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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A incrível e triste história de Dilma Rousseff e do seu PT desalmado. Trinta e cinco anos de empulhação. Bendine é o grande seca-pimenteira de ações de estatais.



A generala em seu labirinto. Ninguém escreve à governanta. Tempos de cólera.
Que puta coisa triste! Relato de uma náufraga. Crônica de uma morte anunciada… Helôôô!!!
Fui parodiando ou listando títulos de livros do esquerdista Gabriel García Márquez, morto no ano passado. Foi-se o último comuna de butique alfabetizado. O escritor colombiano se tornou notável pelo chamado realismo mágico, que tanto encantou a crítica europeia. Sempre pareceu à intelectualidade do Velho Mundo que aquela soma de irracionalidade, sensualismo, violência e fetichismo era a cara da América espanhola. O Brasil, de herança portuguesa, fica um pouco fora desse registro.


Val, uma mulher rica, pode ser agora a garota-propaganda das bombas da Petrobras. É o PT na era do socialismo socialite “que agrega”…
 
Mas agora não mais. A escolha de Aldemir Bendine, que já chegou a ser um virtual demitido do Banco do Brasil há quatro meses, para presidir a Petrobras dá conta, a um só tempo, da estupidez política de Dilma, de sua solidão e, não é menos verdade, de seu espírito autoritário. As ações da empresa despencaram. Aliás, Bendine é o grande seca-pimenteira de ações de estatais. Quando foi escolhido para o BB, os papéis do banco caíram mais de 8%. Enquanto escrevo, as da petroleira mergulharam mais 6% — isso depois de uma sequência de desastres.

Queriam o quê? Ele foi escolhido porque é petista. E só. É um agrado que Dilma faz a alguns setores do partido. É como se, à beira do abismo, a companheirada se agarrasse à estatal, deixando claro que, se afundar, leva a empresa junto.

A má notícia não vem desacompanhada. O “sócio controlador”, que é o governo, confirmou, entre outros, os seguintes nomes para o Conselho, uma verdadeira plêiade de patriotas: Guido Mantega, Maria das Graças Foster, Luciano Coutinho e Miriam Belchior. Ah, sim: Mantega preside. Vocês acham o quê? Exceção feita a Coutinho, cuja alma talvez possa se salvar depois de muita contrição, os outros têm uma bela história de incompetência e desastres em suas respectivas áreas de atuação.

Levy perde
Mais: a nomeação de Bendine deixa claro que Joaquim Levy, o ministro da Fazenda, está podendo bem menos do que supõem alguns nefelibatas. Está na cara que Dilma está jogando nos seus ombros a conta do ajuste recessivo da economia, fazendo com que encarne o demônio e alguns liberais acham intelectualmente divertido esse papel —, mas não está disposta a dividir com ele aquilo que considera realmente importante.

Bendine não conseguiu explicar até hoje um empréstimo de R$ 2,7 milhões que o BB concedeu a Val Marchiori, a Valdirene,  amiga íntima do presidente. Ela chegou, aliás, a participar de eventos como contratada da área de marketing do banco — ou algo assim… Entendo! Se há uma figura no país que agasalha o trabalho duro e o empreendedorismo, é a Valdirene.

A moça não se fez de rogada e já tornou pública sua mensagem a seu amigo íntimo, onde se percebe até certo patriotismo jacobino: “Desejo sorte ao novo presidente da Petrobrás! Que ele consiga restabelecer a confiança de nós brasileiros na instituição com a qual hoje estamos decepcionados”. Mal posso esperar para ver Val, a mulher rica, segurando uma mangueira dos postos Petrobras, indicando que o Brasil mudou de fase, entrando na era do socialismo socialite.

É o outono do PT. Essa é a única boa notícia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo