Ao contrário do que se lê em todo canto, o deputado perdeu relevância. Sim, Temer tentará voltar às boas com o rapaz porque, afinal, é do seu temperamento
Chega a ser divertido, diga-se, a
dedicação com que a assessoria e a marquetagem de Rodrigo Maia consegue
convencer os jornalistas de que o presidente Michel Temer saiu dessa
votação ainda mais dependente do deputado. Ele seria, ora vejam, até
mesmo dono da agenda de modernização do país. É mesmo? Qual foi, além de
nenhum, o seu grande esforço em favor da reforma política, por exemplo?
Acovardou-se ainda mais do que os outros. A reforma da Previdência é
uma pauta que ele acabou comprando nem faz tanto tempo, até porque
chegou ao cargo com o apoio das esquerdas, que veem nele um aliado
circunstancial ao menos.
Napoleão Bonaparte! Eis a imagem que Rodrigo Maia deve enxergar no espelho. Em comum com o imperador, só mesmo o ar entediado
O ridículo chega a tal ponto que os seus
propagandistas na imprensa se esquecem de que o Parlamento brasileiro é
bicameral. Tem-se a impressão de que o valente Maia é também presidente
do Senado. Assim, a reforma da Previdência que ele conseguisse emplacar
na Câmara, por exemplo, não encontraria resistência nenhuma na outra
Casa. É estupefaciente.
Ao contrário do que se lê em todo canto,
o deputado perdeu relevância. Sim, Temer tentará voltar às boas com o
rapaz porque, afinal, é do seu temperamento. E, se Maia decidir sabotar
os projetos do governo, tem-se uma dificuldade a mais. Mas nada além
disso. Até porque o valente parlamentar estará sendo visto com olhos bem
distintos agora.
Antes, os incautos enxergavam nele uma
alternativa de poder. Mesmo quando se comportava como um sabotador, isso
não ficava muito claro. Daqui para a frente, este senhor vai ter de
prestar contas a seu eleitorado, bastante minguado em 2014: pouco mais
de 53 mil votos. Simpatia das esquerdas, só mesmo das parlamentares. O
eleitorado conservador, que é o seu, vai cobrar dele que colabore com as
reformas que precisam ser feitas, não o contrário.
Ao não ter mais a cadeira de Temer como
opção, Rodrigo Maia volta à sua real estatura política. Bem menor do que
o seu ego inflado sugere e compatível com o seu permanente ar de
infelicidade, der tédio, como se quisesse sempre estar em outro lugar.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo