mais  engraçado em tudo isso  é que a esquerda brasileira resolveu levantar um altar para Paulo Freire. E a direita passou a demonizá-lo.  Só que  essa esquerda  não chegou a apreender que ninguém mais do que Paulo Freire  censurou com tanto rigor o ASSISTENCIALISMO, a esmola, que ele considerava a negação do ser humano, e que tem sido a base do sucesso eleitoral da esquerda e a sua principal política.                                                                                                    

E o que é a tal “bolsa família”? Porventura isso não se resumiria em “moeda de compra” de votos ?  Em “dar” o pão , e não a  “ensinar” a fazer o pão?  Essa prática antes    ocorrera  na Roma Antiga, onde os tiranos   acomodavam o povo dando-lhe só  pão e circo. E aqui o “pão e circo” se dá na versão do “bolsa família”, ”futebol” e “carnaval”. Tudo a mesma coisa.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A criação da direita religiosa - O Globo

Opinião - O Globo

Origem na década de 1960 - Direita religiosa arquiteta há anos o extremismo dos tempos atuais 

A provável assunção de André Mendonça como ministro do STF faz parte de uma sedição urdida ainda na década de 1960. Por trás da indicação de alguém “terrivelmente evangélico”, esconde-se a reação de alguns bispos católicos à modernização pregada pelo Concílio Vaticano II. Enxergaram ali uma guinada intolerável na Igreja. [os valores da Igreja Católica Apostólica Romana, são eternos, são perenes e não podem ser solapados por mudanças profanas. 
Como disse conhecido e respeitado colunista "o fogo do inferno continua sendo alimentado com enxofre". Para DEUS não existe essa de os tempos mudaram, de estamos no século XXI = a covid-19 está aí para provar que os decretos de DEUS são sempre válidos e atuais. Quando os que defendem tudo que não presta, tentam mostrar ao mundo que tais valores nada valem, estão sendo adaptados vem uma 'gripe espanhola', uma covid-19.]

Em oposição às ideias saídas do encontro convocado pelo Papa João XXIII, houve uma união inédita entre bispos conservadores, teólogos e ativistas moralistas. E ainda políticos oportunistas. Por rejeitar uma sintonia da religião com uma postura em defesa da justiça social, menos vetusta (o abandono do latim nas missas…), os descontentes iniciaram um processo reacionário de tomada do poder em todos os níveis da sociedade. Touché: décadas depois, vemos a ocupação de espaço político no Congresso, na mídia e na Justiça.

O recém-lançado livro do professor Benjamin Cowan, “Moral majorities across the Americas: Brazil, the United States, and the creation of the religious right”, traz toda a história da reação conservadora, com nomes aos bois e documentos, além de seguir as relações dos sediciosos brasileiros com os americanos. Sim, as vitórias do Bozo e de Trump seguem um roteiro ideológico traçado pelos militantes moralistas ali nos sessentas do século passado. É de fato um troço transnacional. Bem sabe o Mourão ao suar pela Universal em terras africanas.

[o aqui chamado extremismo nada mais é do que o esforço, do que a luta, pela VALORIZAÇÃO da FAMÍLIA,  dos VALORES MORAIS E RELIGIOSOS, BONS COSTUMES e outros princípios que a maldita esquerda tenta solapar.
O esforço, a luta precisam ser intensificados, já que os inimigos nunca dormem, queimaram a estátua do Borba Gato, querem  modificar o Monumento às Bandeiras, tudo na luta para apagar o passado = a pretexto de apagar o passado  sepultam outros valores.
Homenagear os BANDEIRANTES, se depender deles, passará a ser um crime hediondo. Paulistas e paulistanos, brasileiros em geral, preparem-se: logo será realizado um plebiscito, ou algo do tipo, para retirar do estado de São Paulo e do Brasil qualquer referência a extraordinária importância para o Brasil dos BANDEIRANTES. 
Conhecida emissora de TV, aquela que se especializou em contar cadáveres e ouvir especialistas em nada, já começa a soltar balões de ensaio para tornar os heróis Bandeirantes criminosos, genocidas. 
Felizmente, dessa vez a JUSTIÇA agiu em maiúsculas manteve preso o 'ativista' que incendiou a estátua. O individuo alegou ter cometido um ato político - só que não colou = continua preso - pelo menos até que o assunto, ínfimo, chegue ao Supremo. A companheira dele foi liberada. Os únicos símbolos, as únicas referências aceitas no Brasil de hoje são a foice e o martelo símbolos nojentos repugnantes do comunismo = que matou mais de 100.000.000 de seres humanos.]
 
Os nomes dos principais bois: os bispos Geraldo de Proença Sigaud e Antônio de Castro Mayer, depois aliados (financiados também) por Plínio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP (Tradição, Família e Propriedade). [a gloriosa TFP precisa ser revitalizada;questões profanas a enfraqueceram mas o que ainda resta pode voltar a crescer e marcar presença.] Em documentos levantados por Cowan, observa-se a construção de um discurso político-religioso capaz de juntar católicos tradicionalistas, evangélicos conservadores, protestantes e militares brasileiros.
Cada um dos grupos tem suas idiossincrasias e interesses, porém a junção resulta numa salada à base de fake news, hipocrisia e desejo autocrático. De um lado, há o ódio à modernidade, representada pelo "ecumenismo" , [o ideário do ecumenismo desejado por Sua Santidade o Papa João XXIII, foi deturpado = nos dias atuais qualquer um, invocando principios absurdos, bizarros, pode fundar uma  religião; crenças outras foram alçadas à classificação de religião. 
Nos tempos atuais, qualquer individuo ler e memoriza alguns trechos da Bíblia, os interpreta da forma mais conveniente - por mais absurdo que seja o resultado -  vai para uma esquina e mais uma 'religião' está criada.]  absurdo pela liberdade de escolhas e de costumes; de outro, a tentativa de manter o controle sobre a vida e a consciência alheias. Vale lembrar que o mercado acabara de inventar o jovem com suas vontades e contestações (o sexo livre e a minissaia são problemões…).

A melhor arma, portanto, é o medo. Instaurá-lo em meio à ingenuidade da população menos instruída. Inspiram-se no passado, quando a tática deu resultados: a figura do demônio consumindo os pecadores no inferno; o Deus onisciente capaz de vigiar até seus pensamentos. [DEUS onisciente, onipotente e onipresente; DEUS e os valores religiosos são eternos e o eterno é o infinito e este não tem inicio, nem meio, nem fim = passado, presente e futuro se fundem na ETERNIDADE.]

E houve então a criação do bode. No caso, o comunismo. Inicia-se a retórica do perigo vermelho como ameaça à família, aos valores cristãos (discurso compartilhado pela direita americana). Da destruição do lar papai e mamãe pela esquerda, passa-se para a guerra cultural, outro campo visto como arena da modernidade. [encerramos a transcrição por aqui; não considerar o comunismo como uma ameaça à família, à religião, aos valores cristãos, alegar que a onisciência de DEUS é algo do passado, vale com reconhecimento da derrota e tentar até o ateísmo para combater Bolsonaro e os brasileiros do BEM = serão derrotados, mais uma vez.]

 Ponha a culpa nos malditos comunistas. 




sábado, 13 de junho de 2020

Centenário de São João Paulo II

Ele passou à História como um dos maiores pontífices que a Igreja teve em sua história

Dom Odilo P. Scherer - Cardeal-Arcebispo de São Paulo

Transcorreu em 18 de maio passado o centenário de nascimento do papa São João Paulo II. Na sua Polônia natal, em Roma e em muitos outros lugares do mundo, seu centenário foi marcado por comemorações para lembrar a sua vida, sua atuação e seu legado para a Igreja Católica e para a humanidade. De alguma forma, o “papa que veio de longe” se tornou próximo de todos os que o conheceram.

Na sua eleição, em 1978, poucos tinham ouvido falar do cardeal Karol Wojtila, de Cracóvia, na Polônia. Eu era então um jovem sacerdote e me recordo de que meu bispo, já falecido, comentou com satisfação que tinha uma lembrança da atuação do jovem bispo polonês Wojtila durante o Concílio Vaticano II, com o qual ele havia participado de um mesmo grupo de trabalho. Mais tarde vim a saber que esse jovem bispo polonês participara ativamente da elaboração da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, um dos documentos mais marcantes daquele concílio.

Sua eleição para o pontificado trouxe ares de novidade e esperança para a Igreja. Depois de um longo período de papas de origem italiana, a eleição do papa polonês pôs novamente em evidência a universalidade da Igreja e a abertura de sua missão a todas as nações, todos os povos, línguas e culturas. Ainda mais: o novo papa vinha de um país que vivia a experiência do regime comunista soviético. Sua eleição não poderia ser insignificante para a política internacional, pois trazia um elemento novo e surpreendente, que fazia pensar logo em possíveis mudanças nas relações entre os blocos comunista e capitalista. E não se enganou quem pensou assim, pois a atuação de João Paulo II foi importante para as mudanças no mundo socialista e comunista, que não demoraram a se manifestar.

Para muitos, São João Paulo II foi um papa político e não se pode negar isso. De fato, cabe ao papa exercer esse papel no seu significado mais elevado de promoção do bem comum, da justiça e da paz. O papa polonês empenhou-se na promoção do diálogo com os governantes e responsáveis pelos organismos internacionais, clamou pela superação dos conflitos e pela promoção da paz justa, pelo respeito à dignidade da pessoa humana e aos seus direitos fundamentais. Empenhou-se no estabelecimento de uma ordem econômica e financeira internacional justa, que tivesse o homem como centro, conforme aparece nos seus documentos sociais e pronunciamentos diante de autoridades e organismos internacionais. Promoveu a solidariedade entre os povos e culturas, a superação da miséria e da fome, o respeito pelas culturas dos povos, o diálogo entre os cristãos e com as diversas religiões.

Tudo isso, certamente, tem um peso político relevante e o reconhecimento da autoridade moral do papa apareceu de maneira eloquente no seu funeral, em abril de 2005. Na Praça de São Pedro, no espaço reservado às autoridades e representações internacionais, estavam presentes, ou representados, chefes de Estado e de governo da maioria dos países. Lado a lado, viam-se governantes de países antes em guerra entre si e que alcançaram a paz graças à ação diplomática do papa falecido. Até chefes de países ainda em conflito sentaram-se próximos na cena do funeral, prestando reconhecimento e homenagem ao pontífice que muito contribuiu para a convivência pacífica da grande família humana.

O longo pontificado de João Paulo II, de quase 27 anos, foi especialmente significativo para a vida da Igreja e lhe deixou um legado imenso. Coube-lhe levar avante a reforma e a renovação da Igreja, já iniciada por Paulo VI, conforme decisões do Concílio Vaticano II.
E o fez com grande determinação e fruto, apesar da fase difícil que a Igreja atravessava. As reformas envolveram os mais diversos aspectos da vida e da missão da Igreja. Fez publicar o novo Código de Direito Canônico e o Catecismo da Igreja, consolidou a reforma litúrgica, deu novas diretrizes à formação do clero e dos religiosos, incentivou os leigos católicos a assumirem seu papel na Igreja e na sociedade. Incentivou os jovens e as famílias, promoveu uma nova ação missionária, valorizou a ação da Igreja nos meios de comunicação, promoveu o diálogo ecumênico com as outras igrejas e comunidades cristãs, valorizou o diálogo e a colaboração com as religiões não cristãs em prol da paz e da dignidade humana. Enfrentou as difíceis questões morais da atualidade, como o respeito à vida humana, as diversas formas de injustiça e violência, as ideologias promotoras da violência, a miséria desumana, o comércio sujo das drogas, a exploração vil das pessoas em função de lucro, o escândalo da fome e das desigualdades absurdas entre ricos e pobres na comunidade humana.

A História dará seu julgamento sobre a importância de João Paulo II para a Igreja e a humanidade. Desde logo, porém, podemos afirmar sem medo de errar que ele passou à História como um dos maiores pontífices que a Igreja teve em sua história quase bimilenar. Que ele, junto de Deus, continue a olhar pela Igreja e pela humanidade, que enfrentam novos e antigos desafios.

O Estado de S. Paulo



segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Estes seis pecados ficaram “fora de moda”...

…mas nem por isso deixaram de ser pecado. Pior: justamente por ninguém mais colocar o dedo nessas feridas, estes males não são combatidos e persistem tranquilamente impunes em nossa época”.

“Um catálogo de pecados descatalogados. Parece até um trava-língua; mas, lendo o que vem a seguir, você entenderá a expressão.

Declaratio terminorum, “esclarecimento dos termos”. Catálogo (do latim catalogus, e do grego katálogos): é uma relação ordenada de objetos (livros, documentos etc.) que estão relacionados entre si. Descatalogar: tirar objetos que faziam parte de um catálogo. Neste sentido, é possível falar, por exemplo, de um catálogo de pecados


[IMPORTANTE: O Blog Prontidão Total é uma publicação especialmente política;
Mas, vez ou outra entramos em assuntos religiosos. Isso raramente ocorre e quando acontece é que no nosso entendimento a postagem além do valor religioso pode ser útil no dia a dia.
Encontramos a matéria que segue e apresentamos uma transcrição.
Alem de link da fonte ao final da transcrição, lembramos que algumas citações constam da Biblia Sagrada, constando o livro, capítulo e versículos.
Boa leitura.] 


Já na doutrina de Cristo nós encontramos catálogos de pecados, e desses alguns podem ser leves e outros, mortais, ou seja, que separam o homem da união com Deus, fonte da vida, e que podem conduzir à condenação eterna. No Novo Testamento encontramos mais de vinte listas de pecados, algumas nos evangelhos sinóticos, ou seja, no próprio ensinamento de Cristo: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez ( Mt 15, 19-20 Mc 17, 21-22;) em mencionam-se sete). Na parábola do publicano citam-se três: “ladrões, injustos, adúlteros” (Lc 18, 11). E de outros pecados concretos falam as parábolas da cizânia, do rico epulão, do homem avaro, do servo infiel, do juízo final, do escândalo etc.


Também nos escritos dos Apóstolos se formulam catálogos de pecados, sobretudo em São Paulo. A lista mais completa e impressionante encontra-se na Carta aos Romanos (cf. 1, 24-32), onde achamos denunciado, de maneira muito especial, o nefando pecado da união homossexual entre homens ou entre mulheres (cf. 1, 26-28). Outra lista enumera:Nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus (1Cor 6, 9-10). “Com tais indivíduos nem sequer deveis comer… Tirai o perverso de vosso meio” (1Cor 5, 11.13).

Deve haver, portanto, na consciência dos discípulos de Jesus um sentido bem vivo do pecado, que nunca considere o mal como bem; que descubra inclusive os pecados internos, e não somente os que se manifestam em obras externas (“Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”, Mt 5, 28); e que leve em conta não somente os pecados de comissão, mas também os de omissão (as virgens néscias, cf. Mt 25, 11-13; o servo que não faz render os seus talentos, 25, 27-29; o juízo final, que indica as obras de caridade necessárias e não realizadas, 25, 41-46) etc.
Três observações prévias.
Primeiro,
um pecado torna-se descatalogado, mais ou menos, quando se dão estes sinais:

  1. Quando a pregação deixa de falar de uma certa virtude e de assinalar os pecados que lhe são contrários.
  2. Quando o pecado se tornou de tal modo generalizado que chega a ser visto como algo “normal”, que não mais pesa na consciência.
  3. Quando já é um pecado que não costuma ser acusado no sacramento da Confissão, nem mesmo pelos poucos cristãos praticantes que continuam se confessando, ou porque não o consideram relevante ou porque ignoram na prática sua pecaminosidade, ainda que às vezes tenham dele algum conhecimento doutrinal. 
(...)

— O afastamento crônico da Missa dominical tornou-se um pecado descatalogado. O terceiro mandamento da lei de Deus ordena que seja dado, em privado e em público, um culto de louvor, adoração e ação de graças a Deus. Esta obrigação é muito grave, porque a Igreja existe para a glória de Deus. Por isso, os cristãos não praticantes são pecadores públicos. Não há vida cristã se não há vida eucarística, já que, como em vários textos afirma o Concílio Vaticano II, a Eucaristia é a fonte e o ápice da vida cristã.

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Site do Padre Paulo Ricardo


quinta-feira, 25 de junho de 2015

QUEREM ARRASTAR A IGREJA PARA O VOLUME MORTO?



Toda a existência do PT, do nascimento à glória, e da glória ao atual fundo do poço (ou ao volume morto, na expressão usada pelo próprio Lula) se fez sob incondicional apoio da CNBB e de suas pastorais. A exceção, se houver, que se identifique. 

Aliás, Lula e o PT sabem: os tenebrosos dias que se avizinham serão enfrentados ao abandono de muitos dos seus antigos seguidores. Há um grupo, porém, que não o abandonará. Esse grupo é formado por religiosos, padres e bispos que foram buscar água benta na Teologia da Libertação e chegaram ao poder da entidade em 1971, com D Aloísio Lorscheider. A partir de então, foi um Deus nos acuda. São João Paulo II, que conheceu o comunismo desde as entranhas, condenou a Teologia da Libertação (TL) em documento da Congregação para a Doutrina da Fé. Esse texto, de 1984, deixa claro ser a TL uma teologia marxista, de classe, "que confunde o pobre da escritura com o proletário de Marx".

Nada melhor do que ler Frei Betto para saber o quanto essa confusão é real. Em "O paraíso perdido" ele relata dezenas de viagens que fez para levar a TL a Cuba e aos países do Leste Europeu onde o marxismo-leninismo já estava instalado. Com a TL ele conseguiu tornar comunistas milhares de cristãos do nosso continente, mas não conseguiu converter ao cristianismo um único líder comunista. Falando ao site Opera Mundi, em junho do ano passado, o frei confessou a estreita ligação da TL com aquela doutrina: "João Paulo II era um homem conservador que, quando foi bispo do Concílio Vaticano II sempre votou com os conservadores. Anticomunista visceral, jamais entendeu ou assimilou a Teologia da Libertação". É essa TL, rejeitada por anticomunistas (exatamente por ser o que é) que inspira parte significativa do clero católico brasileiro e continua incrustada como ácaro nas paredes e estruturas da CNBB e de suas pastorais. Ora, quem mistura religião com comunismo transforma uma coisa na outra. Daí essa obstinação que nada aprende da experiência, da evidência e do absoluto fracasso da doutrina abraçada.

Foi o que, às vésperas das manifestações de março, levou o alto comando da CNBB até Dilma, para dizer-lhe, entre excelências e eminências, que não viam motivos para o impeachment. E foi o que agora, dia 20, levou D. Pedro Stringhini e dirigentes de pastorais sociais ao investigado e mal afamado Instituto Lula. Nesse encontro, coube a Luís Inácio a tarefa de desancar o próprio partido e o governo Dilma. E coube ao bispo dar a absolvição, explicando o que os motivava neste momento de crise: "É importante reconhecer o senhor e os avanços em seus oito anos de governo. Mas, diante da crise atual, esse esforço tem de ser continuado". Em outras palavras, nada mais importante do que o PT e seu governo. Dane-se tudo mais.

Mesmo que a Polícia Federal rastreie as digitais de Lula. Mesmo que, tantos petistas estejam na cadeia. Mesmo que o "protetor dos pobres" seja um patrocinador de bilionários, inclusive em causa própria e de seus familiares. Mesmo que tantos petistas ataquem frontalmente os valores cristãos. Mesmo que, nestes dias, os companheiros do ex-presidente estejam, em todo país, forçando Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas a incluir a ideologia de gênero nas tarefas "educacionais" de suas redes de ensino. Mesmo que a casa caia e que a mula manque e que com tais manifestações de autoridades eclesiásticas a Igreja esteja sendo arrastada junto para o volume morto, dane-se tudo mais porque o ultrajante apoio persiste.

Fonte: Percival Puggina