Ana Clara Costa, a jornalista que assina a peça de propaganda contra o
deputado Jair Bolsonaro para a Veja desta semana, é uma daquelas
figuras típicas do jornalismo tucano: formada na Wharton Business
School, ela não é ignorante o suficiente para acreditar em economia
marxista ou keynesiana, mas subscreve toda a agenda cultural da
esquerda, venera o lumpemproletariado (o povo oficial, formado pelas
“minorias”) e sente nojo do povo real, que se preocupa com segurança
pública, está farto da roubalheira da classe política e repudia a
corrosão dos valores tradicionais simbolizada em exposições como a do MAM e do Queermuseu.[entre os que são contra o deputado Jair Bolsonaro, está a turma que chama pedofilia de arte.]
Não surpreende, portanto, que ela tenha se colocado a serviço de figuras como o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Dória (a quem ela parece ser mais simpática nas redes sociais) e esteja trabalhando, ativamente, contra o candidato que dará mais trabalho aos dois.
Não há nenhuma grande novidade em nada disso, mas a capa da revista é um tanto curiosa. Apostando em uma chamada em letras vermelhas e com um subtítulo repleto de adjetivos — insultuoso, extremista e outras platitudes do tipo –, a Veja tenta alertar seus leitores (em número cada vez menor) de que o deputado federal representa uma grande ameaça. No interior da revista, o conteúdo da matéria segue a mesma linha, com o agravante de dizer algumas bobagens sobre o professor Olavo de Carvalho, mas o que mais chama a atenção é mesmo a capa, que em um certo sentido, mais profundo do que a turminha do André Petry poderia imaginar, acerta o alvo.
O deputado Jair Bolsonaro representa mesmo uma ameaça. Ele ameaça os arranjos do establishment brasileiro, de que fazem parte a Veja e o tucanato em geral; a hegemonia da tríade PT-PMDB-PSDB e a sobrevivência de seus esquemas de corrupção; a instrumentalização das instituições de ensino para a formação de idiotas úteis como os que assinam a edição da revista; e a cultura do banditismo que, todos os anos, vitima centenas de milhares de brasileiros. O deputado ameaça, ainda, todos aqueles que abominam a idéia de serem governados por alguém que pensa, fala e age como a maior parte do povo brasileiro e que, no mínimo, atrapalha um bocado os mais diversos esquemas de poder conduzidos por grupelhos iluminados que desejam ditar os rumos do país.
P.S.: Para o tal do especial sobre a Revolução Russa, os jornalistas da Veja produziram matérias que, comparam Lênin ao presidente Donald Trump e, dentre outras coisas, tecem loas às supostas conquistas que as mulheres obtiveram com o regime comunista.
P.S. 2: O efeito da matéria certamente será o oposto do esperado. A um ano da eleição, como nos mostrou o Trump, “all media is good media”.
Por: Filipe G. Martins - MSM
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