Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador cidadania portuguesa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cidadania portuguesa. Mostrar todas as postagens

sábado, 22 de agosto de 2015

Sair do Brasil = Se ainda existir PT em 2018 e ele ganhar qualquer eleição - acima de síndico - é um caminho a ser seguido

O êxodo dos brasileiros

Quem são os jovens, casais e famílias que estão abandonando o País e se mudando para o Exterior, acuados pela recessão econômica e a violência e revoltados com a corrupção

A família do publicitário Dijan de Barros Rosa, de 38 anos, não via a hora de embarcar para Vancouver, no Canadá, em janeiro deste ano. Mas, ao contrário da maioria dos brasileiros que viajam para esse país de férias, a aventura de Dijan, sua mulher Ana, 36, e as filhas Eduarda, 12 e Helena, 10, tinha data para começar, mas não para acabar. De mala nas mãos, eles abandonaram a cidade em que viviam, São Paulo, tudo o que haviam construído e partiram para uma nova vida. O fator que impulsionou a emigração foi um estado de insatisfação geral. “Viemos por conta da situação atual do País. Eu não tinha segurança de sair de casa sem saber se seríamos assaltados”, diz o publicitário. 

(...)

 
Gerente de vendas de uma indústria de tintas nos últimos cinco anos, ele pediu demissão, mesmo recebendo um bom salário, e arriscou tudo para dar um futuro melhor para as filhas. “Decidi investir na qualidade de vida da minha família.” Assim como Rosa, muitos brasileiros estão deixando sua terra natal em busca de um cenário mais promissor. São jovens profissionais, casais e famílias acuados diante da recessão econômica, dos índices de criminalidade elevados e do alto custo de vida e desiludidos com os infindáveis escândalos de corrupção.

Nesse cenário, empreender parece ainda mais difícil. “Há uma dificuldade de abrir o próprio negócio no País. A legislação é complexa e a estrutura tributária mais ainda, o que acaba desestimulando a iniciativa privada”, diz Braga. É por esse motivo que os recém-casados Alexandre Gala, 25 anos, e Fernanda Gala, 23, planejam sair do Brasil. Em setembro eles embarcam para Miami, nos EUA, onde pretendem abrir um negócio na área de alimentação. “Por mais que eu tenha uma situação favorável no Brasil, tenho uma insatisfação”, diz Alexandre. “Fiz um comparativo e vi que nos EUA eles incentivam mais o empreendedor. No Brasil seria muito diferente, tem muita burocracia.” Para ele, além dos obstáculos para empreender, pesaram na balança também os índices ruins da economia. “As pessoas aqui estão endividadas. Se eu tivesse casado há dois anos, talvez estivesse nessa situação também.”


Em época de mau desempenho econômico e contenção de despesas, as empresas evitam fazer novas contratações, o que afeta especialmente os jovens profissionais. “A falta de oportunidade de emprego é um fator determinante para a mudança de país, sobretudo para os mais novos. As vagas aqui estão muito disputadas e a remuneração média lá fora é superior”, diz Braga. A busca por melhores chances de estudo e trabalho foi o que motivou o paulistano Vinicius Ponce de França Gomes, de 21 anos, a se mudar para Paris em 2014. 

“Antes de vir para a França eu era estagiário em São Paulo, mas não fui efetivado. Cheguei a trabalhar em um cartório, fazia hora extra, mas no fim do mês sobrava muito pouco”, diz Gomes. Sem dinheiro para bancar uma universidade particular ou um cursinho preparatório, ele decidiu deixar o País. “Eu tenho uma tia na França e cidadania portuguesa, o que ajudou no processo de mudança”, diz. No ano passado, Gomes frequentou aulas de francês bancadas pelo governo de lá. Agora está fazendo um estágio e em breve será contratado por uma multinacional que promete financiar parte de seus estudos. “No Brasil, eu não estava motivado a continuar estudando. Aqui, consegui dar sequência à minha educação e tenho a oportunidade de construir uma carreira”, afirma. “Tive que começar do zero, deixar muitas coisas de lado, porém não me arrependo de nada. Fora do Brasil você consegue viver e não apenas sobreviver.


 O momento de crise também estimula famílias com um alto nível econômico a abandonarem a terra natal. A paulistana Daniele Souza, 38 anos, decidiu morar fora do Brasil por conta da insatisfação com o rumo que o País estava tomando. “Estávamos desacreditados com a política brasileira, por isso decidimos mudar para os Estados Unidos”, afirma. Em outubro de 2014, ela e o marido Edney Souza, 38 anos, engenheiro que tinha um trabalho estável aqui, se mudaram com os filhos Mateus, 16, e Mariana, 8, para Orlando, na Flórida. “Queríamos dar mais segurança para nossos filhos. Aqui, eles estudam em escola pública, algo que seria impensável no Brasil” diz. A adaptação não foi fácil, especialmente pela barreira da língua, mas hoje a família se diz determinada a ficar. “Temos uma reserva de dinheiro e queremos abrir um negócio. Não pensamos em voltar”, afirma Daniele. “Acompanhamos as notícias de corrupção no Brasil e temos a certeza de que saímos na hora certa.”

Se para as famílias e jovens que vão embora do País o futuro se desenha promissor, para quem fica o rumo da nação parece incerto. Enquanto houver crise, mais e mais profissionais e jovens talentos brasileiros tentarão buscar mais qualidade de vida e oportunidades lá fora. Para Braga, do Ibmec, uma possível solução para esse êxodo seria o governo brasileiro criar um órgão que monitorasse e regulasse a emigração de brasileiros. “Hoje essa é uma questão subestimada. Nenhuma dessas pessoas estaria indo embora se tivessem condições de se desenvolver aqui”, diz. “É preciso criar mecanismos de atração para a volta e saber para onde elas estão indo e o que estão fazendo, para que seja possível o regresso.” Por enquanto, para esses milhares de brasileiros, o futuro não é aqui.


 Fotos:João Castellano/Ag. Istoé