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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Equívocos, danos e uma boa proposta



Dizer que subsídio não tem custo é abrir caminho para práticas que tiram do mais pobre para entregar a quem não precisa 

O governador de São Paulo, Márcio França, candidato à reeleição, propôs o tabelamento do preço do diesel (reduzido) e dos fretes (aumentado). [proposta estúpida e com absoluta certeza podemos assegurar que se o governador acreditar no acerto do que propõe NÃO TEM CONDIÇÕES de administrar nem um puteiro; 
causa: EXTREMA BURRICE, que vai lhe permitir ocupar, com mérito,  o posto de PIOR GOVERNADOR, que atualmente é ocupado por Rollemberg - governador do DF, a unidade da Federação em que a greve dos caminheiros acabou mas não terminou - o desabastecimento do DF no tocante a combustível, gás de cozinha e alguns gêneros alimentícios está pior do que durante a greve; ma maior parte dos postos filas enormes de veículos para abastecer e, postos sem combustível e sem previsão de chegada; 

voltando ao ignorante que governa São Paulo: o tabelamento em menor preço vai prejudicar os mais pobres e o tabelamento dos fretes, aumentando o custo, também prejudica os mais pobres, já que sempre repercutem no preço da mercadoria.
não sou economista mas sei disso e desafio qualquer um a dizer, e provar, que estou errado.]
Os governos já tabelaram muita coisa no Brasil — e o resultado foi sempre o mesmo: mercado paralelo, escassez e preços em alta. No caso, além desse precedente, há o fator Petrobras: a empresa não seria obrigada a operar no vermelho?

O governador respondeu: “Não dá para uma empresa brasileira, que também pertence aos brasileiros, querer pensar em dólar”.  Parece fazer sentido, mas é um equívoco enorme. Não se trata de “querer pensar”. O fato é que a Petrobras compra em dólar, vende em dólar, toma empréstimo e recebe investimentos em dólar. Não porque queira. Mas porque não tem como fazer isso tudo apenas em reais.  Na verdade, o governador apenas seguiu ideias, quer dizer, a opinião rala de que políticas “justas” não têm custo. E, no entanto, é claro: se a estatal tem prejuízo vendendo para alguns brasileiros, a conta vai acabar no bolso de outros brasileiros. 

Assim como ocorre com o esquema de preços do diesel, o esquema negociado. Serão reduzidos os impostos sobre o óleo diesel, e o governo federal vai subsidiar o combustível, ou seja, vai pagar parte do preço. Portanto, o governo, que está operando com déficit, vai arrecadar menos dinheiro e ter uma despesa a mais.  Vai daí que só tem duas possibilidades. Ou cobra impostos de outros setores ou gasta menos em obras e serviços que atendem outras pessoas.  Não pode aumentar impostos — reagem líderes políticos, assim respondendo a bronca de muita gente. O governo admite, e ministros garantem que não haverá aumento de impostos, mas redução de incentivos.

Incentivo, no caso, significa simplesmente o seguinte: o setor beneficiado paga menos imposto. Retirado ou reduzido o incentivo, o setor inevitavelmente vai pagar mais impostos — chamem isso como quiserem.  Por exemplo, o governo paga aos exportadores 2% do que vendem no exterior. Isso é justificado como o ressarcimento de impostos cobrados no processo de produção. Ok, digamos que é correto, que não se deve exportar impostos. Mas o caso permanece: se for retirado esse incentivo, o exportador vai pagar mais imposto para subsidiar o gasto do governo com o óleo diesel.  Em bom português: é retirar um subsídio para financiar outro subsidio. Ou, aumentar um imposto aqui para reduzir ali.

Exatamente como ocorre com a alegação de que haverá apenas “reoneração” da folha de pagamentos de vários setores industriais. Ora, reonerar com o quê? Com impostos que haviam sido eliminados.  Atenção, subsídios podem ser uma política social: tirar dinheiro de alguns, mais ricos, para financiar outros, mais pobres. Mas precisa ser uma política clara. Dizer que não tem custo é abrir caminho para práticas que tiram do mais pobre — aquele que paga os impostos de consumo e serviços — para entregar a quem não precisa ou que está no fim da fila.

BOA PROPOSTA
No meio de tantos equívocos, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apresentou uma proposta muito boa para o comércio de combustível. São nove pontos, destacando-se:
- permitir que produtores de álcool vendam diretamente aos postos;
- permitir que distribuidoras e refinarias sejam proprietárias de postos;
- fim da proibição de importação de combustível pelas distribuidoras;
- reduzir ICMS, mudando o sistema de cobrança;
- permitir os postos de autosserviço, como aqueles dos EUA, nos quais o próprio consumidor passa cartão e abastece.
Tudo para aumentar a competição e reduzir custos.

´NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. Mostrou também danos morais.
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A dona, diligente, havia conseguido algumas verduras e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma grande discussão. Uma senhora havia arrematado todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha restaurante. Não tinha. Observaram que a verdura acabaria estragada. Ela explicou que ia cozinhar e congelar. Então, foram ao ponto: caramba, havia outras pessoas na fila, ela não poderia levar só o que consumiria de imediato?

“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.

Compras exageradas nos supermercados, estoques domésticos, filas nervosas nos postos de combustível — teve muito comportamento na base de cada um por si.  Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportunistas. Governo fraco, cedendo, também vou buscar o meu — tal foi o comportamento de muita gente.



segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Cade deve condenar empresa de mais um irmão Batista





Empresa de José Batista Júnior, JBJ estaria burlando regras do Conselho e cometendo ato de concentração no mercado de carne bovina 

A ofensiva contra o grupo JBS não vai atingir apenas Joesley e Wesley da família Batista. Um irmão deles também deve ser afetado. A JBJ, de José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, deve ser penalizada até o fim do ano pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os conselheiros têm até o dia 4 de novembro para julgar se a aquisição do frigorífico Mataboi pela JBJ Agro, realizada em 2014, é válida ou não. Segundo ÉPOCA apurou, o resultado da votação será negativo para a empresa, referendando a nota técnica já expedida pela autarquia.

Alexandre Cordeiro, auditor de carreira da CGU e conselheiro do Cade é o relator dos dois casos  (Foto: Divulgação)
O Cade havia definido a regra expressa de que qualquer compra de plantel de abate bovino ativo por parte do grupo JBS seria proibida ou, em alguns casos de compra, comunicada ao órgão. Formalmente, a JBJ não tem nada a ver com a JBS. Entretanto, o Cade entendeu que a companhia de José Batista Júnior servia como uma tentativa de burlar tal determinação e, assim, continuar a prática da família de adquirir concorrentes. De acordo com nota técnica, caracterizou-se um “vínculo indireto e não-acionário entre os grupos JBS e JBJ, bem como elevada probabilidade de ajuste de interesse dos sócios por pertencimento ao mesmo núcleo familiar”.

Além dessa transação, que deverá ser anulada pelos conselheiros, o Cade viu indícios de prática de cartel pela empresa de José Batista Júnior no mercado de compra de gado bovino para abate nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. O caso foi distribuído na última quarta-feira (20), mas não há prazo para ser julgado.
O relator dos dois casos envolvendo a JBJ é o conselheiro Alexandre Cordeiro. 

Ele é o indicado do governo para assumir o posto de superintendente do Cade, cargo vago desde julho. Cordeiro é auditor de carreira da Controladoria-Geral da União, advogado e economista, mestre em Direito Constitucional, professor de Direito Econômico na Escola de Direito de Brasília (IDP) e professor visitante do Instituto Global Antitrust da Universidade George Mason, em Washington, nos Estados Unidos. 

Entretanto, caso seja confirmado no comando da superintendência, a relatoria nos dois casos ficará para seu sucessor na cadeira de conselheiro. Quem deve herdar a posição dele é a advogada Polyanna Ferreira da Silva Vilanova. Mas, por enquanto, a confirmação das duas indicações depende de aprovação após sabatina no Senado Federal. 

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Tasso Jereissati, ainda precisa escolher um responsável pela relatoria das nomeações e agendar a sabatina.
Procurada, a JBS informou por meio de nota que “não tem nenhuma relação com as operações da JBJ. O compromisso firmado com o Cade de comunicar ao órgão a compra ou arrendamento de plantas de abate de bovinos não tem nenhuma ligação com outras empresas do grupo J&F”. A JBJ reitera que não há nenhuma relação comercial com a JBS.

 Fonte: Revista Época