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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

''Nosso governo não é antidemocrático'', afirma Mourão ao Correio

Presidente interino defende Guedes e Moro e diz que Bolsonaro reforçará na ONU soberania da Amazônia 

O presidente da República interino, Hamilton Mourão, almoçava, na última quarta-feira, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentando solucionar a crise com o então secretário da Receita, Marcos Cintra, quando o presidente Jair Bolsonaro telefonou e resolveu a questão. Cintra estava fora do governo. A cena relatada por Mourão mostra algo que, na avaliação do vice-presidente, vale para o todo o governo: “Uma coisa que todo mundo precisa entender é:  Quem é o decisor? O presidente Jair Bolsonaro. A gente pode ter um monte de ideias, mas a palavra final é dele”, diz com a mesma tranquilidade com que se refere ao clima seco em Brasília.

O fato de o presidente ter a palavra final, diz Mourão, não pode ser confundido com um governo autoritário: “Nosso governo não é antidemocrático”. Tampouco passar a ideia de que há espaço para qualquer atitude de confronto em relação aos outros poderes, por mais que os tuítes de Carlos Bolsonaro possam sugerir algo nesse sentido. “Se o Carlos fosse Carlos Silva, vereador em Quixeramobim (CE), e falasse isso, alguém estaria dando bola? Ninguém. Agora, como ele tem o sobrenome Bolsonaro e é vereador do Rio de Janeiro, o pessoal diz: “oh, meu Deus do céu, a família Bolsonaro quer tomar o poder no Brasil”. Não é assim.


Nos 40 minutos em que recebeu a reportagem do Correio, ele foi incisivo ao dizer que as Forças Armadas nunca quiseram ter protagonismo no governo e, àqueles que temem riscos de retrocessos na democracia, avisa: “Não há espaço para isso”. Adepto das franquezas no trato, o general é ainda mais direto quando se refere à questão da Amazônia. “A gente terminou reagindo com o fígado em vez de reagir com a razão”, admite.

No cargo de presidente interino, enquanto Bolsonaro se recupera de uma cirurgia de hérnia, Mourão segue despachando em seu gabinete no anexo II do Palácio do Planalto, onde recebeu o Correio na última sexta-feira. Na entrevista, discorre com naturalidade sobre diversos temas. Sobre eventuais erros de Bolsonaro, no entanto, ele evita comentar: “Não compete a mim, publicamente, tecer críticas a ele. Estaria sendo desleal e canalha se fizesse isso”. [grande parte dos civis, não consegue entender que HONRA e LEALDADE são valores muito próximos entre os militares.

"Minha honra é lealdade" pode ter sido usada até de forma indevida, mas, é uma condição presente entre os militares.]

Será um desafio para o governo sair desse constrangimento a que o país foi colocado em relação a Amazônia? Às vezes por causa de declarações mal-entendidas lá fora, ou respostas atravessadas de lá de fora... Como o senhor vê essa questão que vai ser objeto de discussão na ONU?
Vamos buscar fazer uma análise bem fundamentada. O mundo inteiro, já de algum tempo, está com os olhos postos na Amazônia. Ao longo dos últimos 20 anos, houve, realmente, uma visão mais profunda sobre o papel da Floresta Amazônica em relação ao clima mundial com teses, às vezes, corretas e, outras, totalmente estapafúrdias, como aquela que diz que a Amazônia é o pulmão do mundo. Algo que foi comprovado: que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Praticamente 50% do bioma da Amazônia é área preservada. Ou é área de proteção ambiental ou é terra indígena, que, em tese, tem que permanecer intocada. Então, compete ao governo, por meio dos seus órgãos de fiscalização impedir que essas áreas sejam exploradas de forma ilegal. A área de proteção ambiental, em hipótese alguma, e a terra indígena têm que ser de acordo com os desejos dos índios que habitam cada uma dessas regiões.  Bom, então 50% preservados. Nos outros 50%, apenas 20% podem ser explorados, de acordo com nossa legislação ambiental. Aí vamos para a questão das queimadas. Todo ano tem 7 de setembro. E todo ano em agosto, setembro e outubro o pessoal derruba árvore e queima porque é uma forma, digamos assim, tradicional de preparo da terra naquela região, uma forma errada. .....
(...)

Qual sua expectativa para o discurso do presidente na ONU? Qual o principal recado que deve transmitir?
O recado número 1: a Amazônia é nossa. Isso aí, não podemos admitir em hipótese alguma, essa questão de soberania limitada ou uma ingerência além daquilo que os tratados internacionais, ao qual o Brasil subscreve, preveem. O segundo recado: ela é nossa e compete a nós protegê-la e preservá-la. 

O senhor diz que houve uma reação com o fígado. Isso não tem acontecido com frequência maior do que deveria nesses oito meses?
Olha, eu já respondi até alguns colegas de vocês a esse respeito. Sou vice-presidente do presidente Bolsonaro. Então, não compete a mim, publicamente, tecer críticas a ele. Estaria sendo desleal e canalha se fizesse isso. Então, todas as vezes que discordo de alguma coisa dele, eu falo em particular.

O senhor tem falado muito em particular com ele ultimamente?
Não, ultimamente, não, porque ele está lá no hospital.

No Correio Braziliense, leia a entrevista completa


 

sábado, 2 de dezembro de 2017

A política do Brasil para as crianças de até 3 anos é um deserto de estímulos



Uma iniciativa pioneira no Ceará tenta tirar nosso atraso nessa área tão crucial para o desenvolvimento de um país 

A área rural da cidade cearense de Boa Viagem é um bom retrato do sertão do Ceará. Longas extensões de terra batida, galhos secos e ocasionais cactos das famílias mandacaru e coroa-de-frade evocam as histórias do cangaço. Salvo o intermitente verde dessas plantas espinhosas, a região é um deserto de cores e estímulos. Os campos da pequena Boa Viagem fazem parte da macrorregião de Quixeramobim que, com 75 mil habitantes, é o centro comercial da área.


No sobe e desce da estrada que corta o sertão, os seres vivos mais comuns são urubus. A aparição de um jegue, uma cabra ou um porco anuncia a aproximação de um lugar habitado por gente. Entre uma casa e outra há espaço suficiente para acreditar que a área habitada chegou ao fim. A criançada pode brincar e correr sem se preocupar com o barulho.

>> O custo de jovens fora da escola para o país pode chegar a R$ 98 bilhões

É tanto espaço que os três filhos mais velhos de Francisco Djalma do Nascimento Araújo, de 37 anos, e Maria Gonçalves do Nascimento Araújo, de 35, chegam a estranhar. Criados num barraco na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, Gabriel, de 15 anos, Maria Claudia, de 12, e Camila, de 8, quando não estão na escola, ficam dentro de casa – mesmo tendo agora todo o espaço que quiserem para correr. “Meus meninos mais velhos nunca foram de bagunça. Quando pequeninos, sempre ficavam sentadinhos, quietinhos”, diz o pai.


PARA VENCER O ISOLAMENTO
​Cleomar Rodrigues, agente de visitação domiciliar. Ela avança em estradas de terra para orientar famílias isoladas (Foto: Igor de Melo)


A exceção é a caçula, Gabriela, de 1 ano e 9 meses. “É agoniada”, diz Maria. “Antes era brava e nervosa. Agora é bagunceira.” O antes a que a mãe se refere é o tempo em que Gabriela ainda não andava nem engatinhava. Naquela fase, que durou até um ano e meio de vida, Gabi ficava entre a rede, o único sofá que ocupa a sala da família e o colo dos pais e dos irmãos mais velhos. “Era nervosa, gritava, se empertigava no colo da gente”, diz o pai.
 

>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana