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sábado, 26 de março de 2022

Por que a esquerda quer tanto adolescentes votando? - Rodrigo Constantino

Anitta chegou ao top 5 do Spotify com seu novo hit, e aproveitou o momento para fazer política: conclamou os jovens a tirarem seus títulos de eleitor para votarem contra Bolsonaro este ano.

Na onda da cantora brasileira, o ator Mark Ruffalo, que interpretou o Hulk da Marvel, publicou uma mensagem na mesma linha, comparando com o feito americano que elegeu Biden - essa "maravilha" que estamos vendo e que traria, segundo analistas como Guga Chacra, tranquilidade e normalidade ao mundo.

A esquerda, não custa lembrar, considera galalaus de 18 anos "crianças" quando praticam crimes. 
O ECA existe para garantir impunidade aos marmanjos que degeneram para a criminalidade. 
Nessa hora, se roubou ou mesmo matou alguém inocente, os esquerdistas aparecem para repetir que se tratam apenas de "crianças" e "vítimas do sistema". Mas eis que, de repente, um adolescente de 16 anos vira um adulto responsável sob a ótica esquerdista, coincidentemente na hora do voto. Por que essa paixão esquerdista pelos jovens eleitores?

Dediquei um capítulo inteiro em Esquerda Caviar ao tema da juventude. Trata-se de um capítulo grande, repleto de explicações para o fenômeno. Segue um pequeno trecho:

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A esquerda caviar não poderia ignorar o jovem. É o futuro, a força revolucionária que criará o novo mundo. Os esquerdistas babam de tanta reverência à “sabedoria” da juventude. Depositam-lhe o poder de conceber esse futuro mais que promissor; fantástico mesmo! Mas o que caracteriza a juventude de fato, para além dessa idealização toda?

Costumam dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração, e quem é socialista na idade adulta não possui cérebro. Exageros à parte – até porque teria de assumir minha falta de coração –, acredito que a frase captura bem uma regra, qual seja, a de que os mais jovens tendem a abraçar utopias, enquanto os mais velhos amadurecem e acabam mais céticos.

Paulo Francis, meio de brincadeira e meio a sério, dizia que “todo mundo tem o direito de se portar como um debiloide até os trinta anos”. Faz parte do amadurecimento. O que não fica muito legal é enaltecer essa fase da vida como o ápice da sabedoria. O jovem, de modo geral, não demonstra tanto apreço assim pela razão.

Existem várias possíveis explicações para esse fenômeno. Os mais jovens estão em uma fase de busca por identificação, separação dos pais, da autoridade, e precisam questionar tudo e todos sempre. São rebeldes por natureza. Não são conformistas. O Pink Floyd de Roger Waters, ícone da esquerda caviar, capturou bem a essência da coisa em seu hit clássico:

We don't need no education

We don't need no thought control

No dark sarcasm in the classroom

Teachers leave them kids alone

Hey! Teacher! Leave them kids alone!

Além disso, a visão de mundo dos jovens costuma ser mais simplista, e a crença em panaceias, em soluções “mágicas”, mais comum. O maniqueísmo impera na juventude, alimentado desde cedo por filmes que definem, claramente, vilão e mocinho. Com o passar do tempo – e com as diversas experiências –, a tendência é substituir essa fé mais ingênua por “soluções” imperfeitas.

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Em suma, é mais fácil enganar os jovens, muitos deles sonhadores românticos e sem a devida experiência de vida. Como diz Alain Besançon em A infelicidade do século: O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal”. Ele conclui: "Cada experiência comunista é recomeçada na inocência". Os jovens são mais inocentes.

No caso brasileiro, há um agravante:
os jovens de 16 anos não viveram os terríveis anos petistas, não acompanharam os 14 anos de pura corrupção, não lembram direito das dores causadas pelo desgoverno do PT. É por isso que a esquerda conta tanto com esses garotos e garotas.

É por isso também que o TSE faz campanha ativa para o jovem eleitor, enquanto ignora os idosos. Leandro Ruschel tocou nesse ponto: "Por que há um forte esforço recente da Justiça Eleitoral para fazer jovens com menos de 18 anos votar, e não pessoas de outras faixas etárias, como os idosos?" Sabemos a resposta.
 

A turma criou até um site, "olhaobarulhinho", em que mistura games e música, numa estética totalmente voltada para os jovens, tentando seduzi-los a tirar o título de eleitor e votar. A esquerda não brinca em serviço.

Por outro lado, esse esforço todo denota certo desespero. Se Lula é mesmo tão favorito como apontam as pesquisas, por que o sistema todo parece em polvorosa para atrair os mais jovens? Por que, também, Lula tem acenado a todos, no afã de comprar apoio dos mais moderados?

Alguma coisa não bate. O "Body Language" da esquerda não condiz com os números dos institutos.  
Esse apelo todo aos adolescentes tem cheiro de desespero. 
Essa tentativa petista de atrair o "centro" idem. 
Olhando assim, os patriotas podem até respirar mais aliviados. 
O problema, claro, é confiar nas urnas eletrônicas "mais seguras do mundo", segundo o ministro supremo que só flerta com a mesma esquerda radical...
 Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sábado, 13 de outubro de 2018

"O fascismo fake"

Roger Waters foi vaiado em São Paulo ao acusar Bolsonaro de fascismo. Houve aplausos também. No show seguinte, o cantor inglês substituiu a referência ao candidato no telão por uma tarja com as palavras “ponto de vista político censurado”.



Roger Waters é fake news.
[esse individuo deve ser desprezado; ele é estrangeiro e NÃO TEM NADA A VER com os assuntos internos do Brasil.
Vá manifestar sua opinião sem valor para os ingleses e sobre assuntos da Inglaterra e deveria privilegiar os brasileiros com sua ausência.] 
 

Ninguém censurou a pantomima do ex-líder do Pink Floyd. É típico do totalitário em pele progressista o horror ao contraditório. Ele sonha com uma plateia dócil e disposta a tietar incondicionalmente a sua demagogia barata. Waters quer boiar sozinho nas águas da propaganda populista e sonha calar quem ousa apontar o seu ridículo.  Nem dá para afirmar que as vaias em São Paulo sejam necessariamente de simpatizantes de Bolsonaro. Muitas vezes um hipócrita é vaiado apenas e tão-somente por sua hipocrisia. Uma parcela das vaias certamente poderia ser traduzida por algo como: “Companheiro, cadê sua indignação contra a ditadura sanguinária da Venezuela?”


Podem esperar sentados. O autoritarismo, a violência e a desumanidade de Nicolás Maduro não sensibilizam Roger Waters. Pelo singelo motivo de que isso estraga sua lenda de combatente contra a direita perversa. Onde o inimigo perfeito não existir, ele inventa. Mas a boçalidade de Maduro tem adereços “de esquerda”, então está liberada.

Pode descer a lenha, companheiro chavista, que Pink, o pacifista, libera. O astro justiceiro também foi uma gracinha com a delinquência de Dilma Rousseff, emergindo contra o impeachment para colar seu selo fascista Tabajara no mordomo. O povo roubado e aviltado pela falsa propaganda progressista do PT nunca preocupou o Roger. Importante é a solidariedade aos sócios de picaretagem politicamente correta.


Você já entendeu: a estrela pop do clássico “The Wall” é Haddad, a candidatura que fará bem à Humanidade por ter sido ungida dentro da cadeia, onde a bondade, o humanismo e a ética ficam muito bem guardados por carcereiros vigilantes, grades intransponíveis e muros altos. Bota “Wall” nisso, parceiro.  O PT como salvação democrática é a invenção da década. Jornalistas que vivem como eternas viúvas da ditadura militar, cuidando com esmero do seu figurino de resistência contra a opressão do século passado, aproveitaram a onda do fascismo Tabajara para ressalvar corajosamente: o PT sempre respeitou a democracia!



É verdade. A não ser quando o partido estava usando o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público para blindar o maior assalto da história – que só não saiu impune porque a Lava Jato explodiu parte dessa aparelhagem.  A reverência do PT à democracia também tirou uma folguinha quando os companheiros usaram dinheiro do povo para financiar ditaduras amigas. Ou quando tentaram obstruir a Justiça de dentro do Palácio do Planalto para que seus marqueteiros presos não entregassem a presidenta mulher. Ou quando planejaram a fuga de criminoso condenado, ou quando transformaram a maior empresa nacional em anexo do partido, ou quando tentaram controlar a imprensa fingindo proteger os direitos humanos, ou quando incentivaram a violência do MST contra pessoas e instituições, ou quando mataram Celso Daniel.


Fora isso e mais uma ou outra centena de afrontas ao estado de direito, o PT sempre foi democrático. Se você quiser saber exatamente quando, onde e como, pergunte aos jornalistas e intelectuais que estão te dizendo isso cheios de charme progressista.

O transformismo ideológico no segundo turno não comporta nem mais uma dessas máscaras para eleitor envergonhado – tipo Marina, Ciro Gomes e outras fantasias providenciais. Vai ter que cravar PT mesmo, e aí a única saída possível é a clássica: mentir.

O governo do PT já sabemos a beleza ética e administrativa que é. O governo Bolsonaro é uma incógnita. Acha uma escolha miserável? Anula. Declara que não é sócio do emburrecimento do país que impôs a polarização sonhada pelo PT e lava as mãos. Mas não finja que Adolf Hitler ressuscitou no Brasil e está te obrigando a sancionar a gangue do Lula. Nesse caso, a maior fake news de todas será você."

 
Guilherme Fiuza - Gazeta do Povo