EUA enchem Janot de
provas e Petrolão já preocupa Lula e seus amigos, rumo à desgaste total de
Dilma
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, retorna ao
Brasil na quinta-feira repleto de informações passadas pelo Departamento de
Justiça dos EUA sobre a "Car Wash" (como eles chamam por lá a Lava
Jato daqui). Nos bastidores do Judiciário, circulavam ontem informes de que
Janot teve acesso a gravações comprometedoras feitas pela espionagem
norte-americana que investiu pesado no Petrolão. No entanto, "grampos"
de telefone e e-mail não serão usados como provas nos processos. Graves são os
documentos que incriminam políticos e que provam erros concretos cometidos por
diretores e conselheiros da Petrobras ferindo a legislação norte-americana
contra corrupção no mercado de capitais.
Os investidores norte-americanos prosseguem nos processos
contra a Petrobras. O procurador-geral do estado americano de Ohio, Mike
DeWine, anunciou que, em nome dos aposentados do setor público estadual,
apresentou uma ação contra a petrolífera por violação das leis federais do mercado de
capitais. DeWine informou que os fundos de pensão dos estados de Idaho e Havaí
também se uniram à ação, apresentada à corte distrital de Nova York. A cidade
americana Providence, em Rhode Island, também está acionando a petroleira
brasileira na Justiça. Os processos nos EUA afetam diretores e conselheiros da
Petrobras, incluindo Dilma Rousseff, que presidiu o Conselhão da estatal. É
alto o risco de condenações a pesadas multas e até penas de prisão. O caso está
com o juiz Jed Rakoff, com fama de durão.
Janot e os promotores da força-tarefa da Lava Jato só
voltam ao Brasil menos pressionados que os 33 (ou mais?) políticos que passarão
um carnaval dos infernos por aqui, temendo a provável denúncia na Quarta ou
Quinta-feira de Cinzas. A cada novo depoimento na 13a Vera Federal em Curitiba,
O Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva, sua Presidenta Dilma Rousseff e os
aloprados do PT entram em desespero máximo. Indícios bem concretos já começam a
ligar pessoas muito próximas a ele com o escândalo. Uma delas é o documento do
Banco Central, vazado pela revista IstoÉ, comprovando que o amigão José Carlos
Bumlai contraiu um empréstimo irregular de R$ 12 bilhões junto ao falido banco
da construtora Schahin, em troca de contratos suspeitos com a Petrobras.
Lula também ficou pt da vida novamente com a ex-gerente da Petrobras, Venina da Fonseca, que voltou a dizer que foi advertida pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de que suas denúncias iriam derrubar o ex-Presidente da República e o então presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Em depoimento, sexta-feira passada, no processo envolvendo réus ligados a Galvão Engenharia, Venina foi pressionada pelo advogado de defesa do doleiro Alberto Youssef a lembrar a conversa com Costa em 2008, cotada por Venina na entrevista de dezembro ao programa Fantástico, da Rede Globo. Na versão, Venina teria ouvido de Costa, apontando para o retrato de Lula, o desabafo: “Você quer derrubar todo mundo?”.
Venina repetiu no depoimento ao juiz Sérgio Fernando Moro: " Aí eu falei com ele o seguinte: 'ele já fez, não tem como eu agora chegar e falar 'vamos esquecer o que aconteceu e vamos realmente trabalhar diferente daqui pra frente''. Existia um fato concreto que tinha que ser apurado e que tinha que ser investigado. Aí neste momento ele ficou muito irritado comigo. A gente estava sentado numa mesa da sala dele, ele apontou pro retrato do Lula, apontou também pra direção da sala do Gabrielli e me perguntou: 'você quer derrubar todo mundo?' Aí eu fiquei assustada e falei pra ele assim: 'olha, eu tenho duas filhas, eu tenho que colocar a minha cabeça num travesseiro e dormir, e no outro dia de manhã eu tenho que olhar nos olhos dela e não sentir vergonha".
Além da Lava Jato, os políticos brasileiros ficaram encagaçados com a investigação realizada por 154 jornalistas de 45 países e batizada de “SwissLeaks”. A apuração do ICIJ (The Internacionational Consortium of Investigative Journalists) revelou que o Brasil ocupa a quarta posição em número de clientes com passaporte ou nacionalidade brasileira envolvidos num vasto sistema de evasão de divisas aceito pelo banco HSBC britânico através de sua filial suíça. Nada menos que 8.667 clientes tinham algum vínculo com o Brasil, sendo 55% com a nacionalidade brasileira. Os documentos vazados por um ex-funcionário da área de informática do banco mostram ainda que o Brasil é o nono país em volume de dinheiro associado a contas no paraíso fiscal, com um total de US$ 7 bilhões no período analisado, entre 2006 e 2007.
O dia promete ser eletrizante com a decisão sobre a provável revogação da liberdade a Renato Duque. O ex-diretor da Petrobras deve retornar à prisão que o criativo humorista governista Paulo Henrique Amorim batizou de "Guantánamo de Curitiba". Para piorar, vem aí, da Itália, a decisão sobre a extradição ou não de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, condenado na Ação Penal 470, do Mensalão. Se o cara retornar, o inferno petista terá aumentos substanciais de temperatura e pressão. Ainda mais no momento em que o "Impeachment de Dilma" caiu na boca do povo - como bem ironizou ontem um ex-petista, o senador Cristovam Buarque, do PDT, partido que faz parte da base aliada.
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão