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domingo, 13 de maio de 2018

O tesoureiro do chefão e o coroinha de missa negra

Okamotto e Gilberto Carvalho juram que Lula demorou 111 fins de semana para concluir que Atibaia fica longe de São Bernardo

Aflita com a aproximação da sentença de Sérgio Moro sobre o caso do sítio em Atibaia, a tropa de bacharéis do Instituto Lula transformou Paulo Okamotto e Gilberto Carvalho em protagonistas do ato mais recente do interminável espetáculo do perjúrio. Depois de reiterar que o ex-presidente presidiário nunca foi dono do sítio que é dele, a dupla contou que, como Marisa Letícia se apaixonara pela propriedade rural à primeira vista, o maridão examinou por algum tempo a ideia de comprar o imóvel. Desistiu depois de constatar que “Atibaia é muito longe”.

 Okamotto e Gilberto Carvalho afundaram no pântano de Atibaia
 
Okamotto disse que esteve no sítio “uma ou duas vezes”, a convite de Marisa Letícia, e até encontrou por lá o dono oficial, Fernando Bittar. Graças ao tesoureiro particular do chefão, descobriu-se que existe um anfitrião que deixa por conta de dois convidados a complementação da lista de convidados. Gilberto Carvalho, também a convite de Marisa Letícia, participou de uma festa junina na casa de campo. O coroinha de missa negra sentiu-se tão à vontade que ficou para dormir.

Quem quiser engolir a conversa fiada terá de acreditar que Lula é, simultaneamente, o mais indeciso e o mais impetuoso negociante do planeta. Só um vacilante juramentado precisou de 111 fins de semana para descobrir que Atibaia não é tão perto de São Bernardo. E só um precipitado patológico pediria a empreiteiros amigos que o presenteassem com obras, reformas e melhorias milionárias antes mesmo de decidir se deveria ou não comprar o sítio.

Coluna do Augusto Nunes - Veja

 

 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Suposto plano de comprar o sítio não ajuda Lula



De repente, amigos de Lula decidiram injetar no processo sobre o sítio de Atibaia um detalhe: o grão-mestre do petismo cultivou, em algum momento, o hipotético plano de comprar o sítio de Atibaia. A versão foi despejada sobre os autos em depoimentos convocados por Sergio Moro. Verbalizado há dois dias por Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, o suposto plano de aquisição foi ecoado nesta quarta-feira por Gilberto Carvalho, amigo e ex-ministro do réu.

O detalhe não melhora a situação penal de Lula. Ao contrário, torna mais precário um quadro que já é crítico. Alega-se que o sítio não pertencia ao guia do petismo, mas a dois sócios do seu filho, o Lulinha. Sustenta-se que os donos cederam a propriedade para que Lula usufruísse dela gratuitamente. O problema é que o amigo de Emílio Odebrecht e de Léo Pinheiro era Lula. Aos sócios de Lulinha, os mandarins da Odebrecht e da OAS não dariam nem bom dia, que dirá uma reforma orçada em cerca de R$ 1 milhão, adornada com uma cozinha planejada, idêntica àquela que havia sido instalada no tríplex do Guarujá.

O petismo talvez não tenha percebido. Mas a versão companheira oferecida a Sergio Moro por Okamotto e Gilbertinho divide os brasileiros em dois grupos: os cínicos e os azarados, que ainda não encontraram amigos tão generosos. Uns são capazes de ceder de graça um sítio paradisíaco do tamanho de 24 campos de futebol. Outros reformam o paraíso sem exigir contrapartidas.

O truque da intenção de compra seguida de desistência já havia sido tentado no processo do tríplex. Com uma diferença: no caso do imóvel do Guarujá, dizia-se que Lula não passara nenhuma noite no imóvel. Sem dormir, pegou 12 anos e 1 mês de cana. No inquérito sobre o sítio, as evidências de que Lula usufruía da propriedade saltam dos autos como pulgas do dorso de um vira-latas. Com pernoites, a pena deve ser maior.

Blog do Josias de Souza