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sábado, 6 de novembro de 2021

Marighella - Para ele o que importava era matar, era o cadáver

 Ato de resistência

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

Oito motivos para ver ‘Marighella’ - Flávia Oliveira

 

Há um rol de motivos para brasileiras e brasileiros assistirem a “Marighella”, a produção cinematográfica mais esperada e perseguida dos últimos tempos. O longa-metragem, estrelado por Seu Jorge, dirigido por Wagner Moura, estreou ontem nos cinemas Brasil afora. Tive a chance de estar na pré-estreia carioca, na semana passada. Em tópicos, as razões que me fazem recomendar a obra:
 
 
[Comentários do Blog Prontidão Total:
Iniciamos justificando a razão do artigo da Flávia Oliveira se encontrar logo após um de economia.
Apenas estamos usado a matéria da ilustre repórter, como 'gancho',   para mostrar as razões pelas quais não devemos ver o filme por ela recomendado.

Um único  motivo, entre muitos, para não ver 'Marighella', difusor da regra a ser seguida pelos guerrilheiros e terroristas:   "O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

O filme pretende transformar em herói nacional um assassino covarde, cruel, frio e não dava o menor valor à vida humana. Para ele o importante era matar alguém, causar impacto nos cidadãos, utilizando não a importância da vítima, o que fez, o que deixou de fazer, e sim o CADÁVER.

Marighella foi orientador de vários grupos terroristas, entre eles as Brigadas Vermelhas, Exército Vermelho e outros;

não queremos que acreditem neste Blog, transcrevemos abaixo algumas pérolas do pensamento do terrorista Marighella: ..." Pequenos ensinamentos do Manual do Guerrilheiro Urbano:  

“... não matam com raiva ................... Tampouco matam por impulso................... Matam com naturalidade, pois esta é “a única razão de ser de um guerrilheiro urbano”

Apreciação sobre Marighella: Marighella se tornou um herói da esquerda - ele matava apenas para produzir um cadáver, isto lhe bastava como razão, motivação."

Confiram e  constatarão que o acima transcrito é de artigo do historiador Marco Antonio Villa, historiador, publicado em O Globo. (o ilustre historiador escreveu a VERDADE DOS FATOS, expressa no artigo parcialmente transcrito, antes de ser 'convertido' ao maldito politicamente correto, se tornar adepto do 'quanto pior, melhor' e da supremacia de um dos poderes da República, sufocando os demais e o principio da harmonia e independência entre os TRÊS PODERES da União.
Naquela ocasião o historiador cultuava a História e certamente desprezava às narrativas.)

Procurem a íntegra do minimanual do guerrilheiro urbano.

O Blog Prontidão Total tem postado o minimanual, mas preferimos que procurem em outros sites. 

Após devidamente informados,  decidam se covardes cruéis e desumanos como Marighella, Clemente, Lamarca e outros devem ser sepultados nos esgotos da história. Adiante a sequência do artigo publicado em O Globo.

Obrigado.]

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

1) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” porque é ato de resistência. Na antipolítica cultural do governo Jair Bolsonaro, artistas e produtores de cinema são atacados ao limite da asfixia. O lançamento de “Marighella” foi adiado em dois anos e meio, por censura travestida de burocracia.

2) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reencontrar a História, porque há empenho oficial em recontá-la atenuando o legado nefasto da ditadura militar. O filme retrata o ambiente de censura à imprensa e escancara a brutalidade do regime com cenas cruas — às vezes, insuportáveis — de tortura e execuções. A barbárie foi anistiada, mas está documentada. “Marighella” tampouco esconde a radicalização e a violência dos opositores, empenhados em enfrentar, enfraquecer, derrubar o regime via luta armada, mesmo sem apoio popular. Em tempos de escalada autoritária, de ameaça à democracia tão duramente reconquistada, é preciso lembrar o passado, para não repeti-lo.

3) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para testemunhar a estreia de Wagner Moura na direção. O grande ator conduziu uma produção segura, a serviço do elenco. Escolheu um homem preto para encarnar o personagem principal, mestiço; fez o avesso do embranquecimento que grassa na produção cultural brasileira. Batizou personagens com o nome real dos atores, caso de Humberto Carrão, Henrique Vieira e Bella Camero, como a explicitar o compromisso de cada indivíduo com a produção. Atos políticos. A impressão é de confinamento, de segredo, tanto na ação do regime quanto dos opositores. É obra impregnada da atmosfera de tensão daqueles dias.

4) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para ver Seu Jorge brilhar como protagonista. O cantor e compositor se assenta na carreira de ator ao encarnar um Carlos Marighella idealista e violento, radical e engraçado, amedrontado e amoroso, pretensioso e ingênuo, ambicioso e isolado. Humano, portanto. Luiz Carlos Vasconcelos também se destaca como Almir, o Branco, companheiro leal do início ao fim.

5) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella”, porque a ditadura pavimentou muito do modelo de segurança pública e de abordagens policiais, ora debatidos no Brasil. Na saída do filme, encontrei Mônica Cunha, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, fundadora do Movimento Moleque (de mães de vítimas da violência), cujo filho Rafael foi assassinado aos 20 anos, em 2006. Ela chorava por enxergar no longa a linha do tempo que veio dar no arbítrio, ainda hoje, característico da relação do Estado com jovens negros de favelas e periferias. A narrativa de “Marighella” guarda a gênese do Capitão Nascimento, personagem eternizado pelo ator Wagner Moura num par de filmes de José Padilha.

6) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reviver a beleza de cantar com paixão o Hino Nacional, sequestrado por autodeclarados patriotas que preferem autoritarismo à democracia, radicalismo ao diálogo, intolerância à inclusão. E para ouvir versos de Gonzaguinha: “Memória de um tempo onde lutar / Por seu direito / É um defeito que mata”. São cenas comoventes do filme.

7) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” em reconhecimento ao trabalho do jornalista Mário Magalhães, que dedicou quase uma década a apurar e escrever a biografia do líder da Aliança Libertadora Nacional (ALN), até então condenado à invisibilidade. O filme é um corte nos cinco últimos anos de vida do guerrilheiro, ex-deputado, pai, marido, filho de Oxóssi, morto desarmado em 1969, em São Paulo, por agentes do Dops. O roteiro partiu do livro de Magalhães, Prêmio Jabuti de melhor biografia em 2013.

8) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reencontrar as salas de cinema, após o hiato imposto pelas medidas de enfrentamento à Covid-19. O setor foi dos mais prejudicados pelas restrições às atividades econômicas: primeiro a parar, último a retornar à normalidade. Diante do cenário atual da pandemia (queda de casos, internações e óbitos) e do avanço da vacinação, Vitor Mori, pós-doutorando em engenharia biomédica e membro do Observatório Covid-19 Brasil, afirmou em série de posts no Twitter: “Mesmo sendo local fechado, as pessoas se mantêm em silêncio a maior parte do tempo, e há boa aderência ao uso de máscara”. No Rio, são obrigatórios apresentação do certificado de vacinação e uso de máscara nos cinemas, medidas de segurança sanitária. Negacionistas fora.

Flávia Oliveira, colunista O Globo

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."