Poucas
vezes o Ministério de Direitos Humanos, se tivesse um mínimo de
interesse real em direitos humanos, teria tanto trabalho a fazer quanto
neste primeiro ano de governo progressista, antifascista e dedicado ao
amor.
Mas o Ministério de Direitos Humanos está num silêncio de túmulo
há quase um ano inteiro, porque os direitos que vem sendo ofendidos não
pertencem aos humanos de quem o ministro e o resto do governo gostam.
São direitos “de direita”.
No Brasil de Lula, do STF e do ministro dos
Direitos Humanos isso é algo que simplesmente não existe.
Mandam índios
de classe executiva para Paris e Nova York; ali, enfeitados de penas
coloridas e com a “curadoria” do Itamaraty, desfilam pelos salões dos
bilionários de esquerda, intelectuais e desocupados em geral para
denunciar os “crimes” que o agronegócio está provocando na “floresta
amazônica”.
Enquanto isso, o governo democrático de Lula comete, aqui
dentro, as piores violações aos direitos humanos da história recente do
Brasil. O ministério não diz nada.
No Amazonas,
barcaças e dragas de mineração usadas por garimpeiros, bem como suas
casas e propriedades, estão sendo fisicamente destruídas pelas forças
armadas do governo.
Destroem tudo.
Não só o equipamento, mas também
móveis, geladeiras, fogões, roupas e o que mais estiver lá. É essa a
coragem atual do Exército brasileiro – ataca pobres coitados, incluindo
mulheres e crianças, que não têm como se defender.
Para o Alto Comando,
que fala dia sim, dia não, que está garantindo a “legalidade” no Brasil,
garimpeiro não tem família.
Também não está entre as populações mais
pobres do país.
Em obediência à Tábua de Mandamentos do Governo Lula,
garimpeiros são apresentados pelo serviço de propaganda que funciona na
maior parte da mídia brasileira como capitalistas selvagens que só
pensam no “lucro” – quando são na vida real brasileiros miseráveis que
garimpam para não morrer de fome.
A destruição da sua propriedade é uma
violação grosseira, violenta e rancorosa aos direitos humanos.
Mas o
Ministério dos Direitos Humanos não deu um pio sobre o assunto. Os
militares acham que estão sendo heróis de guerra.
O
Ministério de Direitos Humanos está num silêncio de túmulo há quase um
ano inteiro, porque os direitos que vem sendo ofendidos não pertencem
aos humanos de quem o ministro e o resto do governo gostam
O
Brasil está convivendo desde o dia 8 de janeiro com o ataque maciço aos
direitos humanos das pessoas que foram presas no quebra-quebra da Praça
dos Três Poderes.
Praticamente nenhum direito individual dos acusados
está sendo respeitado pelo STF.
Onze meses depois dos fatos, há mais de
100 pessoas presas, sem culpa formada e sem julgamento.
Centenas de
outros estão submetidos à tortura legal da tornozeleira eletrônica, com
efeitos destruidores sobre suas vidas pessoais;
são acusados primários,
que não oferecem nenhum risco à sociedade e só estão com as
tornozeleiras para satisfazer à vontade do ministro Alexandre de Moares
em impor o máximo de sofrimento a quem tomou parte nos distúrbios de
Brasília. Um dos réus morreu na prisão, porque o ministro negou a sua
liberação temporária para tratamento urgente de saúde.
Os advogados não
podem fazer a defesa oral dos acusados; têm de gravar vídeos que ninguém
vê e esperar a sentença, que sempre é de condenação. O Ministério dos
Direitos Humanos não foi capaz de dizer absolutamente nada, sobre nada
disso – nem na morte do preso Cleriston da Cunha.
A
preocupação do ministro dos Direitos Humanos é denunciar o “racismo”
(na sua opinião, os brancos são racistas mesmo quando não sabem que
estão sendo racistas), pagar passagem e hotel da mulher de um chefe do
tráfico (condenado a 31 anos de cadeia) e puxar desesperadamente o saco
do presidente da República. Se houvesse em Cuba um “Ministério de Los
Derechos Humanos” (os cubanos nunca perderam tempo com isso), seria
muito parecido com o seu.
Conteúdo editado por:
Jônatas Dias Lima
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES