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terça-feira, 6 de agosto de 2019

VOCÊ VAI ENGOLIR MAIS ESTA PIZZA ASSADA EM BRASÍLIA?

Caro leitor,
Um dos episódios mais lamentáveis da política nacional pode ter um desfecho ainda pior do que o imaginado.  Você provavelmente se lembra da tentativa de fraudar a última eleição para a presidência do Senado:
Fonte: O Antagonista


Isso mesmo: alguma excelência depositou duas cédulas na urna instalada sobre a Mesa da Presidência do Senado, no plenário da Casa, durante a eleição transmitida pela TV para todo o país.

Ou seja: algum senador votou duas vezes.
O objetivo: tentar alterar o resultado da votação que definiria o nome do novo presidente do Congresso Nacional.
A tentativa de golpe foi descoberta e iniciou-se uma grande investigação.

Fonte: Crusoé

Encarregado de descobrir quem fraudara a votação, o corregedor do Senado, senador Roberto Rocha, prometeu investigar o caso a fundo, de forma rápida.
O corregedor prometeu ainda enviar as provas para a Polícia Federal.
Em pouco tempo, reuniram-se evidências robustas da autoria da fraude. Tem-se o nome do principal suspeito.

Mas…
O tempo passou e o mesmo Roberto Rocha, o xerife do Senado, apresentou um relatório afirmando que não havia provas suficientes para acusar nenhum dos seus pares.

Afinal, o que aconteceu?
O que o repórter Caio Junqueira revela agora é a trama construída nos bastidores de Brasília para engavetar as evidências e afastar qualquer punição:
Leia um trecho da reportagem exclusiva:
Roberto Rocha ainda era o corregedor do Senado e estava com a atribuição de descobrir o autor da fraude na eleição para a presidência da casa, quando chamou em seu gabinete, no 25º andar de uma das torres gêmeas do Congresso, o chefe da Polícia Legislativa, Alessandro Morales. Queria uma conversa reservada. (…) A conversa do corregedor com o chefe da polícia do Senado foi constrangedora. Roberto Rocha foi direto ao ponto. Ele pediu a Morales que sua equipe elaborasse uma perícia apontando que seria impossível culpar algum senador pela fraude. 

Àquela altura, no escuro, já estava decidido que seria melhor para o Senado jogar tudo para debaixo do tapete. Incomodado, Morales respondeu que não atenderia o pedido, levantou-se da cadeira e foi embora… A reportagem não esconde os nomes dos envolvidos: estão lá pesos-pesados da política, como Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Fernando Bezerra, líder do governo na Casa.

Transcrito Site: A Verdade Sufocada

 

sábado, 20 de abril de 2019

Para completar a humilhação e [Ninguém vai mais falar mal do STF]

Como reparar a lambança no Supremo




Não basta suspender a censura à reportagem da revista eletrônica Crusoé e do site O Antagonista sobre “O amigo do amigo do meu pai”, no caso o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, que à época dos fatos era o Advogado Geral da União no primeiro governo Lula.
Ninguém vai mais falar mal do STF

É preciso com urgência acabar com o inquérito aberto por Tóffoli e conduzido por Alexandre de Moraes sobre autores de fake news que tenham como alvo o Supremo, seus ministros e eventuais familiares. Porque da maneira como foi criado o inquérito é uma aberração jurídica. Simples assim.

Toffoli só pôde abri-lo porque se valeu de uma leitura para lá de absurda de suas atribuições. A escolha de Alexandre para presidi-lo desprezou o rito do sorteio que sempre foi respeitado no tribunal. Poderia ter sido sorteado qualquer um dos 11 ministros. Mas Toffoli quis Alexandre de Moraes, e ponto. Por quê? Porque os dois haviam combinado a manobra. Compartilhavam as mesmas intenções. Perseguiam os mesmos objetivos. De resto, Alexandre, além de juiz, no passado foi um policial. Durante parte do último governo de Geraldo Alckmin, em São Paulo, foi secretário de Segurança Pública.

É bem possível que os demais ministros recusassem a tarefa. O Supremo é a instância mais alta da justiça, o que significa a última a que se pode recorrer. Como ele poderia, pois, exercer ao mesmo tempo os papéis de investigar, oferecer denúncia e julgar por fim? Onde já se viu isso? Onde?  Justamente porque nunca se viu é que o tribunal tem agora pela frente um abacaxi de casca grossa e amargo para descascar. Toffoli e Alexandre foram humilhados ao recuarem da imposição da censura ao site e à revista. Nova humilhação os aguarda com o arquivamento do inquérito.

Como disfarçá-la ou torná-la mais suportável? Por enquanto, ninguém no tribunal tem a resposta. Alguma terá de ser arranjada para contornar uma das maiores lambanças da história da solene e austera figura que é o Supremo. [a única resposta adequada, apropriada, para corrigir a lambança é que a matéria seja decidida pelo Plenário, em sessão transmitida pela TV Justiça.

Com tal medida o STF repara a lambança e de tabela pode até estimular seus autores a optarem pela sempre presente possibilidade da renúncia ao cargo que ocupam.

Ou, no mínimo, adotarem a postura de sempre nas sessões plenárias optarem na hora do voto pela abstenção, ou dependendo da complexidade da matéria se valer da opção de faltar àquela sessão.]