Presidente alega que a campanha eleitoral petista utiliza suas redes sociais para espalhar fake news
O presidente Jair Bolsonaro (PL) formalizou, no sábado 15, o pedido de cassação da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do candidato à Vice-Presidência Geraldo Alckmin (PSB). No documento, enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chefe do Executivo também pede a impugnação do deputado federal André Janones (Avante-MG), responsável pela caminha digital petista.
Conforme mostrou Oeste, o presidente alega que Janones está cometendo abuso de seus meios de comunicação para divulgar informações mentirosas. Segundo a equipe de Bolsonaro, o parlamentar “vem se utilizando de suas redes sociais, ostensivamente, como verdadeira fábrica de fake news, para divulgar e incentivar o compartilhamento em massa de publicações de conteúdo sabidamente falso”. Ainda segundo a campanha, o deputado promove “maliciosas ações coordenadas, com o objetivo desvelado de esvaziar a eficácia das decisões proferidas pela Justiça Eleitoral”.
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Bolsonaro trabalha em duas frentes: na primeira delas, pede a suspensão dos perfis de Janones nas redes sociais (até o fim da eleição). Na segunda, pede a cassação do diploma de deputado eleito de Janones e o registro de candidatura da chapa Lula-Alckmin.
“Tem-se que André Janones, integrante graduado da campanha do candidato Lula, organizou verdadeira cruzada eleitoral contra o candidato Jair Bolsonaro, mediante o compartilhamento massivo, sistemático e coordenado de conteúdos caluniosos, difamatórios, falsos e descontextualizados”, argumenta a campanha de Bolsonaro. Assinam a peça os advogados Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, Eduardo Augusto Vieira de Carvalho, Ademar Aparecido da Costa Filho, Marina Almeida Morais e Marina Furlan Otman.
No documento, a campanha de Bolsonaro menciona várias declarações de Janones. Em uma delas, o parlamentar reconhece que sua postura nas redes sociais é prejudicial à democracia. “Mas esse é o preço para salvá-la, estou disposto a pagar”, ressalvou o deputado, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Os advogados afirmam que a disseminação de fake news faz parte de uma campanha difamatória contra Bolsonaro e conta com o apoio de Lula. “O que se tem, no caso dos autos, é um esforço deliberado, organizado e ilegal, com o único objetivo de degradar a candidatura de Jair Bolsonaro, que conta com o apoio e a uníssona colaboração de todos os ora investigados”, diz a representação.
A campanha do presidente alega que, “por meio de intolerável estratégia de desinformação intencional e deliberada do eleitorado, denominada pela mídia de ‘janonismo cultural’, o deputado André Janones tem gerado benefícios não só à campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, da qual faz parte, como também auferiu dividendos à sua própria candidatura”.
Coordenador da campanha digital de Lula
Reportagem publicada na Edição 134 da Revista Oeste mostra que a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores mandou o republicanismo às favas. Para derrubar Bolsonaro e reconduzir Lula ao Palácio do Planalto, os petistas renunciaram à apresentação de propostas e optaram por disseminar fake news sobre o chefe do Executivo. A indústria de mentiras envolve intelectuais, artistas, jornalistas e políticos.
O líder dessa engrenagem é Janones, coordenador da campanha digital de Lula. Ele conquistou relevância nacional em abril deste ano, quando, durante entrevista à GloboNews, disse que Emmanuel Macron era o presidente da Argentina. Macron, na verdade, é o presidente da França. E quem governa os hermanos é Alberto Fernández.
A porteira da desinformação abriu-se em 5 de setembro, quando o deputado defendeu o uso de fake news contra
o chefe do Executivo. “Atenção, urgente: partido de Bolsonaro estaria
por trás do pedido de suspensão da lei que aprovamos no Congresso,
garantindo o piso salarial da enfermagem”, escreveu Janones, no Twitter.
“Se for confirmado, é grave. Muito grave.” Em seguida, ele próprio
assumiu a falsidade da acusação e explicou que tinha o objetivo de
manchar a imagem do presidente da República. “Printem isso e viralizem
pelo WhatsApp”, afirmou. “Vou fazer live, também. Façam chegar a todo o Brasil. Olho por olho, dente por dente.” [quem suspendeu, em decisão monocrática, o piso salarial da enfermagem, foi o ministro Barroso.]
De lá para cá, Janones acusou o atual presidente de agredir mulheres, de ser adepto do canibalismo, de praticar zoofilia e de participar da maçonaria. Nenhuma dessas alegações corresponde à realidade.
O assinante pode ler uma reportagem completa sobre as fake news da campanha eleitoral petista ao clicar neste link.
Eleições 2022 - Revista Oeste