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domingo, 10 de maio de 2015

Decisão do STF atrapalha Fachin

 Ao contrário do que alegam os apoiadores do jurista Luis Edson Fachin à vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, a proibição de Procuradores exercerem a advocacia privada concomitantemente com a função de Procurador do Estado não é inconstitucional.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão da Segunda Turma, sob a presidência da Ministra Cármen Lúcia, por unanimidade, decidiu que cada Estado pode definir os limites de atuação de seus Procuradores, de acordo com o voto do Relator, Ministro Gilmar Mendes em  recurso extraordinário  em outubro de 2013.

A ação foi impetrada por Procuradores do Rio Grande do Sul cuja Constituição, à exemplo da do Paraná, proíbe essa atividade de advocacia privada. A situação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul é idêntica aos do Paraná, e o Supremo chancelou a validade da proibição da advocacia contida na Constituição Estadual.  É um precedente delicado e preocupante para Fachin, e dá força ao estudo da Consultoria Legislativa do Senado, assinado pelo assessor jurídico João Trindade Cavalcante Filho, que afirma que ele não poderia ter exercido a função de Procurador do Estado do Rio Grande do Sul (e não Promotor, como escrevi, por um lapso, na coluna de ontem duas vezes) e advogar privadamente.

Na ação, a agravante alega que ao vedar a advocacia fora das atribuições institucionais, a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul e a legislação estadual estariam em dissonância com a Constituição Federal. O ministro Gilmar Mendes entendeu, e foi apoiado unanimemente pela 2º Turma, que as constituições estaduais não estão sujeitas à orientação expressa da Constituição Federal sobre o tema em questão.

Confira-se o que disposto no texto da Constituição de 1988 sobre o assunto:


Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

A Constituição Federal, em nenhuma passagem, proíbe o exercício da advocacia pelos Procuradores dos Estados, sendo matéria de competência dos entes da Federação. O ministro do STF Luis Roberto Barroso exerceu a advocacia cumulativamente com o cargo de Procurador do Estado do Rio de Janeiro, já que a legislação estadual não proíbe. Já Luis Edson Fachin foi nomeado em 1990 Procurador do Estado do Paraná sob a égide da Constituição daquele estado, promulgada no dia 5 de outubro de 1989, que em seu artigo 125, § 3º, inciso I, assevera, § 3°, “É vedado aos procuradores do Estado: I - exercer advocacia fora das funções institucionais”. O artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabeleceu uma exceção: “O disposto no art. 125, § 3°, I, desta Constituição não se aplica aos atuais procuradores do Estado”.

Os apoiadores de Fachin alegam que quando ele prestou concurso e foi aprovado, não existia essa proibição constitucional, que só veio a aparecer depois. Essa "expectativa de direito" seria suficiente para dar-lhe esse direito, de que muitos juristas discordam.  Por outro lado, como ainda não havia sido empossado Procurador na promulgação da Constituição, não pode ser enquadrado na exceção à regra. Sua posição, como se vê, fica a cada dia mais frágil, tendo que fazer malabarismos jurídicos para provar que não infringiu a lei.

Mesmo que no meio jurídico seja incontestável que Fachin tem, além de "notório saber", "reputação ilibada", e esse imbróglio pareça apenas um discussão teórica sem importância, os senadores, porém, que farão uma análise política de sua nomeação, a suas posições ideológicas muitos podem acrescentar essa infringência da lei para barrá-lo na sabatina.


Fonte: Merval Pereira - O Globo
 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Tenta jogar, mas é inexperienta

Dilma, a suprema, decidiu ceder: para atender ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a quem detesta, nomeou para o Ministério do Turismo o ex-deputado Henrique Alves, de quem não gosta. E, para não parecer que se rendeu incondicionalmenta, aplicou um bom corte nas verbas já escassas do Turismo.
E que é que aconteceu?
1 - para nomear Henrique Alves, teve de afastar o ministro Vinícius Lages, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros - um político pelo menos tão poderoso quanto Eduardo Cunha. Renan manifestou seu desagrado da maneira mais clara possível: rejeitou todas as propostas de Dilma para dar novo cargo a Lages e preferiu nomeá-lo para a chefia de seu Gabinete. Para um peemedebista, recusar bons cargos é a maior demonstração de que o relacionamento vai mal.

2 - Eduardo Cunha já estava irritado com a demora na nomeação de Alves. Ficou mais irritado ainda com o corte das verbas. Mas tem um motivo de satisfação: provou para seu partido e para o país que manda mais que a presidente. Não perderá oportunidade de exercitar seu poder à vontade, goste ela ou não. E já começou: nos próximos dias, entra na pauta a redução do número de Ministérios.

3 - Renan Calheiros é frio, experiente. Não reage: só se vinga. Talvez Luiz Edson Fachin, escolhido por Dilma para o Supremo, tenha problemas para que o Senado o aprove. E Renan apoiará Cunha na redução do número de Ministérios.

Como se diz em futebol, ao mau jogador até a bola atrapalha.


Didi...
Aliás, o acordo entre Cunha e Dilma que levou Henrique Alves ao Ministério trouxe outro item desagradável: um corte no reajuste dos aposentados. No projeto que manteve o reajuste do mínimo, estavam incluídos os aposentados.

A fortuna que ganhariam - 7%, aproximadamente - foi considerada excessiva pela presidente. E os aposentados foram retirados do projeto. Vão ficar com 5,5%, e não é para sair gastando feito doidos. Nenhum jornal aproveitou a oportunidade para publicar o grande título: "Novo ministro custa o reajuste dos aposentados".

... Dedé...
O ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou a construção de 12 novas usinas nucleares no país, sendo quatro até 2030 e outras oito entre 2030 e 2050. Sabe de nada, inocente (embora "inocente" seja uma palavra perigosíssima quando aplicada a autoridades).

Angra 3 está sendo construída há mais de 30 anos e até hoje não entrou em funcionamento. O programa nuclear brasileiro começou na primeira metade da década de 1970 e só completou duas usinas. E desde 2011, data do tsunami que atingiu a usina nuclear de Fukushima, praticamente não há no mundo construção de novas plantas atômicas para geração de energia.

A probabilidade é de que as usinas atômicas de Braga fiquem prontas junto com o trem-bala, mesmo com aqueles orçamentos elásticos de sempre.

... Muçum...
Dizem que muita gente da oposição estaria na lista de depositantes ilegais do HSBC suíço - os SwissLeaks. Deve haver. E fica difícil, por isso, entender por que Dilma está tão sossegada no caso. O senador Ricardo Ferraço, do PMDB capixaba, na oposição desde que acolheu no Brasil o senador boliviano Roger Pinto, dando-lhe ajuda para escapar da Bolívia, procurou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do PT, para saber por que o Governo brasileiro demora tanto para pedir à França e à Suíça a lista dos depositantes.

Cardozo ficou rouco de tanto ouvir. Seria interessantíssimo ver a lista completa dos depositantes brasileiros clandestinos. Estarão ligados a Petrolão, doações ilegais, essas coisas?

...Zacarias
Está certo, a Caixa Econômica Federal teve de colocar bom dinheiro no Banco Pan-americano, de Sílvio Santos, para evitar problemas; é certo, também, que a Caixa patrocina boa parte dos clubes das divisões principais do nosso futebol, e isso é caro. Mas tirar o dinheiro justo de quem economiza para comprar sua casa?

Pois aconteceu: a Caixa aumentou os juros do crédito imobiliário pela segunda vez neste ano, agora para 9,45%, para acompanhar a Taxa Selic. Pague! E nada de reclamar: quem não puder pagar o Minha Casa, Minha Vida pode perfeitamente alistar-se em algum movimento de Sem-Teto e invadir um bom imóvel.
O candidato e seu passado
Depois de uma série de divergências com o Brasil sobre a administração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, pertencente aos dois países, o Paraguai decidiu mover uma ação judicial para garantir aqueles que, a seu ver, eram direitos que vinham sendo ignorados.

Quem foi o advogado da parte paraguaia no processo contra brasileiros? Ele mesmo: Luiz Édson Fachin, agora indicado pela presidente Dilma para o lugar do ministro Joaquim Barboza no Supremo Tribunal Federal.

Fachin ganhou a ação contra o Governo brasileiro. Viva o Paraguai!

O nome do jogo
O ex-presidente Fernando Henrique, guru do PSDB, já informou à colunista Sonia Racy, de O Estado de S. Paulo, qual seu candidato preferido para a Prefeitura de São Paulo: o vereador Andrea Matarazzo, ex-embaixador na Itália. [um registro obrigatório: graças ao FHC é que o Brasil foi obrigado a suportar a reeleição do Lula, a eleição e reeleição da Dilma e abrir mão de qualquer tentativa de remover a soberana búlgara da cadeira presidencial.

Foi FHC o autor da estúpida ideia de deixar Lula sangrar até morrer - o estrupício não morreu e ainda f ... o Brasil - e é também o guru tucano que defende desesperadamente a manutenção da Dilma no poder.]

Fonte: Coluna do Carlos Brickman -  www.brickmann.com.br
 e-mail: carlos@brickmann.com.br
twitter:  @CarlosBrickmann