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sábado, 16 de junho de 2018

É preciso mudar o SUS, única alternativa de 145 milhões



Rever o SUS na perspectiva do interesse coletivo deveria ser prioridade zero de partidos e candidatos na eleição geral. É fator decisivo na redução das desigualdades



Sete em cada dez brasileiros são totalmente dependentes dos serviços públicos de saúde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Significa que mais de 145 milhões de pessoas têm apenas o Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de acesso a tratamento médico e hospitalar. Esse número de dependentes dos serviços estatais de saúde é 20% maior, por exemplo, que a população do México e do Japão. 

É paradoxal, mas há três décadas os interesses dessa massa de cidadãos estão mantidos à margem das prioridades políticas. Desde a legitimação do SUS na Constituição de 1988, pela unanimidade dos constituintes, não houve um único partido político, coalizão ou candidato à Presidência que efetivamente tenha, fora da retórica eleitoral, se empenhado em resolver os impasses que asfixiam o sistema de saúde. A proposta de acesso universalizado aos serviços públicos médicos e hospitalares foi inspirada na experiência da Europa, após a Segunda Guerra Mundial. Da social-democracia alemã ao conservadorismo britânico, partidos elegeram a saúde e a educação como bens públicos, por óbvia repercussão na redução das desigualdades. Hoje debatem adaptações. 

No Brasil, aquilo que era boa iniciativa para inclusão social completa 30 anos em estagnação, sob constante ameaça de colapso, por absoluto descaso dos partidos e dos políticos que governaram nas últimas três décadas. A história do SUS é o retrato desse ciclo de desdém político com a maioria. Foram necessários 12 anos, de 1988 a 2000, para se chegar a um consenso preliminar sobre como financiar o sistema no orçamento da União, estados e municípios. E mais 12 anos para tramitação legislativa da lei de regulamentação. Quando definido, em 2012, veio a devastadora crise fiscal.

É sabido como o país gasta muito mal e de forma injusta em saúde. O Banco Mundial, por exemplo, estima perdas em 0,3% do PIB ao ano, apenas por má gestão. Outros 0,3% do PIB se esvaem sob a forma de subsídios federais às despesas privadas com saúde.
Rever o SUS na perspectiva do interesse coletivo deveria ser prioridade zero dos partidos e candidatos na eleição geral. É fator decisivo na redução das desigualdades. Atribuir ao subfinanciamento do sistema a gênese da sua baixa eficiência é escapismo. Isso levou à tibieza política dos últimos 30 anos. A crise do SUS precisa de respostas objetivas, imediatas e inovadoras, como inclusão de organizações sociais e mesmo da iniciativa privada na gestão compartilhada, com descentralização, transparência e foco na gestão do dinheiro público. 

A saída é política. A campanha eleitoral abre aos partidos e candidatos a chance de enfrentar o problema com urgência, racionalidade e equilíbrio. Não lhes é permitido abstrair a realidade: o sistema público de saúde é a única alternativa para mais de 145 milhões de brasileiros.

Editorial - O Globo



 

sábado, 26 de agosto de 2017

PM é baleado e morre no RJ; é o 100º no ano - 3 mil PMs mortos em 22 anos, média de um policial morto a cada 57 horass

Policial foi morto na manhã deste sábado (26) em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Região é a que tem o maior número de mortes: 27 só este ano.

Sargento foi morto em São João de Meriti neste sábado (26) (Foto: Reprodução / TV Globo) 

Morreu, na manhã deste sábado (26), o 100º policial militar no estado do Rio somente neste ano. É a maior média em mais de 10 anos. Fábio Cavalcante e Sá era segundo sargento da PM, tinha 38 anos e era lotado no 34º BPM (Magé). Segundo testemunhas, ele estava próximo ao Largo do Guedes, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando foi atingido por 11 disparos. Os criminosos atiraram mais de 30 vezes, segundo uma testemunha ouvida pelo RJTV.

De acordo com parentes do policial, o soldado estava de folga e sem farda em um local que é próximo à casa de familiares, onde costumava ir regularmente. Os criminosos teriam chegado em um carro e tentaram assaltar o PM, mas perceberam que ele estava armado e dispararam contra Fábio.A principal testemunha do assassinato é o pai do sargento, que viu toda a ação. Ele chegou a pedir para os bandidos não atirarem no filho. Não há informações sobre o estado de saúde do pai de Fábio. 


 PMs e policiais civis da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense estiveram no local do crime (Foto: Fábio Neder / TV Globo) 


Outra pessoa que presenciou o crime descreveu a cena como “uma guerra”. Depois dos disparos, os criminosos ainda roubaram a arma e todos os outros pertences do policial. O PM chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nilo Peçanha, em Duque de Caxias, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Policiais da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense realizaram perícia no local do crime e recolheram várias cápsulas que ficaram no chão. O segundo sargento Fábio Cavalcante trabalhava há mais de 15 anos na Polícia Militar e deixa esposa e um filho de oito anos. 

"É uma contagem macabra com aqueles que tem missão de nos defender. Só desse grupo tivemos 100 homens tombados, sem contar mais de 200 baleados. Não podemos nos esquecer. Muitos deles continuam fora de serviço e podem ficar com sequelas grandes porque cometeram um 'erro capital': serem policiais militares", diz o ex-chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso. "São 100 pessoas a menos cuidando da nossa segurança", resume. 


Baixada Fluminense é a região com mais mortes

O número indica que um policial é morto a cada 57 horas, pouco mais de dois dias. A média é a maior desde 2006, quando um policial foi assassinado a cada 53 horas.

A Baixada Fluminense é a região com maior número de mortes. Foram 27 este ano, mais de um quarto do total. A maior parte das mortes ocorreu entre quinta-feira e domingo. 



Segundo o coronel Fabio Cajueiro, da Comissão de Vitimização da Polícia Militar, a Polícia do Rio está lutando em uma "guerra inglória". "Eu acredito que a população do Rio ainda não gosta de criminoso. E a gente tem outro problema: em qualquer lugar do mundo tem tráfico. Mas narcotráfico associado à arma de guerra e caçada a policial, a gente só vê aqui no Rio", lamenta Cajueiro. 


3 mil PMs mortos em 22 anos

Em média, um policial morreu a cada 64 horas no Rio desde 1995 e 2017. Foram 3087 durante este período. Essa é a conclusão feita a partir de estatísticas da Polícia Militar sobre a morte de soldados da corporação, a que o G1 teve acesso. A taxa de mortalidade entre 1994 e 2016, segundo a PM, é maior do que a de soldados americanos na Segunda Guerra Mundial. 


Nos últimos 22 anos, 3,52% dos 90 mil integrantes do efetivo da PM do Rio morreram. Durante 3 anos e meio da participação americana na guerra, 405 mil soldados americanos morreram, o equivalente a 2,52% da tropa, composta por mais de 16 milhões de soldados.


Em 2017, a PM realizou uma mudança metodológica nos próprios dados: além de contar os policiais mortos em serviço e os que estavam de folga, a corporação passou a contabilizar também as mortes dos PMs reformados. Anteriormente, apenas as mortes causadas por perfurações de armas de fogo eram contabilizadas. Desde 2017, qualquer tipo de morte violenta também passou a entrar na estatística. 
Mortes de PMS entre 1995 e 2017

São mais de 3 mil mortes registradas no período, em serviço e de folga
Nº de mortes189189175175116116122122131131138138129129152152177177163163138138153153130130113113135135129129108108114114129129108108919114614610010019951996199719981999200020012002200320042005200620072008200920102011201220132014201520162017 (até 26/08)050100150200

2017 (até 26/08)
Anos 100
Fonte: Polícia Militar/Divulgação


É nas folgas que os policiais são mais vítimas de mortes violentas. Das 3083 mortes ocorridas desde 1995, 2465 ocorreram durante a folga dos agentes, ou seja, 80% dos casos. No período, o número de policiais mortos em serviço foi de 598. Se o problema já é antigo,o aumento entre 2015 e 2016 chama a atenção. Em 2015 foram 91 mortes, entre mortos em serviço e de folga. Já no ano seguinte, o número chegou a 146, um aumento de 60%.

Fonte: G 1