China estará pronta para invadir Taiwan em 2025, diz ministro da Defesa da ilha
Chiu Kuo-cheng classificou tensões militares como 'as mais sérias' em 40 anos; China enviou 150 aviões de guerra ao espaço aéreo de Taiwan
A China será capaz de montar uma invasão “em grande escala” de Taiwan até 2025, disse o ministro da defesa da ilha nesta quarta-feira (06). A declaração acontece dias após um número recorde de aviões de guerra chineses sobrevoarem a zona de defesa aérea de Taiwan. “No que diz respeito a encenar um ataque a Taiwan, eles atualmente têm a capacidade. Mas [a China] tem que pagar o preço”, disse Chiu Kuo-cheng, o ministro da Defesa, a jornalistas taiwaneses nesta quarta.
No entanto, ele disse que até 2025, este “preço” a ser pago será menor – e, com isso, a China será capaz de montar uma invasão “em grande escala”. Os comentários de Chiu foram feitos depois que a China enviou 150 aviões de guerra, incluindo caças e bombardeiros com capacidade nuclear, para a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), de Taiwan, a partir de 1º de outubro.
Em uma reunião do parlamento, Chiu descreveu as tensões militares através do Estreito como “as mais sérias” em mais de 40 anos desde que ele entrou para o exército, informou a Agência Central de Notícias (CNA) de Taiwan. Na reunião, os militares de Taiwan apresentaram um relatório aos legisladores dizendo que as capacidades anti-intervenção e bloqueio da China em torno do Estreito de Taiwan se tornarão maduras em 2025, de acordo com a CNA. Os legisladores também revisaram um orçamento especial de defesa de US$ 8,6 bilhões para armas, incluindo mísseis e navios de guerra.
Falando a jornalistas após a reunião, Chiu observou que Taiwan não fez qualquer movimento para provocar um ataque em resposta às incursões aéreas chinesas. “Faremos os preparativos militarmente”, disse ele. “Acho que nosso exército é assim, se precisarmos lutar, estaremos na linha de frente.”
Taiwan e a China continental são governadas separadamente desde o fim de uma guerra civil, há mais de sete décadas, na qual os nacionalistas derrotados fugiram para Taipei, capital de Taiwan. No entanto, Pequim vê Taiwan como uma parte inseparável de seu território, embora o Partido Comunista Chinês nunca tenha governado a ilha de cerca de 24 milhões de habitantes. Pequim se recusou a descartar o uso de força militar para capturar Taiwan, se necessário, e culpa o que chama de “conluio” entre Taiwan e os Estados Unidos pelo aumento das tensões.
“Os EUA têm feito movimentos negativos com a venda de armas para Taiwan e fortalecimento dos laços oficiais e militares com Taiwan, incluindo o lançamento de um plano de venda de armas de US$ 750 milhões para Taiwan, o pouso de aeronaves militares dos EUA em Taiwan e a navegação frequente de navios de guerra dos EUA em todo o o Estreito de Taiwan”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, nesta segunda-feira (4).
O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou nesta quarta que o diplomata chinês Yang Jiechi e o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, se reunirão em Zurique para “trocar opiniões sobre as relações China-EUA e questões relevantes”.
O ministério não informou a data da reunião. A CCTV, TV estatal da China, disse que a delegação chinesa chegou a Zurique nesta terça-feira (5).
A redação da CNN, em Pequim, contribuiu para esta reportagem.
(Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)
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