Renan
Calheiros disse ter conseguido “desfazer” o indiciamento da senadora
Gleisi Hoffman e do marido dela, Paulo Renato, no STF.
Mas o presidente do Senado não tinha caminho institucional para ir ao Supremo
tratar do assunto. O indiciamento só pode ser discutido na turma do STF,
e o assunto não chegou até lá, está ainda com o ministro Dias Toffoli. O caso
ali apura os desvios na Consist, que não tem a ver com a atuação parlamentar de
Gleisi.
Renan está divulgando uma explicação sobre o que disse no plenário do
Senado, nesta sexta-feira. [o
senador Renan – multi investigado pela PGR, mas, cujos processos estranhamente
não andam – na condição de presidente do Senado tem autonomia para encaminhar
qualquer ofício, sobre qualquer assunto, ao STF e receber resposta compatível
com sua conduta.
Se o caso da Gleisi Hoffmann,
senadora e esposa do assaltante de servidor aposentado, é para ser
tratado por turma específica do STF nada impede que Renan oficie ao
presidente da Corte Suprema solicitando alguma providência e Lewandowski
responda negando o pleito e indicando os caminhos legais.]
A cena
foi mais um momento de embate nessa sessão do Senado. É parte da estratégia da defesa
para atrasar o julgamento. As agressões provocam reação, e a sessão acaba sendo
paralisada. Os senadores Lindbergh e Ronaldo Caiado protagonizaram alguns
momentos assim. Ainda ontem, Gleisi Hoffman, que fala bem, subiu o tom em
um momento e disse que o Senado não tinha moral para julgar a presidente Dilma.
Pareceu uma atitude pensada. Eles procuravam mesmo o confronto. Renan reagiu
nesta sexta-feira, perdeu as estribeiras e contou algo que pesa contra ele próprio.
O
processo é penoso, está chegando à etapa final após 9 meses, mas os últimos
capítulos não tem alterado as intenções de voto dos senadores, que devem decidir pela cassação
da presidente. Até as fonte próximas à Dilma reconhecem isso. Ela fala aos
senadores no começo da próxima semana.
* O
senador Renan Calheiros divulgou nota às 13h49 explicando que a atuação junto ao STF no caso de Gleisi foi feita por meio de
duas petições, protocoladas pela Mesa Diretora da casa. Uma delas
contestava a operação de busca e apreensão no apartamento da senadora, pela
operação da Polícia Federal, em junho, quando o marido da senadora foi preso.
A outra buscava “desfazer” o indiciamento da senadora pela Polícia Federal.
Renan argumenta que as "intervenções do Senado Federal" foram
"impessoais e transparentes".
Fonte: G 1