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domingo, 5 de dezembro de 2021

Para a hipocrisia não há vacina - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

Claudia Leitte, fofa, estava cantando num trio elétrico em São Paulo para uma multidão que respeitava o distanciamento de 5 centímetros

Claudia Leitte no trio elétrico, no Espaço das Américas, em São Paulo. O show aconteceu no sábado 27 de novembro | Foto: Reprodução/Twitter
Claudia Leitte no trio elétrico, no Espaço das Américas, em São Paulo. O show aconteceu no sábado 27 de novembro -  Foto: Reprodução/Twitter 
 
O ano é 2037. Antony Fauci diz que apenas tomando a 92ª dose da vacina contra a covid-19 você poderá ajudar o mundo a não entrar em colapso. Com base em estudos feitos por John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford, na Califórnia, sabemos que estamos lidando com um vírus que tem uma taxa de mortalidade por infecção (IFR) de 0,05 em pessoas abaixo dos 70 anos de idade, mas isso não importa. Se você não ouvir a imprensa de necrotério (como diz Augusto Nunes), não ficar em casa, não tomar quantas doses de vacinas experimentais forem necessárias ou ousar caminhar ao livre sem máscara, você é um ser humano desprezível, egoísta, que não pensa no bem-estar do mundo. Mesmo que o mundo esteja vacinado e usando máscaras.
 
A cartilha da bondade tirânica está em curso desde o começo de 2020. Igrejas, escolas, parques, comércio, jogos, casamentos, festinhas de criança, esportes… Tudo, tudo, tudo fechado. Afinal, para matar o vírus também é preciso assassinar o bom senso. Isolamento, distanciamento, máscaras, depressão, vacinas experimentais, cirurgias adiadas, CPI fake e mentiras.  
A economia a gente vê depois — assim como falências, pobreza e fome. Tudo no pacotão do “loquidaun” do bem. É a elite global e sua assessoria de imprensa — a própria imprensa — colocando o mundo em mais uma rodada de pânico, agora com a cepa africana.
Só não entramos em pânico absoluto — ainda — porque nossos governantes dão o exemplo a ser seguido. João Doria, Mandetta, Gavin Newsom, Nancy Pelosi, Joe Biden… Até Claudia Leitte, fofa, que nesta semana estava cantando num trio elétrico em São Paulo para uma multidão que respeitava o distanciamento de 5 centímetros, fez coro com a bondade draconiana. 
Claudinha, que já gravou vídeos pregando que sem máscaras você é alguém que não se importa com a vida, estava sem máscara. Mas era pelo bem da alegria do Carnaval que se aproxima. Ah, bom… Claudinha estava apenas preocupada com vidas humanas felizes que queriam beijar na boca e pular suadas no calor humano do trio elétrico. Covid? Quem? Não, gente! Pandemia para ti. Não para mim.

Você não estava em São Paulo? Foi lindo! “Estamos juntos nessa”, a frase que ouvimos durante quase dois anos de anunciantes na TV, corporações, amigos nas redes sociais e, é claro, governadores e prefeitos no combate à pandemia, ficou meio perdida ali, naquela multidão cantando com Claudinha. Fofa. “Estamos juntos nessa”, na aglomeração do trio de Claudinha, porque hoje sabemos que, na pandemia, a palavra de ordem dos políticos e de suas celebridades pets é outra: “VOCÊS estão todos juntos nisso”.

Lockdowns gourmet
Desde março de 2020,
o mundo vem sendo presenteado com histórias e mais histórias de políticos e burocratas implementando mandatos ou diretrizes restritivas do coronavírus, apenas para serem pegos violando essas medidas. As pet celebridades idem. Basta correr os olhos pelas redes sociais para testemunhar que a vida dessa turma se divide entre lockdowns gourmet e eventos que não seguem os protocolos básicos que tanto martelam em suas contas verificadas. 
Ora, quem não se lembra do governador de São Paulo, João Doria, trancando o Estado e indo passear na Flórida, aberta desde setembro de 2020? 
O Estado governado pelo republicano Ron DeSantis tem hoje o menor índice de contaminação entre todos os 50 Estados americanos e é o segundo índice mais baixo em hospitalizações, mesmo com apenas 61% da população vacinada. Liberdade com responsabilidade.

Já na outra costa dos Estados Unidos, na república soviética da Califórnia e seus intermináveis lockdowns, vacinação obrigatória e uso de máscaras 24 horas por dia, os números negativos não dão trégua desde 2020. E quem não se lembra do jantar chiquérrimo do governador Gavin Newsom com mais de 15 pessoas em um restaurante fechado, onde todos estavam sem máscaras e amontoados em volta da mesa? Ou a ida de Nancy Pelosi a um salão de beleza durante a proibição do funcionamento de estabelecimentos comerciais?

Você poderia pensar que, depois que um punhado desses relatos ganhou as manchetes, nossos “líderes” entenderiam a dica de fazer o que pregam. No mínimo, talvez, eles ficariam mais cautelosos em exibir seus próprios decretos ou se esforçariam mais para não serem pegos. Recentemente, a Heritage Foundation lançou uma plataforma chamada “Covid Hypocrisy” (A hipocrisia da covid), uma ferramenta abrangente e interativa que documenta casos de políticos que violaram seus próprios decretos e restrições ao coronavírus. Olha aí uma boa ideia para ser copiada no Brasil! A ferramenta não é usada apenas para uma exposição política no melhor estilo “Te peguei!”. Trata-se sobretudo de proteger e restaurar a confiança nas instituições de governo.

O brasileiro é resiliente por natureza diante de qualquer desafio. Nunca tivemos uma revolução como a Francesa ou a Americana, mas já passamos por bons bocados e mostramos uma resistência digna dos melhores livros de história. No entanto, depois de quase dois anos de lockdowns forçados, fechamento de escolas, igrejas, locais de entretenimento e meios de subsistência perdidos, governantes deveriam viver como todos nós, de acordo com o conjunto de regras estapafúrdias que parece não se aplicar àqueles em posições de autoridade. Será que é pedir muito que esses políticos mostrem o senso mais básico de integridade? Ok, a pergunta foi retórica. O problema é que as intermináveis violações da confiança das pessoas são muito mais prejudiciais do que apenas sinais de hipocrisia. Esses políticos minam nossas próprias instituições e a confiança do cidadão nelas.

Talvez em nenhum outro momento tenha sido mais importante para os brasileiros confiar em nossos líderes e acreditar que eles desejam o melhor para nós, principalmente diante de uma insegurança jurídica histórica a que somos submetidos diariamente por parte do novo “Poder Moderador”, o Supremo Tribunal Federal. Lá fora, o mundo está ficando cada vez mais perigoso, e o princípio mais importante depois do direito à vida — o direito à liberdade — está sendo sufocado a passos largos. A lista de desafios que encaramos todos os dias fica mais longa. Se realmente desejamos enfrentar esses desafios e superar o que, sem dúvida, são obstáculos e adversários descomunais, nossos governantes terão de desempenhar um papel vital na liderança do país.

É óbvio que a hipocrisia em altos cargos não é novidade. Mas quando funcionários do governo — nossos funcionários — violam as regras da covid estabelecidas por eles próprios, não estão apenas mostrando ao país que são desonestos. Estão demonstrando que as regras não são tão importantes quanto dizem — e que as instituições não são sólidas o bastante para estar acima de suas vontades. Diante do declínio da confiança entre as instituições, os meliantes de alto escalão pioram o problema quando dão provas tangíveis de que não merecem confiança. Isso torna mais difícil convencer as pessoas a se sacrificarem.

O controle social através do pânico tornou-se a vacina do poder contra homens livres

O mais preocupante, no entanto, é o que faz com que as pessoas percam a confiança no sistema como um todo e a essencial convicção para o devido funcionamento de uma república. A hipocrisia dos políticos não apenas mina sua credibilidade pessoal, mas também prejudica o já frágil sistema de confiança que faz a sociedade funcionar. Se houvesse apenas incidentes esparsos de políticos infringindo as regras, poderíamos atribuir isso a apenas algumas maçãs podres. Mas estamos vendo um padrão duplo em todo o sistema.

No Brasil, governadores e prefeitos impuseram restrições draconianas e as desprezaram sem pestanejar no momento em que elas se tornaram inconvenientes. Como podem esperar, portanto, que os cidadãos comuns se comportem de maneira diferente? Se o dano à reputação pessoal é o problema imediato — e o único com o qual eles parecem se preocupar —, a questão intermediária é o dano causado à esfera médica e científica. Especialistas sérios em saúde pública concordam que o distanciamento social pode reduzir a propagação do vírus e há razão em dizer às pessoas para terem cautela —, mas quando políticos desconsideram esses próprios avisos, isso faz com que se pense que a coisa toda pode ser falsa. As ações imprudentes dos políticos causarão maiores problemas de saúde pública no futuro do que o próprio vírus.

O efeito a longo prazo dessa hipocrisia nem mesmo se limitará à comunidade médica e científica. Ver políticos quebrando suas próprias regras constantemente minou a fé no governo e nas elites. No livro Trust in a Polarized Age (“Confiança em uma Era Polarizada”), o professor Kevin Vallier explica que “a queda da confiança política dificulta a formulação de políticas públicas eficazes, pode ameaçar o governo democrático e a estabilidade política, além de gerar desigualdades excessivas de poder, corrupção e violações de direitos básicos”. A sociedade exige confiança, e a hipocrisia flagrante no topo a destrói de maneira quase irrecuperável.

Ainda não há vacinas que evitem totalmente a transmissão do vírus chinês. A pandemia também mostrou que não há vacinas contra a hipocrisia. Entre os muitos mortos pelo mundo, a covid também matou a capacidade de pedir desculpas e a humildade em reconhecer erros por um bem maior. O controle social através do pânico tornou-se a vacina do poder contra homens livres.

Leia também “Assassinar a justiça em nome do poder”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


domingo, 15 de novembro de 2020

Sim, o sistema eleitoral americano é suscetível a fraudes

André Uliano - Vozes 

Dezenas de pessoas pedem o fim da contagem de votos na Pensilvânia, devido à suposta fraude contra o presidente Donald Trump, em 5 de novembro|. Durante os últimos dias, após as projeções dos resultados eleitorais em vários estados americanos chaves apresentarem movimentos bastante inesperados, o Presidente Donald Trump e inúmeros grupos preocupados com a integridade do processo eleitoral nos Estados Unidos passaram a levantar suspeitas de fraude nas eleições americanas.

A defesa jurídica do Presidente afirma já ter provas contundentes. Recentemente, Trey Trainor, membro da Federal Election Comission, uma agência independente dos Estados Unidos afeta à matéria eleitoral, afirmou acreditar que houve fraudes nas votações em alguns lugares e que isso compromete a legitimidade das eleições. Curiosamente, essa forte declaração não tem recebido cobertura por parte da imprensa. O site “EveryLegalVote” tem buscado reunir notícias de fraudes, as ações que já foram tomadas, o impacto na campanha e no resultado eleitoral etc. O âncora do canal Fox News Tucker Carlson também tem divulgado alguns fatos, como votos efetuados em nome de pessoas já falecidas ou não habilitadas para votar (por exemplo, por não serem cidadãs ou morarem em outros estados).

Se houve fraude em dimensões capazes de prejudicar o resultado das eleições, será algo que as Cortes americanas e a história debaterão por algum tempo ainda. A questão inclusive mantém o resultado da eleição em aberto. Ao contrário do que grande parte da mídia tem divulgado, inexiste vitória oficial do candidato do Partido Democrata, visto que o número de Estados em contencioso (recontagem administrativa ou questionamento judicial) resulta numa quantidade de votos suficiente para alterar o resultado das eleições. Assim, ainda que parte da imprensa esteja projetando Joe Biden como provável eleito, a eleição pelo Colégio Eleitoral ocorrerá apenas dia 14 de dezembro. Pela lei americana, até seis dias antes (isto é, até dia 8 daquele mês), é possível questionar os resultados das eleições populares nos Estados.

Mas nosso tema aqui não será a corrida de 2020 especificamente. Faremos um outro texto sobre isso. Gostaríamos de abordar a questão sob um enfoque mais amplo: os indícios de fragilidade do sistema eleitoral americano.

Contudo, antes é importante fazer uma ressalva: grande parte da legislação eleitoral naquele país é de competência dos Estados-membros. Qualquer tema sob competência estadual nos Estados Unidos gera duas complicações: em primeiro lugar, uma enorme dificuldade em levantar dados precisos, pois o exame do grau de segurança que a legislação confere às eleições exige o estudo das leis dos 50 Estados americanos; em segundo lugar, o risco de que conclusões extraídas da realidade de alguns Estados sejam aplicadas ao país todo.


Dito isso, vamos aos dados. Um levantamento feito pela Heritage Foundation, respeitável entidade conservadora dos Estados Unidos, que tem apresentado vários projetos de reforma para fortalecer a integridade das eleições americanas, levantou alguns dados preocupantes:

1) Dos 50 estados, apenas 34 exigem documento de identificação (ID) para votar. Dentre esses, só metade exige documento com foto. Estados enormes como Califórnia e NY não fazem esse tipo de exigência.

(.........)

 Não deixa de ser curioso: por que tanto interesse em manter a legislação frágil? É comum alegarem que exigir documentos pode impedir o voto de grupos mais pobres. Mas a alegação parece absurda, visto que no Brasil, um país em que a classe pobre é bem mais pobre do que os pobres americanos, exige-se inclusive biometria, e as classes mais carentes têm papel decisivo no processo eleitoral.

2) Ademais, mesmo nos estados que exigem documentação, muitos deles não o fazem para voto por correio. O voto pelo correio nos Estados Unidos, aliás, parece ser o fator mais preocupante em relação à prática de fraudes. E esse mecanismo foi enormemente ampliado nas eleições de 2020, sob alegação de combater o COVID.

3) Outro ponto relevante: como as eleições são organizadas pelos estados, as listas de eleitores registrados são estaduais. E os estados não possuem uma forma eficiente de cruzamento para evitar duplicidade de votos pelo mesmo eleitor. Em 2005, Kansas e outros Estados instituíram um sistema de exame cruzado das listas de votantes (Interstate Voter Registration Crosscheck Program), exatamente para verificar votos duplos pela mesma pessoa em mais de uma jurisdição. Esse sistema foi suspenso em 2019 por uma ação judicial promovida novamente por grupos próximos ao Partido Democrata.

4) Nos Estados Unidos, há um número muito elevado de eleitores registrados de modo inválido ou incorreto. 

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5) A situação que já era muito ruim, foi piorada nas eleições de 2020. Em geral, governos ligados ao Partido Democrata, usando a pandemia, defenderam leis para tornar o sistema ainda mais frágil: registros automáticos (sem pedido do eleitor) a partir de bancos de dados de outros órgãos públicos; registros no próprio dia da eleição, o que impede a conferência dos dados;
-envio automático de cédulas para todos os eleitores registrados, o que resulta no envio inclusive para esses "eleitores" irregularmente cadastrados como vimos acima. O envio em massa de cédulas também gera maior risco de furto, como foi registrado na Califórnia. O Partido Democrata também defendeu ampla votação pelo correio, o que em si amplia os riscos de fraude.

Hoje é inviável negar a existência de fraudes nas eleições americanas. Um banco de dados organizado pelo Heritage Foundation já reúne centenas de casos no país. A grande questão é: qual foi a extensão das fraudes praticadas em 2020.Uma última questão a ser esclarecida. Várias pessoas têm levantado o seguinte ponto: o sistema brasileiro é puramente digital e falam de risco de fraude; agora o sistema americano possui cédulas e também suscitam esse problema. Afinal de contas: Querem voto digital ou por cédula?

Na verdade, esse é um falso dilema. Uma coisa é o problema do registro do voto; outra coisa é a segurança quanto à identidade do eleitor e à vedação de multiplicidade de votos pela mesma pessoa.
O problema brasileiro, de fato, decorre de ele ser totalmente virtual, o que impede que o resultado eleitoral seja auditado. Quanto à vulnerabilidade das urnas, o número de matérias e trabalhos a esse respeito é interminável. Salientamos, apenas a título ilustrativo, as constatações dos seguintes pesquisadores:
a) Diego Aranha: conforme notícia constante do site do Senado, o professor da UNICAMP, demonstrou que as urnas são suscetíveis a fraudes no voto e também à quebra do sigilo;

b) Pedro Rezende: segundo reportagem da Gazeta do Povo, o professor de segurança de dados da Universidade de Brasília (UnB), afirma que as urnas são vulneráveis. O especialista foi recebido pelo então Presidente do TSE, Luiz Fux, para discutir mecanismos de incremento da segurança das urnas;

c) Amílcar Brunazo Filho: engenheiro, coordena o Fórum do Voto eletrônico, autoridade em segurança de dados, conclui que nosso modelo de urnas é ultrapassado e inseguro.

Já no caso dos Estados Unidos o problema não é a inviabilidade de auditar o resultado. Pelo contrário, o sistema permite que isso seja feito, e recontagens são até comuns no país. O problema americano concentra-se na ausência de requisitos que assegurem a identidade e habilitação legal do eleitor, especialmente, pela baixa exigência de documentos de identificação e pela admissão do voto pelo correio. Esse problema foi ainda maior neste ano, pelo grande uso dessa sistemática.

Se nos Estados Unidos houvesse biometria em todos os Estados e o voto fosse necessariamente presencial, creio que o sistema seria bastante íntegro. Assim, como também ocorreria no Brasil caso adotássemos o comprovante impresso do voto digital ou algum mecanismo que permitisse que o resultado eleitoral fosse auditado, o que foi lamentavelmente derrubado pelo STF sem razões jurídicas para isso.

MATÉRIA COMPLETA - André Uliano, colunista - Gazeta do Povo - Vozes