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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Bolsonaro volta a admitir faltar a debates: 'Dependo de uma nova avaliação'

[a vida é o bem mais precioso que o ser humano tem; Bolsonaro convalesce de duas cirurgias de grande porte - sem contar que as duas cirurgias foram para reparar danos causados por uma facada que prejudicou todo o aparelho digestivo do candidato - e tem que priorizar a recuperação completa da saúde.

A melhor coisa para o derrotado PT seria uma recaída de Bolsonaro, após eleito - teríamos a repetição do caso Tancredo Neves só que em condição de desordem total, o que só favoreceria à corja lulopetista.

Debates podem ser esclarecedores, mas, sendo um dos debatedores o PT toda a credibilidade é perdida, visto que aquele partido faz da mentira sua regra.]

Candidato do PSL vai a São Paulo durante a semana para fazer exames

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro , voltou a admitir que pode faltar aos debates previstos para o segundo turno . Em uma transmissão ao vivo no Facebook, na noite deste domingo, o presidenciável afirmou que ainda depende de uma avaliação médica para definir uma posição. Na quinta-feira, ele havia admitido que poderá se ausentar dos encontros mesmo que os médicos permitam. 

Bolsonaro irá a São Paulo durante a semana para ser avaliado pelos médicos que o acompanharam durante a internação no Hospital Albert Einstein, depois de ele ser atacado com uma faca em um evento de campanha em Juiz de Fora (MG), dia 6 de setembro. Adversário do candidato do PSL, Fernando Haddad (PT) tem cobrado a presença dele nos debates. 

— Eles (petistas) estão apavorados. Querem que eu compareça aos debates de qualquer maneira. Dependo de uma nova avaliação — disse Bolsonaro. [ao derrotado PT interessa o caos - caos só é pouco, devemos dizer CAOS CAÓTICO.]
O capitão da reserva ainda ironizou o fato de Haddad ter sido oficializado candidato do PT em substituição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  Ao longo da campanha, Haddad tem ido a Curitiba para visitar Lula na cadeia e discutir estratégias políticas.

— Agora, vou debater com ele (Haddad)? Por que não tiram o Lula da cadeia para debater comigo? Se bem que eu não iria debater com o Lula de jeito nenhum. Mas o mais certo é o Lula, porque quem vai formar Ministério é o Lula. Ele (Haddad) não é dono de si. O Lula, inclusive, não quer que ele vá mais lá (na cadeia) — afirmou Bolsonaro.
Durante a transmissão no Facebook, o candidato do PSL estava acompanhado pela mulher, Michele, e por duas professoras de libras.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro desmentiu que tenha votado contra um projeto de direitos a deficientes físicos. Explicou que foi contra, na ocasião, uma emenda que ampliaria os benefícios a deficientes LGBT.  Nós e um monte de gente votamos contra essa inclusão, essa deformação do projeto, criando uma classe especial dentro daqueles que têm problemas de deficiência

O candidato do PSL ainda destacou aos seguidores que não representa perigo à democracia - mote de parte das críticas que têm recebido durante a campanha. — Ameaça à democracia? Nós somos ameaça aos privilégios, aos desmandos, à corrupção. Isso nós ameaçamos, ameaçamos jogar pesado contra a criminalidade que está aí, vamos valorizar nossa Polícia Federal, o trabalho do Ministério Público — frisou.

O Globo

 

sábado, 13 de outubro de 2018

Questão de honra

Em momentos radicalizados como o atual, é preciso conter os impulsos primitivos que podem aflorar em militantes

O candidato Jair Bolsonaro deveria ser o primeiro a querer uma investigação rigorosa sobre os episódios de violência envolvendo seu nome nos últimos dias. Não basta dizer que não quer os votos de quem participa de tais atos, nem se eximir de culpa quanto a eles, alegando que nada pode fazer.  Cabe a um líder político da envergadura que ele se tornou, mais por circunstâncias da política do que por méritos próprios, dar o rumo a seus liderados, desencorajando a violência como método político.

Ao mesmo tempo, em momentos radicalizados como o que estamos vivendo, a luta política toma feições selvagens, e é preciso conter os impulsos primitivos que podem aflorar em militantes, que, além de atos violentos, são capazes de usar os novos meios de comunicação para espalhar calúnias contra os adversários. Há diversos exemplos dos dois lados em disputa de uso distorcido das redes sociais, com a disseminação de fake news. Os bolsonaristas espalharam, por exemplo, que o PT distribuirá nas escolas o tal kit gay, com descrição gráfica de objetos pornográficos para crianças. [não se trata dos bolsonaristas espalharem notícias sobre a distribuição do kit gay em escolas -  o PT vem tentando distribuir o KIT GAY desde o primeiro governo Lula e Haddad foi ministro da Educação de 2005 a 2012;
só em 2011, Haddad ainda ministro da Educação é que Dilma não aguentando as pressões contra o kit gay,  abortou o projeto.]
 
Os petistas, que Bolsonaro acabará com o Bolsa Família, recurso recorrente já tradicional nas campanhas presidenciais dos últimos anos. Um vídeo reproduz o que seria uma carreata de bolsonaristas em uma cidade do Nordeste, distribuindo grama para a população que votou maciçamente no PT.  Claramente uma fake news, pois quem deveria comer a grama seriam os bolsonaristas que supostamente bolaram tamanha burrice. Mas o vídeo de um comício com a presença do candidato Wilson Witzel e de um dos filhos de Bolsonaro, onde arrebentaram a placa com o nome de Marielle Franco, é um flagrante de violência permitida ou incentivada que não é admissível num ambiente democrático. [os que colocaram a placa homenageando a vereadora e afrontando a memória do legalmente homenageado pela placa antiga - instalada no local em cumprimento a Decreto da Prefeitura do Rio ´é que violaram as leis.
Os que retiraram e destruíram a placa pirata apenas estavam combatendo um ato criminoso.
Mais uma vez a maldita esquerda comete seus crimes e tenta passar para os adversários.]

É nesse contexto que, nos últimos dias, vários episódios de violência de supostos seguidores de Bolsonaro têm sido divulgados, o que exige uma investigação séria e um trabalho consistente da campanha do candidato do PSL para esclarecê-los, como o do capoeirista baiano morto a facadas supostamente por apoiar o PT. [o único indício do assassino ser apoiador de Bolsonaro é que o mesmo vestia uma camiseta da campanha do Bolsonaro - alguém usar uma camiseta de um candidato, ou qualquer material de campanha, quando comete um crime não é prova, sequer indício, de que cometeu o crime estimulado pelo candidato.
O parágrafo abaixo bem comprova o nosso entendimento.]  

O caso chocou o país, mas as versões do assassino e do dono do bar onde o fato ocorreu desmentem que a discussão tenha sido por questões políticas. Um esclarecimento oficial tem que ser dado. Em 1989, sequestradores do empresário Abilio Diniz foram presos antes da eleição usando camisas do PT. Depois, ficou comprovado de que o crime nada tinha a ver com o PT.

Outra situação que tem que ser encarada por Bolsonaro e sua equipe é o não comparecimento aos debates. Enquanto tem os laudos médicos avalizando sua ausência, não pode ser acusado de estar fugindo do debate. Mas, quando insinua que pode continuar não comparecendo “por estratégia”, Bolsonaro expõe-se à crítica da opinião pública. [qualquer médico pode comprovar que Bolsonaro além de uma facada violenta, que atingiu vários órgãos do candidato, em uma área altamente sujeita a infecções e depois foi submetido a duas cirurgias de grande porte, levará vários meses para estar plenamente recuperado.
Tentaram fazer que Tancredo Neves, gravemente doente, parecesse estar recuperado e o resultado todos sabemos.
Bolsonaro tem o DEVER para com os brasileiros e brasileiras, para com o BRASIL de envidar todos os esforços para ter uma pronta, rápida e completa recuperação.]
O então presidente Lula, em 2006, faltou ao debate no primeiro turno e foi castigado pelos eleitores, que claramente quiseram lhe dar um susto. Seu adversário, Geraldo Alckmin, esse mesmo que teve agora pouco mais de 4% dos votos, terminou o primeiro turno naquela ocasião com surpreendentes 41%, contra 49% de Lula.

Surpreso por não ter vencido a eleição logo, o que lhe tiraria também o complexo de ter perdido duas vezes para Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno, Lula ficou deprimido e trancou-se em casa por uma semana. Alckmin não soube aproveitar-se do momento e terminou a eleição com menos votos que no primeiro turno. Mesmo que Bolsonaro tenha constatado, por pesquisas, que seu eleitorado não o criticará, ou considerará uma esperteza positiva a falta aos debates, ele será, se eleito, presidente de todos os brasileiros, e tem que pensar no coletivo, não na sua história política pessoal.

Vencer esquivando-se do debate com o adversário fará com que possa ser considerado, por parte do eleitorado, inseguro de sua capacidade de dirigir o país. Há também a desconfiança em alguns setores de que não terá condições físicas para assumir a Presidência, um boato que coloca uma dúvida importante no tabuleiro eleitoral que só ele pode desfazer. O susto que Lula levou em 2006 não se repetirá desta vez, mesmo porque estamos no turno final e ninguém que votou contra o PT votará a favor agora para castigar Bolsonaro, castigando-se. Mas a liderança simbólica poderá ficar arranhada.

Merval Pereira - O Globo