A homossexualidade é o novo
apartheid de África, denunciam cientistas
Relatório da Academia de Ciências da África
do Sul faz pedagogia para os políticos do continente, onde esta forma de
sexualidade é proibida em 37 países.
África e o Médio
Oriente são as regiões do mundo mais hostis à homossexualidade, onde a atração sexual pelo mesmo sexo pode ser punida pela morte. Mas no continente africano,
sobretudo, tem-se verificado uma
tendência crescente para a criminalização dos homossexuais, com uma
argumentação que se baseia na condenação
de comportamentos “não naturais",
que fazem lembrar os que, noutro contexto, foram usados para justificar a
separação das raças do apartheid, escrevem os autores de um relatório da
Academia de Ciências da África do Sul.
(...)
Os seus
destinatários são os políticos de países como o Uganda, a Nigéria, ou a Gâmbia,
que foram protagonistas da tendência crescente verificada nos últimos seis a
sete anos em vários países africanos para aprovar novas
leis que criminalizem a homossexualidade, ou para o reforço da aplicação da
legislação já existente. Criando fronteiras e linhas vermelhas como
outrora se criaram leis contra casamentos entre pessoas de cores diferentes,
considerando que o sexo entre “raças”
diferentes não é natural e seria um perigo para a saúde pública – e, logo, um
crime contra natura, explicam os autores do relatório.
Por
exemplo, que a homossexualidade “é socialmente contagiosa”. É através
desta “recruta” que a
homossexualidade se reproduz, uma vez que não tem bases inatas ou biológicas. Uma das formas mais eficazes de recrutar novos homossexuais é
captar crianças e adolescentes – por
isso são precisas leis severas para salvaguardar as crianças e proteger as
famílias. E como a homossexualidade não é “natural”, não
tem uma base biológica, os atos sexuais com pessoas do mesmo sexo
representam perigos para a sua saúde, tanto para aqueles que participam nesses atos
como para a comunidade em geral. Portanto, novas proibições vão melhorar a
saúde pública.