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segunda-feira, 19 de março de 2018

Vergonhoso! comparar Marighella, um lixo humano, um chacal, com Luther King

Em breve, você será cobrado a se posicionar sobre Bolsonaro

[transcrevemos parte deste post apenas como veículo para expressar o nosso protesto ao desrespeito feito a Luther King por quem o compara com o ex-guerrilheiro, assassino, Marighella.] 

Com o assassinato de Marielle Franco e a nítida polarização de opiniões, que beiram ao escárnio humanitário por parte de alguns, pra mim uma coisa está bem evidente: chegou o momento de resolvermos questões inflamadas no pós 2013, quando o véu das elites começou a cair.
Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados 

(...)

Até o final do ano você vai ter que se posicionar entre Bolsonaro e sociedade civilizada. Não existirá a possibilidade de você ser indiferente a isso, já estamos em guerra declarada! AINDA BEM! E que alertemos cada vez mais as pessoas ao nosso lado que reflitam enquanto é tempo, antes que o caldeirão das emoções das eleições dificultem uma interpretação também racional. [entendam de uma vez por todas que será mais uma guerra que vocês vão perder; 
vencemos em 35, em 64, vencemos quando 'escarramos' Dilma, quando Lula foi condenado ao cárcere e venceremos quantas vezes vocês ousarem nos enfrentar.]

(...) 

Do outro lado, Marielle Franco, Malcom-X, Rosa Parks, Dorothy Stang, Zumbi, Marighella, Chico Mendes, Luther King, bem como muitos ativistas que morreram na história, simbolizam tudo aquilo que Bolsonaro não é capaz de ser: a personificação da luta por um mundo mais humano e igualitário. Eu escolhi um lado faz tempo, mas a sua hora de escolher está com dias contados, a vida cobrará e eu também. 

[não ofendam a memória de Luther King comparando-o com um porco guerrilheiro, um assassino frio e covarde.
Respeitem a memória de outras pessoas dignas, não as compare com o repugnante Marighella.] 

Yahoo! Notícias - Justificando - André Zanardo

 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

‘Selma’ forçou a mão, sem precisar

Quem for ver o filme aprenderá a história de um grande momento, mas será picado pelo veneno da mistificação

A partir de sexta-feira o filme “Selma” poderá ser visto no Brasil. Conta a história de um grande momento da história americana: a marcha de negros e brancos liderados por Martin Luther King a partir da cidade de Selma, no coração racista do Sul dos Estados Unidos. No dia 7 de março ela completará 50 anos. De lá para cá, um negro elegeu-se presidente, e a data de nascimento de King tornou-se feriado nacional. Os sapatos que Juanita Williams calçava durante a marcha podem ser vistos no Museu da História Americana, com seus saltos corroídos. É uma história emocionante.

Centenas de negros na cabeceira de uma ponte querendo começar uma marcha até a capital do Alabama pedindo o fim da discriminação racial eram um desafio inaceitável para o poder local. O pau comeu, a televisão mostrou as cenas de violência e, três semanas depois, a passeata chegou ao seu destino. O resto da história está no filme. “Selma” foi maltratado pela Academia do Oscar, e está debaixo de chumbo pela maneira como retratou o presidente Lyndon Johnson. Para quem participou de marchas contra a Guerra do Vietnã, bem feito. Aquele texano enorme de maus modos, que assumiu depois do assassinato de John Kennedy, não merece sossego. Falso. Johnson destruiu-se pela paranoia que o jogou no Vietnã, uma guerra iniciada por Kennedy, mas foi um grande presidente, sobretudo na questão dos direitos civis. 

O filme mostra Johnson querendo evitar a marcha de Selma. Afinal, numa peça de heróis negros, nada melhor que um presidente branco fazendo o papel de vilão. Na vida real deu-se o contrário. Já na noite de 27 de novembro de 1963, quatro dias depois do assassinato de Kennedy, Johnson reuniu seus assessores mais próximos para preparar seu primeiro discurso ao Congresso e levantou o tema dos direitos civis dos negros. 

Quando lhe disseram que isso significaria um desgaste político, ele respondeu: “Bem, e para que diabos serve a Presidência?” Mestre da costura política, Johnson não quis conter Luther King, aliou-se a ele para prevalecer no Congresso. Sem King e sem Selma, é possível que a aprovação da lei dos direitos civis demorasse algum tempo, mas, sem Johnson na Casa Branca, ela não teria sido aprovada em 1964.

“Selma” não precisava demonizar Johnson. Tudo bem que é um filme, mas a influencia desse meio produz mistificações. Até hoje tem gente que guarda a imagem dos bolcheviques subindo heroicamente as escadarias do Palácio de Inverno de São Petersburgo em 1917. Genial lorota do diretor Sergei Eisenstein no seu filme “Outubro”, de 1927. Ele acaba enganando a memória, pois não há registro do episódio de 1917. 

O palácio estava desguarnecido e uns poucos bolcheviques entraram por janelas e portas laterais. Nas horas seguintes, quando acharam a adega do czar (uma das melhores do mundo), começou o maior porre da história da cidade. A única barricada da ocasião foi montada dias depois, pelos bolcheviques, para proteger as garrafas que restavam. É possível que tenham morrido mais figurantes durante as filmagens de Eisenstein do que na tomada do palácio. A cena da escadaria é uma alegoria, mas a descaracterização de Johnson em “Selma” é um veneno simplificador para a alma de quem vê o filme.

Por: Elio Gaspari é jornalista