Durante dois anos li e assisti importantes meios de comunicação, cientes
de sua influência junto à opinião pública, defenderem com unhas e
dentes o “Fique em casa!” e suas consequências, como o “lockdown” e o
“Para tudo!”. A economia (e a fome da população mais pobre) a gente
veria depois. O Brasil precisava estacionar para o vírus não circular.
Qualquer
contestação a essas práticas era tratada como conduta “anticiência”,
desumana, criminosa, dinheirista e genocida.
Sob tais conceitos e
determinações, idosos eram presos sentados em banco de praça.
Sumiram os
pipoqueiros, os ambulantes, as bancas de jornal, os catadores.
Despovoaram-se os canteiros de obras. Empresas foram constrangidas a
demitir. A produção caiu e o PIB despencou.
Por isso
pergunto: como ocultar a indignação, quando vejo noticiário de ontem e
jornais de hoje produzirem matérias sobre o aumento da fome a patamares
dos anos 1990 nos quais a causa é a pandemia “e as políticas dos
governos”, sem qualquer menção ao modo desumano e ineficaz com que a
pandemia foi enfrentada?
Sem explicitar a principal relação entre a
causa e seu efeito?
Sem baterem no próprio peito?
Tenho bem
presente o empenho do governo federal em prover recursos para atender as
necessidades básicas da população.
E tenho bem presente as acusações
sobre o caráter eleitoreiro de tais medidas!
Tenho bem presente os
adjetivos, as etiquetas e o peso da militância midiática que jogava
sobre o presidente da República os males do vírus, as dificuldades da
economia, o “mau exemplo” de sua presença nas ruas e a cotidiana
reprovação de seus clamores pelo retorno à normalidade das atividades
produtivas.
Com esse
jornalismo de subsolo, militante, a “mídia tradicional”, que tanto
agrado causa ao ministro Alexandre de Moraes, vê e analisa a realidade
nacional.
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