Você
concorda com o uso da palavra gênero em vez de sexo? Já se viu tendo
que informar se pertence ao gênero masculino ou gênero feminino? Muitas
empresas já estão adotando isso nas fichas cadastrais. No
fichário para fazer reserva ou check-in alguns hotéis agora perguntam
qual é o gênero do hóspede. Formulários de lojas vêm adotando o termo no
cadastro de clientes para compras online.
Espalharam
por aí a ideia de que isso é inclusão, uma forma de não discriminar a
comunidade LGBT e muitos saíram replicando sem considerar que as
mulheres poderiam vir a ser discriminadas e até prejudicadas ao entrar
para a mesma categoria daquelas pessoas que nasceram homens e depois
decidiram mudar de sexo, porque não se sentiam confortáveis no sexo de
nascimento.
Eis que chegamos à Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no Sexo,
documento que já foi assinado por mulheres de 131 países. A iniciativa é
de um movimento feminista que luta pelos Direitos Humanos das Mulheres e
tem trabalhado para tornar público o que está acontecendo desde que
começou a onda “politicamente correta” em torno da ideia de que existem
vários gêneros na espécie humana.
Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no SexoPara entender
o que é a Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no
Sexo é preciso primeiro falar do grupo que redigiu e divulgou essa
declaração para que mulheres do mundo inteiro conhecessem a ideia e
assinassem o documento. O grupo, formado por
pesquisadoras, professoras universitárias, advogadas, médicas,
jornalistas, profissionais de várias áreas, todas feministas, incluindo
lésbicas, criou um movimento chamado Campanha de Direitos Humanos das
Mulheres (WHRC).Entre as realizações desse movimento
estão palestras e debates online envolvendo ativistas do mundo inteiro
para discutir formas de reduzir a violência contra mulheres e meninas e
para lutar por outros direitos. Foi dessa mobilização que surgiu a ideia
da Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no Sexo. A
intenção é provocar reflexão e, quem sabe, mudanças de postura em
empresas, instituições, órgãos de governo e confederações esportivas que
passaram a adotar a ideologia de gênero como regra, sem perceber que, a
título de inclusão de uma minoria específica, as transexuais femininas,
excluíram todas as mulheres.
O documento visa combater a invasão de homens biológicos em
questões, áreas e locais exclusivamente femininos. E aqui entra desde as
questões da maternidade até o compartilhamento de banheiros públicos. [o Brasil por ser um partidário fanático do JUDICIALIZAR TUDO, tem uma importante ação no Supremo Tribunal Federal, para que a Suprema Corte decida se banheiros públicos podem ser unissex?] Essas
feministas alertam para o perigo de extinção do esporte feminino, que em muitos
lugares do mundo já está acabando.
As
competições de mulheres foram invadidas por homens biológicos, que se
sentem e se assumiram como mulher, mas têm muito mais força, mais
velocidade, mais capacidade pulmonar e, por isso, passaram a vencer
todos os campeonatos femininos. O resultado é que até
mulheres atletas, que dedicaram a vida inteira a treinos, estão
desistindo de competir, porque não há mais paridade na disputa e, muitas
vezes, sequer chance de vitória.
Já escrevi sobre isso, mas vale a pena repetir. Nos Estados
Unidos, onde o desempenho no esporte pode garantir bolsas de estudo em
universidades, meninas que são atletas de ponta desde a infância estão perdendo
a chance de estudar numa boa faculdade, porque não conseguem mais bolsa de
estudo já que não vencem mais as competições. Enquanto
isso uma minoria de atletas transgênero, que não se destacava no
esporte masculino, está levando todas as medalhas, troféus e títulos no
esporte feminino, além de fisgar as bolsas universitárias. Alguma dúvida
do motivo pelo qual feministas abraçaram essa causa?
Nos EUA, aliás, já tem existe uma petição formalizada por outro movimento, o Save Women’s Sports (SWS) - Salve os Esportes Femininos, em tradução livre. O
movimento foi criado exclusivamente para defender a preservação do
critério de sexo genético para admissão de atletas em competições
esportivas femininas. No site do SWS é incrível a
quantidade de casos de atletas de boxe, levantamento de peso,
atletismo, ciclismo e até de esportes coletivos que abandonaram a
carreira por não suportar que o esporte tenha virado palco de
injustiças.
Muita gente ainda insiste na narrativa de
que quem não substitui a palavra sexo por gênero é preconceituoso e
está discriminando a comunidade LGBT. Isso não tem nada a ver com
preconceito. Discriminatório
é eliminar por completo as chances de uma menina ou de uma mulher
ocupar um lugar de destaque no pódio de uma competição esportiva,
simplesmente porque a disputa entre os oponentes é absolutamente
desigual. E tem muitas outras questões em que a ideologia de gênero está
prejudicando as mulheres.
Banalização da MaternidadeA Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no Sexo faz uma
lista de nove questões para explicar por que coloca sexo, e não gênero,
como única forma de reconhecer necessidades especificamente femininas. Uma
delas sugere que a ONU volte a usar nos documentos oficiais a palavra
sexo em referência ao sexo biológico, porque gênero é algo que se refere
a papeis estereotipados, causa confusão e coloca em risco a proteção
dos direitos humanos das mulheres.O grupo feminista
enfatiza que a substituição da palavra "sexo" por "gênero" pela ONU
acaba influenciando outros organismos internacionais e isso passa a
funcionar como referência jurídica e até moral. Tanto
isso é verdade que já se vê, em alguns países, o surgimento de
discussões para que não se use mais a expressão leite materno (e sim,
leite humano), porque isso ofende as transexuais femininas que querem
ser chamadas de mães pelos filhos, e obviamente, não produzem leite.
É
a tal referência moral que vai sendo deturpada. E aí entram questões
que avançam para a esfera jurídica. Por exemplo: é certo comercializar a
capacidade reprodutiva da mulher, permitir a “barriga de aluguel”? Quando
a sociedade naturaliza a ideia de gênero, abre brechas para que uma
transexual que queira ser mãe, não apenas adotiva, ceda material
genético (como homem biológico) para uma desconhecida gerar seu filho. E
depois passe a dizer que ela própria, a transexual, é a mãe da criança e
não o pai. É a banalização da maternidade, uma das mais belas condições
femininas.
Liberdade de expressãoA lista de demandas da Decl
aração tem pontos bem menos complexos. Um
deles é o direito à liberdade de expressão da mulher. Chegamos a um
ponto em que a mera manifestação de ser contra a identidade de gênero
coloca a mulher, assim como o homem que também se posiciona contra, numa
condição de ataque. Em muitos lugares quem ousa
reclamar de uma ficha de cadastro que traz a palavra gênero em vez de
sexo, é rotulado como transfóbico, fascista ou contra os direitos das
minorias. Nada disso é verdade.As pessoas têm o
direito de querer ser identificadas pelo sexo de nascimento, assim como
as que mudaram de sexo merecem respeito ao se apresentar como
pertencendo ao sexo com que mais se identificam.
Violência contra mulheres e criançasO principal ponto da Declaração dos Direitos das Mulheres com Base no
Sexo é a questão da violência contra as mulheres e as meninas. reconhecer que existe sexo feminino em vez de gênero garante, na visão desse grupo feminista, mais segurança às mulheres e mais eficácia aos programas de apoio a mulheres e meninas vítimas de violência. Isso porque o
conceito de "identidade de gênero" abre brechas para justificar a entrada e a permanência de meninos e homens em espaços reservados às mulheres, inclusive em banheiros públicos. A separação de banheiros por sexo não é só uma questão de privacidade, mas, obviamente,
também de segurança.Além de tudo isso as feministas
que se lançaram nessa batalha contra o uso da identidade de gênero
argumentam que ela também interfere nos direitos da criança. Alguns
documentos internacionais já reinterpretaram a Declaração Universal dos
Direitos da Criança dizendo que "as crianças têm uma 'identidade de
gênero' inata". O movimento feminista Campanha de
Direitos Humanos das Mulheres reforça que não há qualquer evidência
científica objetiva apoiando tal afirmação. E não há mesmo. Em outro artigo publicado aqui na Gazeta do Povo abordei também esse tema em mais detalhes.
Nos
Estados Unidos médicos e psicólogos já tentaram fazer experimentos para
provar que não nascemos homem ou mulher, somos resultado de uma
construção social. Todos fracassaram.
Criança
precisa de proteção e não de ideias inventadas, confusas, que geram
insegurança. Por isso o documento pede também que crianças e
adolescentes não sejam submetidos a terapias hormonais e a outros
procedimentos que alterem características físicas, já que estão numa
fase da vida ainda imatura.
Na infância ou
adolescência crises de identidade podem ser passageiras e resolvidas sem
sequelas ou danos psicológicos e físicos permanentes, como é o caso da
esterilidade para quem faz terapias hormonais pesadas e cirurgia de
mudança de sexo. A Declaração dos Direitos das
Mulheres com Base no Sexo já tem mais de 16 mil assinaturas de mulheres
de 131 países. Se você tiver interesse em conhecer o conteúdo e assinar
acesse aqui.