No
período em que a taxa Selic caiu a menos da metade, os juros bancários não
acompanharam o recuo. O GLOBO desta quarta-feira revela que as cinco maiores instituições do setor
faturaram R$ 23,2 bi em tarifas de prestação de serviços no ano
passado, um aumento de 9,7%. E o resultado aconteceu com uma base de clientes
3% menor em 2017. Os bancos, assim, atrapalham a retomada da economia.
A palavra
escárnio é apropriada para definir a atuação dos bancos no Brasil. A reportagem
de Ana Paula Ribeiro e Gabriela Valente mostra que os cinco maiores estão
faturando mais com um número menor de clientes. Além do aumento das tarifas, os
juros continuam em níveis extravagantes. Enquanto o BC vem reduzindo a Selic de
14,25% para 6,75%, a taxa no crédito pessoal está, na média, em 122%. Os juros
cobrados da pessoa física subiram em janeiro para 32,3%. Não há explicação.
Os bancos
adotam uma visão míope. O momento é de recuperação da economia, não é hora de
elevar os juros ou tarifas. Taxas nesses níveis contribuem, inclusive, para
manter a inadimplência. A
concentração, que já era grande, aumentou. BB, Caixa, Itaú e Bradesco, que
tinham 52,58% do mercado de crédito há 10 anos, hoje concentram 72% do total.
Tem que haver alguma fórmula para estimular a competição. O consumidor está
pagando caro.
Receita de bancos com serviços cresce 9,7% em 2017
No entanto, a base de clientes das quatro maiores
instituições financeiras do país diminuiu 3% no período
Pacotes
mensais de serviços, taxas para transferência de recursos para outros bancos e
cobranças como segunda via de cartão de débito, entre outras. Tarifas sobre
serviços renderam R$ 23,2 bilhões aos quatro maiores bancos brasileiros em 2017
— Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander.
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