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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Jornalistas de Taiwan são impedidos de cobrir evento da OMS após pressão chinesa

Mundo - Gazeta do Povo

Assembleia Mundial de Saúde

Dois jornalistas de Taiwan foram impedidos de fazer a cobertura da Assembleia Mundial de Saúde (AMS), em Genebra, na Suíça. De acordo com informações do Taipei Times, eles foram informados por representantes do evento de que não poderiam participar devido à pressão da China, que considera Taiwan parte de seu território e se opõe à sua participação em organizações internacionais.

Os jornalistas Judy Tseng e Tien Hsi-ju trabalham para a Agência Central de Notícias de Taiwan (CNA, na sigla em inglês), que é o veículo de comunicação oficial do país. Eles tentaram retirar suas credenciais de mídia na segunda-feira (22), mas foram rejeitados por um funcionário da ONU, que disse que eles não eram elegíveis por terem passaportes de Taiwan.  A decisão gerou protestos e críticas de várias organizações de mídia e defensores da liberdade de imprensa, que acusaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a ONU de ceder às pressões políticas do regime chinês e violar os direitos dos jornalistas.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) disse em um comunicado que negar o credenciamento de imprensa a jornalistas verificados, principalmente em eventos de importância global como a AMS, órgão da OMS, logo após a pandemia de Covid-19, "representa uma ameaça clara à liberdade de imprensa". A FIJ e sua afiliada, a Associação de Jornalistas de Taiwan (AJT), pediram que a OMS e a ONU "reconsiderem sua decisão e garantam o acesso igualitário à informação para todos os jornalistas".

Taiwan foi excluído da OMS em 1972,
mas foi autorizado a participar da AMS como observador entre 2009 e 2016, durante uma distensão das relações com Pequim. No entanto, desde que a atual presidente, Tsai Ing-wen, assumiu o poder em 2016, com uma postura mais firme em relação à China, Taiwan perdeu seu status de observador e não foi convidado para as últimas cinco edições da AMS.

Taiwan conta com o apoio dos Estados Unidos, que destacaram sua resposta à pandemia de Covid-19, em oposição à gestão da China. Antes da reunião, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, defendeu que as ameaças à saúde exigem "uma colaboração internacional estreita" e que convidar Taiwan "ilustraria o compromisso" da OMS com uma "abordagem inclusiva". No entanto, o embaixador da China na OMS, Chen Xu, denunciou a proposta como uma "manipulação política".

Mundo - Gazeta do Povo 

 

domingo, 7 de agosto de 2022

Crise com a China - Como a visita de Nancy Pelosi a Taiwan prejudicou interesses dos EUA e da Ucrânia - Gazeta do Povo

Vozes - Jogos de Guerra

A visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, enviou uma mensagem anti-imperialista à China. Porém, prejudicou interesses de Washington e de Kiev na guerra na Ucrânia. Isso porque o desafio à China tem potencial para aproximar diplomaticamente ainda mais Pequim e Moscou.

“Por ora, a China está avaliando e tem, sim, neutralidade. Eu serei honesto: essa neutralidade é melhor do que a China se juntar à Rússia.” A afirmação é do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ela chamou a atenção na quarta-feira (3) por destoar do usual tom combativo do líder da Ucrânia. Parece refletir a preocupação com as possíveis consequências do apoio de Pelosi a Taiwan.

A congressista americana Pelosi esteve na ilha de Taiwan nesta semana, entre terça (2) e quarta-feira. Ela se encontrou com a presidente Tsai Ing-wen em Taipei. A visita enfureceu o governo chinês, que entendeu a ação como uma ingerência americana em assuntos internos do país. O governo de Xi Jinping tem entre seus principais objetivos políticos retomar o controle sobre a ilha - que tem um governo democrático autônomo, mas não é reconhecida como independente pela maior parte da comunidade internacional.

Principalmente para dar uma resposta ao público interno, Pequim realizou exercícios militares próximo a Taiwan em uma escala sem precedentes. Ao menos um míssil teria cruzado a ilha e caído no mar. 
Os disparos afetaram ainda a área marítima da zona econômica exclusiva do Japão. 
Participaram das manobras militares ao menos cem aviões e dez navios de guerra.

Na Rússia, a visita de Pelosi a Taiwan foi classificada como uma “provocação” americana contra a China, segundo a porta-voz da chancelaria, Maria Zakharova. Ela afirmou que Moscou apoia o princípio de “uma China” e se opõe a qualquer forma de independência de Taiwan. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os russos expressam “solidariedade absoluta” com a China em relação à ação de Pelosi.

Em 4 de fevereiro, pouco antes do início da invasão russa à Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês, Xi Jinping, haviam anunciado durante a Olimpíada de Inverno de Pequim uma “parceria sem limites” - na qual declaravam apoio mútuo em relação às questões da Ucrânia e de Taiwan. Em uma declaração conjunta, os países discorreram, entre outros temas, sobre multipolaridade e redistribuição de poder no mundo.

A declaração foi interpretada por analistas ocidentais como uma espécie de pacto de não agressão, que teria potencial para levar a um realinhamento da ordem mundial - o que poderia gerar um novo tipo de Guerra Fria.  Após a invasão russa na Ucrânia, a China se disse neutra e evitou participar de movimentos diplomáticos arquitetados pelo Ocidente para condenar o ataque de Moscou nas Nações Unidas.

Mas, enquanto os Estados Unidos e seus aliados tentavam isolar a economia da Rússia por meio de sanções, os chineses aumentavam suas compras de energia russa. Um dos principais objetivos do Ocidente é diminuir a renda de Moscou com a exportação de petróleo para assim enfraquecer o país e diminuir sua capacidade de guerrear.

Em maio, as importações chinesas de petróleo russo subiram 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a rede britânica BBC. Por causa disso, a Rússia desbancou a Arábia Saudita como maior fornecedora de petróleo para a China. No mesmo mês, as exportações de produtos chineses para a Rússia cresceram 14% - fruto de substituições de importações ocidentais feitas pelo Kremlin.

Além disso, está sendo construído um novo gasoduto para ligar os dois países e assim aumentar em 10 bilhões de metros cúbicos por ano as exportações russas para os chineses. Ele deve ficar pronto em dois ou três anos. Um dos maiores temores dos ucranianos era que a China passasse a fornecer equipamentos militares para a Rússia. Porém, isso não tem ocorrido devido à pressão americana.

Da mesma forma, os Estados Unidos vêm intimidando empresas de tecnologia para evitar exportações para a Rússia. Segundo o departamento de comércio americano, as exportações globais de semicondutores para a Rússia caíram 90% desde o início da guerra. Eles são essenciais para a indústria armamentista russa, que depende de chips para fazer armas.

Por outro lado, não parece possível que Washington e seus aliados tenham capacidade de tentar punir Pequim com isolamento econômico. Alguns analistas dizem que a economia chinesa pode suplantar a americana na próxima década. Assim, a parceria entre Rússia e China parece ser, por ora, um “casamento de conveniência”, movido principalmente pelo antagonismo comum em relação aos Estados Unidos.

O que o Ocidente e Zelensky parecem tentar evitar é o aprofundamento dessa parceria. Por isso, o presidente ucraniano baixou o tom e tenta costurar um encontro com Xi Jinping. “A visita de Nancy Pelosi a Taiwan foi ruim para os interesses americanos na Ucrânia. Os Estados Unidos querem isolar a Rússia, mas acabaram dando motivo para os chineses se aproximarem mais dos russos”, disse o coronel da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, mestre em estudos de defesa e estratégia pela Universidade Nacional de Defesa da República Popular da China.

Não se sabe ao certo se a ação de Pelosi, parlamentar conhecida por seu ativismo em relação a Taiwan, foi fruto de sua iniciativa individual ou se foi uma ação orquestrada com o governo democrata de Joe Biden. A visita acabou sendo criticada por membros do Partido Democrata e elogiada por integrantes do Partido Republicano.

Além das manobras militares na região de Taiwan, a visita já está causando deterioração nas relações diplomáticas entre Pequim e Washington. Na sexta-feira (5), a China anunciou paralisações na cooperação entre os dois países nas áreas militar, de combate à mudança climática, imigração e esforços para controlar o tráfico de drogas global.

A possibilidade da China invadir Taiwan ou eventualmente entrar em guerra com os Estados Unidos é considerada remota por analistas. Para invadir a ilha, Pequim teria que fazer uma operação de desembarque anfíbio, considerada extremamente complexa e dispendiosa. Além disso, um ataque direto a cidadãos que partilham com a China as mesmas raízes poderia ser considerado fratricídio - e assim ter um forte impacto negativo na popularidade de Xi Jinping.

Mas não se sabe ainda até que ponto a deterioração das relações diplomáticas entre americanos e chineses gerará maior impacto na guerra da Ucrânia - ou se desencadeará maior suporte econômico chinês aos russos.

Últimas notícias do campo de batalha
Na última semana, a coluna Jogos de Guerra analisou as possíveis consequências políticas de uma contraofensiva ucraniana no sul do país. Ao longo dos últimos dias, combatentes ucranianos no campo de batalha disseram a este colunista ter recebido informações de que a Rússia está enviando entre 20 e 30 mil soldados para tentar conter o contra-ataque na região ocupada de Kherson. A Rússia confirmou o envio de reforços, mas não fornece números.

A troca de fogo de artilharia entre russos e ucranianos no território entre Mykolaiv e Kherson tem sido intensa. Esse é hoje o principal campo de batalha da guerra. Mas não surgiram notícias de avanços significativos da Ucrânia em direção a Kherson.

Em Zaporizhzhia, ucranianos vêm acusando a Rússia de usar a usina nuclear de Enerhodar como um escudo. Moscou teria posicionado diversas peças de artilharia entre os seis reatores nucleares e disparado contra regiões vizinhas defendidas pelo exército ucraniano. O exército de Kyiv não pode revidar para não causar uma catástrofe nuclear.

Na frente informacional, Rússia e Ucrânia debatem quem é o responsável por uma explosão no campo de prisioneiros de guerra de Yelenovka, em Donetsk. No dia 29 de julho, uma detonação matou 53 combatentes ucranianos que eram mantidos detidos no local e deixou dezenas de feridos. Eles eram integrantes do Batalhão Azov que haviam se rendido no cerco à cidade de Mariupol.

A Rússia acusou a Ucrânia de ter causado a explosão ao disparar um foguete Himars contra a prisão de forma acidental.

A Ucrânia diz que está investigando o caso, mas não há por ora processo investigatório independente.

Luis Kawaguti, colunista - Gazeta do Povo - Jogos de Guerra - Vozes


terça-feira, 12 de outubro de 2021

A China está pronta para invadir Taiwan?

China estará pronta para invadir Taiwan em 2025, diz ministro da Defesa da ilha

Chiu Kuo-cheng classificou tensões militares como 'as mais sérias' em 40 anos; China enviou 150 aviões de guerra ao espaço aéreo de Taiwan

A China será capaz de montar uma invasão “em grande escala” de Taiwan até 2025, disse o ministro da defesa da ilha nesta quarta-feira (06). A declaração acontece dias após um número recorde de aviões de guerra chineses sobrevoarem a zona de defesa aérea de Taiwan. “No que diz respeito a encenar um ataque a Taiwan, eles atualmente têm a capacidade. Mas [a China] tem que pagar o preço”, disse Chiu Kuo-cheng, o ministro da Defesa, a jornalistas taiwaneses nesta quarta.

No entanto, ele disse que até 2025, este “preço” a ser pago será menor – e, com isso, a China será capaz de montar uma invasão “em grande escala”. Os comentários de Chiu foram feitos depois que a China enviou 150 aviões de guerra, incluindo caças e bombardeiros com capacidade nuclear, para a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), de Taiwan, a partir de 1º de outubro.

Em uma reunião do parlamento, Chiu descreveu as tensões militares através do Estreito como “as mais sérias” em mais de 40 anos desde que ele entrou para o exército, informou a Agência Central de Notícias (CNA) de Taiwan. Na reunião, os militares de Taiwan apresentaram um relatório aos legisladores dizendo que as capacidades anti-intervenção e bloqueio da China em torno do Estreito de Taiwan se tornarão maduras em 2025, de acordo com a CNA. Os legisladores também revisaram um orçamento especial de defesa de US$ 8,6 bilhões para armas, incluindo mísseis e navios de guerra.

Falando a jornalistas após a reunião, Chiu observou que Taiwan não fez qualquer movimento para provocar um ataque em resposta às incursões aéreas chinesas. “Faremos os preparativos militarmente”, disse ele. “Acho que nosso exército é assim, se precisarmos lutar, estaremos na linha de frente.”

Taiwan e a China continental são governadas separadamente desde o fim de uma guerra civil, há mais de sete décadas, na qual os nacionalistas derrotados fugiram para Taipei, capital de Taiwan. No entanto, Pequim vê Taiwan como uma parte inseparável de seu território, embora o Partido Comunista Chinês nunca tenha governado a ilha de cerca de 24 milhões de habitantes. Pequim se recusou a descartar o uso de força militar para capturar Taiwan, se necessário, e culpa o que chama de “conluio” entre Taiwan e os Estados Unidos pelo aumento das tensões.

“Os EUA têm feito movimentos negativos com a venda de armas para Taiwan e fortalecimento dos laços oficiais e militares com Taiwan, incluindo o lançamento de um plano de venda de armas de US$ 750 milhões para Taiwan, o pouso de aeronaves militares dos EUA em Taiwan e a navegação frequente de navios de guerra dos EUA em todo o o Estreito de Taiwan”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, nesta segunda-feira (4).

O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou nesta quarta que o diplomata chinês Yang Jiechi e o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, se reunirão em Zurique para “trocar opiniões sobre as relações China-EUA e questões relevantes”.

O ministério não informou a data da reunião. A CCTV, TV estatal da China, disse que a delegação chinesa chegou a Zurique nesta terça-feira (5).

A redação da CNN, em Pequim, contribuiu para esta reportagem.

(Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)

Internacional  - CNN Brasil