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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA - DEFESA DAS LIBERDADES E DE BOLSONARO

 Movimento Advogados de Direita Brasil ADBR

MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA


 

EM DEFESA DO BRASIL E DAS LIBERDADES DO POVO, PELO POVO E PARA POVO.

Nós, o povo brasileiro, na defesa do Brasil e do direito às Liberdades do Povo, pelo Povo e para o Povo, e em apoio ao Presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro nos dirigimos à Nação Brasileira, para declarar que sem liberdade não há democracia, sem justiça não há liberdade, sem honra não há respeito, sem dever não há ordem e progresso, sem piedade não há amor e humildade, e sem esperança iremos sucumbir. 

Há em nosso País a gravíssima tentativa da consolidação da “ditadura do pensamento único” que vem impondo a censura e desmonetização dos meios de comunicação independentes e de perfis de redes sociais de brasileiros. Testemunhamos a instauração de inquéritos ilegais e inconstitucionais com o simples objetivo de criminalizar a opinião contrária, pelo órgão que deveria zelar pelos direitos fundamentais da população, mas que seguem abolindo nossas liberdades individuais e garantias fundamentais. 

Somos um povo pacífico que ama sua nação, que defende a democracia e as liberdades
Não podemos renunciar às liberdades que Deus nos deu. 
Nosso dever é lutar  pelo que já conquistamos, por aquilo que cremos, por nossa fé, pelo direito de ir e vir, pelo direito de livre expressão.
 
Qualquer pessoa deve ter o seu direito de se expressar livremente, sem qualquer tipo de limites. A liberdade de expressão é o que permite o diálogo entre pontos de vista diferentes, inclusive os antagônicos.       Sem o direito de se expressar, sem essa liberdade, todos os demais direitos estarão prejudicados. 
A liberdade de expressão inclui o direito a fazer críticas, ou seja, de criticar quem quer que seja. 
Parcela da população brasileira hoje não pode usufruir desse direito. 
Está sendo impedida por pessoas que deveriam garantir.

Não é aceitável que um lado tente imputar a nós, um povo livre e pacífico, a condição de incentivadores de atos antidemocráticos e de divulgadores de fake news. A verdade é que uma pequena parcela da população detentora de poder não aceita críticas. Não aceita escutar a opinião do POVO, PODER SUPREMO DE UMA NAÇÃO DEMOCRÁTICA. 

Os milhões de cidadãos brasileiros, incluindo o Presidente da República Federativa do Brasil, o Exmo. Sr. Jair Messias Bolsonaro, em suas liberdades individuais  buscam posicionar-se perante a sociedade com  opiniões  acerca de temas importantes para nação, no entanto, sofrem ataques infundados por pessoas que não respeitam opiniões diferentes das suas. 

Nossas convicções de DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE em nada ofendem quem quer que seja e tampouco ameaça a democracia como tanto repetem.

Precisamos estar unidos para defender as LIBERDADES, porque SEM LIBERDADE NÃO HÁ DEMOCRACIA. 

Por fim, concluímos este Manifesto com a seguinte expressão do pensador político, historiador e escritor francês Alexis de Tocqueville: “Democracia amplia a esfera da liberdade individual, o socialismo a restringe. 
Democracia atribui todo o valor possível de cada homem; socialismo faz de cada homem um mero agente, um mero número. 
Democracia e socialismo não têm nada em comum além de uma palavra: igualdade. 
Com uma grande diferença: enquanto a democracia procura a igualdade na liberdade, o socialismo procura a igualdade no controle e na servidão”.
 
Brasil acima de Todos.

Deus seja Louvado.

DEUS acima de Tudo

República Federativa do Brasil, 28 de julho de 2022.

 Movimento Advogados de Direita Brasil ADBR

 

sábado, 6 de novembro de 2021

Marighella - Para ele o que importava era matar, era o cadáver

 Ato de resistência

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

Oito motivos para ver ‘Marighella’ - Flávia Oliveira

 

Há um rol de motivos para brasileiras e brasileiros assistirem a “Marighella”, a produção cinematográfica mais esperada e perseguida dos últimos tempos. O longa-metragem, estrelado por Seu Jorge, dirigido por Wagner Moura, estreou ontem nos cinemas Brasil afora. Tive a chance de estar na pré-estreia carioca, na semana passada. Em tópicos, as razões que me fazem recomendar a obra:
 
 
[Comentários do Blog Prontidão Total:
Iniciamos justificando a razão do artigo da Flávia Oliveira se encontrar logo após um de economia.
Apenas estamos usado a matéria da ilustre repórter, como 'gancho',   para mostrar as razões pelas quais não devemos ver o filme por ela recomendado.

Um único  motivo, entre muitos, para não ver 'Marighella', difusor da regra a ser seguida pelos guerrilheiros e terroristas:   "O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

O filme pretende transformar em herói nacional um assassino covarde, cruel, frio e não dava o menor valor à vida humana. Para ele o importante era matar alguém, causar impacto nos cidadãos, utilizando não a importância da vítima, o que fez, o que deixou de fazer, e sim o CADÁVER.

Marighella foi orientador de vários grupos terroristas, entre eles as Brigadas Vermelhas, Exército Vermelho e outros;

não queremos que acreditem neste Blog, transcrevemos abaixo algumas pérolas do pensamento do terrorista Marighella: ..." Pequenos ensinamentos do Manual do Guerrilheiro Urbano:  

“... não matam com raiva ................... Tampouco matam por impulso................... Matam com naturalidade, pois esta é “a única razão de ser de um guerrilheiro urbano”

Apreciação sobre Marighella: Marighella se tornou um herói da esquerda - ele matava apenas para produzir um cadáver, isto lhe bastava como razão, motivação."

Confiram e  constatarão que o acima transcrito é de artigo do historiador Marco Antonio Villa, historiador, publicado em O Globo. (o ilustre historiador escreveu a VERDADE DOS FATOS, expressa no artigo parcialmente transcrito, antes de ser 'convertido' ao maldito politicamente correto, se tornar adepto do 'quanto pior, melhor' e da supremacia de um dos poderes da República, sufocando os demais e o principio da harmonia e independência entre os TRÊS PODERES da União.
Naquela ocasião o historiador cultuava a História e certamente desprezava às narrativas.)

Procurem a íntegra do minimanual do guerrilheiro urbano.

O Blog Prontidão Total tem postado o minimanual, mas preferimos que procurem em outros sites. 

Após devidamente informados,  decidam se covardes cruéis e desumanos como Marighella, Clemente, Lamarca e outros devem ser sepultados nos esgotos da história. Adiante a sequência do artigo publicado em O Globo.

Obrigado.]

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."

1) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” porque é ato de resistência. Na antipolítica cultural do governo Jair Bolsonaro, artistas e produtores de cinema são atacados ao limite da asfixia. O lançamento de “Marighella” foi adiado em dois anos e meio, por censura travestida de burocracia.

2) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reencontrar a História, porque há empenho oficial em recontá-la atenuando o legado nefasto da ditadura militar. O filme retrata o ambiente de censura à imprensa e escancara a brutalidade do regime com cenas cruas — às vezes, insuportáveis — de tortura e execuções. A barbárie foi anistiada, mas está documentada. “Marighella” tampouco esconde a radicalização e a violência dos opositores, empenhados em enfrentar, enfraquecer, derrubar o regime via luta armada, mesmo sem apoio popular. Em tempos de escalada autoritária, de ameaça à democracia tão duramente reconquistada, é preciso lembrar o passado, para não repeti-lo.

3) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para testemunhar a estreia de Wagner Moura na direção. O grande ator conduziu uma produção segura, a serviço do elenco. Escolheu um homem preto para encarnar o personagem principal, mestiço; fez o avesso do embranquecimento que grassa na produção cultural brasileira. Batizou personagens com o nome real dos atores, caso de Humberto Carrão, Henrique Vieira e Bella Camero, como a explicitar o compromisso de cada indivíduo com a produção. Atos políticos. A impressão é de confinamento, de segredo, tanto na ação do regime quanto dos opositores. É obra impregnada da atmosfera de tensão daqueles dias.

4) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para ver Seu Jorge brilhar como protagonista. O cantor e compositor se assenta na carreira de ator ao encarnar um Carlos Marighella idealista e violento, radical e engraçado, amedrontado e amoroso, pretensioso e ingênuo, ambicioso e isolado. Humano, portanto. Luiz Carlos Vasconcelos também se destaca como Almir, o Branco, companheiro leal do início ao fim.

5) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella”, porque a ditadura pavimentou muito do modelo de segurança pública e de abordagens policiais, ora debatidos no Brasil. Na saída do filme, encontrei Mônica Cunha, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, fundadora do Movimento Moleque (de mães de vítimas da violência), cujo filho Rafael foi assassinado aos 20 anos, em 2006. Ela chorava por enxergar no longa a linha do tempo que veio dar no arbítrio, ainda hoje, característico da relação do Estado com jovens negros de favelas e periferias. A narrativa de “Marighella” guarda a gênese do Capitão Nascimento, personagem eternizado pelo ator Wagner Moura num par de filmes de José Padilha.

6) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reviver a beleza de cantar com paixão o Hino Nacional, sequestrado por autodeclarados patriotas que preferem autoritarismo à democracia, radicalismo ao diálogo, intolerância à inclusão. E para ouvir versos de Gonzaguinha: “Memória de um tempo onde lutar / Por seu direito / É um defeito que mata”. São cenas comoventes do filme.

7) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” em reconhecimento ao trabalho do jornalista Mário Magalhães, que dedicou quase uma década a apurar e escrever a biografia do líder da Aliança Libertadora Nacional (ALN), até então condenado à invisibilidade. O filme é um corte nos cinco últimos anos de vida do guerrilheiro, ex-deputado, pai, marido, filho de Oxóssi, morto desarmado em 1969, em São Paulo, por agentes do Dops. O roteiro partiu do livro de Magalhães, Prêmio Jabuti de melhor biografia em 2013.

8) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para reencontrar as salas de cinema, após o hiato imposto pelas medidas de enfrentamento à Covid-19. O setor foi dos mais prejudicados pelas restrições às atividades econômicas: primeiro a parar, último a retornar à normalidade. Diante do cenário atual da pandemia (queda de casos, internações e óbitos) e do avanço da vacinação, Vitor Mori, pós-doutorando em engenharia biomédica e membro do Observatório Covid-19 Brasil, afirmou em série de posts no Twitter: “Mesmo sendo local fechado, as pessoas se mantêm em silêncio a maior parte do tempo, e há boa aderência ao uso de máscara”. No Rio, são obrigatórios apresentação do certificado de vacinação e uso de máscara nos cinemas, medidas de segurança sanitária. Negacionistas fora.

Flávia Oliveira, colunista O Globo

"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

A constituição do atraso - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

A Carta Magna de 1988 foi uma espécie de “vingança infantil” aos tempos da ditadura 

Nesta semana, a nossa Constituição Federal, promulgada em 1988, completou seu 33º aniversário. O ministro do STF Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, comentou: “A Constituição de 1988 completa 33 anos. Estabilidade institucional e avanços importantes em direitos de mulheres, negros, gays e comunidades indígenas. A agenda inacabada: derrotar a pobreza extrema, as desigualdades injustas e promover desenvolvimento sustentável para todos”. Há muito o que ser comemorado mesmo? Eis o que pretendo debater em seguida, até porque não sabemos até quando será possível criticar nossa Carta Magna sem isso ser considerado um “ataque às nossas instituições”. Deputado Ulysses Guimarães em 1988, no encerramento das votações da nova Carta Constitucional | Foto: Arquivo/Senado Federal
Deputado Ulysses Guimarães em 1988, no encerramento das votações da nova Carta Constitucional  -  Foto: Arquivo/Senado Federal

Por um lado, trata-se de uma conquista interessante mais esse aniversário, já que o Brasil é conhecido por sua enorme quantidade de Constituições existentes. Só no século 20, tivemos uma Constituição em 1934, outra em 1937, mais uma em 1946, outra em 1967 e, finalmente, a Constituição de 1988. E o fio condutor delas foi a incapacidade de impedir o arbítrio estatal. No livro A História das Constituições Brasileiras, o historiador Marco Antonio Villa, antes de se tornar um ativista afetado, disseca os maiores absurdos das várias Constituições que tivemos. Na sua apresentação, a síntese é perfeita: “Não é exagero afirmar que os últimos 200 anos da nossa história têm como ponto central a luta do cidadão contra o Estado arbitrário. E, na maioria das vezes, o Estado ganhou de goleada”.

A conquista de certa “longevidade”, portanto, é interessante, mas não compensa, de forma alguma, o custo elevado que essa Constituição representou para o país. Enquanto muitos políticos vibravam com a aprovação da “Constituição Cidadã”, um indivíduo com a mente mais lúcida lamentava aquele fato, antecipando quanto ele custaria ao povo brasileiro. Era Roberto Campos, que chamara a Constituição de 1988 de “anacrônica”, remando contra a maré populista de seu tempo.

Em seu livro de memórias Lanterna na Popa, Roberto Campos dedica várias linhas à Constituição de 1988, e todos aqueles que comemoram seu aniversário deveriam investir algum tempo para ler tais críticas. A inflação herdada da era Goulart, por exemplo, estava em quase 8% ao mês, mas a Constituição contava com um absurdo dispositivo que limitava os juros a 12% ao ano, uma “ridícula hipocrisia”. Uma Constituição mencionar limite para juros é algo realmente pitoresco. Do ponto de vista tributário, a Constituição de 1988 gerou uma “vultuosa redistribuição da capacidade tributária em favor dos Estados e municípios, sem correspondente redistribuição de funções. Sob o ponto de vista da estrutura tributária, Roberto Campos conclui que a Constituição “representou um lamentável retrocesso”.

Outro exemplo evidente do atraso causado pela Constituição foi o monopólio do petróleo garantido ao governo. A confusão entre “segurança nacional” e monopólio do governo não passava de uma grande falácia econômica. Campos explica que, “ao retardar o fluxo de capital para a exploração petrolífera local, criava-se adicional insegurança, pois nosso abastecimento ficaria na dependência de suprimentos extracontinentais, carregados por via marítima e, portanto, sujeitos à vulnerabilidade submarina”.

Um sério problema do Brasil, a desproporcionalidade da representação na Câmara dos Deputados em desfavor do Centro-Sul, foi bastante agravado com a Constituição de 1988 também. A criação de novos Estados na Constituição gerava uma distorção ainda maior, particularmente contra São Paulo. Para eleger um deputado nordestino, com o mesmo poder de um paulista, precisa-se de bem menos votos. Isso cria um deslocamento de poder para as regiões do Norte e Nordeste, dificultando reformas econômicas que seriam mais facilmente aprovadas se dependessem da escolha do Sul e Sudeste, que carregam a economia do país nas costas.

As promessas simplesmente não cabiam no Orçamento, não levavam em conta a realidade

Além disso, ao remover quaisquer barreiras, tanto de criação como de representação legislativa dos partidos, a Constituição de 1988 “nos legou um multipartidarismo caótico com partidos nanicos que não representam parcelas significativas da opinião pública, sendo antes clubes personalistas e regionalistas ou exibicionismo de sutilezas ideológicas”. Conforme conclui Campos, ficamos muito mais com uma demoscopiaque uma democracia. Tema bastante atual, não é mesmo?

Roberto Campos considerava que sua vida no Senado foi marcada por uma sucessão de batalhas perdidas, as principais sendo: a batalha da informática, cuja Lei da Informática jogou o país na era dos dinossauros em tecnologia; a batalha contra o Plano Cruzado e sua resultante moratória, enquanto economistas de esquerda, como Maria de Conceição Tavares, chegaram a chorar de emoção com o plano fracassado; e a batalha contra a Constituição brasileira de 1988, tomada pela mentalidade nacional-populista.

O ícone dessa fase, Ulysses Guimarães, defendia demagogicamente o objetivo constitucional de “passar o país a limpo”. As promessas simplesmente não cabiam no Orçamento, não levavam em conta a realidade. Como escreveu Campos, “Ulysses parecia encarar com desprezo a ideia de limites ou constrangimentos econômicos”. Para ele, tudo parecia ser uma questão de “vontade política”, expressão que muitos utilizam até hoje como solução mágica para nossos males. Roberto Campos chegou a acusar Ulysses, em artigo de jornal, de “um grau de ignorância desumana” em economia. Infelizmente, ele estava certo.

A Constituição de 1988 foi extremamente reativa, uma espécie de “vingança infantil” aos tempos da ditadura. Dizem também que foi promulgada um ano antes do que deveria, pois em 1989 tivemos a queda do Muro de Berlim, soterrando sonhos socialistas ainda muito fortes em nosso país. Vale notar que 15 deputados petistas votaram contra o texto final porque queriam ainda mais socialismo nele! É compreensível que existisse uma demanda social reprimida naquela época. Mas o uso da Constituição como veículo para atender àquela demanda foi um grave erro. O grau de utopia presente na Constituição é assustador. Ela fala dezenas de vezes em “direitos”, mas quase nunca em “deveres”.

O historiador Victor Davis Hanson, em seu novo livro The Dying Citizen, que acaba de ser lançado, comenta sobre mudanças culturais em curso nos Estados Unidos que podem estar tornando esta grande nação livre, cuja Constituição tem mais de dois séculos com poucas emendas, em algo mais similar aos países latino-americanos. Para ele, essa noção de cidadania pode estar ameaçada: “Afinal, a cidadania não é um direito; requer trabalho. No entanto, muitos cidadãos de repúblicas, antigas e modernas, passam a acreditar que merecem direitos sem assumir responsabilidades — e não se preocupam como, por que ou de quem herdaram seus privilégios”.

Hanson acrescenta: “Os cidadãos não são meros residentes, propensos a receber mais do que dar. Eles não são povos tribais que se unem por aparência ou laços de sangue. Eles não são camponeses sob o controle dos ricos. Nem é sua primeira lealdade a uma comunidade mundial abstrata”. A cidadania pressupõe o compartilhamento de certos valores básicos dentro de um território comum, com laços sociais e culturais como elo para o respeito mútuo e a confiança nas regras do jogo. A defesa da propriedade privada, das liberdades individuais e do império das leis é o pilar fundamental de uma república, e desde a origem da Carta Magna britânica em 1215 que o esforço tem sido na linha de limitar o poder abusivo e arbitrário dos poderosos, do próprio Estado.

A Carta Magna de uma nação deve tratar dos temas mais básicos apenas, com um caráter bem mais negativo do que positivo, ou seja, colocando em evidência aquilo que os cidadãos não podem fazer e restringindo com claras definições aquilo que o Estado pode fazer. O governo deve evitar o excesso de legislação, que serve para emperrar o crescimento e criar injustiças. Infelizmente, o Estado brasileiro é extremamente paternalista, e trata seus cidadãos como mentecaptos que necessitam da tutela estatal para tudo.

A Constituição de 1988 é um reflexo dessa mentalidade ultrapassada. Não é exatamente um documento para cidadãos republicanos, mas sim para súditos de um Estado ativista e hipertrofiado, que se arroga o papel de locomotiva do progresso e da justiça social. Em vez de uma “Constituição Cidadã”, o que precisamos é da constituição de uma verdadeira cidadania em nosso país.

[Até o presente momento, ao que sabemos, a presente matéria não provocou a prisão do ilustre colunista  sob acusação da prática de atos contra a Constituição cidadã.]

Leia também “Os cúmplices de Castro”

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 16 de julho de 2021

O ator Gagliasso - ou ex-ator? - perdeu espaço na TV e tenta holofotes com comentários sem sentido - O Globo

Bruno Gagliasso responde Mário Frias: 'Racismo é crime'

Ator reagiu, por meio de publicação em rede social, a comentário feito pelo secretário especial da Cultura que foi banido pelo próprio Twitter 
[esse ator, com certeza não leu, se leu não entendeu a definição do crime de racismo.]

O ator Bruno Glagliasso reagiu, na madrugada desta sexta-feira (16/7), ao comentário racista publicado pelo secretário especial da Cultura Mário Frias no Twiter na última quinta-feira — ao falar sobre Jones Manoel, historiador e professor negro conhecido no YouTube por defender o comunismo, a autoridade escreveu que "(ele) precisa de um bom banho".

Gagliasso criticou o post de Mário Frias:

Vale lembrar que a publicação de Frias foi retirada do ar pelo próprio Twitter por ferir as normas da plataforma. Por meio de nota, o Twitter ressaltou que "tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e violações a essas regras estão sujeitas às medidas cabíveis". 

A colocação do secretário Especial da Cultura aconteceu em resposta a um tuíte do assessor da Presidência da República Tercio Arnaud Thomaz. Na mensagem, Thomaz compartilhava uma notícia na qual o historiador Jones Manoel afirmava já ter comprado fogos de artifício para comemorar a eventual morte do presidente Jair Bolsonaro,  internado em São Paulo para tratar problemas intestinais.

"A pergunta que não quer calar: quem caralhas é Jones Manoel?", tuitou Thomaz. Frias respondeu: "Realmente eu não sei. Mas se eu soubesse diria que ele precisa de um bom banho".

Em seu perfil na rede social, Jones chamou Frias de "ex-ator frustrado e atual fascista" que cometia seu "crime de racismo diário". Na última quarta-feira, o youtuber havia dito na rede social ter comprado fogos de artifício após saber da internação de Bolsonaro. "Tão deixando a gente sonhar", ironizou. "Deixando claro que a parte dos fogos é brincadeira. Sou contra fogos. Assusta os animais". 

Cultura - O Globo 


quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

O conservador e o atrasado

Bolsonaro elegeu-se abraçando o atraso, o desastre de Brumadinho indicou-lhe o caminho da verdade

FHC gosta de relembrar uma cena na qual o historiador Sérgio Buarque de Holanda discutia o tamanho de algumas figuras do Império e ensinou: "Doutora, eles eram atrasados. Nós não temos conservadores no Brasil. Nós temos gente atrasada." Foi a gente atrasada que levou o Brasil a ser um dos últimos países a abolir a escravidão e a adotar o sistema de milhagem para os passageiros de aviões, deixando a rota Rio-São Paulo de fora.
É a gente atrasada quem trava os projetos de segurança das barragens que tramitam no Senado, na Câmara e na Assembleia de Minas Gerais. Essa gente atrasada estagnou a economia durante o século 19 e, no 20, faliu as grandes companhias de aviação brasileiras. No 21, produziu os desastres de Mariana e Brumadinho. Jair Bolsonaro elegeu-se presidente da República com uma plataforma conservadora, amparado pelo atraso. Sua campanha contra os organismos defensores do meio ambiente foi a prova disso. Não falava em nome do empresariado moderno do agronegócio, mas da banda troglodita que se confunde com ele. Felizmente, preservou o Ministério do Meio Ambiente. [não conseguiram impedir a eleição de Bolsonaro; 
ele foi eleito, é o presidente do Brasil, com as bençãos de Deus fará um excelente governo,  e a reeleição será viável - diante do inevitável resta aos que não o toleram o recurso da crítica destrutiva, galhofeira, da chacota, da tentativa de por todas as formas diminuir sua competência e seus méritos, se ele errar em uma crase, vamos propor seu 'impeachment'.]
Outra bandeira de sua ascensão foi a defesa da lei e da ordem. A conexão dos "rolos" de Fabrício Queiroz com as milícias do Rio de Janeiro ilustrou quanto havia de atraso na sua retórica. (O Esquadrão da Morte do Rio surgiu em 1958 e anos depois alguns de seus "homens de ouro" tinham um pé no crime.). Nos anos 70, o presidente de Scuderie Le Cocq era contrabandista, e o delegado Sérgio Fleury, grão-mestre do esquadrão paulista, ilustre janízaro da repressão política, protegia traficantes de drogas.

Ronald Reagan e Margaret Thatcher foram conservadores, já os patronos dos esquadrões foram e são simplesmente atrasados. Por isso, Nova York e Londres são cidades seguras, enquanto o Rio é o que é. O detento Sérgio Cabral dizia que favelas eram fábricas de marginais.As mineradoras nacionais moveram-se nos escurinhos do poder, e mesmo depois do desastre de Mariana bloquearam as iniciativas que aumentariam a segurança das barragens. Deu Brumadinho. As perdas da Vale nas Bolsas e com as faturas dos advogados superarão de muito o que custaria a proteção de Brumadinho. Será a conta do atraso.

Com menos de um mês de governo, Jair Bolsonaro foi confrontado pela diferença entre conservadorismo e atraso. Seu mandato popular ampara-se numa plataforma conservadora com propostas atrasadas. Muita gente que votou nele pode detestar o Ibama e as ONGs do meio ambiente. Também pode achar que bandido bom é bandido morto. Quando acontecem desgraças como Brumadinho ou quando são expostas as vísceras das milícias e seus mensalinhos, essas mesmas pessoas mudam de assunto e o presidente fica só, como ficou o general João Figueiredo depois do atentado do Riocentro.
O atraso é camaleônico. Escravocratas do Império tornaram-se presidentes na República Velha. A Federação das Indústrias de São Paulo financiou o DOI, aderiu à Nova República e varreu os crimes da ditadura para a porta dos quartéis.  Trogloditas do agronegócio e espertalhões das mineradoras sabem o que querem. Conviveram com o comissariado petista esperando por um Messias. Tiveram-no. Quando a Vale caiu na frigideira, fizeram o que deviam e, num só dia, venderam suas ações derrubando em R$ 71 bilhões o seu valor de mercado.
Durante a campanha eleitoral, quando confrontado com os problemas que encontraria na Presidência, Bolsonaro repetia um versículo do Evangelho de João:
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Brumadinho e suas relações com Fabrício Queiroz mostraram a Jair Bolsonaro o verdadeiro rosto do atraso.

domingo, 6 de novembro de 2016

Deu errado

Como seria possível, numa sociedade racional, consumir duas unidades para produzir uma — e achar que está tudo bem?

Publicado na edição impressa de VEJA - J R GUZZO

Aconteceu numa sessão qualquer de uma dessas comissões da Câmara dos Deputados em que pouca gente fala, pouca gente escuta e quase ninguém presta atenção, mas nas quais, de vez em quando, é possível ficar sabendo das coisas mais prodigiosas. No caso, o deputado Nelson Marchezan Júnior, do Rio Grande do Sul, tomou a palavra a certa altura dos procedimentos e revelou o seguinte: a Justiça do Trabalho deu aos trabalhadores brasileiros que recorreram a ela no ano passado um total de 8 bilhões de reais em benefícios; no decorrer desse mesmo ano, gastou 17 bilhões com suas próprias despesas de funcionamento. É isso mesmo que está escrito aí.

 A Justiça do Trabalho brasileira custa em um ano, entre salários, custeio e outros gastos, o dobro do que concede em ganhos de causa à classe trabalhadora deste país. Pela aritmética elementar, calculou então o deputado, o melhor seria a Justiça do Trabalho não existir mais, pura e simplesmente. Se o poder público tirasse a cada ano 8 bilhões de reais do Orçamento e entregasse essa soma diretamente aos trabalhadores que apresentam queixas na Justiça trabalhista, todos eles ficariam tão satisfeitos quanto estão hoje, as empresas reduziriam a zero os seus custos nesse item e o Erário gastaria metade do que está gastando no momento. Que tal?

Não existe nada de parecido em país algum deste mundo, ou de qualquer outro mundo. Como seria possível, numa sociedade racional, consumir duas unidades para produzir uma — e achar que está tudo bem? O sistema ao qual se dá o nome de “Justiça do Trabalho” continua sendo uma das mais espetaculares extravagâncias do Brasil — e mais uma demonstração concreta, entre talvez uma centena de outras, da facilidade extrema de conviver com o absurdo que existe na sociedade brasileira. É o que nos faz aceitar resultados exatamente opostos ao que se deseja — estamos nos tornando especialistas, ao que parece, em agir de forma a obter o contrário daquilo que pretendemos. 

Todos querem, naturalmente, que a Justiça do Trabalho produza justiça para os trabalhadores. Mas fazem tudo, ou aceitam tudo, para gerar o máximo de injustiça, na vida real, para esses mesmíssimos trabalhadores. Que justiça existe em gastar 17 bilhões de reais de dinheiro público que não é “do governo”, mas de todos os brasileiros que pagam imposto — para gerar 8 bilhões? É óbvio que alguma coisa deu monstruosamente errado aí. A intenção era fazer o bem; está sendo feito o mal em estado puro.

A Justiça trabalhista é acessível a apenas 40% da população; os outros 60% não têm contrato de trabalho. Ela não cria um único emprego — ao contrário, encarece de tal forma o emprego que se tornou hoje a principal causa de desestímulo para contratar alguém. Não cria salários, nem aumentos, nem promoções. Apenas tira do público o dobro do que dá. Mas vá alguém querer mexer nisso, ou propor que se pense em alguma reforma modestíssima — será imediatamente acusado de querer suprimir “direitos dos trabalhadores”. Hoje a Justiça trabalhista gasta 90% do orçamento com os salários de seus 3 500 juízes, mais os desembargadores de suas 24 regiões, mais os ministros do seu “Tribunal Superior do Trabalho”, mais os carros com chofer. Em nome do progresso social, porém, fica tudo como está.

Tudo isso, claro, é apenas uma parte da desordem que transforma a Justiça brasileira numa imensa piada fiscal. Com a mesma indiferença, aceita-se que o Supremo Tribunal Federal, com onze ministros, tenha 3 000 funcionários cerca de 300, isso mesmo, para cada ministro. Mas não é suficiente: o brasileiro tem de pagar também 1 bilhão de reais por ano para ser assistido por um “Tribunal da Cidadania”, de utilidade desconhecida — o Superior Tribunal de Justiça, esse já com 33 ministros, quase 5 000 funcionários, incluindo os terceirizados e estagiários, e capaz de consumir dois terços inteiros do seu orçamento com a folha de pessoal

Tempos atrás, o historiador Marco Antonio Villa trouxe a público o deslize para a demência de um órgão público que foi capaz de consumir 25 milhões de reais, num ano, em alimentação para funcionários, pagar de 400 000 a 600 000 reais de remuneração mensal a seus ministros aposentados e ter na folha de pagamento repórteres fotográficos, auxiliares de educação infantil e até “jauzeiros”. O que seria um “jauzeiro”? [Nota do Blog Prontidão Total: 'JAÚZEIRO', operador de andaimes móveis que são utilizados especialmente na limpeza de vidros das fachadas de prédios - tais andaimes são conhecidos por ANDAIMES JAÚ.
Agora quem quiser saber o que é andaime pode ir em qualquer dicionário.] 

Vale realmente tudo, nesse STJ. Você pode querer que nenhuma mudança seja feita nisso aí. Também pode achar que esse sistema, tal como está, é uma conquista social. Só não pode querer que um negócio desses funcione. 

Transcrito da Coluna do Augusto Nunes - VEJA