Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Ohio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ohio. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Por que as consultorias em diversidade estão tomando conta das empresas - Gazeta do Povo

Ideias - Omar Godoy
 
Militância corporativa
 
 
Críticos afirmam que os programa de DEI não funcionam na prática e podem estimular um pensamento homogêneo e conflitos internos nas empresas e instituições.| Foto: Bigstock
 
Todos os anos, o Big Brother Brasil ajuda a popularizar carreiras que até então não eram tão conhecidas do grande público
Foi assim com os DJs, sushimen, influencers, lutadores de MMA, designers de unhas, hipnólogos, instrutores de crossfit, drag queens, etc. Em 2023, a participante de Osasco (SP) Sarah Aline trouxe à tona uma atividade em franco crescimento no país: ela é analista de diversidade.

O nome parece retirado de um esquete de humor, mas a possibilidade de ingressar na nova profissão vem atraindo um número cada vez maior de psicólogos, educadores jornalistas, publicitários e toda a sorte de ativistas e militantes. Só no LinkedIn, rede social de buscas por empregos, são mais de seis mil vagas abertas na área – que, em resumo, consiste em incluir e promover grupos minorizados e sub-representados nas organizações.

Nos Estados Unidos, no entanto, a chamada indústria de DEI (diversidade, equidade e inclusão) passa por um momento de reavaliação e desconfiança. Inclusive por parte dos próprios especialistas desse mercado, que movimenta mais de U$ 8 bilhões por ano, segundo a consultoria McKinsey. Para os críticos, a maioria dos programas de DEI são apenas performáticos e não funcionam na prática. E o pior: podem estimular um pensamento homogêneo e conflitos internos nas empresas e instituições.

Autora de livros como ‘DEI Deconstructed’ e ‘Reconscruting DEI’, a analista e estrategista Lily Zheng se tornou uma das principais vozes dissonantes emergidas das entranhas do setor. Em entrevistas e artigos divulgados na imprensa e nos meios acadêmicos norte-americanos, ela destaca o rápido crescimento da área nos últimos três anos (impulsionado por acontecimentos como a pandemia e a comoção em torno do assassinato de George Floyd) e garante que as consultorias criam um impacto momentâneo, mas não trazem resultados a longo prazo.

Para a autora, organizações públicas e privadas, incluindo universidades, estão gastando rios de dinheiro sem definir metas claras, planos estratégicos e ferramentas para medir o sucesso dos programas de DEI – implantados de forma arbitrária e oferecidos por empresas que prestam serviços praticamente idênticos. Zheng ainda faz alertas com relação a alguns efeitos colaterais causados por consultorias e treinamentos desenvolvidos de forma apressada e com poucos critérios. Um deles dá conta da reação negativa e da falta de envolvimento por parte de funcionários pertencentes aos grupos ditos privilegiados. “Mesmo entre os líderes brancos que se preocupam com o trabalho de DEI, há uma parcela de 70% que simplesmente não participam dos processos porque sentem que os consultores não os querem por perto. E sabemos que atribuir culpa e vergonha às pessoas não funciona”, explica a analista em um ensaio publicado no site da Harvard Business Review.

Também chama a atenção o caso da pedagoga e professora negra Tabia Lee. Contratada para ser a diretora de Equidade, Justiça Social e Educação Multicultural da faculdade comunitária De Anza, na Califórnia, ela foi desligada pouco tempo depois de assumir a função, por questionar a “ortodoxia antirracista” adotada pela instituição. “Fui demitida por fazer perguntas”, alega Lee, chamada (pasmem!) de “supremacista branca” por colegas de um grupo organizado de docentes assumidamente socialistas.

A pedagoga relata que seu calvário de cancelamento começou com a recusa a usar termos de gênero neutro em documentos e nas conversas cotidianas. Em outro desentendimento interno, ela contestou a grafia da palavra “negro” sempre com a primeira letra maiúscula – enquanto “branco” aparecia só com minúsculas. O estopim aconteceu quando Lee não reconheceu o espaço do campus como terra indígena pertencente a uma tribo da região.

Diante de controvérsias como esta, governadores de estados como Flórida, Ohio e Texas iniciaram um processo de interrupção de investimentos em programas de DEI nas universidades públicas. Muitos dos cortes são justificados a partir de estudos realizados por ONGs voltadas para a defesa da liberdade de expressão – uma pesquisa recente da entidade FIRE, por exemplo, mostra que mais de 80% dos alunos admitem se autocensurar em sala de aula com medo de serem prejudicados por professores com posicionamentos radicais de extrema esquerda.

Ou seja: a reação à cultura do DEI nos Estados Unidos vai além das críticas à falta de foco das organizações e dos bilhões desperdiçados em ações de utilidade duvidosa. A preocupação, agora, é que programas aparentemente inofensivos estejam servindo como porta da entrada para a introdução de ideologias radicais até nas companhias mais tradicionais do país.

Vide o caso recente da Chick-fil-A, cadeia de lanchonetes fundada em 1946 no estado da Georgia. Com cerca de 2, 5 mil unidades, a marca ficou conhecida não apenas por seus sanduíches de frango produzidos à moda antiga e pela capacidade de se espalhar por todas as regiões dos EUA. Sua imagem junto ao público sempre foi associada às convicções cristãs do fundador da rede, Samuel Truett Cathy, morto em 2014. Ligado à igreja batista, ele instituiu o fechamento das lojas aos domingos e doava recursos para entidades defensoras do casamento entre homens e mulheres, entre outras iniciativas coerentes com suas crenças.

Mas os valores de Cathy tendem a ser esquecidos rapidamente. No final de maio, a companhia anunciou a criação de uma “vice-presidência de diversidade, equidade e inclusão” – algo impensável nos tempos do velho Samuel e uma prova de que as empresas estão sendo fortemente pressionadas a se alinhar com o ideário esquerdista.

Uma imposição que já chegou na Aeronáutica (que atualmente conta com quatro consultores de diversidade remunerados com salários milionários) e até na área da saúde (o Colégio Americano de Cirurgiões contratou a peso de ouro um guru de DEI para ensinar os médicos a “combater o racismo nas cirurgias”).

Mercado aquecido no Brasil 

Sempre atrasado no que se refere aos modismos corporativos, o Brasil ainda está entrando na onda dos treinamentos e consultorias de DEI. “Já superamos a fase em que as empresas viam a inclusão como algo filantrópico, assistencialista. Muitas lideranças agora entendem que uma equipe formada por pessoas diversas, com backgrounds diferentes, pode oferecer soluções mais criativas para o desenvolvimento dos negócios”, diz Tiago Alves Pereira, consultor de Diversidade e Inclusão do Instituto de Identidades do Brasil (ID_BR).

Mas Pereira reconhece que, por enquanto, a maioria das companhias busca implantar esse tipo de programa para lidar com alguma crise de imagem junto ao público (especialmente por conta de denúncias em redes sociais) ou processo na Justiça. Há, ainda, empresas interessadas em abrir seu capital na bolsa de valores – e, para estarem aptas a receber investimentos, devem seguir regras voltadas para o aumento da diversidade de gênero e da representatividade de grupos minorizados em seus times.

Uma das fundadoras da Diversifica, um “escritório de projetos em diversidade, equidade e inclusão” com sede em Belo Horizonte, Samara Barbosa reconhece que o setor ainda enfrenta problemas como a falta de métricas para avaliar resultados. Também admite que há poucos profissionais no mercado devidamente especializados. “Nossa equipe é formada por pessoas que, de alguma forma, vieram do ativismo social. Mas nossa regra é: não dá para militar dentro das empresas”, garante.

Com um histórico de clientes que inclui mais de 40 organizações de todo o país, a Diversifica e seus analistas atuam em várias frentes de trabalho – de processos seletivos à mentoria de lideranças, passando por media training (preparação de executivos para atuar como porta-vozes), mapeamentos, integração de novos colaboradores, planejamentos estratégicos e até atividades de “cliente oculto” (técnica em que profissionais treinados se passam por pessoas comuns e testam a qualidade do atendimento de empresas e instituições).

A gigante de tecnologia Intel contratou a Diversifica há cerca de dois anos, após analisar propostas de outras dez consultorias (uma prova de que o mercado está realmente aquecido por aqui). Segundo Carolina Prado, gerente de comunicação da companhia para a América Latina e coordenadora de um comitê interno de DEI, a diversidade é um dos valores da multinacional, cuja estrutura organizacional global inclui uma diretoria independente criada exclusivamente para tratar das questões relacionadas ao tema.

Questionada sobre a eficácia dos programas junto aos 100 funcionários da Intel no Brasil, Carolina acredita que um dos caminhos para o sucesso é fazer que os colaboradores egressos de grupos privilegiados também “se sintam pertencidos”. E cita outra ex-BBB negra e militante, Lumena Aleluia, como exemplo a não ser seguido. “Gosto da Lumena, mas ela usava uma linguagem muito específica”, diz – fazendo, sem perceber, um contraponto entre sua agressividade no estilo “dedo na cara” e o tom apaziguador que marcou a participação de Sarah Aline no reality show.

Omar Godoy - Gazeta do Povo - Ideias

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Biden finge ser Churchill - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Não sou daqueles que consideram a ajuda ocidental a Zelensky na guerra contra a Ucrânia um equívoco. Sim, o teatro liderado pelo ator que virou presidente me incomoda pelo excesso de holofotes. Sim, consigo enxergar o jogo globalista nisso tudo.  Mas não, Putin não é a melhor alternativa, tampouco uma espécie de salvador dos valores cristãos. É um tirano psicopata que invadiu uma nação que, ainda com defeitos, pretende ser livre. Ficar indiferente nesse conflito conflagrado pelo regime russo é um erro, portanto.

Joe Biden é um presidente muito ruim, não resta dúvidas. Mas, gostemos ou não, ele é o líder do mundo livre, do Ocidente. Durante a Guerra Fria, Jimmy Carter já foi esse líder, e era péssimo também. Mas nem por isso ficaríamos indiferentes em relação aos soviéticos.

Logo, acho que cabe ao Ocidente contribuir na defesa ucraniana. A direita americana, em parte, condena a ajuda financeira do governo Biden e, acima de tudo, a questão das prioridades. 
O presidente ignorou o descarrilhamento do trem em Ohio e a consequente explosão tóxica, como tem ignorado a crise sem precedentes na fronteira do sul do país. 
São críticas legítimas, mas não anulam a importância de ajudar a Ucrânia.
 
Tal ajuda atende a três objetivos: 
1. deixar claro que invasão a países aliados terá graves consequências, para dissuadir pretensões imperialistas chinesas em Taiwan; 
2. desmantelar a força bélica russa, ainda um inimigo relevante na Guerra Fria 2.0 em curso; 
3. preservar o livre fluxo de comércio no mundo, já que a OTAN, sob a liderança americana, representa o xerife global.

Toda essa longa introdução é só para atestar que vejo vantagem na ajuda americana ao presidente Zelensky. Daí a aplaudir a visita de Biden ao país como algo histórico e corajoso vai uma longa distância, que separa os analistas dos militantes democratas. A mídia mainstream, um braço do Partido Democrata, vem tratando a ida de Biden como um ato histórico digno de JFK em Berlim ou Churchill na Segunda Guerra. Menos...

Biden demorou um ano para agendar essa ida, quando vários líderes ocidentais já pisaram em Kiev. O teatro foi forçado demais, com direito a um presidente de óculos escuros no estilo Maverick circulando pelas ruas quando, pasmem!, as sirenes de alerta de ataque dispararam. 
Até um repórter da CNN confessou que estava no país há cinco dias e foi a primeira vez que escutou a sirene. 
 Uma baita "coincidência" ser justo no momento em que Biden caminhava com Zelenesky!

O governo americano, ainda por cima, chegou a comunicar os russos da ida de Biden, para não produzir qualquer incidente entre os dois países. Imagine um ataque russo alvejar o presidente dos Estados Unidos! Seria a Terceira Guerra Mundial para valer, e ninguém quer isso.

 Logo, Biden fez de tudo para realizar uma viagem tranquila e segura, além de tardia. Ver heroísmo e excesso de coragem nisso é simplesmente absurdo.

No fundo, o presidente amarga taxas baixas de aprovação, ainda perto de 40%. A inflação segue elevada, a economia patina, a gestão é medíocre. A ida de Biden a Kiev neste momento mira basicamente o mercado político interno. Até porque aos olhos de Putin vai soar como provocação, e em algum momento o Ocidente terá de oferecer algo ao ditador russo para encerrar o conflito.

Biden não é o novo Winston Churchill, e a narrativa midiática que tenta produzir tal efeito é patética. Não obstante, a Ucrânia merece o apoio americano, mesmo com seus vários defeitos. E claro: todo escrutínio sobre o destino dos bilhões emprestados é necessário, pois sabemos se tratar de um país com muita corrupção e com elos suspeitos com a própria família Biden.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O estado americano onde médicos podem receitar ivermectina e outros - Mundialista

Vilma Gryzinski - Veja

É o Nebraska e decisão foi do secretário da Justiça; Brasil, Estados Unidos e Índia são quase únicos países onde esses tratamentos 

 A discussão nem existe em boa parte do mundo, mas onde existe pega fogo – sem falar em desdobramentos políticos explosivos, como está acontecendo no Brasil. Nos Estados Unidos, a politização é similar à do Brasil: de forma geral, direita a favor da ivermectina e da hidroxicloroquina, centro e esquerda contra, como se fosse uma partida de futebol.

Como os estados americanos têm grande autonomia, mais até do que no sistema federativo brasileiro, os tratamentos alternativos foram liberados na semana passada no Nebraska por decisão do secretário da Justiça, Doug Peterson. A decisão decorreu de um pedido da diretora da área médica do estado, baseada no argumento de que médicos e consumidores estão sendo inundados com informações sobre os tratamentos em questão e “pode ser difícil discernir a qualidade ou a validade dessa informação”.

Como no Nebraska cabe ao secretário da Justiça a palavra final sobre a penalização de médicos caso fujam dos padrões admitidos, coube Peterson se pronunciar. “Baseado na evidência que existe atualmente, o mero fato da prescrição de ivermectina ou hidroxicloroquina para a Covid-19 não resultará na abertura de ações disciplinares”, escreveu Peterson, ressalvando que os pacientes precisam consentir no tratamento e os médicos não podem receitar doses excessivamente altas ou sem se informar sobre os outros medicamentos tomados pelos doentes."Permitir aos médicos que considerem estes tratamentos precoces vai liberá-los para avaliar instrumentos adicionais que possam salvar vidas, manter os pacientes fora dos hospitais e aliviar o nosso já sobrecarregado sistema de saúde”.

É claro que é uma decisão sujeita a um altíssimo nível de debate. Associações de médicos e farmacêuticos dos Estados Unidos, além da FDA, a agência reguladora do governo, são contra o uso off label dos remédios.  A FDA inclusive tentou fazer humor com o assunto, em agosto, com um tuíte de gosto discutível: “Você não é cavalo. Você não é vaca. Parem com isso, pessoal”.

A ideia, equivocada, era dizer que a ivermectina é um vermífugo de uso veterinário. Na verdade, o que estava acontecendo é que o antiparasitário para uso humano havia acabado em algumas regiões americanas e pessoas mal informadas estavam comprando a versão para uso na desvermifugação de animais de criação.

(.........)

Como no Brasil, médicos divergem radicalmente sobre os tratamentos e os adversários procuram qualificar como “minoria marginal” os que os prescrevem. Segundo um levantamento da Scientifc American, o número de receitas de ivermectina emitidas semanalmente em agosto passado foi de 88 mil, em comparação com 3 900 no mesmo período de 2019. Detalhe: o vermífugo não é administrado em hospitais públicos do Nebraska, estado governado por Pete Ricketts, um republicano mais conhecido porque sua família é dona do Chicago Cubs, um time de beisebol.

Ricketts promove a vacinação (mas não a sua obrigatoriedade) e seu estado tem uma boa posição no combate à Covid-19: está entre os dez com taxa de mortalidade mais baixa. Defensores dos tratamento off label mencionam a Índia como exemplo de sua eficácia. A Covid-19, que atingiu proporções épica entre março e abril no segundo país mais populoso do mundo, realmente teve uma queda drástica, mas o uso da ivermectina e da hidroxicloroquina deixou de ser recomendado no fim de setembro pelo Conselho de Pesquisas Médicas pela Força-Tarefa Nacional para a Covid-19.

Nos Estados Unidos, os mais conhecidos médicos a favor da ivermectina estão reunidos num grupo chamado Aliança de Cuidados Críticos para a Linha de Frente da Covid, criada pelos intensivistas Pierre Cory e Paul Marik.  Kory já chamou a ivermectina de “remédio miraculoso” e defendeu seu uso em todos os estágios da infecção. De “médico respeitado”, Kory foi banido para o território dos curandeiros. Acabou deixando seu emprego no centro médico da Universidade de Wisconsin “porque não estavam me deixando ser médico”.

“Diria que eu e Marik somos provavelmente os maiores especialistas do mundo no uso da ivermectina para a Covid”, disse ele, nada modestamente, a Joe Rogan, comediante que teve a doença e fez o tratamento alternativo.

(............)

Os argumentos contra são muito mais frequentes e embasados. Mas é possível desprezar os médicos que apostam suas carreiras e reputações na hipótese a favor? Por que fariam isso se não fosse a convicção de que assim podem combater uma doença tão perversa?

Ruim é quando a divergência atinge tal nível que acaba num caso como o acontecido em Ohio. A mulher de um paciente há três meses em UTI, com Covid, conseguiu na justiça autorização para que a ivermectina receitada por um médico particular fosse administrada a a ele. Um juiz embargou a autorização em instância superior. Jeffrey Smith acabou morrendo aos 51 anos. Ninguém ganhou nada.

Blog Mundialista - Vilma Gryzinski - VEJA - Leia MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

O atentado silencioso - Guilherme Fiuza

Gazeta do Povo - VOZES

No dia 11 de setembro de 2001 o mundo achou que estava acabando. Ou pelo menos que estava chegando ao fim um determinado tipo de civilização. Aqueles aviões atirados contra prédios imensos em Nova York talvez não existissem, até então, nos piores pesadelos. E as notícias em tempo real indicavam que havia outros aviões sequestrados e prontos para ser usados também como dardos gigantes – a exemplo de outro que já explodira contra o Pentágono.


Foto: Big Stock

Os Estados Unidos da América estavam vulneráveis como uma casa de bonecas no meio de um bombardeio. A nação mais poderosa do mundo capitulando ao vivo daquela forma patética e chocante parecia mesmo a senha do fim do mundo. Mas não era. O mundo só acabou 20 anos depois.

A imagem terrível de aviões cheios de passageiros usados como dardos diabólicos parecia que jamais teria paralelo – mas aí está ele. Num arrastão totalitário e obscurantista, crianças são empurradas para tomar vacinas sem estudos conclusivos quanto a eficácia e nem mesmo quanto a segurança – num experimento hediondo que despreza os baixíssimos riscos infantis da doença contra a qual supostamente se quer imunizar.

Ninguém com vergonha na cara em 2021 consegue explicar a lógica de se vacinar crianças contra covid. Mas uma menina de 12 anos com sequelas neurológicas após se vacinar, apresentada por sua mãe em prantos no Senado dos EUA, não comove a humanidade – não a ponto de uma revisão severa neste plano de vacinação irresponsável. Segundo levantamento recente do epidemiologista John Ioannidis (Universidade de Stanford) a chance de morte por covid de 0 a 19 anos de idade é, em média, de 0,0027%.  

Quem tem coragem de afirmar que a menina Maddie, de Ohio, precisava tomar essa vacina como uma cobaia para “salvar” crianças e adolescentes de um risco de 0,0027% de morrer? O mundo acabou. Você tem à sua volta novos dardos diabólicos mostrando a face hedionda da humanidade – agora apontados para bilhões de pessoas. Um dos maiores propagandistas desta insana vacinação infantil contra covid é o mesmo que está sob investigação do Senado norte-americano – suspeito de bancar a manipulação do coronavírus no Instituto de Virologia de Wuhan, cidade chinesa onde surgiu a pandemia, Dr. Anthony Fauci. Anote este nome no seu diário do fim do mundo.

Vacinas que sequer impedem a transmissão do vírus entre pessoas vão sendo empurradas dentro de uma suposta ética de saúde. É claro que se uma vacina gera imunização individual (ao menos contra agravamento da infecção, como dizem) e não impede o contágio, não há ética coletiva alguma sustentando a tese de que todos precisam se vacinar para proteger o outro. E onde se alega ciência sem que exista ciência, pode haver qualquer coisa: propaganda enganosa, lobby, violência ou crime. Só que a humanidade se submete docilmente a esses perigosos princípios farsescos. O que houve com o mundo? É simples: ele acabou.

A mãe de Bruno Graf, morto aos 28 anos de idade de AVC hemorrágico após se vacinar contra covid, está encomendando exames no Brasil e no exterior para investigar exatamente a causa da morte. Foi a mesma vacina e a mesma consequência que matou Thaís Possati de Souza – levando a Anvisa a vetar essa vacina para grávidas. A mãe de Bruno, Arlene Ferrari Graf, tem recebido diversos relatos de famílias de vítimas das vacinas contra covid – todas vítimas da desinformação e da propaganda enganosa que vende a vacinação como um processo seguro e eficaz, sem que os estudos requeridos estejam concluídos.

O mundo acabou porque a humanidade entregou sua saúde e sua liberdade aos tiranos do falso humanismo. Virou refém de lockdowns, passaportes sanitários e outras atrocidades. Isso é terrível e pode ter consequências ainda mais profundas que quatro aviões sequestrados por terroristas carniceiros. Em setembro de 2021, o mal está vestido com as roupas do bem. Rasguem-nas, se acharem que ainda pode haver vida saudável depois do fim.

[o Blog Prontidão  Total, corrobora sua posição favorável ao uso de vacinas. Apenas nos parece que o uso em pessoas dos 12 aos 17 anos deve ser precedido de amplos estudos e realizado sob rigoroso acompanhamento dos que receberem o imunizante.
Não podemos deixar de destacar o comportamento estranho, dizendo o mínimo, do governador do DF,  que passou a priorizar a segunda dose, em detrimento da primeira - por óbvio, aplicar a primeira é essencial para que possa ocorrer a aplicação da segunda dose. Temos observado que a cada dia o número de 'completamente' vacinados se aproxima do número dos que tomaram a primeira dose = quando os vacinados com a primeira dose ainda não representam sequer 70% do total de vacinados. 
Se alguma  coisa não for feita para incrementar a primeira dose, logo o número dos vacinados com a segunda dose alcança o dos que receberam apenas a primeira e vai sobrar, digamos, um 'buraco'  entre 30% a 40% da população do DF que não tomaram nenhuma dose.]

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A eleição que não terminou - Demétrio Magnoli

O Globo

Partido Republicano corre o risco de ser reduzido a movimento de contestação do sistema democrático

 ‘Nós precisamos considerar o antigo vice-presidente como presidente eleito. Joe Biden é o presidente eleito.” A declaração do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, riscou o céu de Washington uma semana depois que a apuração dos votos da Pensilvânia concluiu a disputa pela Casa Branca. O óbvio caiu quase como uma bomba nas hostes republicanas, ainda congeladas pelo negacionismo eleitoral de Donald Trump. A eleição americana não terminou: ela prossegue sob a forma de um conflito existencial no interior do Partido Republicano.

Trump assentou sua estratégia pós-eleitoral em três pilares. O primeiro: a alegação de que o candidato democrata fraudou a vontade popular. O segundo: o Partido Republicano, submetido a sua liderança incontestável, rejeitará de modo monolítico qualquer diálogo com o governo do suposto usurpador. O terceiro: o partido funcionará, desde já, sob o signo de sua candidatura presidencial de 2024. [vamos ser honestos e imparciais: até o presente momento nada existe de oficial que comprove ser o esquerdista o vencedor das eleições 2020, nos Estados Unidos da América.

É um fato. E considerando as inúmeras oportunidades de fraude que o sistema eleitoral americano permite, há de se adotar todas as medidas que possam eliminar ou reduzir as fraudes. Fechando, fica uma pergunta: se parte da imprensa insiste em que Trump está enganado, qual o motivo das suas ações terem sido aceitas e os votos estarem sendo recontados em muitos estados? onde há fumaça, há fogo.]

Trump começa a erguer o Comitê de Ação Política “Save America” (Salvar os EUA), destinado a operar como direção efetiva do Partido Republicano. Simultaneamente, prepara-se para criar uma nova rede de TV, concebida como veículo pessoal e alternativa à direita da Fox News. O projeto trumpiano é subordinar as bancadas republicanas na Câmara e no Senado a suas conveniências, transformando-as em máquinas de sabotagem permanente do governo Biden.

Os tribunais derrubarão, uma a uma, as alegações vazias de fraude de Trump. Biden será, certamente, empossado em 20 de janeiro. Mas Trump planeja jamais reconhecer a legitimidade do novo presidente, esticando até o limite a corda que prende os EUA ao mastro da democracia representativa. Se os republicanos o acompanharem nessa aventura, reduzirão o partido à condição de movimento nacional-populista de contestação do sistema democrático.

A ascensão da direita nacionalista produziu dois tipos de deslocamento nos sistemas político-partidários ocidentais. Países como França, Itália, Alemanha e Espanha experimentaram o declínio de partidos moderados tradicionais e a emergência de um grande partido de direita. Nos EUA, porém, assim como no Reino Unido, o deslocamento ideológico realizou-se no interior de um dos dois partidos históricos, que foi capturado pelo nacionalismo.

No caso do Partido Conservador britânico, verificou-se uma captura parcial, impulsionada pela rejeição à União Europeia e pelo plebiscito do Brexit. Já o Partido Republicano dos EUA conheceu uma cisão mais profunda com seu passado. O governo de Boris Johnson flerta com a xenofobia e com o nacionalismo, mas não contesta os fundamentos da democracia parlamentar ou os valores básicos do Ocidente. O governo Trump, por outro lado, operou no plano internacional como parceiro de regimes autoritários (Putin, Erdogan, Orbán) e, no plano nacional, como motor de restauração da “nação de colonos brancos”. Nesse passo, os republicanos assumiram as feições de partido da reação.

A resistência republicana a Trump percorreu a campanha presidencial pela voz do Projeto Lincoln, uma dissidência do partido que fez campanha aberta por Biden. O presidente eleito recebeu mensagens de congratulação da velha guarda republicana, representada por figuras como o ex-presidente George W. Bush, o ex-candidato presidencial Bob Dole e o atual senador e também ex-candidato Mitt Romney. Contudo, fora eles [a turma dos ex-.] e um punhado de parlamentares, o partido segue mais ou menos alinhado ao negacionismo eleitoral trumpiano. É por isso que a declaração do governador de Ohio tem especial relevância.[se a presente matéria for postada nos Estados Unidos, com certeza a maioria dos que lerem, ao chegar neste ponto, não lembrarão  mais  o nome do governador e o que ele disse. Vale o mesmo no tocante aos eleitores do Brasil e da própria Europa.]

A encruzilhada diante da qual se encontra o Partido Republicano interessa ao mundo inteiro. Se os republicanos se ossificarem como partido antidemocrático controlado por Trump, será comprometida a estabilidade política da maior potência mundial e se acelerará a tendência ao declínio internacional dos EUA. Se, pelo contrário, a maioria cindir com Trump, restabelecendo a tradição moderada republicana, a nação americana voltará a conversar, e os movimentos populistas de direita, na Europa e no Brasil, sofrerão um golpe devastador. Olho nos EUA.

 Demétrio Magnoli, colunista - O Globo

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Já há um derrotado nos Estados Unidos: as pesquisas eleitorais - Matheus Leitão

A credibilidade das sondagens fica abalada porque a folgada margem para Biden não aconteceu, qualquer que seja o resultado

Independentemente de quem ganhar as eleições norte-americanas, o que ainda permanece incerto na manhã desta quarta-feira, 4, as pesquisas eleitorais são o primeiro grande derrotado do pleito de 2020 nos EUA. A credibilidade delas sai, assim como em 2016, chamuscada, mas neste ano será ainda mais grave porque havia um consenso de que os erros de quatro anos atrás haviam sido corrigidos.

Não foram, aparentemente. A metodologia de segurança, de fato, continua a não ser encontrada – podendo se dizer, sem exagero, que é desconhecida dentro deste processo eleitoral complexo e dividido por delegados, que é o dos Estados Unidos. O que as pesquisas mostravam, antes da abertura das urnas, era uma margem grande de probabilidade de vitória de Joe Biden contra Donald Trump. Os institutos garantiram que tinham identificado falhas e corrigido. Terão que voltar às suas planilhas.

O que temos testemunhado desde ontem à noite? Nas pesquisas, o estado do Texas estava apertado, mas com estreita tendência pró-Trump. As pesquisas acertaram. Mas na Flórida, por exemplo, a previsão era empate, mas pró-Biden. Erraram feio. A vitória foi de Trump. Em Ohio, a análise era de empate, mas com um leve movimento pró-Trump. Acertaram. Na Georgia, no entanto, empate pró-Biden. Ou seja, por enquanto estão errando.

Usando apenas esses estados como ponto de partida entendemos a gravidade dos erros das pesquisas eleitorais. São lapsos que, no caso da Flórida e da Georgia, por exemplo, envolvem 45 delegados. É um número considerável se o objetivo é obter 270 delegados para ganhar a eleição. Michigan e Wisconsin, dois estados que eram apontados como vitórias de Biden, estão incertos e podem dar vitória a Trump. Erraram em prever um favoritismo folgado, isso já se sabe. O mesmo foi previsto no estado da Pensilvânia, onde o republicano, neste momento, tem uma vantagem forte, mas são esperados votos enviados pelos correios, que podem ser majoritariamente em favor do candidato democrata.

O quadro real é mais de contagem de condado a condado para decidir o próximo presidente da mais importante potência econômica do mundo. Acontece que algumas pesquisas davam probabilidade de vitória de Biden de até 90%, vendo um mapa bem mais folgado para o candidato democrata do que para o republicano. Alguns estados não fecharam, mas a verdade que centros de pesquisas, como Nate Silver, previam vitórias folgadas para Biden em estados que têm revelado uma outra realidade.

Voltando ao ponto principal, trata-se de uma eleição apertada, decidida voto a voto, em uma contagem que pode varar a semana, olhando condado por condado. Isso porque alguns estados contarão os votos que chegaram pelos correios devagar. Mesmo em caso de viradas nos estados ainda abertos, na direção do que havia sido apontado nas pesquisas, nenhuma delas previu uma disputa tão acirrada em tantos colégios eleitorais norte-americanos.

Matheus Leitão, jornalista - Blog Matheus Leitão - VEJA


terça-feira, 3 de novembro de 2020

O que está em jogo - Nas entrelinhas

A maioria das pesquisas aponta a vitória de Biden, mas há cenários em que é possível a reeleição de Trump, mesmo que a maioria dos eleitores tenha votado no democrata

O mundo acompanha com grande expetativa as eleições norte-americanas, com as pesquisas de opinião apontando o favoritismo do democrata Joe Biden. Entretanto, o presidente republicano Donald Trump não se deu por vencido e trabalha abertamente para melar o resultado das eleições. Faz uma aposta no tapetão da Suprema Corte, cuja maioria é bastante conservadora, prometendo judicializar o pleito. Deseja questionar os votos por correspondência e não pretende aguardar o resultado final da apuração das urnas, declarando-se vencedor, caso nas primeiras 24 horas  de contagem dos votos esteja em vantagem em relação a Biden.

[o sistema norte-americano de escolha do presidente é complicado, mas apresenta vantagens e uma delas - importantíssima - é permitir  correções de rumo, por propiciar oportunidades de ajustes,  retificando o rumo  aparentemente expresso pela vontade popular (que começa a ser registrada dias antes das eleições e pelas mais diversas formas - algumas inseguras, até 'drive thru' vale, idem para votos pelos correios, havendo possibilidade de manipulação dos sufrágios.]

Ontem, mais de 90 milhões de cidadãos norte-americanos já haviam votado e são exatamente os votos dos últimos dias, que vão se somar aos de hoje, que retardarão o resultado da contagem. A maioria das pesquisas aponta a vitória de Biden, mas há cenários em que é possível a reeleição de Trump, mesmo que a maioria dos eleitores tenha votado no democrata. Porque eleição do presidente dos Estados Unidos se dá num colégio eleitoral, cujos delegados são eleitos em bloco nos estados, não importa a proporcionalidade de votação dos candidatos. Simplesmente, quem ganha a votação no estado indica todos os seus delegados.

Por isso, a última semana de campanha foi um jogo de xadrez eleitoral, no qual os candidatos se movimentaram mirando eleitores indecisos, para obter resultados que possam alterar a correlação de forças no colégio eleitoral. Por exemplo, na Flórida, que tem 29 delegados, nas últimas cinco eleições os republicanos venceram três vezes e os democratas, duas. Trump tenta reverter a derrota prevista para Biden por este estado, onde a diferença era apenas de três pontos. Além de assegurar a vitória onde é líder Iowa (+1 ponto nas pesquisas), Texas ( 2), Ohio ( 2), Alaska ( 6), por exemplo —, precisaria vencer em outros estados voláteis, como a Geórgia (0) e a Carolina do Norte (-3). E resgatar o Cinturão da Ferrugem — Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e Minnesota —, onde garantiu a vitória contra Hillary Clinton, em 2016. É muito difícil.

Mudança de rumo
Estamos num salto parado no ar. Trump confrontou a agenda mundial, que apostava no cosmopolitismo, no multilateralismo e no desenvolvimento sustentável, com um impacto somente comparável ao de Ronald Reagan, eleito em 1980, cuja aliança com a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher pôs de joelhos o líder comunista Mikhail Gorbatchov. E foi coroada pelo fim da União Soviética e a restauração capitalista no Leste Europeu. É uma situação muito diferente da atual, na qual a guerra fria, pautada pela corrida armamentista, foi substituída por uma guerra comercial com a China, cujo capitalismo de Estado ameaça a hegemonia econômica dos EUA. Ao contrário de Gorbatchov, que sonhava com a democratização do socialismo, o líder comunista Xi Jinping não promete nenhuma abertura política no regime chinês.

Trump deu um cavalo de pau na política mundial: os EUA saíram do Acordo do Clima de Paris, repudiaram o acordo com o Irã, voltaram atrás no relacionamento com Cuba, atropelaram as regras da Organização Mundial de Comércio. Fomentaram uma onda conservadora e nacionalista em todo o mundo, aliando-se aos líderes mais populistas e reacionários do planeta. A derrota de Trump para Biden pode alterar esse curso, com reflexos benéficos para a cooperação internacional, os direitos humanos, as mudanças de gênero e a renovação da cultura, inclusive aqui no Brasil.[se percebe que excluindo a cooperação internacional - que deve ser vista com reservas,  mas pode ser promissora - os demais itens citados não merecem reflexos benéficos nem mesmo a citação. Virou regra confundir direitos humanos com permissão para praticar atos ilegais, desmoralizar as autoridades de segurança, soltar bandidos, etc.]

Sim, porque a política do presidente Jair Bolsonaro está atrelada à estratégia de Trump, não somente nos fóruns internacionais, mas também internamente, ainda que isso não faça nenhum sentido do ponto de vista da nossa inserção na economia global, pois nosso principal parceiro comercial é a China. Se Biden vencer, a guerra comercial com a China vai continuar, mas focada na questão da democracia, dos direitos humanos e das relações trabalhistas, nos fóruns internacionais. Terá reflexos também no Brasil, sobretudo em relação ao respeito às instituições democráticas, aos direitos civis e ao meio ambiente. Por isso, a permanência do chanceler Ernesto Araújo e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no governo será ainda mais questionada.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense

domingo, 17 de março de 2019

Tiroteios em escolas crescem nos EUA, assim como segurança e prevenção



Vinte anos após ataque em Columbine, país teve maior registro anual de casos e vê crescimento da indústria voltada para proteção em câmpus

Vinte anos após o massacre de Columbine, no Colorado, o debate sobre como evitar os tiroteios em escolas continua presente nos Estados Unidos – e deve crescer no Brasil, após dois jovens deixarem 7 mortos em uma escola em Suzano (SP), antes de se matarem. Desde 1999, ao menos 221 mil jovens foram expostos a situações de violência armada dentro de colégios americanos, segundo levantamento feito pelo jornal Washington Post. De 2013 a este ano, pelo menos 61 pessoas foram mortas e 98 ficaram feridas em tiroteios dentro de estabelecimentos de ensino. E as escolas tiveram de repensar a segurança.  
A cada tragédia perto de uma sala de aula, se reacende nos Estados Unidos o debate sobre o maior rigor para compra de armas, mas o tema ainda divide a sociedade e a classe política americana. O partido republicano, do presidente Donald Trump e da maioria do Senado, é tradicionalmente contra um maior controle no acesso.   A discussão está longe de ficar desatualizada nos Estados Unidos – e 2018 foi o ano mais letal nesse aspecto em 13 anos, quando se observam os dados da escola de pós-graduação da Marinha Americana. O NPS Center for Homeland Defense and Security relatou 94 incidentes de tiroteio em escolas no ano passado. É um aumento de quase 60% em relação aos 60 registros de 2006 (maior número anterior, com o adendo de que a estatística vem dos anos 1970). Entre os episódios, destacam-se os ocorridos em Parkland, Flórida e Santa Fé. 
 
Enquanto isso, há Estados que passaram a adotar outras medidas de segurança. Menos acessos de entrada à escola – comparando com eventos esportivos ou com locais como a Disney –, câmeras de segurança em 3D, sistemas inteligentes e detectores de metal portáteis passaram a fazer parte da realidade de americanos. O distrito escolar na Flórida onde fica a escola que foi alvo do tiroteio em Parkland, em 2018, anunciou que vai adotar um novo sistema inteligente de vigilância e monitoramento. No caso, um ex-aluno da Stoneman Douglas High School, Nikolas Cruz, de 19 anos, chegou ao local com um rifle AR-15 e atirou contra estudantes e professores, deixando 17 mortos.  

Entre outras coisas, esse novo sistema informa automaticamente autoridades quando identifica uma movimentação suspeita. O anúncio até causou controvérsia, uma vez que o software conta com algoritmos para rastrear o comportamento das crianças que supostamente representam ameaças. Ken Trump, da Associação Serviços de Segurança Nacional em Escolas, aponta que a indústria de tecnologias de segurança “dominou” os colégios. “As empresas se tornaram cada vez mais organizadas em seu lobby junto ao Congresso e aos governos estaduais para financiamento focado em produtos de proteção física, sob argumento de tirar as escolas do alvo”, avalia. Em 2018, o Congresso aprovou lei contra a violência escolar, destinando um fundo anual milionário para segurança nos estabelecimentos americanos pela próxima década. 

E não faltam aparatos para isso
. Após um caso em Oklahoma, em 2014, uma empresa chamada ProTecht passou a oferecer “escudos” dobráveis para proteger alunos em caso de tiroteio. O bodyguard blanket utiliza o mesmo material de armaduras militares. Depois do caso de Parkland, foram distribuídas milhares de mochilas transparentes – de forma a ser possível “controlar” a entrada de armas.
O conselho estudantil ainda prometeu para o futuro outras medidas, como identidades eletrônicas e detectores de metal nos principais ambientes. 

Contrafluxo. Em contrapartida, a bandeira do maior controle de armas passou a ser defendida pelos próprios alunos sobreviventes. Os que escaparam do massacre em Parkland fundaram o movimento mais organizado, o March For Our Lives – em tradução livre, Marche Pelas Nossas Vidas. Eles visitaram escolas, foram a parlamentos, publicaram um livro e até inspiraram um documentário da HBO. Entre as conquistas do grupo está a mudança na legislação da Flórida, republicana e aberta ao lobby das armas. Ali, conseguiram que os juízes admitissem a possibilidade de confiscar armas de pessoas consideradas instáveis, aumentar para 21 anos a idade mínima para compra e vedar qualquer possibilidade de se adquirir armamento mais letal – que permite rajadas de tiros. A próxima meta é conseguir assinaturas suficientes para barrar de vez o comércio de fuzis de assalto como o do massacre – no Estado. 

Outro grupo muito atuante é o Sandy Hook Promise,
que diz ter treinado mais de 5,5 milhões de pessoas de mais de 10 mil escolas em todos os 50 Estados para esse tipo de caso. O massacre de Sandy Hook aconteceu em 30 de novembro de 2012, no mesmo horário em que se registrou o massacre de Suzano, por volta das 9h40. Antes de se suicidar, Adam Lanza matou 20 crianças e 7 adultos, incluindo sua mãe.
Esse episódio teve um desdobramento nesta semana. Por 4 votos a 3, a Corte Suprema do Estado americano de Connecticut decidiu ontem que a fabricante de armas Remington pode ser processada pelo tiroteio.  Lei federal de 2005 protegia a indústria de armas desse tipo de questionamento na Justiça. Segundo a ação contra a Remington, a publicidade da companhia glorificava a violência e associava virilidade às armas.

Ao menos 8 Estados liberam arma a funcionário de colégio
Após o tiroteio de Parkland em 2018, o presidente Donald Trump chegou a sugerir que se os professores da escola estivessem armados a tragédia seria menor. A medida é defendida também pela Associação Nacional do Rifle, que promove os interesses das empresas de armas nos Estados Unidos. No Brasil, a mesma ideia foi cogitada pelo senador Major Olímpio (PSL-SP) no dia do massacre no colégio de Suzano, na Grande SP. 

Nos Estados americanos, as leis fixam diferentes restrições a armas dentro de colégios. Em ao menos oito Estados, funcionários como professores ou inspetores – têm o direito de carregar armas. Isso é o que diz o relatório da Comissão Educacional dos Estados (Education Commission of States), entidade não governamental que monitora normas do setor. Se considerar os profissionais de segurança, mais de 30 Estados permitem o uso da arma, segundo o mesmo levantamento.
“Em vez de usar armas para criar a ilusão de escolas seguras, precisamos tornar as escolas de fato lugares seguros para as crianças, com aumento do investimento em apoio à saúde mental”, escreveu Michael Hansen, pesquisador do think tank Brookings, em Washington. 

A legislação estadual do Texas, por exemplo, já permite que os distritos escolares indiquem uma ou mais pessoas para portar armas nas escolas locais. A norma, porém, estabelece requisitos, como um treinamento de 80 horas e a manutenção da arma em local fechado.  Há também um limite para quantidade de funcionários que podem portar a arma com base no número de alunos. Mas um tiroteio recente fez acender a possibilidade de flexibilizar os requisitos. Em maio de 2018, um jovem de 17 anos protagonizou um ataque em uma escola de Santa Fé, no Texas, deixando dez mortos. O governador do Estado se reuniu com lideranças locais para aprovar um plano de sugestões ao Legislativo com medidas para ampliar a segurança dos estudantes. 

O governador republicano Greg Abbot considera que parte desses requisitos é muito onerosa e torna a legislação ineficaz, sugerindo a flexibilização da medida. Ele também quer ampliar programas de saúde mental nas escolas, para que alunos identificados com comportamento agressivo sejam encaminhados para tratamento psicológico e monitorados. 

Treinamento
 Em muitas regiões dos Estados Unidos, têm ganhado força programas para treinar professores a usar armas e reagir a situações de violência. Em Ohio, por exemplo, professores de alguns distritos têm sido treinados para manusear esse tipo de equipamento. 

No Brasil, projetos no Congresso não foram adiante
No Brasil, com menor número de casos de ataques em escolas, o debate sobre mudanças, sobretudo legislativas, avança pouco. Após o massacre de Realengo, com 12 mortos, vários projetos foram apresentados no Congresso, mas não progrediram. 

Houve quem propusesse tornar obrigatória a presença da Polícia Militar 24 horas nas escolas das redes pública e privada. Outra sugestão era colocar chips nas armas, para facilitar rastreio. Os projetos foram arquivados.  Ali, e em Câmaras e Assembleias, também não se deixou de sugerir os detectores de metais – sem aval final. E o caso de Suzano fez a discussão ser revista. Na Assembleia do Rio e na Câmara de Campo Grande já surgiram projetos na semana passada solicitando esse aparelhamento.
 



 

 

sábado, 18 de novembro de 2017

Qual a razão de punir alguém por um assédio ocorrido há dezenas de anos?



Juiz candidato em Ohio reclama de debate sobre assédio: 'Dormi com 50 belas mulheres'

Democrata Bill O'Neill se vangloria 'em nome de todos os homens heterossexuais'

[Dois esclarecimentos:
- o  juiz da Suprema Corte e o senador pertencem ao partido democrata - por favor, admitam que desta vez o Trump não pode ser acusado de nada;

- o Blog Prontidão Total é contra qualquer prática de assédio 
(além da nossa posição inarredável que a mulher tem o DIREITO de escolher o homem com quem quer se relacionar, também entendemos que o fato do número de mulheres ser bem superior ao de homens,  e ainda conspirar contra as mulheres a existência de muitos homens que não curtem mulheres,  o que reduz a concorrência, favorecendo os homens) e radicalmente contra o estupro, tanto que defendemos como pena mínima para o estupro além da prisão por alguns anos a castração química por um período não inferior a dez anos; e, no caso de reincidência, mais uma temporada na cadeia e castração física, sem anestesia. 

Mas, somos contrários à "mania" de pretender punir um homem por ter assediado uma mulher há dezenas de anos. Um homicidio,  mais grave que o assédio,  prescreve em vinte anos.]

Cansado do atual debate sobre assédio sexual, um juiz americano causou grande polêmica nesta sexta-feira (17), ao afirmar que, nos últimos 50 anos, "dormiu com 50 mulheres", em uma mensagem escrita no Facebook "em nome de todos os homens heterossexuais".



Nesse texto, divulgado pela imprensa americana, o juiz da Suprema Corte de Ohio Bill O'Neill defende o senador democrata de Minnesota Al Franken, que esta semana se desculpou por ter beijado uma apresentadora à força em 2006.

"Agora que os cães exigem a cabeça de Al Franken, acho que é hora de falar em nome de todos os homens heterossexuais", escreveu Bill O'Neill, candidato à indicação democrata para a eleição de governador em 2018. "Enquanto candidato ao cargo de governador, quero poupar o tempo dos meus adversários de me investigar", afirmou.



"Nos últimos 50 anos, tive relações sexuais íntimas com cerca de 50 mulheres muito belas", admitiu, mencionando "a esplêndida secretária pessoal do senador Bob Taft", seu "primeiro amor", e uma "ruiva de beleza fatal".


O'Neill se declarou "decepcionado com a loucura nacional atual sobre assuntos sexuais que datam de várias décadas atrás" e pediu que se volte para questões políticas que importam.  Em Ohio, a presidente da Suprema Corte local, Maureen O'Connor, afirmou que "este chocante desprezo pelas mulheres mina a confiança do público na integridade da Justiça", de acordo com o site de informações cleveland.com.


O Globo