Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador continência. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador continência. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 27 de junho de 2022

O recado dos militares a Lula sobre as eleições - Bela Megale

O Globo

Eleições 2022

Lula tem evitado fazer uma investida junto às Forças Armadas durante sua campanha, mas interlocutores do petista com trânsito na caserna seguem em conversas com militares de alta patente. O recado mais recente dado foi: “vamos respeitar o resultado das eleições, esqueça da gente”. [o descondenado bem que deseja conversar com as Forças Armadas, mas sua condição de descondenado, de ladrão, mentiroso, não o credencia a ser recebido. Quanto aos interlocutores do petista, certamente são considerados pelas FF AA como 'moleques de recado' de um criminoso.]

Integrantes do alto comando deixaram claro para pessoas próximas a Lula que não querem ser envolvidos na disputa eleitoral. Eles também afirmaram que há “grande incômodo” entre parte dos militares sobre a atuação do Ministério da Defesa nos questionamento que envolvem o processo eleitoral, em sintonia com o presidente Bolsonaro.

A avaliação feita por membros das Forças Armadas a um interlocutor de Lula é que citações diretas do ex-presidente aos militares "não trazem benefício a nenhum dos lados" e que o ideal seria que o petista ficasse longe de polêmicas. [Na verdade em português claro é uma sugestão/ordem para o 'descondenado' petista calar a boca e parar de falar m ... .]

Na semana passada, Lula disse em um evento em Aracaju que fica “triste” com a relação entre Bolsonaro e as Forças Armadas. "Eu fico triste, [senador Jacques] Wagner, você foi ministro da Defesa. Fico triste quando vejo as Forças Armadas batendo continência para um cara que foi expulso do Exército brasileiro por mau comportamento. Não é possível", afirmou.[Imagine o quanto será constrangedor para os militares se tiverem a desventura do descondenado petista voltar ao local do crime = ser eleito presidente da República - e serem obrigados a PRESTAR continência a um criminoso 'descondenado', devido alegação de CEP errado, porém, NÃO FOI INOCENTADO.]

Bela Megale, colunista - O Globo 

 

terça-feira, 14 de julho de 2020

Sócio no fracasso - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Gilmar Mendes errou feio ao usar ‘genocídio’, mas acertou no diagnóstico e no alerta

Apesar de frágil, sempre por um fio, a trégua entre os três Poderes ia bem até ser ameaçada pela declaração impetuosa do ministro do Supremo Gilmar Mendes, de que “o Exército se associou ao genocídio” ao intervir no Ministério da Saúde e assumir a política negacionista do presidente Jair Bolsonaro na pandemia. Foi um deus nos acuda no governo, na Defesa e nos comandos de Exército, Marinha e Aeronáutica. Porém, o ministro do STF errou feio nos termos, mas acertou no diagnóstico.

O que realmente irritou as Forças Armadas foi o uso da expressão “genocídio” – na definição do Houaiss, “extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso” –, que define o crime mais grave do direito internacional, remete ao Holocausto e à morte de 6 milhões de judeus. É despropósito unir Exército e genocídio e não há, tecnicamente, como usar o termo para a ação de Bolsonaro na pandemia, por mais condenável que ela seja.

Assim, a irritação dos militares é compartilhada por magistrados e civis até de oposição, que elogiam a resistência firme do Supremo às investidas de Bolsonaro e às ameaças golpistas de seus filhos e seguidores, mas criticam Gilmar Mendes por “ter ultrapassado o limite”. Lembram que a palavra de um ministro do Supremo tem a força de uma sentença e os excessos vulgarizam, tiram peso, relevância e solenidade da função, que deve servir de reflexão para a Nação. [é de bom tom que magistrados falem apenas nos autos;
nos tempos atuais até ministros do Supremo, com exceções é claro,  de caçam microfones e fazem 'comícios' sobre matérias que poderão vir a julgar.
A loquacidade do ministro Gilmar Mendes e, tudo indica, um 'revide' a que, recentemente, visitou o Comandante do Exército, pretendendo  falar o que queria e terminou ouvindo o que não queria. 
Esperamos que a representação seja realmente apresentada à PGR e tenha o curso legalmente estabelecido.] 

Dito isso com todas as letras, não se pode negar que Gilmar Mendes não errou nos fatos, no conteúdo. Há um evidente desmonte do Ministério da Saúde, inadmissível em tempos normais e trágico durante uma pandemia avassaladora. Sem ministro há 60 dias, entregue a um general intendente da ativa e entupida de militares que nunca viram uma curva epidemiológica, a Saúde foi jogada na mesma vala do MEC e da Cultura.
A tática de Bolsonaro é clara: anular o ministério, usar um cumpridor de ordens e uma legião de batedores de continência para impor suas decisões mais estapafúrdias e fazê-los lutar contra a ciência, isolamento social, máscaras e bom senso, enquanto faz propaganda da cloroquina, que não é comprovadamente eficaz para a covid-19, mas tem efeitos colaterais que podem ser graves. O próprio paciente Bolsonaro se submete a eletrocardiogramas duas vezes ao dia. Se não é perigoso, por que essa “histeria”?

Para Gilmar Mendes, tudo isso é parte da estratégia de Bolsonaro: esperar o fundo do poço, com quase dois milhões de contaminados, mais de 70 mil mortos, economia esfacelada, empresas quebradas e alguns milhões de desempregados a mais, para jogar a culpa em governadores, prefeitos e no Supremo "que determinou que Estados e municípios não são obrigados a cumprir o que o governo federal manda". [sendo recorrente: 
o trecho grifado nos parece expressar uma interpretação da colunista,  ou do ministro,   do que o STF decidiu.
A decisão do STF foi no sentido de dar aos governadores e prefeitos poderes para conduzirem ação de combate à covid-19.
Foi um fracasso e só resta agora tentar as costas largas do presidente Bolsonaro - só que é difícil apagar, ou esquecer, uma suprema decisão.]

Assim, o termo “genocídio” foi agressivo e apelativo, mas Gilmar Mendes alertou para a manobra de Bolsonaro de usar militares para jogar seus erros e a própria culpa nos outros. Tanto é verdadeiro que a Defesa aumentou a pressão para o general Eduardo Pazuello, interino da Saúde, para passar para a reserva. Ele prefere ficar na ativa e sair da Saúde. A ver.

O ex-ministro Henrique Meirelles, atual secretário de Economia de São Paulo, destrói a manobra de Bolsonaro com uma única frase impecável: “O que afeta a economia é a pandemia, não as medidas para combater pandemia”. Bolsonaro deixou a pandemia correr solta, sem coordenação nacional, sem dar exemplo. A história poderia ser outra, com menos mortes e saída mais rápida. A economia não sofreria tanto. Só falta agora Bolsonaro dizer que não tem nada a ver com isso. Tem tudo a ver e, quanto antes o Exército se descolar do fracasso, melhor. [qualquer um que for contra o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO - essa citação do cargo leva muitos a um stress intenso -  se torna um frasista impecável, um  estadista.]

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo



quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Disciplina militar - Folha de S. Paulo

Hélio Schwartsman

É especialmente na infância e na juventude que as pessoas devem ser livres para experimentar

Antes mesmo de o programa do governo federal de militarização de escolas públicas engrenar, a moda se espalhou e fincou raízes Brasil afora. Como mostrou reportagem da Folha, só na Bahia já são 83 as instituições que adotaram esse modelo, em que a parte pedagógica da escola segue sob comando de professores, mas policiais militares aposentados recebem um ordenado complementar para cuidar das questões disciplinares.

Para mim, o tipo de disciplina imposto aos alunos, com continências, uniformes, padrões para corte de cabelo e maquiagem, além da vigilância extrema, é um cenário de pesadelo. É especialmente na infância e na juventude que as pessoas devem ser livres para experimentar. É claro que escolas precisam de um pouco de ordem para funcionar, mas não penso que seja necessário convocar militares para estabelecê-la. Um bom diretor é em tese capaz de fazê-lo. 
[o ilustre articulista esquece que um bom diretor poderia até ser capaz de manter a disciplina nas escolas - nos meus tempos de ginásio isto era possível e, provavelmente, nos tempos do colunista, mas, agora as coisas estão mudadas.
Se o diretor resolve agir com energia e o aluno, ou alunos, decide (m) pelo confronto, o diretor corre o risco de ser espancado - ainda que o rebelde seja só um, outros a ele se juntarão para enfrentar o diretor;
optando o diretor pela expulsão é quase certo que haverá retaliação por parte do punido - as vezes apoiados por familiares e até mesmo por parentes, ou os próprios pais.
O policial resolve o assunto e o aluno, ou mesmo familiares, quase sempre se curvam ao decidido pela escola - polícia sempre é polícia.
Continência é apenas uma forma de cumprimento e a disciplina ensina os alunos a obedecer, respeitar e ter senso de hierarquia, de cumprir ordens, ficam imbuidos do sentimento que o importante é cumprir a missão, custe o que custar.
A prova que a militarização das escolas veio para crescer e expandir-se é que em Brasília já temos escolas particulares, militarizadas e houve aumento dos alunos, da disciplina e do próprio aproveitamento escolar.] 

Também me parece preocupante que muitas dessas escolas exijam que o aluno arque com o custo das fardas, quando não pedem uma contribuição voluntária às famílias. Isso, aliás, explica parte dos tão propalados efeitos acadêmicos positivos da militarização. A correlação entre renda e performance educacional é conhecida e robusta. Assim, um modo eficaz para melhorar o desempenho de uma instituição é aumentar suas mensalidades, excluindo os alunos mais pobres. Não sou, contudo, um xiita. Não pretendo que as minhas preferências pessoais sejam universalizáveis. Quem gosta de uma educação mais rígida e vê valor no corte escovinha deve ter a opção de matricular seus filhos num colégio com essas características.

O que me incomoda é a proliferação dessas instituições, pois cada escola militarizada significa uma escola normal a menos. [se uma escola para ser normal precisa oferecer espaço para a indisciplina, para o desrespeito aos professores e funcionários, aguma coisa está errada, e muito, em nossa Pátra Amada Brasil.] E sou daqueles que pensam que o ensino público básico deve ser universal, gratuito, civil, laico e, dada a impossibilidade da neutralidade, tão plural quanto possível.

Hélio Schwartsman - Folha de S. Paulo

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Batendo continência

O ‘sacrifício’ da Previdência é para quase todos, não para os militares das três Forças

Quem dá uma olhada na agenda do presidente Jair Bolsonaro nota que, desde a posse na semana passada, ele privilegia um setor da vida nacional: o militar. São almoços, jantares, posses, reuniões, e não só com o contingente do Exército no Planalto, mas com oficiais das três Forças. Pela ordem, Exército, Marinha e, lá no fim, mais distante, a Aeronáutica.
Hoje, Bolsonaro participa às 11h de um dos momentos mais densos nessa agenda das Forças Armadas: a transmissão de cargo no Exército. Sai o general Eduardo Villas Bôas e assume o Comando o também general de quatro estrelas Edson Leal Pujol. Uma posse com forte carga de simbologia e emoção, pois Villas Bôas teve papel importante na consolidação do projeto de vitória de Bolsonaro e sofre de uma doença degenerativa grave.
Além disso, a agenda de Bolsonaro nesta semana incluiu almoço na Marinha e, dois dias depois, trajeto de lancha e participação na posse do novo comandante da Força, almirante Ilques Barbosa Júnior. Incluiu também a transmissão de cargo no Comando da Aeronáutica, para o brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, e jantar com oficiais das três Forças. Não é obrigação, é prazer de velhos camaradas. O problema começa quando o governo prepara os ânimos da sociedade para a reforma da Previdência e a equipe econômica opina que, já que as medidas serão duras, o ideal é que Bolsonaro dê “o exemplo” e admita cortar na própria carne. Significa cobrar sacrifícios também dos militares. [na suposição de ser pacífico o entendimento que a carreira militar tem peculiaridades que a diferenciam de outras carreiras - públicas ou privadas - resta óbvia a necessidade de tratamento diferenciado.
Aos que recebem mais benesses medidas mais duras - no sentido de cortar de quem tem o que ser cortado; 
sendo menores os privilégios, o corte tem que ser menor. 
 
Até aí tudo bem. O que surpreende é que todos que a quase unanimidade dos que se manifestam é no sentido da aplicação de medidas mais duras, sem detalhar as vantagens que justifiquem tal dureza.
 
Ser duro, apenas para mostrar uma inexistente igualdade?]
 
O discurso faz sentido, mas entre as palavras e os atos existem dois obstáculos: a força das corporações, particularmente a militar, e a ligação (ou religação) de Bolsonaro com suas origens. Sem contar que os ministros civis Onyx Lorenzoni e Gustavo Bebianno são duas ilhas num Planalto lotado de generais por toda parte.
Manchete de ontem do Estado mostra que o rombo da previdência dos militares é de R$ 40,5 bilhões e foi o que mais cresceu de 2017 para 2018: 12,5%, quando o dos servidores civis aumentou 5,22% e o do INSS, 7,4%. Metade dos militares se aposenta entre 45 e 50 anos, com média de aposentadoria de R$ 13,7 mil. No INSS, R$ 1,8 mil.

Dados contundentes, mas os militares alegam que têm carreiras diferenciadas, mudam várias vezes, suas mulheres não conseguem se firmar num emprego, não podem fazer greve, não têm horas extras nem FGTS. Consideram-se um “seguro” para o País e seguros eficazes custam caro.
Em fila, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, e o comandante Ilques Barbosa já se manifestaram, em discursos e entrevistas, contra a inclusão dos militares na reforma que, em resumo, é “de todo mundo”. Insistem num regime diferenciado e não falam sobre idade mínima, uma questão-chave na previdência “dos outros”, os servidores civis e os trabalhadores do INSS.
Além disso, os militares pedem e Bolsonaro já acenou positivamente – a revisão da MP 2.215, de 2001, último ano de FHC, que mexeu, por exemplo, no auxílio-moradia e na promoção automática de patente na passagem para a reserva. São questões que envolvem mais do que direito, justiça ou injustiça. O maior problema econômico são o inchaço da máquina pública, o rombo nas contas e o peso da Previdência nisso. Como diz o pessoal de Paulo Guedes, todos têm de dar sua parte no sacrifício. Corte para todos e privilégios e mais gastos só para militares seria politicamente ruim e um marketing negativo para o governo, os militares e o próprio Bolsonaro.
Mal comparando, é como a promoção do filho do vice Mourão no Banco do Brasil, com o triplo do salário. Não se questiona a competência do rapaz, mas, sim, a oportunidade. Bom para o governo não é.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Bolsonaro: 'O povo em sua grande maioria quer hierarquia, respeito, ordem e progresso'

Presidente discursou nesta quarta (2) na cerimônia de transmissão de cargo do Ministério da Defesa.  

General Fernando Azevedo e Silva recebeu o cargo do antecessor no Clube do Exército.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (2), ao discursar na cerimônia de transmissão de cargo do "Ministério da Defesa", que a situação a qual o país chegou, atualmente, é "uma prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer hierarquia, respeito, ordem e progresso". 

Capitão da reserva, Bolsonaro fez questão de participar da solenidade realizada no Clube do Exército na qual o general Fernando Azevedo e Silva que já foi chefe do Estado-Maior – recebeu simbolicamente o comando do Ministério da Defesa do general Joaquim Silva e Luna. Para prestigiar a cerimônia da área militar, ele não compareceu à transmissão de cargo do Ministério da Economia, que ocorreu praticamente no mesmo horário. Pela manhã, Bolsonaro participou da solenidade de passagem dos cargos dos quatro ministros que têm gabinetes no Palácio do Planalto. 
Foto: Marcos Corrêa - Presidência da República

Ao longo dos oito minutos de discurso, o novo presidente, egresso da caserna, relembrou o episódio da criação do Ministério da Defesa em 1999 durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) –, ressaltando que ele foi um dos três deputados que votou contra a proposta na Câmara por acreditar que se tratava de uma iniciativa meramente política.
"O tempo passou, as nossas Forças Armadas sofreram um brutal desgaste com a classe política, mas não junto ao povo brasileiro, que continuou acreditando em nós. [...] Hoje em dia, a situação a que o Brasil chegou é uma prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer hierarquia, quer respeito, quer ordem e quer progresso", disse Bolsonaro à plateia formada majoritariamente de militares. 

"Todo aquele nosso trabalho, ao longo de quatro anos buscando viabilizar a possibilidade de uma eleição, eu cumpri escolhendo ministros técnicos para as suas respectivas áreas, e a Defesa não poderia fugir à regra", complementou. Na visão do novo chefe do Executivo, as Forças Armadas foram "um tanto quanto esquecidas" ao longo das últimas décadas porque "são um obstáculo para aqueles que querem usurpar do poder". 

Em outro trecho do discurso, o novo presidente da República disse que uma das provas da importância que ele dá para as Forças Armadas é o fato de ele ter escolhido para vice em sua chapa presidencial um general da reserva do Exército, referindo-se ao ex-comandante militar do sul Hamilton Mourão. Neste momento, Bolsonaro bateu continência e brincou com o vice-presidente, dizendo que, agora, a continência tem que ser simultânea, apesar de Mourão ser general.
"A continência tem que ser simultânea porque eu digo para ele [Mourão] que não sou mais capitão, nem ele é general, nós somos soldados do Brasil”, brincou. 

Governos anteriores
Bolsonaro usou parte do discurso para relembrar atos de governos anteriores em favor do Exército. Ele contou relembrou uma sessão solene do Senado em que saudou o então presidente José Sarney por sempre arranjar no final do ano "uma maneira para conseguir recursos extras para contemplar as Forças Armadas".
Dirigindo-se ao ex-presidente da República Fernando Collor, um dos convidados presentes à cerimônia, Bolsonaro disse que atual senador de Alagoas foi o responsável pela criação da classificação de atividade militar

Ele destacou ainda que, na gestão de Itamar Franco os militares obtiveram isonomia salarial. 

Ao mencionar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o atual chefe do Executivo ressaltou que teve diferenças com o tucano. "Tivemos alguns problemas, em especial comigo, mas seguimos nossa jornada”, admitiu Bolsonaro, arrancando risadas dos convidados.  O novo ministro da Defesa afirmou ao discursar na cerimônia de transmissão de cargo que as ações das Forças Armadas no governo Bolsonaro serão pautadas pela Constituição.
"As ações das Forças Armadas serão pautadas pela Constituição Federal de 1988 e as leis infraconstitucionais. Como organismos de Estado, as Forças devem atuar nas coisas de soldado e cooperar com o poder civil onde forem demandadas, respeitadas as suas capacidades e competências. Internamente, no Ministério da Defesa, o foco será orientado para integração sistêmica das Forças na doutrina estratégico-operacional militar, nos planejamentos, nos projetos, nos equipamentos e nos treinamentos conjuntos", declarou o novo titular da Defesa. 

Fernando Azevedo e Silva é o 12º ministro a assumir a pasta desde sua criação, em 1999. Ele é general de Exército desde 2014.
Prestigiaram a cerimônia de transmissão de cargo da Defesa, entre outros, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro José Otávio de Noronha, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e os novos ministros Ricardo Sales (Meio Ambiente), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).



sábado, 1 de dezembro de 2018

Só Bolsonaro sabe quando haverá outro indulto e Continência aos idiotas = [a idiotice não tem fronteiras.]




Sem Papai Noel

Adeus indulto

Sabe quando haverá outro indulto de Natal para presos com bom comportamento e que tenham cumprido parte de suas penas?  Só o presidente eleito Jair Bolsonaro pode saber. Outro dia, ele disse que durante seu governo não haverá indulto.  É fato que Bolsonaro hoje diz uma coisa e amanhã recua. Ultimamente tem recuado na direção do melhor ou do menos ruim. [a opinião expressa pelo ilustre colunista na última frase, vale como o reconhecimento, meio acanhado, de que Bolsonaro está acertando.
Muitos dos recuos são devidos o estilo transparente com que a montagem ministerial está sendo tratada.
Tudo às claras.]

Ficará para 2019 o desfecho do julgamento da ação contra o indulto concedido pelo presidente Michel Temer no ano passado.  O recesso de fim de ano do Judiciário está logo ali. Só em fevereiro os ministros do Supremo Tribunal Federal voltarão ao trabalho.
Se Temer conceder um novo indulto nas próximas semanas, cuidará desta vez para que não beneficie presos por corrupção.

Sem fronteiras

Assim como eleição sem Lula não é fraude, continência não é sinal de vassalagem aqui e em parte alguma.

Desafetos do presidente Jair Bolsonaro alardeiam que ele foi submisso ao prestar continência a John Bolton, assessor de Trump, que o visitou em sua casa.  Bolsonaro é militar da reserva. Continência é uma saudação trocada no meio militar. O recruta presta continência ao capitão, que presta continência ao recruta. É sinal de respeito e de cortesia.

Outro dia, Bolsonaro bateu continência à Raquel Dodge, Procuradora-Geral da República. Ninguém o chamou de subserviente.  O ex-presidente Barack Obama já foi criticado por ter se curvado além do razoável diante do imperador do Japão. Trump, por ter apenas apertado a mão do imperador.
Chamaram Obama de submisso, e a Trump de arrogante.
Como se vê, a idiotice não tem fronteiras.





sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Moro, de servidor a serviçal

Passo em falso


Dê-se de barato, quando nada só para argumentar, que havia prova de sobra no processo do tríplex do Guarujá para condenar o ex-presidente Lula como o fez o juiz Sérgio Moro. Não é o que dizem centenas de juristas, mas tudo bem. É jogo jogado.
[para registro: a condenação do presidiário Lula, por corrupção e lavagem de dinheiro, prolatada por Sérgio Moro, em JUNHO 2016,  foi contestada pela 'competente' defesa do sentenciado, mais de 100 vezes - desde contestações no TRF 4, STJ, STF (mais de 50 petições negadas pelo ministro Fachin, as Turmas do Supremo também negaram, houve ações que foram julgadas no plenário virtual e presencial da Suprema Corte - e todas as instâncias confirmaram o acerto de manter Lula preso em virtude da sentença condenatória proferida por Moro quando a candidatura de Jair Bolsonara era apenas pensada.

A 'brilhante' defesa também recorreu a uma dupla de PARECERISTAS de uma assessoria de um Comitê da ONU, assessoria que a defesa chama de 'comitê' da ONU, que ousou determinar que o Poder Judiciário do Brasil - NAÇÃO INDEPENDENTE e SOBERANA -  soltasse o condenado - sobre a incompetência da dupla, o próprio STF, através do ministro Fachin se manifestou.] Sobre o sítio de Atibaia, caso a ser julgado em breve, até petistas coroados admitem que o processo esteja estufado de provas e que Lula não escapará a outra condenação.

Mesmo assim, convenhamos: ao aceitar ser ministro da Justiça do futuro governo de Jair Bolsonaro, Moro ofereceu de graça aos seus detratores farta munição para que o ataquem, e também à Lava Jato. E para que lancem dúvidas sobre sua isenção. O juiz que removeu Lula do caminho de Bolsonaro acolhe feliz da vida o convite para servir àquele que mais se beneficiou de suas sentenças. Esquisito, não? Para dizer o mínimo. Moro havia jurado mais de uma vez nos últimos anos que jamais entraria para a política e que sua vocação era de magistrado. Deu o dito pelo não dito, mas até aí problema dele. Cada um emporcalha ou lustra ao seu gosto a própria imagem. Acontece que Moro de há muito deixara de ser apenas um juiz destemido que teve a coragem de bater de frente com a corrupção. Por seus méritos, fora alçado à condição de uma ideia. [o último individuo que se metamorfoseou em ideia, está enjaulado na PF de Curitiba, cumprindo mais de doze anos de prisão - o corpo do indigitado está enjaulado e a ideia, em uma garrafa tampada com uma rolha.]

A saber: ideia de que a força de vontade, se amparada em bons propósitos, pode vencer o mal; ideia de que a justiça, por mais que subordinada a interesses poderosos, preserva a capacidade de se impor em momentos exemplares; por fim, ideia de que apesar da vergonha e da frustração com seus líderes, o povo conserva a força de varrê-los e de promover mudanças na hora que quiser.  É cedo para concluir que tais ideias foram ou irão pelo ralo. Mas não é cedo para supor que elas possam ter sofrido um forte abalo. Um dos atributos da magistratura é sua independência. Outra, o apartidarismo. O juiz que se descobre mais afinado com a política do que com a toga tem o direito de trocar de lado. Mas para que faça isso sem ferir a sensibilidade coletiva há que se dar algum tempo. Moro não se deu, e nem a ninguém.

O juiz que outro dia deu as costas no aeroporto de Brasília ao capitão faminto por notoriedade que lhe batia continência foi o mesmo que voou apressado ao encontro do capitão eleito presidente para lhe bater continência como um soldado raso diante de um superior. Conceda-se que não o fez encantado com o posto que lhe ocupará por dois anos, mas sim com a vaga de ministro a ser aberta no Supremo Tribunal Federal. E daí? Só jogador de futebol muda de camisa da noite para o dia à primeira proposta de subir na carreira. A Lava Jato, por artes e manhas do próprio Moro, ganhou uma dimensão histórica que não deveria ter sido maculada por qualquer ação do seu principal responsável. Ela vai muito além da roubalheira que descobriu, da dinheirama que recuperou e dos criminosos de alto quilate que puniu recolhendo-os ao xilindró.
 
Gerações de juízes em formação, e as futuras, ouvirão falar muito do momento em que um grupo de servidores da lei ousou escancarar os vícios de um sistema político em acelerado processo de degradação. Infelizmente, também ouvirão falar do momento em que o esforço tão admirável de passar o país a limpo levou um tranco formidável por conta do ato de um servidor que decidiu se servir e foi promovido a serviçal.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Bolsonaro faz visita à sede do Bope, no Rio: 'Podem ter certeza, teremos um dos nossos lá em Brasília. Caveira!'

Presidenciável agradeceu apoio. posou para fotos com policiais militares e brincou: 'Quem vai mandar no Brasil serão os capitães'

Em discurso na sede, Bolsonaro agradeceu o apoio, elencou o feito do PSL na eleição legislativa e ressaltou que a classe militar "terá um dos nossos" em Brasília, caso seja eleito.
- Temos a segunda bancada em Brasília, sem televisão, sem fundo partidário, sem nada. Então nós temos que tentar mudar, fazer a coisa certa. Eu acho que isso é possível, afinal de contas não temos outro caminho. Meu muito obrigado a todos vocês, pela confiança por parte de muitos. Podem ter certeza, chegando (à Presidência), teremos um dos nossos lá em Brasília. Caveira! - afirmou o presidenciável, que fechou a fala com o tradicional grito do batalhão. 

Em seguida, o militar brincou que, embora batesse continência para o coronel na sede do Bope, "quem vai mandar no Brasil serão os capitães". O candidato ainda posou para fotos ao lado de militares. 

Desde que voltou ao Rio após sofrer um ataque em Juiz de Fora, no início de setembro, Bolsonaro tem passado a maior parte do tempo em sua residência. A maioria das saídas aconteceu para gravar programas eleitorais, na casa do empresário Paulo Marinho, na Zona Sul do Rio.
O candidato do PSL tem feito pronunciamentos diariamente através de transmissões ao vivo em seu Facebook. Bolsonaro tem alegado questões de saúde e necessidade de repouso para adiar sua participação em debates com Fernando Haddad (PT).[Bolsonaro tem que priorizar a saúde antes de tudo; depois as eleições;
para a corja esquerdista a melhor coisa seria Bolsonaro ter uma recaída - por isso não deve expor-se ao risco de uma recidiva participando de debates.
Logo o partido 'perda total' estará divulgando que Bolsonaro vai dar um golpe com capitães.]

Bernardo Mello Franco - O Globo