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domingo, 2 de dezembro de 2018

Palocci faz da retórica do PT parafuso espanado



Na primeira reunião do seu diretório nacional depois das eleições de 2018, o Partido dos Trabalhadores fixou duas prioridades. Segundo a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, são as seguintes: a defesa intransigente de Lula e a formação de uma ampla frente partidária em defesa da democracia. É como se o PT planejasse o seu futuro atrasando o relógio, pois o 'Lula Livre' e caravana democrática foram os motes da campanha em que o antipetismo elegeu Jair Bolsonaro presidente da República. Nesse instante em que o PT tenta se reposicionar no palco olhando para trás, duas delações-companheiras de Antonio Palocci complicam o esforço

O PT atribui seu apodrecimento a uma hipotética perseguição coletiva que envolve delegados, procuradores, juízes e jornalistas. Palocci subverte esse discurso. Firmados com a PF, os acordos de colaboração de Palocci foram homologados pelo TRF-4 e pelo Supremo. Encrencaram-se Lula, Dilma, políticos com mandato e gente do mercado financeiro.

Ao comentar numa nota a decisão do TRF-4 de premiar o delator com redução da pena e a transferência da cadeia para a prisão domiciliar, o PT insinuou que Palocci fez um grande negócio. Devolverá R$ 35 milhões. Mas como a Lava ata atribuiu a ele um patrimônio de R$ 80 milhões, o PT escreveu que Palocci "sairá livre com R$ 45 milhões nos bolsos." Está evidente que o PT já não precisa de acusadores. Tornou-se um caso raro de autoincriminação. Nenhum outro petista teve mais poder sob Lula do que Palocci. Coordenou eleições e comandou os negócios do Estado como ministro da Fazenda. Não fosse pelo escândalo da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, o sucessor de Lula teria sido Palocci, não Dilma. Embora o detestasse, Dilma teve de aturar Palocci na chefia da Casa Civil.

Ao dizer que o ex-filiado "sairá livre com R$ 45 milhões" de má origem, o PT está afirmando, com outras palavras, o seguinte: "Palocci roubou porque oferecemos a ele todas as oportunidades." Num ambiente assim, o 'Lula Livre' e a frente democrática são como parafusos espanados rodando a esmo.



Eduardo Bolsonaro fala como chanceler paralelo ... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/eduardo-bolsonaro-fala-como-chanceler-paralelo/?cmpid=copiaecola... - Veja mais em https://josiasdesouza.blog... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/eduardo-bolsonaro-fala-como-chanceler-paralelo/?cmpid=copiaecola

sábado, 23 de junho de 2018

Análises: Decisão do STF diminui chances de PT ter Lula ao menos como cabo eleitoral e Os desafios do 'delator-irmão' de Lula



Fachin mandou arquivar pedido de liberdade do ex-presidente

A decisão do ministro Edson Fachin de arquivar o pedido de liberdade do ex-presidente Lula enterrou as esperanças que os petistas, embalados pela absolvição de Gleisi Hoffmann, vinham alimentando ao longo da semana de ter a sua principal liderança livre para as eleições. Se não para concorrer, pois já se enquadra lei da ficha limpa, ao menos tê-lo como um ativo cabo-eleitoral em favor de seu substituto na cabeça da chapa.
Como conduzir a campanha eleitoral com esse quadro é hoje o grande tema em discussão dentro da sigla. Há uma divisão de opiniões sobre a capacidade de Lula de transferir votos caso permaneça encarcerado em Curitiba até outubro. Para alguns caciques, o seu dom para eleger "postes" continua intacto. Eles se fiam a isso para propagar que o candidato do partido, seja quem for, está garantido no segundo turno. Mas aliados acreditam que a tarefa não será fácil se o ex-presidente não puder gravar programas eleitorais nem fazer comícios. O caminho para atenuar essa dificuldade seria indicar já um vice que, num futuro próximo, assumiria o posto principal da candidatura no futuro.

No seu pedido ao Supremo, a defesa de Lula pleiteava as suspensões da execução da pena de prisão e da inelegibilidade. Inicialmente, os petistas não alimentavam muitas esperanças de uma decisão favorável. Mas na terça-feira, quando a mesma Segunda Turma do STF absolveu a presidente do partido dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, o partido literalmente entrou em festa. Numa reunião para tratar o tema no Congresso no dia seguinte, os petistas dançaram e cantaram como se comemorassem uma vitória da seleção na Copa do Mundo. Gleisi chegou a dizer que a decisão poderia ter "efeitos positivos" sobre a situação de Lula. Poucos acreditavam que os ministros da Corte livrariam Lula da inelegibilidade, mas muitos apostavam em sua soltura.

Alguns dirigentes mais prudentes, porém, avaliavam uma saída intermediária, em que o STF daria ao ex-presidente o direito de cumprir pena em prisão domiciliar. A transferência para o seu apartamento em São Bernardo não seria um sinal verde para Lula fazer política, já que nessas situações as visitas ao preso são limitadas, mas, de qualquer forma, a proximidade física facilitaria as articulações do líder que sempre deu as cartas dentro da legenda. De quebra, o partido ainda poderia desmobilizar a vigília que sofre para manter em Curitiba há dois meses e meio. Mas a decisão de Fachin acabou com qualquer esperança. Nesse caso, os petistas foram derrotados antes mesmo de a partida começar. 

Os desafios do 'delator-irmão' de Lula 


Com homologação de acordo, ex-ministro Antonio Palocci terá de provar confissões
De todos os integrantes da cúpula do PT que choraram a prisão de Lula em abril passado, poucos mereceram do maior líder petista uma homenagem pública tão calorosa quanto a que recebeu Antonio Palocci em 2006. — Nem todo irmão da gente é um grande amigo. Até porque irmão a gente não escolhe, mas companheiro a gente escolhe. A nossa relação é de companheiro, possivelmente mais do que a relação de um irmão — disse o presidente Lula.



Realizado em meio ao escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, que apeou da Fazenda o hoje ex-petista, o discurso de voz embargada ilustra bem de que eram feitas as relações de Lula e Palocci durante o período de predomínio petista no poder.  Mais de dez anos depois daquele discurso, Lula tornou-se um dos principais alvos das confissões do “irmão” Palocci, que teve sua delação homologada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nesta sexta-feira.

Lula e Palocci expiam seus pecados no mesmo prédio da PF em Curitiba. Conselheiro, confidente e, segundo o próprio, operador de Lula em uma série de episódios nebulosos, o ex-ministro petista terá, a partir de agora, o dever de revelar à Polícia Federal tudo que fez, viu e ouviu durante anos de convívio quase familiar com Lula. “Fiquei chocado ao ver Lula sucumbir ao pior da política”, disse Palocci, em carta, ao se desfiliar do PT no ano passado.  Fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma, Palocci participou das decisões mais importantes do partido nas últimas duas décadas. Sua autoridade para delatar segredos devastadores do petismo é inconteste.

A dúvida que terá de ser respondida a partir de agora é até aonde Palocci avançou na exumação dos escândalos que tramou e ajudou a acobertar nos governos petistas. Sem provas materiais, as histórias do ministro não passarão de ouvir dizer, as famosas “fofocas de Brasília”, no termo cunhado por um dos procuradores da Lava-Jato que rejeitaram a primeira delação do ex-ministro.  Como cérebro financeiro do petismo e, diz ele, particularmente de Lula, o ex-ministro precisará mostrar, na prática, que o conteúdo de sua delação é, de fato, valioso para fundamentar as investigações da Polícia Federal.

O Globo