Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Criminosos perdoados em 1979 só anistiam companheiros de seita
Ato pela anistia de presos políticos, na Praça da Sé, em São Paulo, em 1979, e manifestação pela democracia e contra o ataque bolsonarista com a mensagem "sem anistia", na Avenida Paulista, em São Paulo, em 2023 | Foto: Montagem Revista Oeste/Ennco Beanns/Arquivo Público do Estado de São Paulo/Shutterstock A anistia de 1979 impede que Franklin Martins se queixe da vida. Hoje com 75 anos de idade, ele foi preso em 12 de outubro de 1968, na abertura do Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna, e libertado 60 dias depois, na véspera da decretação do Ato Institucional nº 5. É pouco tempo de gaiola para tão extensa ficha criminosa.Capixaba criado no Rio de Janeiro, Franklin juntou-se à extrema esquerda ainda na adolescência. Presidente da União Metropolitana dos Estudantes, já defendia a troca da ditadura militar pela ditadura do proletariado. Filiado ao Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8, um dos grupos comunistas convencidos de que poderia derrubar o governo à bala, participou de um punhado de ações criminosas antes de articular, em parceria com a Ação Libertadora Nacional (ALN), o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick.
Num documentário sobre o episódio que assombrou o país de 4 a 7 de setembro de 1969, Franklin confirma, com a placidez de quem acabou de comungar,que estava pronto para o papel de carrasco. “Sempre entendi que, se não fôssemos atendidos, Elbrick seria executado”, admite sem vestígios de remorso. Como a junta militar que governava provisoriamente o país aceitou embarcar rumo ao México o grupo de 15 extremistas que incluía líderes estudantis presos um ano antes, o carcereiro foi dispensado de matar o refém.
Retomou a vida clandestina até concluir que seria menos perigoso expor em outras paragens seus quase 2 metros de altura. Morou no México, fez uma escala no Chile e estava em Cuba quando a anistia encerrou o banimento imposto a envolvidos em sequestros de embaixadores.
Com pouco mais de 30 anos, Franklin teve tempo para ganhar notoriedade como jornalista da Globo, infiltrar-se no alto comando do PT, tornar-se ministro das Comunicações no segundo governo Lula e fazer o diabo na luta pela adoção do “controle social da mídia”,outro codinome da censura à imprensa. Agora semiaposentado, trocou a discurseira agressiva por lições enunciadas com voz de avô que tudo vê e tudo sabe. Ultimamente, anda ensinando que as depredações ocorridas em Brasília no 8 de janeiro escancararam uma tentativa de golpe de Estado — e que lugar de golpista é na cadeia. Portanto, é preciso apoiar a palavra de ordem deste estranho verão: “SEM ANISTIA”.
Isso é coisa para a turma que recorreu à luta armada para chegar ao paraíso socialista sem perder tempo com escalas na detestável democracia burguesa.
Muito mais grave é a tentativa de golpe abastecida por vendedores de algodão-doce, concorda José Dirceu, uma das 15 moedas de troca incluídas na barganha que livrou da morte o embaixador Elbrick.
Presidente da União Estadual dos Estudantes, pai da ideia de realizar em Ibiúna o Congresso da UNE que destruiu a entidade, Dirceu voltou secretamente do exílio em 1973, com o nariz redesenhado por um bisturi, o codinome Daniel, um fuzil numa das mãos e, na outra, o diploma de guerrilheiro formado em Cuba.
Viu que a coisa estava feia,deixou para mais tarde a hegemonia proletária, mudou de identidade, apareceu na paranaense Cruzeiro do Oeste fantasiado de pecuarista, casou-se com a dona da mais próspera butique da cidade e não revelou quem era, mesmo depois do nascimento de um filho.
O guerrilheiro que só disparou balas de festim teria envelhecido por lá se a anistia de 1979 não o livrasse do medo, do casamento e da rotina tediosa. Com o nariz restaurado, desembarcou em São Paulo a tempo de participar da fundação do PT, eleger-se deputado, presidir o partido, comandar em 2002 a vitoriosa campanha de Lula, tornar-se o mais poderoso dos ministros e usar a faixa de capitão do time do presidente.
Por pouco tempo: o envolvimento em sucessivos escândalos custou-lhe a perda do gabinete no Planalto, do mandato parlamentar e da pose de comandante em combate.
Aos 77 anos, liberado pelo Supremo Tribunal Federal de mais sessões de fotos de frente e de perfil, desfruta da vida mansa que garantiu ao exercer o ofício de facilitador de negócios suspeitíssimos.
Sobra-lhe tempo para desfraldar, em palavrórios publicados por um site companheiro, a bandeira com a inscrição “SEM ANISTIA”.
“O que a sociedade quer saber”, comunicou Dirceu no artigo de estreia, “é se todos os implicados nesse crime de traição à Constituição e à democracia em nosso país, sejam eles civis ou militares, populares ou empresários, responsáveis pelas redes sociais, políticos ou não, vão ter as penas que merecem. Só teremos as respostas com a conclusão dos inquéritos e processos conduzidos legitimamente pelo ministro Alexandre de Moraes”.
O José Dirceu do século passado não tinha nenhum respeito por adversários.
Num comício em São Paulo, afirmou que o governador Mário Covas e seus partidários mereciam “apanhar nas urnas e nas ruas”.
A versão 2024 é menos belicosa: “O resultado das eleições deve ser respeitado”, anda recitando.
As reações do Partido dos Trabalhadores aos resultados das eleições presidenciais sugerem que a recomendação do guerreiro do povo brasileiro seja endereçada à sigla que abrigou toda a turma que a anistia de 1979 resgatou da cadeia, do exílio ou da clandestinidade. A intolerância rancorosa sempre foi a mais notável marca de nascença da seita que tem em Lula o seu único deus.
Derrotados, os devotos nem esperam a posse do adversário para tentar despejá-lo do cargo.
Em 1989, 1994 e 1998, gritaram Fora, Collor!, Fora, Itamar! e Fora FHC!. Em 2016 e 2018, berraram Fora, Temer! e Fora, Bolsonaro!
É verdade que poucos partidos sabem perder uma eleição com elegância. Mas o histórico das disputas escancara um segundo e ainda mais espantoso defeito de fabricação: além de não saber perder, o PT também não sabe ganhar.
Em vez de comemorar o próprio triunfo, o petista-raiz festeja a derrota do inimigo.
Em vez de celebrar a vitória dos seus candidatos, arma a carranca e sai por aí à caça de vencidos a espezinhar.
Transformado num viveiro de ressentidos sem cura, o ajuntamento esquerdista não consegue ser feliz.
Para gente assim, algum inimigo é o culpado por todos os problemas passados, presentes e futuros. Em 2003, por exemplo, Lula assumiu a Presidência grávido de ressentimento com Fernando Henrique Cardoso, que lhe impusera duas goleadas sucessivas ainda no primeiro turno. Só por isso fingiu não enxergar as transformações modernizadoras embutidas no legado que lhe caíra no colo.
O Plano Real, por exemplo, havia enjaulado a inflação selvagem.
O processo de privatização já exibia sua musculatura modernizadora e fixara-se um limite para a gastança.
Pois foi só FHC descer a rampa do Planalto para que Lula começasse a recitar a lengalenga da “herança maldita”.
A freguesia da “bolsa ditadura”, formada majoritariamente por anistiados de 1979, é engrossada pela ala da “anistia reflexo”, composta de parentes de supostos perseguidos.
E inclui o bloco que conseguiu a Declaração de Anistia, documento que isenta o portador de pagar o Imposto de Renda pelo resto da vida
O culpado da vez é Jair Bolsonaro. Foi ele o responsável no Brasil pelas mortes causadas em outros países por um vírus chinês.
Foi Bolsonaro quem ressuscitou a pobreza extinta por Lula e a miséria erradicada por Dilma.
Foi ele quem mandou matar Marielle Franco (e convém verificar se não estava em Santo André quando Celso Daniel foi assassinado).
Foi ele quem tentou exterminar os ianomâmis.
Evidentemente, foi Bolsonaro quem chefiou a tentativa de golpe de Estado ocorrida em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
Era previsível que o ex-presidiário que prometeu ao menos abrandar o clima de polarização política se engajasse com entusiasmo na campanha contra a decretação de uma anistia que encerraria o drama vivido por mais de mil brasileiros que não votaram no candidato do PT.
Em 1979, o regime militar liquidara a oposição armada, mas o estado de direito era ainda um brilho nos olhos dos democratas. O AI-5 fora revogado no fim do ano anterior, mas os governadores haviam sido indicados pelo governo federal, e só dez anos mais tarde o presidente da República voltaria a ser eleito pelo voto direto.
Ainda assim, a anistia foi um avanço e tanto.
Centenas de exilados foram festivamente recebidos no Aeroporto do Galeão, a libertação dos 53 condenados pela Justiça Militar esvaziou as celas antes atulhadas de sobreviventes da luta armada, as tensões se abrandaram imediatamente.
Só continuaram zangados os militantes que em 1980 se reagrupariam no PT — e zangados continuariam por quatro motivos.
Primeiro: embora nenhum dos grupos extremistas tenha atraído mais de cem militantes, todos se julgavam representantes de todos os brasileiros. Segundo: um soldado do povo não comete crimes, pratica ações revolucionárias; não mata seres humanos, executa inimigos dos explorados; não assalta bancos, expropria ícones do capitalismo selvagem. Terceiro: anistia só deve valer para quem contempla o mundo apenas com o olho esquerdo.
Quarto: faltava a indenização. Os perdoados que não perdoam deram-se por satisfeitos com a criação da Comissão de Anistia, o mais generoso e complicado monstrengo administrativo inventado desde 1500.
Criada em 2002 para consolar com indenizações e mesadas vítimas de perseguições políticas ocorridas entre 1946 e 1988, ninguém sabe direito onde fica a comissão, quem a dirige, quantos são os clientes, qual é o tamanho da gastança e quais são os critérios que regulam as enxurradas de reais.
A freguesia da “bolsa ditadura”, formada majoritariamente por anistiados de 1979, é engrossada pela ala da “anistia reflexo”, composta de parentes de supostos perseguidos.
E inclui o bloco que conseguiu a Declaração de Anistia, documento que isenta o portador de pagar o Imposto de Renda pelo resto da vida.
Os requerimentos (mais de mil por mês) são julgados pelos integrantes do Conselho da Comissão de Anistia, subordinado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
O Orçamento de 2024 destinou cerca de R$ 180 milhões à comissão.
Nos últimos 20 anos, saíram por esse ralo quase R$ 7 bilhões.
O ranking dos milionários é liderado pelo jornalista Paulo Cannabrava Filho, que ingressou no clube dos indenizados em 3 de agosto de 2008. Segundo a Gazeta do Povo, até 2019 o campeão havia recebido R$ 4,7 milhões a título de indenização, fora os pagamentos mensais de valor ignorado pelos brasileiros que bancam a farra.
No blog em que segue combatendo os inimigos da democracia e defendendo os amigos dos pobres do Brasil, Cannabrava afirma que os presos do 8 de janeiro não são apenas golpistas.
São também terroristas. Devem, portanto, ser duramente punidos.
Que sobrevivam na cadeia ou atrelados a tornozeleiras.
Com ou sem julgamento. Sem provas de culpa. Sem anistia. E, claro, sem indenizações.
Ao saber que o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro o incluíra numa lista de candidatos a indenizações,Millôr Fernandes exigiu a retirada do seu nome e desmoralizou a malandragem: “Pensei que era ideologia. Era investimento”. A mobilização dos perdoados incapazes de perdoar cabe em outra lição de Millôr: “Ditadura é quando você manda em mim. Democracia é quando eu mando em você”.
Como ensinou o grande pensador, “democracia é torcer pelo Vasco na torcida do Flamengo”.
Os que berram “sem anistia” sonham com um Brasil de torcida única e um time só. Qual seria?
O apontado pelo consórcio que junta o Supremo Tribunal Federal, o atual governo e a imprensa velha.
Na terça o dia inteiro foi de trabalho para Rodrigo Pacheco,
presidente do Senado, em reuniões com lideranças para saber o que fazer
com a medida provisória do governo que afrontou o Congresso. [a dificuldade do Pacheco é que ele possui um enorme talento: "o de não criar problemas para ninguém, especialmente para ele." - o exercício de tal talento impõe: falta de coragem para decidir.] O
Legislativo tinha promulgado a validade da desoneração da folha de
pagamento dos 17 setores que mais empregam no país, que foi mantida
depois que 438 deputados e senadores se uniram para derrubar os vetos deLula.
No dia seguinte, o presidente emitiu uma medida provisória derrubando a
lei promulgada.
A ideia é devolver,mas Rodrigo Pacheco está cheio de
dedos, todo diplomático, quer primeiro falar com Fernando Haddad
para ver se ele retira a MP – mas não é um ministro que retira MPs, é o
presidente da República, que é o autor –, ou se refaz, publica outra.
Pacheco
disse algo que eu queria comentar: que é preciso construir uma solução
para uma arrecadação sustentável.
Arrecadação de quem? Do Estado
brasileiro.
Mas qual é a “arrecadação sustentável” para a nação
brasileira, dos pagadores de impostos?
O quanto podemos suportar?
Porque nós estamos sendo tratados não como
cidadãos, mas apenas como contribuintes, que pagamos impostos todos os
dias para sustentar um Estado grande, pesado, inchado, que presta
serviços públicos ruins. Vocês já imaginaram a nação brasileira livre
para produzir, plantar, fazer, vender, comprar, empregar, abrir empresa,
exportar, importar, pagando uma taxa para sustentar a Justiça, a segurança pública, o saneamento e
o ensino público e a saúde pública?
Mas sustentamos um Estado grande
demais, pesadão, em plena era digital, quando o Estado deveria ter
diminuído, mas aumentou.
Nem o mesmo o presidente da Câmara foi – alegou doença na família, mas os seguidores dele não foram também.
Uma pesquisa Atlas Intel afirma que só 18,8% dos brasileiros acreditam que tenha sido tentativa de golpe de Estado. Ou seja, mais de 80% dos brasileiros não acreditam na narrativa da grande mídia, que está completamente desacreditada em consequência disso.
No evento, o presidente Lula disse que “não há perdão para quem atenta contra a democracia”. Mas ele próprio foi perdoado pelo Supremo;não teve a grandeza, a gratidão de retribuir, acenando com anistia, esquecimento, perdão.
Eu
gostaria que isso fosse generalizado. Não pode haver impunidade para que
não se repita o 8 de janeiro,mas também para que não se repitam todos
os atos de corrupção,
de lavagem de dinheiro, de desvios, de abuso de poder.
Não poderia
haver impunidade para ninguém, mas no Brasil só quem tem a certeza de ir
preso é quem não pagapensão alimentícia.
Agora mesmo um ex-jogador do Figueirense e do Palmeiras foi preso no
interior de Alagoas.
Está cheio de corrupto solto, de homicida ganhando
saidinha, mas quem não paga pensão, como o Cleiton Xavier, coitado, está
lá, preso, e vai ter de pagar a pensão.
Na hora das viagens, Lula fica com o filé e deixa o osso para Alckmin O presidente Lula não foi à posse do presidente Daniel Noboa, do Equador, em novembro, e não vai agora à posse do presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, que é de centro-esquerda.
O
Ministério dos Direitos Humanos considera que existem dois tipos
diferentes de brasileiros, e trata cada um deles de maneira também
diferente.
Uns são seres humanos – condição que só pode ser adquirida
por quem dispõe de alguma identificação como “pessoa de esquerda”.
Os outros são “bolsonaristas”. É uma maldição que atinge todos os cidadãos que não gostam do presidenteLula,
nem do seu mundo, e não votaram nele nas últimas eleições. [e certamente não votarão na próxima - com nossa torcida de que ele não seja candidato por estar encarcerado, puxando correntes = em um cárcere ou no inferno.]
Estes, para o
Ministério dos Direitos Humanos e para o governo Lula em geral, não têm
direitos humanos ou de qualquer outro tipo – nem os que são previstos na
legislação de proteção aos animais.
Países
que se dão ao trabalho, e à despesa, de manterem ministérios de
direitos humanos assumem compromissos concretos com as prerrogativas
legais de todas as pessoas, sem fazer distinções baseadas em suas
atitudes políticas.
Se não for assim, nem pensam em ter ministério
nenhum para cuidar do assunto.
O Brasil é um caso único. Tem ministério,
ministro, carro oficial e o resto da procissão, mas é contra a ideia
geral de que todos os seres humanos são iguais e têm direitos
inalienáveis que recebem ao nascer.
Uns
são seres humanos – condição que só pode ser adquirida por quem dispõe
de alguma identificação como “pessoa de esquerda”. Os outros são
“bolsonaristas”.
Aqui,
como se comprova pela atuação concreta do MDHC (cabe a ele a “Cidadania”, também),
os cidadãos até podem nascer iguais, mas vão ficando diferentes à medida que
escolhem suas posturas políticas e seus estilos de vida.
Se não entram no “campo
progressista” são lançados no rol dos culpados “bolsonaristas” –e aí não têm direitos,
ou só têm os direitos que o STF quiser.
Há quase um
ano o MDHC assiste sem fazer a mínima objeçãoa aquilo que talvez seja a
mais evidente violação em massa dos direitos humanos ora em andamento
em qualquer lugar do mundo – os processos do “Oito de Janeiro” feitos
pelo STF.
Os réus não poderiam estar sendo julgados ali.
Há acusados primários
que estão presos há onze meses, sem julgamento e sem culpa formada.
O
ministro Alexandre de Moaresse nega, repetidamente, a atender pedidos doMinistério Público para que presos com problemas urgentes de saúde sejam atendidos em hospitais.
Dois deles foram recebidos no próprio MDHC,
em Brasília, para se queixar da “violência” da polícia na tentativa de
proteger o patrimônio público.
Não houve violência nenhuma por parte dos
policiais, conforme mostram imagens gravadas; quem fez o quebra-quebra
foram os manifestantes.
Já está tudo certo, é claro. Os quatro
arruaceiros presos foram soltos. Os que visitaram o ministério foram
descritos como “lutadores sociais”
.
É
o que poderia haver de mais coerente com um ministro de Direitos
Humanos que é contra um projeto de anistia – caso sem paralelo no
planeta. Está, neste momento, na campanha “Sem Anistia”, que luta para
bloquear projetos de perdão para os presos de Brasília.
Escreveu alguém, não lembro quem, que a anistia funciona sobre o
ambiente político como rescaldo em área incendiada, quando se borrifa
água para extinguir focos de fogo ou brasa persistentes junto às cinzas.
Imposição de um já longo momento histórico O momento político brasileiro se inclui entre os mais complexos de que tenho lembrança. Há quase cinco anos o país convive com a censura, com os assuntos proibidos e as opiniões restritas, com a ditadura do consórcio de mídia e a manipulação da informação, com o cerceamento das redes sociais e com a teimosa recusa às urnas com impressora.
Assistimos o tratamento díspar proporcionado às forças políticas em confronto e vimos a carranca ameaçadora dos inquéritos do fim do mundo num mundo sem horizonte. Há setores da sociedade que a tudo chancelam e aplaudem delirantemente.
Por vezes, o aplauso tributado a uns foi, também, o apupo dirigido a outros e um contundente depoimento coletivo...
Assisti a
isso durante quatro anos e continuo assistindo.
Para descrever as causas
da completa erosão do ambiente político nacional, devo ainda devo
acrescentar dois itens: a surdez institucional à voz das ruas,
significando omissão e desprezo à opinião pública e o alinhamento
político da sólida maioria dos ministros do STF/TSE.
Tal conduta tem
sido proclamada com sinceridade cristalina em sucessivas e repetidas
manifestações. “Perdeu mané!”, “Missão dada, missão cumprida”, “Tem
muito mais gente para prender e multa para aplicar”, “Derrotamos o
Bolsonarismo”, “Lula não estaria no Planalto se o STF não tivesse
enfrentado a Lava Jato”.
Prisões políticas do passado
Em passado nada recente, tivemos presos políticos.
Muitos eram terroristas de fato, pertenciam a organizações políticas cujo viés revolucionário e comunista estava expresso nas siglas usadas, onde o C era “comunista”, o R era “revolucionário”, o T era “trotskista”, o B era “bolchevique”, etc.
Pegaram em armas e cometeram muitos crimes de sangue. Foram anistiados em 1979.[muitos também foram indenizados e pensionados - um dos vermes, "Diógenes do pt", além de pensão mensal recebeu atrasados na época superiores 400.000 reais, enquanto uma das vítimas o HERÓI, soldado MARIO KOZEL FILHO, covardemente assassinado, tendo entre seus assassinos a ex-presidente, escarrada, teve seus familiares pensionados com um salário minimo mensal.]
Aliás, a
história da República registra quase meia centena de anistias
concedidas. No geral, decorreram de negociações políticas, lidaram com
processos em curso e condenações penais envolvendo indivíduos ou grupos.
No final dos anos 70 do século passado, forte mobilização ganhou as
ruas pressionando o governo por uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
Graças a ela, militantes da esquerda voltaram ao Brasil, outros saíram
das prisões, outros ainda deixaram a clandestinidade e se incorporaram à
dinâmica normal da vida política.
Ao assinar a
lei de anistia, em 28 de agosto de 1979, Figueiredo reconheceu “que ela
não desfazia divergências”, ao contrário, estas “se refaziam pela
liberdade”. Era preciso, porém, continuou, “desarmar os espíritos pela
indispensabilidade da convivência democrática”.
Temos mais presos políticos do que Cuba Passado meio século, o Brasil volta a ter presos políticos. E os tem em número superior aos de Cuba.
Mais de 1,5
mil cidadãos suportaram a pecha de terroristas a eles aplicada por
ministros do STF que tinham o dever de saber a diferença conceitual e
penal entre 1) estar na praça, 2) invadir um prédio 3) promover uma
quebra-quebra; 4) praticar golpe de estado e 5) executar um ato de
terrorismo.
Permaneceram
presos durante meses, submetidos às mesmas “excepcionalidades”
circunstanciais que impulsionaram extravagantes decisões judiciais
durante a campanha eleitoral de 2022. Os que voltam para casa, portam
tornozeleiras e deixaram no presídio direitos de sua cidadania.
Os
julgamentos a que assisti me revoltaram o estômago. Apenas o “animus
condenandi” foi presença mais presente do que a ausência dos réus.
Ah,
senhores, as penas! Penas desproporcionais destroem o senso moral da
sociedade! Lembro do mesmo tribunal julgando os réus do mensalão.
O
processo evidenciara o uso da publicidade oficial para financiar,
durante o governo Lula I, a compra de votos no Congresso Nacional.
O
sistema funcionava mediante três núcleos articulados e usados como tais
no julgamento: o publicitário, o financeiro e o político. Dentro deles
se posicionavam os réus. Tudo caracterizava o crime de formação de
quadrilha, só que não.
Embora também por esse crime os réus tivessem
sido condenados, um recurso de undécima hora, valendo-se do que Joaquim
Barbosa chamou maioria de ocasião, excluiu as condenações por formação
de quadrilha. Como consequência, os réus do núcleo político escaparam de
cumprir parte das penas em regime fechado.
Quem tem padrinho não morre
pagão e quem não tem comete crime até por estar sentado na praça, numa
cadeira de praia, comendo algodão doce.
Os atuais projetos de lei propondo anistia Sei de três projetos, dois na Câmara dos Deputados (de autoria do Major Vitor Hugo e José Medeiros) e outro no Senado Federal (de autoria do senador Mourão). Têm características diferentes, mas não é impossível chegarem os autores a um acordo.
O que torna
indispensável a anistia é o somatório de “excepcionalidades”, o abandono
do senso de proporção na fixação das penas e o total desconhecimento
das atenuantes.
Como desconhecer a cultura política impressa no
inconsciente popular em um século e meio de história da República, que
sempre viu nas Forças Armadas a função de última instância que nossas
constituições jamais providenciaram?
Isso para não falar das atenuantes
proporcionadas pela própria atuação dos ministros ao longo dos últimos
anos.
Eu não aprovaria anistiar os depredadores infiltrados ou não,
presentes ou ausentes.Para os demais, contudo, a anistia é exigência do
senso de justiça. Ou da aversão à injustiça.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras.