Presidente participou de evento do Exército em Santa Maria (RS) na noite deste sábado (15)
Em evento do Exército em Santa Maria (RS) neste
sábado (15), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que armar a
população pode evitar golpes de Estado. "Nossa vida tem valor, mas tem algo com muito mais valoroso do que a
nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o
armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na
cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta. Temos
exemplo na América Latina. Não queremos repeti-los. Confiando no povo,
confiando nas Forças Armadas, esse mal cada vez mais se afasta de nós",
falou em pronunciamento. Ele não atendeu a imprensa.
O presidente participou neste sábado (15) da Festa Nacional da
Artilharia (Fenart), no 3º Grupo de Artilharia de Campanha
Autopropulsado, que celebra o aniversário do marechal Emílio Luiz
Mallet, seu patrono. Bolsonaro assistiu a uma encenação da Batalha de Tuiuti, de 1866,
durante a guerra do Paraguai, vencida pela Tríplice Aliança (Brasil,
Uruguai e Argentina). A apresentação contou com tiros, cavalos, luzes,
narração e soldados com os uniformes da época. Com ares de superprodução, a encenação foi acompanhada pela orquestra da
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) que interpretou a trilha ao
vivo, incluindo a música de abertura do seriado "Game of Thrones".
Na chegada, os convidados foram recepcionados por soldados com os
uniformes usados na Guerra do Paraguai em acampamento cenográfico com
direito a churrasco e chimarrão. Antes, Bolsonaro deu tapas em um "pixuleko" e depois o jogou para cima. O
boneco com a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido
como presidiário foi entregue por um apoiador que estava com o grupo que
o recepcionou na chegada na base aérea da cidade. O presidente foi
acompanhado por carreata até o evento do Exército.
O presidente volta a Santa Maria 26 anos depois de ser considerado "persona non grata" da cidade. Em junho de 1993, por unanimidade, os vereadores aprovaram moção de
repúdio contra Bolsonaro, na época deputado federal, por ter defendido o
fechamento do Congresso e a volta da ditadura em uma entrevista ao
jornal A Razão. A moção nunca foi revogada. O caso foi relembrado na
última semana pelo jornal Zero Hora. Desde a tarde, simpatizantes do presidente o aguardavam para uma
carreata. Em frente ao 3º Grupo de Artilharia de Campanha
Autopropulsado, Regimento Mallet, pessoas vestiam roupas nas cores verde
e amarela e seguravam bandeiras do Brasil. Apoiadores levaram cadeiras e
chimarrão para esperar o presidente na praça que fica em frente ao
regimento.
Além de Bolsonaro, estavam presentes os ministros e o general Edson Leal
Pujol, comandante do Exército Brasileiro, e o general Geraldo Antônio
Miotto, do Comando Militar do Sul. "Precisamos, mais que um parlamento, o povo ao nosso lado para que
possamos impor uma política que reflita em paz e alegria para todos
nós", disse no evento.
SANTOS CRUZ
Mais cedo no sábado, em Brasília, Bolsonaro comentou a demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo. "Todo mundo pode ser [demitido]. Muita gente se surpreendeu com a saída
do general Santos Cruz. Isso pode acontecer. Muitas vezes, a separação
de um casal você se surpreende: 'Mas viviam tão bem!'. Mas a gente nunca
sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada um seja feliz da
sua maneira". O presidente não deu detalhes sobre o que motivou a saída
de Santos Cruz, demitido na quinta (13).
Em seu lugar assumirá o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. À
frente do Comando Militar do Sudeste desde maio de 2018, Ramos comandou a
Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) de
2011 a 2012. Como novo chefe da Secretaria de Governo, integrará a ala militar do
Planalto, [por enquanto o general Luiz Eduardo é o único general, quatro estrelas,da ativa, na ala militar do Planalto.] composta também por Heleno, o vice-presidente, Hamilton
Mourão, e os generais Otávio Rêgo Barros, porta-voz, e Floriano Peixoto,
chefe da Secretaria-Geral da Presidência.