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terça-feira, 6 de novembro de 2018

‘Não é projeto de poder, é fazer a coisa certa’, diz Moro

O juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira, 6, que assumir o superministério da Justiça “não é um projeto de poder, é um projeto de tentar fazer a coisa certa”. O magistrado da Operação Lava Jato aceitou assumir a Pasta no Governo Jair Bolsonaro (PSL).  “A ideia aqui não é um projeto de poder, mas sim um projeto de fazer a coisa certa num nível mais elevado, em uma posição que se possa realmente fazer a diferença e se afastar de vez a sombra desses retrocessos”, afirmou Moro, em entrevista que está concedendo na sede da Justiça Federal do Paraná.

[com o devido respeito ao futuro superministro da Justiça que apesar do título pomposo continua sujeito as normas que cuidam do exercício da função de ministro do Estado: o senhor continua dando muitas explicações sobre uma decisão que tomou, após ser convidado pelo futuro presidente da República, JAIR BOLSONARO, para exercer a função de Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública;

o convite foi feito por quem tinha competência para convidá-lo, o senhor aceitou exercendo seu DIREITO, tudo foi conforme as leis vigentes, então não há  razões para perder tempo dando explicações.

É público e notório que grande parte da imprensa está tendo dificuldades para 'engolir' JAIR BOLSONARO como presidente da República e procuram por todas as formas criticar o futuro presidente, seus filhos e os que se dispõe a trabalhar com o CAPITÃO, ajudando-o no cumprimento da missão.

Aos insatisfeitos só nos cabe sugerir que se acostumem, já que com a Graça de Deus  terão que aceitar Bolsonaro em um segundo mandato - antes que o critiquem, visto sua promessa de acabar com a reeleição (seria ótima medida), lembramos que ele prometeu enviar um projeto de lei, mas, cabe ao Congresso Nacional, aprová-lo, o que dificlmente irá acontecer.

E, sempre que possível, siga o exemplo do ministro ARMANDO FALCÃO.]


“O objetivo é no governo federal realizar o que não foi feito, com todo respeito, nos últimos anos e buscar implantar uma forte agenda anticorrupção e aqui eu agregaria, porque é uma ameaça nacional, uma forte agenda também anticrime organizado.”  São mais de 60 jornalistas na coletiva organizada no auditório da Justiça Federal de cerca de 30 órgãos de comunicação, entre TVs, rádios, jornais, revistas e agências de notícias nacionais e internacionais. Moro responderá a 20 perguntas divididas entre os inscritos por ordem de chegada.

Sob forte esquema de segurança da Polícia Federal, com policiais caracterizados e à paisana, a coletiva deve durar uma hora.  Na abertura da entrevista, Moro fez uma longa explanação sobre os motivos que o levaram a dizer “sim” ao convite de Bolsonaro. Ele rechaçou suspeitas levantadas pelo PT de que teria agido para favorecer a candidatura Bolsonaro. “Não posso pautar minha vida com base numa fantasia, com álibi falso de perseguição política.”

Moro embarca nesta quarta-feira, 7, para compromissos no escritório de transição e no Ministério da Segurança Pública em Brasília. Será a primeira viagem à capital federal como futuro ministro da Justiça. A equipe de transição iniciou oficialmente os trabalhos nesta segunda-feira, 5.  Desde a quinta-feira, quando aceitou o cargo de superministro da Justiça, Moro tem conversado com aliados e estudado os dados sobre a pasta, que volta a abrigar a Polícia Federal, que foi retirada em 2017 por decisão do presidente Michel Temer (MDB), que criou a Secretaria Especial de Segurança Pública – que será fundida.

IstoÉ

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Moro, de servidor a serviçal

Passo em falso


Dê-se de barato, quando nada só para argumentar, que havia prova de sobra no processo do tríplex do Guarujá para condenar o ex-presidente Lula como o fez o juiz Sérgio Moro. Não é o que dizem centenas de juristas, mas tudo bem. É jogo jogado.
[para registro: a condenação do presidiário Lula, por corrupção e lavagem de dinheiro, prolatada por Sérgio Moro, em JUNHO 2016,  foi contestada pela 'competente' defesa do sentenciado, mais de 100 vezes - desde contestações no TRF 4, STJ, STF (mais de 50 petições negadas pelo ministro Fachin, as Turmas do Supremo também negaram, houve ações que foram julgadas no plenário virtual e presencial da Suprema Corte - e todas as instâncias confirmaram o acerto de manter Lula preso em virtude da sentença condenatória proferida por Moro quando a candidatura de Jair Bolsonara era apenas pensada.

A 'brilhante' defesa também recorreu a uma dupla de PARECERISTAS de uma assessoria de um Comitê da ONU, assessoria que a defesa chama de 'comitê' da ONU, que ousou determinar que o Poder Judiciário do Brasil - NAÇÃO INDEPENDENTE e SOBERANA -  soltasse o condenado - sobre a incompetência da dupla, o próprio STF, através do ministro Fachin se manifestou.] Sobre o sítio de Atibaia, caso a ser julgado em breve, até petistas coroados admitem que o processo esteja estufado de provas e que Lula não escapará a outra condenação.

Mesmo assim, convenhamos: ao aceitar ser ministro da Justiça do futuro governo de Jair Bolsonaro, Moro ofereceu de graça aos seus detratores farta munição para que o ataquem, e também à Lava Jato. E para que lancem dúvidas sobre sua isenção. O juiz que removeu Lula do caminho de Bolsonaro acolhe feliz da vida o convite para servir àquele que mais se beneficiou de suas sentenças. Esquisito, não? Para dizer o mínimo. Moro havia jurado mais de uma vez nos últimos anos que jamais entraria para a política e que sua vocação era de magistrado. Deu o dito pelo não dito, mas até aí problema dele. Cada um emporcalha ou lustra ao seu gosto a própria imagem. Acontece que Moro de há muito deixara de ser apenas um juiz destemido que teve a coragem de bater de frente com a corrupção. Por seus méritos, fora alçado à condição de uma ideia. [o último individuo que se metamorfoseou em ideia, está enjaulado na PF de Curitiba, cumprindo mais de doze anos de prisão - o corpo do indigitado está enjaulado e a ideia, em uma garrafa tampada com uma rolha.]

A saber: ideia de que a força de vontade, se amparada em bons propósitos, pode vencer o mal; ideia de que a justiça, por mais que subordinada a interesses poderosos, preserva a capacidade de se impor em momentos exemplares; por fim, ideia de que apesar da vergonha e da frustração com seus líderes, o povo conserva a força de varrê-los e de promover mudanças na hora que quiser.  É cedo para concluir que tais ideias foram ou irão pelo ralo. Mas não é cedo para supor que elas possam ter sofrido um forte abalo. Um dos atributos da magistratura é sua independência. Outra, o apartidarismo. O juiz que se descobre mais afinado com a política do que com a toga tem o direito de trocar de lado. Mas para que faça isso sem ferir a sensibilidade coletiva há que se dar algum tempo. Moro não se deu, e nem a ninguém.

O juiz que outro dia deu as costas no aeroporto de Brasília ao capitão faminto por notoriedade que lhe batia continência foi o mesmo que voou apressado ao encontro do capitão eleito presidente para lhe bater continência como um soldado raso diante de um superior. Conceda-se que não o fez encantado com o posto que lhe ocupará por dois anos, mas sim com a vaga de ministro a ser aberta no Supremo Tribunal Federal. E daí? Só jogador de futebol muda de camisa da noite para o dia à primeira proposta de subir na carreira. A Lava Jato, por artes e manhas do próprio Moro, ganhou uma dimensão histórica que não deveria ter sido maculada por qualquer ação do seu principal responsável. Ela vai muito além da roubalheira que descobriu, da dinheirama que recuperou e dos criminosos de alto quilate que puniu recolhendo-os ao xilindró.
 
Gerações de juízes em formação, e as futuras, ouvirão falar muito do momento em que um grupo de servidores da lei ousou escancarar os vícios de um sistema político em acelerado processo de degradação. Infelizmente, também ouvirão falar do momento em que o esforço tão admirável de passar o país a limpo levou um tranco formidável por conta do ato de um servidor que decidiu se servir e foi promovido a serviçal.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Moro aceita convite para ser ministro e anuncia que vai implementar 'forte agenda anticorrupção e anticrime'

Juiz aceitou convite para assumir Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, aceitou na manhã desta quinta-feira, 1°, o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça. Ele disse ter sido motivado pela perspectiva de "implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado".  


Veja a nota oficial:  próxima gestão
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. 
 
Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes". 
 
Curitiba, 01 de novembro de 2018. Sergio Fernando Moro

[o título do cargo,  usado na nota oficial pelo juiz Sérgio Moro, não deixa dúvidas que dois ministérios - Justiça e Segurança Pública - serão unificados, o   que livra o Brasil da atual ministro da Segurança Pública.]

Política - O Estado de S. Paulo