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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

TSE - A Justiça Eleitoral também vai para cima do PT? Ou foi só com Bolsonaro? - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Na última quinta-feira (21), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), pediu o fim da justiça eleitoral ao criticar multas impostas ao PT

O ex-presidente Jair Bolsonaro continua inelegível. Ele entrou com um embargo de declaração no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não conseguiu.

Confirmaram a decisão inicial a pedido do PDT, porque ele fez aquela reunião com embaixadores no Palácio Alvorada, levantando dúvidas sobre a segurança das urnas e das apurações. Fez críticas à Justiça Eleitoral, tal como disse o líder do PT ontem, Zeca Dirceu: a Justiça Eleitoral está, sim, sujeita a críticas. Só que foi Bolsonaro quem fez isso, então ficou inelegível.

Eu não sei se isso não facilita a vida para ele, porque agora ele vai ser um líder nacional que não pode receber voto, mas que tem poder de indicar candidatos, de apoiar candidatos e de eleger pessoas. Ele se torna o “grande eleitor”.

O Bolsonaro já foi beneficiado por fatos em outras ocasiões. Uma delas foi quando deram a facada nele; a facada deu-lhe muitos votos. Depois ele foi prejudicado por fatos, quando seus apoiadores Roberto Jefferson e Carla Zambelli usaram armas na rua às vésperas da eleição.

Agora, eu acho que ele está sendo beneficiado por essa decisão, porque ele não fica sujeito às regras de candidato e fica com uma força política muito grande, como uma liderança da direita que ele despertou. O país que só tinha um lado, só tinha a esquerda militante, e o outro lado era silencioso e passivo. Ele despertou esse outro lado.

Mas ainda sobre esse assunto da Justiça Eleitoral, nós tivemos esse pega” entre a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente da Justiça Eleitoral, Alexandre de Moraes. Gleisi Hoffmann, num desabafo depois que o PT recebeu R$ 23 milhões em multa por não ter cumprido a cota para mulheres, disse que não pode existir Justiça Eleitoral e que o único país do mundo que tem é o Brasil.

Aí o ministro Moraes disse que ela estava usando de informações errôneas e falsas.
Ela, então, disse que foi mal interpretada. Mas o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, confirmou essa posição, aliás repetindo coisas do pai dele, dizendo que Justiça Eleitoral é, sim, passível de críticas.

Não sei se vocês conhecem o Palácio da Justiça Eleitoral em Brasília – é uma coisa maravilhosa. E a Justiça Eleitoral trabalha todos os dias para fazer uma eleição a cada dois anos. Os outros países realmente não têm, mas essa é uma outra questão.

A questão que eu queria destacar também é que Bolsonaro criticou, ficou inelegível. Até agora a gente está só observando para ver o que vai acontecer com a cúpula do PT, que também está criticando.

Aliás, o partido de Bolsonaro recebeu uma multa de R$22 milhões, enquanto o PT, de R$23 milhões
Pelo mesmo critério, o PT deveria receber de R$13 milhões, né? 
Porque parece que o critério foi o número do partido...
 
Bom, agora a outra questão é o PT reclamar e querer a anistia das multas: O partido não cumpriu a lei que ele criou.  
O PT ajudou a fazer e votou na lei das cotas para mulheres. 
Não cumpriu e agora está reclamando que foi punido por isso. 
São coisas estranhas no nosso sistema partidário.

Fogo na Amazônia
Uma outra questão que eu queria rapidamente mencionar para vocês é o fogo na Amazônia
. Muito fogo na Amazônia de novo. Aí eu procurei meus amigos da Amazônia para entender o que que tá acontecendo. E o que está acontecendo: desespero dos pequenos proprietários, que estão com o preço do gado lá embaixo, quase pela metade, enquanto os preços em geral estão muito altos.

E eles não têm condições de fazer a limpeza das áreas, preparar terreno e tal, e aí toca fogo. A coivara tradicional da história brasileira. É isso o que está acontecendo agora: em geral, faziam o preparo da terra com equipamentos, tudo muito bonitinho, sem fogo. Agora estão apelando para o fogo para conseguir sobreviver.

Pobre dos argentinos
E por fim, uma lembrança que é o desespero da Argentina.
Meu Deus do céu!

Vocês já pensaram que o produto que a Argentina mais importa do Brasil neste ano é a soja? É uma loucura. 
Com aquela planura da Argentina que pode encher de soja, com as grandes esmagadoras que lá existem, estão precisando de 10 milhões de toneladas de soja para se manterem funcionando e também para fazerem ração e forragem para a criação argentina. Que desastre! [desastre causado pelos argentinos que cometeram o suicídio econômico e político de votar na esquerda.]
 
Segundo lugar [em importação] são automóveis. 
A Argentina comprava mais da China, agora está comprando mais é do Brasil por causa da soja. 
Eu acho que já comprou aí uns 3 milhões de toneladas de soja, algo parecido. 
Mas a necessidade vai ser de 10 milhões. Incrível, pobre argentino. 
Tudo por causa de um regime que não funciona, um sistema ideológico que não funciona.

Conteúdo editado por: Gabriel Sestrem

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A folia petista - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Pode inundar São Paulo inteiro que as lideranças do PT estarão alegres e saltitantes, fazendo o L de tanto se lambuzar com os recursos públicos

Flávio Dino, Janja, Randolfe Rodrigues, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias celebrando o Carnaval | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 

 Flávio Dino, Janja, Randolfe Rodrigues, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias celebrando o Carnaval | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 

O Carnaval terminou. Mas não a hipocrisia do PT e da nossa velha imprensa. Esta tende mesmo ao infinito, com seu duplo padrão escancarado. Enquanto os paulistas afundavam na lama das intensas chuvas que castigaram o Estado, a turma do PT caía no samba. 
Janja, que acompanha seu marido, Lula, em quase tudo que é evento, nem sequer largou o Carnaval da Bahia para visitar os locais da tragédia. Flávio Dino, depois de se “fantasiar” de guerrilheiro comunista, pulou numa resistente marquise fazendo o L, sem constrangimento algum com o caos paulista. 
O senador Randolfe Rodrigues idem, apareceu saltitante e sorridente.

Então quer dizer que as pessoas não podem se divertir durante uma catástrofe? Claro que não. Sendo o Carnaval uma festa de fuga da dura realidade que enfrentamos todos os dias, uma válvula de escape para as agruras da vida, um convite hedonista para glorificar a carne e o prazer, claro que todos têm o direito de desligar um pouco suas preocupações e pular o Carnaval. Mas o que chama a atenção é o critério seletivo da própria esquerda e da imprensa, hoje sinônimos. Ah, se fossem os bolsonaristas…

Não precisamos especular. Vimos como os petistas e os jornalistas trataram Bolsonaro durante enchentes ou mesmo a pandemia. Se o presidente fosse visto num jet ski ou dando algum sorriso, isso era sinal de que ele não passa de um psicopata, um genocida, um insensível que não dá a mínima para os outros. 
Por que não podemos usar a mesma régua agora, com Lula no poder? 
O que mudou? Pau que bate em Francisco também não dá em Chico?

A esquerda precisa se vender como a única força política preocupada com as minorias e os mais pobres, sem ter de debater os instrumentos para efetivamente melhorar suas vidas, trazer prosperidade às classes mais baixas

No começo do desastre paulista, o governo Lula autorizou somente R$ 2 milhões para auxílio. O governo Bolsonaro chegou a mandar R$ 700 milhões para ajudar as regiões afetadas pelas enchentes durante sua gestão
Se fosse o contrário, isso seria utilizado pela mídia como “prova” da sensibilidade social de um e da falta de empatia do outro. 
Mas como nosso “jornalismo” faz de tudo para proteger Lula e demonizar Bolsonaro, a gritante diferença passou despercebida.  
Novamente, o duplo padrão é gritante demais para ser ignorado.
Matéria no site da CNN, no dia 9/5/2020 | Foto: Reprodução
A “consciência social” da esquerda sempre foi um slogan, uma jogada de marketing, uma estratégia fria e calculista de conquista de votos para seu único projeto real, o poder.  
Ficar pregando caridade com o chapéu alheio é fácil; difícil é criar mecanismos de incentivos que realmente melhorem a vida dos mais pobres. Estes estão aguardando até agora as tais picanhas prometidas por Lula na campanha. É pura demagogia!

Sem o monopólio das virtudes a esquerda não consegue avançar. Ela precisa se vender como a única força política preocupada com as minorias e os mais pobres, sem ter de debater os instrumentos para efetivamente melhorar suas vidas, trazer prosperidade às classes mais baixas. Na prática, o esquerdismo costuma produzir apenas mais miséria, mostra-se incapaz de entregar os resultados prometidos. Mas os esquerdistas enriquecem no processo, normalmente por meio de muita corrupção.

Quando Lula foi declarado vitorioso no pleito questionado por muito eleitor, houve festa nas favelas. Mas não do povo, e sim daqueles que comandam esses territórios paralelos, os traficantes que receberam o candidato petista sem necessidade de qualquer escolta policial. 
Os presídios também comemoraram. E os artistas de olho nos milhões da Lei Rouanet, claro. 
A folia dessa turma pendurada em esquemas estatais ou dependente da leniência com o crime foi inversamente proporcional ao desespero do brasileiro médio trabalhador e honesto, ciente de que terá de pagar essa fatura e conviver com maiores taxas de criminalidade.
Artistas que apoiaram Lula na campanha de 2022  - 
 Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert
O clima no Brasil trabalhador é de apreensão, de ressaca, de medo. Os patriotas sabem que a turma de Dirceu está de volta para conquistar e não mais largar todo o poder, inspirados nos projetos totalitários do Foro de SP e mirando nos exemplos de seus companheiros da Venezuela. 
Os alienados acham que isso tudo é teoria da conspiração, pois se recusam a admitir qual a essência do petismo. 
 Não vai ser nada fácil derrotar essa gente. [eles próprio perderão a credibilidade e as possibilidades de voltarem a vencer.] E eles contam com o velho “pão e circo” para distrair os adversários e suas vítimas.
Teremos anos de muita ressaca à frente para o povo brasileiro. Já os petistas não enxergam razão para qualquer tristeza. 
 Pode inundar São Paulo inteiro, o Estado pode ficar imerso na lama, que as lideranças petistas estarão alegres e saltitantes, fazendo o L de tanto se lambuzar com os recursos públicos. 
Quem ousar reclamar vai ouvir apenas um “perdeu, mané”. A folia não pode parar…

Leia também “A esquerda destrói e fica perplexa”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 4 de dezembro de 2022

“Gabinete da Transição” já é maior que cidade de Minas

 Ao descartar a presidente do PT no futuro ministério, Lula indicou limites ao horizonte do partido no governo

Mais que dobrou o número de integrantes do “Gabinete da Transição” do futuro governo Lula.

Na terça-feira, dia 22 de outubro, eram 417 pessoas.

Na quinta-feira, primeiro de dezembro, passou a 904 nomeados no Diário Oficial. O grupo inchou (116,7%) em apenas nove dias. O trabalho é voluntário, apenas 50 pessoas são remuneradas. Tem mais gente no “Gabinete da Transição” de Lula, sediado em Brasília, do que moradores na cidade de Serra da Saudade, recanto bucólico do centro-oeste de Minas com 776 habitantes, a menor do Brasil (onde Jair Bolsonaro venceu Lula com 7,7 pontos de vantagem).

O grupo já é 18 vezes maior que a equipe da transição de 2002, quando Lula ganhou o primeiro mandato.

Prevalecem indicados pelo Partido dos Trabalhadores, empenhado em reafirmar o histórico de hegemonia nas alianças que faz. O clima interno é de luta no escuro por vagas nos ministérios a partir de janeiro.  Num exemplo, o PT começou a semana manobrando para vetar a senadora Simone Tebet na área social. Ela foi candidata presidencial do MDB e se aliou a Lula no segundo turno.

Fez circular, como alternativa a Tebet, o nome da sua presidente, Gleisi Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. Lula descartou a ideia, em público, na sexta-feira (2): “É importante não desmontar o partido”, disse ao lado da ex-ministra.

Na prática, indicou limites ao horizonte do PT no governo, ao contrário do que fez em 2003 quando entregou ao partido mais da metade dos ministérios. No “Gabinete da Transição as jornadas começam pelos consensos no diagnóstico da penúria. Todos concordam, por exemplo, quando se examina a situação da defesa civil e dos recursos disponíveis para situações de desastres — não há dinheiro nem sequer estoque de cestas básicas de alimentos para atender desabrigados na temporada de chuvas de verão.

A partir daí, sobra confusão. Às vezes, com mais de vinte pessoas numa mesma sala, falando ao mesmo tempo. E todas, é claro, em defesa da racionalidade.

José Casado - Blog em VEJA



quinta-feira, 14 de julho de 2022

Teatro chinfrim de “pacifistas” defensores da violência - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


A esquerda sempre dá seu jeito de sambar em cima de cadáveres cujo sangue sequer esfriou ainda, caso enxergue algum dividendo político. É justamente o que está fazendo no caso da confusão que terminou em morte em Foz do Iguaçu.
Devido ao fato de um dos atiradores ser bolsonarista, a turma logo viu a oportunidade para impor sua narrativa: seguidores do presidente invadem festas de opositores atirando para matar.

Não importa que as imagens das câmeras mostrem algo diferente. Não importa que se trate, infelizmente, de mais um caso de violência banal como tantos pelo país, cujo pretexto fora a política dessa vez, mas poderia ter sido o futebol, a religião, uma desavença boba qualquer.

Governo eleva projeção de crescimento do PIB de 2022 para 2% e reduz previsão de inflação

O que diz o acordo militar com a China aprovado pelo Uruguai – e suspenso após pressão dos EUA

A politização do caso, que é de polícia, era irresistível para quem vive em palanque e não liga para nada mais. Alguns parentes da vítima petista estão incomodados com esse uso político do caso, com razão. Mas afetações morais burguesas nunca foram impeditivos para a tática socialista.

E eis que figuras como Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues resolveram bancar os pacifistas! 
Foram até o ministro Alexandre de Moraes entregar "carta" para demonstrar preocupação com a violência política. 
Um teatro chinfrim armado com a cumplicidade do futuro presidente do TSE para ajudar na narrativa patética de que Bolsonaro é quem instiga atos violentos - justo aquele que foi a maior vítima de um, ao ser esfaqueado por um ex-filiado do PSOL que quase o matou. [por falar em ministro Moraes, andamos tão enrolados com alguns assuntos de grande importância, que não temos acompanhado alguns temas. Um deles é: nos parece que o ministro do STF não está mais aplicando multas ao deputado federal Daniel Silveira. 
Perguntamos:
- perdemos o rumo da prosa e as multas continuam sendo aplicadas?
- o ministro reconheceu, talvez devido manifestações da PGR, que o Decreto de perdão do presidente Bolsonaro ao deputado é válido e tem que ser cumprido?  
Agradecemos aos que nos responderem.] 
 
Gleisi e Randolfe são defensores do regime cubano, que prende jovens pelo "crime" de condenar a ditadura.  
Eles também apoiam a ditadura venezuelana de Maduro, que usa milícias para espancar e intimidar manifestantes. 
Os petistas já deram declarações bizarras, como quando Dirceu disse que opositores tinham que apanhar nas urnas e nas ruas, ou quando a própria Gleisi disse que gente teria de morrer para impedir o "fascismo" do atual governo.

O ex-presidente Lula, que esses "pacifistas" de araque apoiam, disse semana passada mesmo que tinha uma dívida de gratidão, que dinheiro não paga, com o ex-vereador petista Maninho, por tê-lo "defendido" de um crítico. A "defesa", na prática, foi empurrar o sujeito em direção a um caminhão e deixá-lo estirado no asfalto sangrando até quase morrer, com traumatismo craniano.

A patota que defende os black blocs, o MTST e o MST, movimentos extremamente violentos e criminosos, resolveu posar de filhotes de Gandhi, para ajudar no discurso surrado de que o bolsonarismo representa a verdadeira ameaça violenta na política nacional. É tudo ridículo demais, um esquete medíocre do sistema podre unido.

E além de parlamentares esquerdistas e ministros supremos, o teatro conta, claro, com a velha imprensa. 
Merval Pereira, em sua coluna de hoje no GLOBO, responsabiliza Bolsonaro pelo clima de violência política no país e traça um paralelo com milícias armadas que fariam "rondas" para perseguir petistas. 
O irônico é que os perseguidos pelo sistema, aqueles que efetivamente foram presos ou levaram facadas, são justamente os bolsonaristas. Mas isso é apenas um detalhe nesse filme de categoria D criado pela oposição...

Rodrigo Constantino, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES

 

 

 

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

O aviso do PT para as Forças Armadas

Recado de Gleisi Hoffmann alerta sobre o que já deveria ser claro aos militares

[desde quando essa Gleisi tem estatura moral para enviar avisos,  recados,  às Forças Armadas? 
Vale lembrar que a limitação daquela senhora se estende ao partido que preside e ao  'descondenado' que tentam escalar para perder as próximas eleições. 
O ministro Barroso, pelo cargo que ocupa, mereceu uma resposta dura ao inadequado comentário que fez, mas uma resposta; 
Já os recadeiros de agora merecem o desprezo do silêncio como resposta.] 

O Twitter da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, trouxe uma verdade importante nesta segunda, 25. Em pleno ano eleitoral, é preciso parar o movimento que as Forças Armadas estão fazendo novamente em direção à política. Gleisi escreveu que “não cabe ao ministro da Defesa opinar sobre o processo eleitoral”, numa clara resposta à nota divulgada pelo Ministério da Defesa neste domingo, 24, sobre as eleições.

A presidente petista também afirmou que garantir eleições livres e limpas é prioridade no país. “Comandantes que se envolvem nessa aventura estão destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas”, escreveu.

Essas verdades já deveriam estar mais do que claras na mente dos militares.

A decisão do Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de emitir nota rebatendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso é uma prova de que os militares não apenas querem participar do processo eleitoral como tentam justificar suas interferências.

Durante palestra em uma universidade alemã, Barroso questionou se as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar e a desacreditar as eleições no país. O questionamento é válido, já que o presidente Jair Bolsonaro tenta diariamente convencer seus seguidores (e os militares) de que as eleições brasileiras são inseguras e de que as urnas são fraudadas.

(...)

No golpe de 64, não houve compromisso com o bem-estar dos brasileiros. Os militares insistem em falar coisas positivas sobre aquele período, mas a verdade é que as Forças Armadas deram um golpe sob o pretexto de que o comunismo tomaria conta do Brasil e ficaram 20 anos no poder. Nesse tempo, fecharam o Congresso, calaram a imprensa, trocaram ministros do STF, torturaram e mataram pessoas [sic]  dentro dos quartéis e sumiram com diversos corpos. [A execução de medidas duras se fez necessária e graças as tais medidas é que o Brasil hoje não é uma Cuba,uma Venezuela. E o abate de alguns terroristas e guerrilheiros ocorreu dentro do cumprimento do estrito dever legal.]

Nas eleições de 2018, os militares já cometeram graves erros ao tentar interferir no processo eleitoral. Naquele ano, às vésperas do julgamento do pedido de liberdade de Lula pelo STF, o general Eduardo Villas Bôas escreveu no Twitter: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.

Em seguida, o militar completou: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.

Hoje, já se sabe que as mensagens tiveram o aval de todo alto Comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ao questionar a participação dos militares nas eleições, Barroso provavelmente está tentando evitar que esse tipo de situação se repita.

(...)

Matheus Leitão, colunista - Revista VEJA  - MATÉRIA COMPLETA

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Visão da Gazeta do Povo

O petismo e seu chefe maior, o ex-presidente, ex-condenado e ex-presidiário Lula, (não inocentado)  nunca nos enganaram. 

Quando o STF anulou os processos e fez de Lula um ficha-limpa e presidenciável, elogiado por formadores de opinião como “democrata” e “moderado” em contraposição a um “autoritário” Jair Bolsonaro, a Gazeta do Povo fez questão de lembrar que Lula não tinha e não tem nada de “democrata”, nem de “moderado”.

Na nossa visão, Lula continua a ser o mesmo defensor de ditaduras e adversário da imprensa livre que insiste em negar a existência dos esquemas de corrupção fraudadores da democracia comandados por seu partido.

Qualquer moderação em seu discurso não passa de tentativa de enganar incautos.

 


 

Mas, recentemente, Lula e o PT parecem ter abandonado o disfarce.

O partido que estava tentando conquistar o eleitorado cristão conservador e acalmar o setor produtivo e o mercado financeiro fez, em dois dias, movimentos contrários a esse esforço.

Num dia, Gleisi Hoffmann defende uma política econômica intervencionista e estatizante, receita certa para nova recessão. No outro, Lula defende explicitamente a legalização do aborto.

Por que Lula e o PT fazem isso é incerto. Mas ao menos há um lado positivo no ataque de sinceridade petista. Como afirmamos em nosso editorial:

 

"Nenhum eleitor genuinamente comprometido com o crescimento econômico e com a defesa da vida e da família poderá alegar desconhecimento do que está por vir caso Lula saia vencedor em outubro."

 

 

Nossos colunistas também analisaram criticamente as declarações de Lula.


domingo, 7 de novembro de 2021

Esqueceram de uma tal pandemia… - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

A PEC dos Precatórios foi aprovada na Câmara nesta madrugada. O tema é polêmico, e não há razão para desqualificar a priori quem se coloca contra ou a favor do troço. Trata-se, afinal, de um dilema mesmo: driblar o teto de gastos é perigoso, deixar de pagar precatórios que a Justiça já julgou é arriscado. [sendo impossível pagar devido o Brasil ter outras prioridades, o remédio é assumir um já surrado compromisso: "devo não nego, pago quando puder'.]Mas deixar desassistidos milhões de brasileiros durante a pandemia é igualmente temerário. Não há solução fácil aqui.

O que causa espanto no "debate", portanto, é o maniqueísmo binário de alguns. Resolveram que todo o esforço do presidente da Câmara Artur Lira e do governo federal em aprovar a PEC não passa de populismo eleitoral, e ponto final. Eis que a esquerda - a esquerda! - mostra-se repentinamente a mais zelosa pelo teto de gastos, ignorando inclusive a existência de uma pandemia, cuja reação autoritária de governadores e prefeitos para contê-la jogou milhões a mais na miséria. Dá para confiar?

Análise sobre cultura do cancelamento que atingiu a atriz Bruna Marquezine depois de vitimar o jogador de vôlei Maurício Souza.

Quando Marcelo Freixo diz que se trata da PEC do Calote e que a única fome que ela visa a saciar é a de recursos para o centrão, isso soa sincero? Quando a petista Gleisi Hoffmann banca a protetora do teto de gastos, como fez nessa passagem abaixo, consegue convencer alguém?

Esse teto de gastos está completamente desmoralizado. Nunca foi levado a sério, é discurso do mercado e seus seguidores. Além de acochambrar o teto a Câmara institucionalizou o calote. Se vale pra precatório, vale p/ o resto. Fica o registro. Centrão e governo farão a festa em 22

No Brasil, temos uma oposição que nunca pensa no país, mas só no poder. Não tem postura construtiva jamais. Se enxerga alguma possibilidade de desgastar a situação, então vai nessa linha e dane-se o povo. Repito: não estou dizendo que todos que votaram contra a PEC agem dessa forma, pois há bons motivos para se colocar contrário. Mas esse discurso falso, que ignora a pandemia, não cola. "Descumprir sentença judicial transitada em julgado, a mais sagrada de todas, deveria ser uma decisão grave, não banalizada por interesses eleitoreiros", escreveu o tucano Merval Pereira em sua coluna no Globo hoje. Mas é mesmo interesse eleitoreiro? Todos estão certos disso? Não pode haver qualquer preocupação legítima com milhões de brasileiros famintos por conta dos lockdowns?

Nossos "garantistas de ocasião" são os mais ferrenhos defensores das instituições e do império das leis - quando interessa. Quando é para perseguir opositores de direita, porém, eles são os primeiros a defender o arbítrio e até ministro supremo rasgando a Constituição e inventando crimes novos, como o de opinião ou o de espalhar Fake News.

E é aqui que a hipocrisia salta aos olhos.
Os mesmos que repetiram que a economia ficava para depois, atacando veementemente o presidente Bolsonaro por chamar a atenção para esse problema, são os que hoje só falam de economia para apontar indicadores ruins ou rejeitam qualquer auxílio extra como algo eleitoreiro.

Não estamos numa situação normal. Não custa lembrar. Vejam o que outros governos estão fazendo. Vejam o que fez Joe Biden nos Estados Unidos, com seu pacote trilionário. Vejam os índices de inflação pelo mundo, a alta dos combustíveis, o salto nos alimentos. Refrescando a memória dos esquecidos: tivemos e ainda temos uma pandemia! Ou será que ela só serve quando interessa?

Pelo visto sim, já que prefeitos e governadores organizam até Carnaval como se tudo estivesse normal. Esse Covid-19 tem sazonalidade sim, como todo vírus. Mas é uma sazonalidade diferente, sem ligação com as estações do ano. O novo vírus chinês ataca só quando a esquerda precisa, e depois desaparece feito milagre
Vai ver foi por isso que a atriz esquerdista Jane Fonda admitiu que o troço é um presente divino para a esquerda. 
No caso, o erro é associar isso a Deus. Está mais para laboratório chinês mesmo. Mas o efeito é o mesmo: a esquerda usa a pandemia só quando interessa, e depois age como se ela nunca tivesse existido.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 
 

domingo, 1 de dezembro de 2019

A direita se apresenta - Merval Pereira



O Globo 

O fim da 'direita envergonhada'


No momento em que Lula e Bolsonaro voltam a polarizar a política nacional, com a mesma tática de radicalizar para marcar territórios e, a partir deles, avançar sobre o centro como única alternativa viável para impedir o outro de ocupar a presidência da República, o cientista político Octávio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas no Rio aposta, em artigo no boletim do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que as táticas políticas de Lula não têm mais eficácia nos dias de hoje, deixando poucas probabilidades de êxito.

O motivo mais imediato é o que ele chama de “o fim da direita envergonhada”. Com a volta dos civis e da democracia a partir de 1985, analisa Octavio Amorim Neto, a direita continuou a ocupar importantes posições de poder no Executivo Federal, no Congresso Nacional, no Judiciário, nos governos e legislaturas estaduais e municipais e no seio da Forças Armadas.  Mas esse poder foi caindo ao longo do tempo, sobretudo a partir da chegada do PT à Presidência da República em 2003. “Na verdade, entre 1985 e o início da década de 2010, o Brasil teve uma “direita envergonhada”, que recusava dizer seu nome às claras. Foi nesse ambiente que as táticas de Lula vicejaram”.

De fato, a direita política nacional, que durante os anos de predomínio petista se escondeu [sic] , envergonhada, com o disfarce de centro, no máximo centro-direita, revive no Brasil desde a eleição de Jair Bolsonaro, e também na América do Sul.
Dos 12 países mais importantes da região, seis elegeram governos de direita, e um, a Bolívia, viu um dos ícones da fase esquerdista da região, Evo Morales, ser destituído. Outros estão às voltas com graves crises sociais, como o Chile, o Peru. Bolsonaro perdeu o apoio do governo da Argentina, que substituiu Macri pela volta de Cristina Kirchner, mas ganhou o do Uruguai, que foi para a centro-direita depois de anos de governos de esquerda.

O Brasil, que era talvez o único país do mundo em que não existiam políticos “de direita”, que defendessem o conservadorismo, agora tem até mesmo racha entre o PSL, de direita, que serviu de incubadora da candidatura de Bolsonaro, e o Aliança pelo Brasil, de extrema-direita, comandado pelo mesmo Bolsonaro.  Voltando a Octavio Amorim Neto, as consequências da soltura do ex-presidente Lula, graças à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dependerão de como agirá. “Logrará fazer o PT ressurgir nas grandes cidades do Centro-Oeste, Sudeste e Sul em 2020? Conseguirá levar seu partido novamente ao segundo turno em 2022?”.

Para o cientista politico, a tática de Lula, de radicalizar para depois conciliar, tem “baixa probabilidade de sucesso”. Em primeiro lugar, diz Octavio Amorim Neto, é fundamental registrar que as táticas lulistas deram certo num contexto de enfraquecimento estrutural da direita. “Quando Lula emerge como líder sindical no ABC, o regime militar já estava batendo em retirada”.  Ele vê “o catastrófico segundo mandato de Dilma Rousseff,” como o início do movimento que levou a direita a ascender politicamente, “a ponto de um candidato de extrema direita, autoritário e reacionário, Jair Bolsonaro, vencer o pleito presidencial de 2018”.

Mesmo admitindo que “por conta do caótico governo liderado pelo ex-capitão do Exército, pode ser que a direita não repita esse feito em 2022”, Octávio Amorim Neto diz que a direita jamais voltará a ser a direita envergonhada que, “dócil e oportunisticamente, aceitou os acenos de conciliação de Lula até 2014”.
Ou seja, para ele, “se Lula tentar soprar um novo incêndio para, depois, oferecer-se como líder dos bombeiros que tentarão apagá-lo”, citando uma frase de Elio Gaspari que considera definição perfeita da atuação de Lula, é muito provável que “o fogo se espalhe e faça a vida política nacional arder em chamas nunca dantes vistas desde 1985”.

Octavio Amorim Neto diz que “se Lula e o PT quiserem ter não apenas sucesso eleitoral, mas também contribuir para a manutenção do regime democrático e o renascimento da política, é imperativo que compreendam a nova quadra histórica em que vive o país e mudem suas táticas”.

Isso significa, necessariamente,fazer uma autocrítica e entabular – publicamente – conversas e acordos com o centro político, sobretudo com o PSDB, o MDB, e o DEM de Rodrigo Maia. Octávio Amorim Neto admite que, hoje, “tal conselho pode soar como insulto a Lula e à ala radical do PT comandada por Gleisi Hoffmann. Assim, somente quando os custos das velhas táticas se tornarem muito claros, as mentes começarão a se concentrar”.

Saiba mais sobre o novo partido de extrema-direita
 

Merval Pereira, colunista - O Globo