O procurador-geral da República fez perguntas a si mesmo. “Na solidão
do meu cargo”, como escreveu. Era ter todas aquelas provas
estarrecedoras ou não fazer o acordo. Era abril e estavam os irmãos
Batista de um lado e Janot, do outro. Joesley-Wesley são acostumados a
ganhar sempre e sabem jogar. Janot temia que o país não pudesse saber o
que ele acabara de ser informado. Foi o dilema de Janot.
O que os irmãos tinham a entregar era um volume alto de mercadoria:
quase dois mil políticos financiados, o senador Aécio e uma conversa
indecorosa em todos os sentidos, o presidente da República recebendo às
escondidas um investigado, propinas cobradas pelo então ministro da
Fazenda em empréstimos do BNDES para serem enviadas para contas no
exterior que financiavam campanhas de Lula e Dilma. Muito estava sobre a
mesa.
Em março, Janot falou sobre o quanto o Brasil havia mudado com a
Lava-Jato. E naquele março tramavam em altos endereços. Em abril, a
dupla chegou na frente de Janot e pediu o máximo: imunidade penal. Em
troca, os dois entregariam provas dos crimes que cometeram, que
coletaram intensamente nos dias prévios da delação. Era tentador. Tudo
isso será teu. [oferta dos Batista não foi vantajosa para o Brasil, para o combate à corrupção, SÓ FOI VANTAJOSA PARA OS CRIMINOSOS = DELATORES = FAMÍLIA BATISTA.
Vejamos:
- entregaram provas dos crimes que cometeram mas com a garantia de que não seriam processados, não sofreriam nenhum tipo de penalização, nenhum incômodo;
- as demais provas por evidentes falhas técnicas na coleta e mesmo pela evidência de em alguns casos se tratar de flagrante preparado, que é ilegal, correm elevado risco de valia ZERO.
O que o Brasil lucrou? tivesse os irmãos continuado a cometer crimes, sem deletarem, mais dias, menos dias seriam flagrados e punidos - a punição pode demorar mas sempre vem, já a anistia apaga tudo.]
“O roteiro da vida real é surpreendente”, diz Janot. No terceiro ano
da Lava-Jato, completado naquele março de 2017, quem poderia imaginar
que o presidente Temer iria pedir ao deputado Rodrigo Rocha Loures para
combinar um encontro noturno e clandestino com o empresário Joesley
Batista no Jaburu? Depois da Sepsis, Greenfield, Cui Bono. Cui Bono?
O deputado Rocha Loures correu num estacionamento, semanas depois,
com uma mala de R$ 500 mil entregues por um diretor da JBS. Ontem, a
mala foi entregue à Polícia Federal. Eram outros quinhentos? A conversa é
toda um desfilar de informações relevantes. — O Guido era o coordenador dos fundos, que são a Petros e a Funcef. E
acontecia situação idêntica, é uma situação análoga ao BNDES, com uma
diferença. Nos fundos, eu pagava propina também para o dirigente e
também para o PT, para o tesoureiro. Tinha uma planilha que eu abria 1%
para o dirigente, o presidente do fundo, e 1% para o PT, que era
administrado pelo Vaccari e creditava na conta do Guido — disse Joesley.
[tem três jabutis no alto de árvores e jabuti não sobe em árvore.
Portanto, urge descobrir quem colocou os jabutis no alto.
As questões são:
- quem vazou o áudio da conversa do Reinaldo com Andrea Neves?
- qual o motivo do ministro Fachin se autonomear relatos do caso JBS - quando o correto seria sortear um relator, haja vista que o ministro Fachin já é relator da Lava Jato que nada tem a ver com o caso JBS?
- qual o amparo legal para o procurador-geral se considerar o 'dono do perdão' e na 'solidão do meu cargo', conceder aos Batista ANISTIA AMPLA, GERAL e IRRESTRITA?]
Janot explicou no artigo que “além desses fatos aterradores foram
apresentados dezenas de documentos e informações concretas sobre contas
bancárias no exterior e pagamentos de propinas envolvendo quase duas mil
figuras políticas”.
O PGR lamenta que, mesmo diante de tudo isso, o foco em vez de ser “o
estado de putrefação de nosso sistema de representação política” foi
sobre os benefícios concedidos aos “colaboradores”. O melhor, na
verdade, é ficar atento a tudo. Ao que está podre, e aos benefícios dos
muito vivos.
Joesley e Wesley estão tão acostumados a ganhar que quiseram
especular com a própria volatilidade que provocariam. A CVM está com
sete procedimentos abertos. Vai demorar de três a seis meses para
julgar. E agora os processos estão mais ágeis na comissão. A pena máxima
é de R$ 500 mil. Paga-se com uma mala de Rocha Loures. O Banco Original
está a salvo porque os dois irmãos não são membros de nenhum órgão
estatutário do banco.
Anos atrás circularam rumores de jogadas especulativas em câmbio. No
mercado de carne, o grupo foi investigado por compra de boi de fazenda
com flagrante de trabalho escravo ou de desmatamento. Eu o entrevistei
sobre isso e ele me disse uma frase que explica sua ética: “Se eu não
comprar o bicho, alguém compra.” Depois disso, assinou com o Ministério
Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e passou a lucrar com
isso, sustentando que sua carne era mais limpa. Uma vez ele salvou a
face da direção do BNDES. O banco virou sócio de um frigorífico, o
Independência, que faliu em seguida. O JBS comprou e livrou o banco do
mico.
Foi essa dupla, acostumada a ganhar sempre, a especular, a dobrar a
aposta, que se sentou na frente do PGR para propor o acordo. O que eles
tinham a contar era valioso. O preço pedido foi excessivo. Se Janot
recuar agora será quebra da segurança jurídica de acordos de delação,
que tem sido um instrumento importante para avançar a negociação. Mas se
eles delinquiram, mesmo depois do acordo, pode ser a senha para que o
próprio Janot resolva seu dilema.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 24 de maio de 2017
Dilema de Janot
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