Análise Política
O debate sobre tomar ou não vacina para a Covid-19, ou obrigar que seja ministrada, tem tudo para perdurar no tempo, já que a vacinação em massa não parece tão próxima assim. Junto com a suspensão do auxílio emergencial em janeiro, corre o risco de virar uma dor de cabeça e tanto para o governo federal.
Suponhamos que a vacina chinesa de João Doria fique pronta antes da inglesa de Jair Bolsonaro. O que este vai fazer?
Mandar a Anvisa enrolar a liberação da vacina do desafeto? Complicado.
E se a vacina, qualquer uma, mostrar-se eficaz, o governo vai fazer corpo mole?
Afinal, se tem
campanha de vacinação para tudo, por que não para a Covid-19? Difícil de
explicar para o cidadão ou cidadã comum, que querem uma solução e não
estão nem aí para as arengas dos políticos. Essa história de liberdade
individual é bonita, mas sabe-se que ela vai até onde começa a do outro.
Pois
um objetivo de qualquer campanha de vacinação é provocar a tão falada
imunidade de rebanho, mas sem o custo de deixar a grande massa da
população adoecer. A pessoa não se imuniza só para não ficar doente,
imuniza-se para não transmitir o patógeno a outros.
É o que se chama de, na expressão da moda, responsabilidade social.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político