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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Confiança cega de Ciro é prima do ‘eu não sabia’

A retórica de Ciro Gomes ao falar de corrupção é normalmente encrespada. 

Mas o presidenciável do PDT repetiu em entrevista ao Jornal Nacional: “Se eu for eleito, o Carlos Lupi terá no meu governo a posição que quiser, porque eu tenho a convicção de que ele é um homem de bem.” Ciro soou categórico: “O Carlos Lupi tem a minha confiança cega, absolutamente cega.”

William Bonner recitou a ficha corrida do presidente do PDT: 
Lupi responde a inquérito no Supremo sobre a possível compra de apoio político para Dilma Rousseff, em 2014; 
- foi delatado como beneficiário de uma mesada de R$ 100 mil no esquema de corrupção do ex-governador fluminense Sérgio Cabral; 
- é réu por improbidade administrativa no Distrito Federal; 
- a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou sua demissão quando ocupava o cargo de ministro do Trabalho sob Dilma, o que acabou acontecendo.

Ciro não se deu por achado. “A mim me surpreende. Na minha opinião, essas informações não estão assentadas”, tentou argumentar. “A informação que eu tenho é que ele não responde por nenhum procedimento. Réu ele não é —com certeza, ele não é.” Bonner reiterou a informação. Mas Ciro não deu o braço a torcer. Absteve-se até mesmo de se imunizar com uma frase do tipo “não tenho compromisso com o erro…” Preferiu manter a mão no fogo por Lupi.  Sempre que pode, Ciro chama Michel Temer de “escroque”. Afirma que, eleito, desmontará o MDB, porque o partido “só existe para roubar”. Declarou também que só cogitaria alianças com PP, DEM e assemelhados, depois de um acerto com PSB e PCdoB, “porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada.”

Hoje, o centrão encostou sua má fama na candidatura de Geraldo Alckmin, o PSB virou linha auxiliar do PT federal e o PCdoB está sentado no banco de reserva à espera do momento em que entrará em cena como vice na chapa a ser encabeçada pelo poste petista Fernando Haddad.

Restou a Ciro a hegemonia moral proporcionada pela companhia de Carlos Lupi.

Consideradas todas as circunstâncias —das rasteiras que recebe de Lula aos tropeços de sua língua—, Ciro faz uma boa campanha. Continua no jogo. Mas deveria chamar o presidente do seu partido para uma conversa franca. Nela, faria um pedido. Algo assim: “Meu querido companheiro Lupi, não permita que eu diga sobre você nenhuma mentira que não possa ser provada.” Do contrário, Ciro acabará se dando conta de que sua “confiança cega” é prima de um bordão desgastado: “Eu não sabia.”

Blog do Josias de Souza
 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Cunha publica revelações envolvendo William Bonner

Em carta aberta, político criticou postura do 'Jornal Nacional', chefiado com Bonner.

O ex-presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, publicou uma carta aberta contra a Rede Globo de Televisão. O texto faz revelações sobre como funcionaria o jornalismo no canal e ataca principal o principal telejornal da emissora, o 'Jornal Nacional', cujo apresentador principal e editor-chefe é William Bonner. O repórter é um dos principais gestores de informação da Globo. O texto foi publicado por Eduardo Cunha depois de ele anunciar em uma coletiva ao vivo, transmitida por vários canais, inclusive a própria Globo, que estava renunciando à presidência. Eduardo Cunha ainda mantém o mandato, mas deve ser julgado nessa semana pelo Conselho de ética do parlamento. 

No texto, Eduardo Cunha diz que o comportamento do jornalismo da Globo é antiético e que existiria uma espécie de complô contra ele. Além disso, ele acusa os repórteres do canal de não darem espaço de suas respostas durante a reportagens, que nos últimos dias ganharam muito espaço com o protagonismo de Cunha no noticiário, tido até então como um dos homens mais poderosos do governo.  “Nos últimos tempos, a produção ou reportagem do Jornal Nacional, que vai ao ar às 20:30 hs, apresentava suas demandas por volta das 19:00 hs", começa ele a reclamar sobre a falta de tempo de defesa. Em seguida, ele disse que o telejornal foi diminuindo esse tempo, chegando a apenas 13 minutos nessa semana decisiva. 

 O político diz que, mesmo com o aperto dos horários, estava prontificado a gravar com repórteres da Globo, mas que novamente não quiseram ouvir suas respostas. Muitos dos seguidores também concordaram com a falta de tempo manifestada por ele.  "Sempre achei tendenciosa as matérias de jornalismo da globo. Além de muito fracas e nesse caso virou bode espigatório, pelo fato do deputado seguir a Deus. Diria até perseguição mesmo. Lixo de globo", publicou um apoiador do político, que recebeu em troca uma curtida do deputado. 


Veja abaixo o texto completo do ex-presidente da Câmara dos deputados:
CARTA ABERTA À TV GLOBO
Manifesto meu mais veemente repúdio quanto ao comportamento antiético, do ponto de vista jornalístico, que a TV Globo vem adotando em relação a mim, ao dificultar a divulgação de minhas declarações em matérias envolvendo meu nome.  Tem sido frequentes os pedidos em cima da hora de meu posicionamento em matérias em que sou o protagonista. O prazo é cada vez mais exíguo, o que leva à interpretação de que na verdade não há interesse em dar o meu lado, a minha versão dos fatos relatados, mas somente mostrar que estariam seguindo a mais elementar das regras do bom jornalismo: mostrar todos os lados da história.

Nos últimos tempos, a produção ou reportagem do Jornal Nacional, que vai ao ar às 20:30 hs, apresentava suas demandas por volta das 19:00 hs. O prazo foi sendo reduzido gradativamente até que, nesta semana, demanda foi feita às 20:07 hs, com deadline às 20:20 hs. Nesta sexta-feira, a produção do Jornal Hoje fez pedido de nota sobre matéria a meu respeito às 13:13hs, sete minutos antes do início do jornal. Nessas duas últimas situações, me coloquei à disposição para gravar sonora, na justa reivindicação de semelhante igualdade de manifestação, já que todos os entrevistados que me atacam nos jornais da TV Globo o fazem via sonora.

Ao Jornal Hoje disse, através de minha assessoria de imprensa, que “minha posição é estar à disposição para dar sonora igual àqueles que me atacam  para a imparcialidade da divulgação da notícia, e que infelizmente a TV Globo não faz”. Não só não divulgaram minha resposta como informaram, mentirosamente, que eu não me manifestei.

Agora à noite não poderia ser diferente. As 20:15 hs a produção da Globo pergunta à minha assessoria, via e-mail, se quero me manifestar sobre matéria pronta que seria veiculada 15 minutos depois. Novamente disse que estou à disposição para gravar. Não obtive resposta. Ou seja, o comportamento antiético comigo virou padrão

Eduardo Cunha

 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

OS ANTECEDENTES



Quem comparar o que a presidente Dilma falava há um ano e o que ela disse esta semana concluirá que são duas pessoas. O que dizia é o oposto do que diz. Os casos de divórcio entre a então candidata e os fatos foram muitos na campanha. No “Jornal Nacional” do dia 19 de agosto de 2014, Dilma afirmou que a inflação era zero e que pelos “indicadores antecedentes” o país estava retomando o crescimento.

Em entrevista aos três maiores jornais na segunda-feira, Dilma disse: “Fico pensando o que é que podia ser que eu errei”. Ela mesma respondeu que o erro foi ter demorado tanto a perceber a crise. Em seguida, justifica o erro. “Não dava para saber em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa envergadura.”
 
Exatamente naquele agosto, em que a presidente acha que não dava para saber, o jornalista William Bonner fez a seguinte pergunta para ela, com riqueza de dados e indícios de crise de grande envergadura: “A inflação anual, neste momento, está no teto daquela meta estabelecida pelo governo, está em 6,5%. A economia encolheu 1,2% no segundo trimestre deste ano e tem uma projeção de crescimento baixo para o ano que vem. O superávit deste primeiro semestre foi o pior dos últimos 14 anos. Quando confrontada com esses números a senhora diz que é a crise internacional. Aí, quando os analistas dizem que 2015 vai ser um ano difícil, um ano de acertos de casa, que é preciso arrumar a economia brasileira e, portanto, isso vai impor sacrifício, vai ser um ano duro, a senhora diz que isso é pessimismo. E aí eu lhe pergunto: a senhora considera justo, olhando para os números da economia, ora culpar o pessimismo, ora culpar a crise internacional pelos problemas? O seu governo não tem nenhum papel, nenhuma responsabilidade nos resultados que estão aí?”

Dilma respondeu:
“Bonner, primeiro, nós enfrentamos a crise, pela primeira vez no Brasil, não desempregando, não arrochando os salários, não aumentando os tributos, pelo contrário, diminuímos, reduzimos e desoneramos a folha. Reduzimos a incidência de tributos sobre a cesta básica. Nós enfrentamos a crise, também, sem demitir. Qual era o padrão anterior...”
Bonner: “Mas o resultado, no momento, é muito ruim, candidata.”
Dilma: “Não, o resultado no momento, veja bem...”
Bonner: “Inflação alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente.”
Dilma: “Veja bem, Bonner. Eu não sei, eu não sei da onde que estão seus dados, mas nós estamos...”
Bonner: “Da indústria, candidata.”
Dilma: “Nós temos duas coisas acontecendo. Nós temos uma melhoria prevista no segundo semestre. Vou te dizer por quê.”
Bonner: “Isso não é ser otimista em contrapartida ao pessimismo que a senhora critica?”
Dilma: “Não. Não. Você sabe, Bonner, tem uma coisa em economia que chama os índices antecedentes. O que que são os índices antecedentes? A quantidade de papelão que é comprada, a quantidade de energia elétrica consumida, a quantidade de carros que são vendidos. Todos esses índices indicam uma recuperação no segundo semestre, vis-à-vis ao primeiro. Além disso, a inflação, Bonner, cai desde abril, e, agora, ela atinge, hoje, se você não olhar pelo retrovisor e olhar pelo que está acontecendo hoje, ela atinge 0%. Zero.”

Este é um exemplo. Em todas as entrevistas, Dilma foi confrontada com os dados, em todas  ela os negou e atacou adversários que apontavam a necessidade de ajuste, que defendiam o corte de ministérios e a redução dos gastos do governo. Era possível saber. Difícil era ignorar os abundantes indicadores antecedentes de que o Brasil estava entrando numa crise pelos erros cometidos pelo governo.

A distância da realidade continua, ainda agora. Na entrevista de segunda-feira, ela defendeu o ex-presidente Lula e disse que a oposição incentiva contra ele uma “intolerância inadmissível”. E acrescentou: “A intolerância é a pior coisa que pode acontecer numa sociedade, porque cria o “nós” e o “eles”. Isso é fascismo.” Quem mais incentiva essa divisão é o grupo político da presidente. Aliás, houve um comício em 2014 em que o ex-presidente Lula gritou do palanque: “agora é nós contra eles”. Isso depois de citar como sendo “eles”
  dois nomes de jornalistas: o de William Bonner e o meu.

Assista o vídeo aqui:

Por: Miriam Leitão – Coluna em O Globo