O grande mudo quebra o silêncio
Ao contrário do
seu antecessor, o general Eduardo Villas Bôas, que gostava de falar e
que pelo menos uma vez pressionou o Supremo Tribunal Federal para que
negasse habeas corpus pedido por Lula, o general Edson Leal Pujol pôs
uma trava na língua desde janeiro passado quando assumiu o comando do
Exército.
Em julho, baixou uma
norma para frear o ativismo político de soldados e oficiais nas redes
sociais. Vinculou suas manifestações ao que está “fielmente prescrito no
Estatuto dos Militares e no Regulamento Disciplinar do Exército”. E
para dar o bom exemplo, fechou suas contas no Twitter e no Facebook.
Quando o presidente
francês Emmanuel Macron criticou o governo brasileiro por causa das
queimadas na Amazônia, e Villas Bôas, agora como assessor do Gabinete de
Segurança Institucional da presidência da República, falou em “ameaça
de guerra”, Pujol tirou por menos. Disse à saída de uma visita ao
Congresso:
– A França é um país de tradição de liberdade e de democracia. Certamente não há motivos para nós nos sentirmos ameaçados.
Pois bem: às vésperas de
mais um aniversário da Proclamação da República, o mudo voltou a falar.
Numa curta ordem do dia com apenas sete parágrafos, valeu-se três vezes
da palavra “profissão” ou “profissionalismo” para caracterizar e exaltar
a missão do Exército.
Proclamação da República - 15 de novembro
Íntegra do texto publicado no site Exército Brasileiro
Braço Forte - Mão Amiga
Na história
nacional, vemos a presença dos militares do Exército Brasileiro nos
momentos mais significativos da Pátria.Assim, destacamos que, desde as
Batalhas de Guararapes, o soldado participou da formação do País,
especialmente na definição dos destinos da Nação com a Proclamação da
Independência em 1822.
Nos anos anteriores à Proclamação da
República, o Império de D. Pedro II começava a perder suas bases
econômicas, sociais e militares. A aristocracia cafeeira sentiu-se
prejudicada na questão escravista, sobretudo com o fim da escravidão, em
1888, impulsionando o movimento republicano. O imperador viu se
envolvido na questão religiosa, rompendo com o importante apoio da
Igreja Católica, ao interferir, por meio do padroado, nas decisões
papais.
Após a campanha vitoriosa da Tríplice
Aliança, observou-se a indiferença do Segundo Reinado com os feitos
heróicos dos militares, ocasionando o distanciamento das lideranças da
caserna em relação à monarquia e a inevitável aproximação com as ideias
propagadas pelo positivismo, que defendia a república como forma de
governo.
Na capital do País, Rio de Janeiro, os
republicanos insistiram para que o Marechal Deodoro da Fonseca liderasse
o movimento da Proclamação da República, cuja decisão foi tomada no dia
14 de novembro de 1889. Dessa forma, o Marechal Deodoro liderou as
ações na ocupação do Quartel-General do Rio de Janeiro e do Ministério
da Guerra, ocasionando a destituição do Visconde de Ouro Preto e do seu
gabinete ministerial, na tarde do dia 15 de novembro de 1889, na Câmara
Municipal, e a consequente Proclamação da República, inaugurando-se o
regime de governo republicano no Brasil.
A servidão de soldado pela liberdade,
independência e evolução do País permanece nos dias atuais e
consolida-se na sua nobre missão da defesa da Pátria, da garantia dos
Poderes Constitucionais, da lei e da ordem e do desenvolvimento
brasileiro, honrando o lema da República de “Ordem e Progresso”.
Dessa maneira, ao comemorarmos a
Proclamação da República, exaltamos o papel do soldado brasileiro,
componente essencial à continuidade do futuro esplendoroso da nossa
Nação, que compartilha alegrias e dores, sonhos e conquistas com o seu
povo. Com isso, nos quatro cantos do imenso território nacional,
afirmamos que o militar do Exército Brasileiro, homem ou mulher,
pertence a uma instituição de Estado, coesa e totalmente integrada à
sociedade, que está em constante evolução e preserva os mais fortes
sentimentos de orgulho por sua Pátria.