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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O feriadão da ciência - Coisas estranhas na medicina - Vozes - Gazeta do Povo

Não é esquisito que a classe médica ignore os levantamentos objetivos demonstrando que as regiões mais trancadas são as que têm mais óbitos por milhão?

Vamos mandar uma mensagem rápida ao passado. Ao passado recente, ali por volta de março de 2020. Só pra dizer a você aí de março de 2020 que aqui em janeiro de 2021 os malucos continuam decretando lockdown.  Não, não é brincadeira. Inglaterra, Alemanha, São Paulo... Se está dando certo? Adivinha. Se eles mostraram como funciona? Claro que não, bobo. Fique em casa senão você é um negacionista genocida e fim de papo. Sim, as áreas mais trancadas são as que têm mais óbitos (Bélgica, Argentina, Inglaterra...).

Não, não demonstraram nunca a barreira ao contágio supostamente erguida pela quarentena. Não, jamais propuseram uma política sanitária focada nos grupos de risco. O negócio é prender todo mundo.  Aí você pergunta, do seu mirante no já distante março de 2020: e os médicos? Respondemos aqui de 2021: o que tem os médicos? Você explica: estou perguntando pela medicina! Não há uma refutação acadêmica a esse instrumento bizarro (lockdown) fantasiado de certeza científica?

Não, querido antecessor. Não há refutação – pelo menos não em caráter institucional. Alguns falam isoladamente. O que há, de forma quase generalizada na classe médica, é uma complacência intrigante com a ideia de que vacinas desenvolvidas em seis meses sem tempo para verificar as reações orgânicas a médio prazo, especialmente nos mais vulneráveis, são a salvação da humanidade.

Se mais de 90% da população não correm riscos letais e os grupos mais vulneráveis são conhecidos, por que vacinar a população inteira, ainda mais de forma experimental? Resposta: para de fazer pergunta difícil. Entre num consultório médico e tente entender o que está acontecendo.

– Bom dia, doutor.
– Bom dia.
– Como vai?
– Vou bem, obrigado.
– Que bom.
– Tá quente demais, né?
– Muito, doutor.
– Saudade de esquiar.

– Ah... Imagino.
– Aqui nessa foto sou eu, minha mulher e meus filhos na Suíça.
– Certo.
– Fomos comemorar a conclusão do meu pós-doutorado nessa estação de esqui. Por isso a foto está ao lado do diploma.
– Ah, nem tinha reparado...
– Pois é, não fiz uma reprodução muito grande, pra não chamar atenção.
– Entendo. Então, doutor, a questão é que...
– Eu sei, eu sei. A gente não deve se envergonhar dos nossos feitos. Mas é que sou discreto, sabe? Low profile.

– Claro. Dá pra ver.
– E vou te confessar: eu não sou o melhor esquiador da família, não.
– Jura?
– Juro! Meu garoto mais velho é pentacampeão. Mas o caçula é muito bom também.
– Que bom. Deve ser a genética. Por falar em gene, estou preocupado com...
– Aí você falou tudo: é genética. Porque a minha mulher também esquia muito bem. Reparou no esqui dela na foto? Tínhamos acabado de comprar, presente de aniversário de casamento. Aliás, recebi o meu diploma de pós-doutorado no dia do nosso aniversário de casamento! Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não digo que foi o mais feliz, porque teve outros.

– Que bom, doutor.
– Você também esquia?
– Não, eu...
– Não sabe o que está perdendo. Se quiser posso te indicar um professor.
– Eu...
– O melhor. É meu amigo. Muito ocupado, mas se você disser que fui eu que indiquei ele arranja uma hora pra você.
– Obrigado. Eu vou...
– Eu também vou. Tenho que estar em meia hora sentado na mesa de um Congresso. E antes ainda tenho uma entrevista pra TV.
– Congresso?
– É, vou fazer uma palestra sobre a minha experiência clínica.
– Ok, doutor. Boa sorte. Não esquece o esqui. 

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES