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sexta-feira, 10 de junho de 2022

Por que não apontam ao próprio peito? - Percival Puggina

Durante dois anos li e assisti importantes meios de comunicação, cientes de sua influência junto à opinião pública, defenderem com unhas e dentes o “Fique em casa!” e suas consequências, como o “lockdown” e o “Para tudo!”. A economia (e a fome da população mais pobre) a gente veria depois. O Brasil precisava estacionar para o vírus não circular.

Qualquer contestação a essas práticas era tratada como conduta “anticiência”, desumana, criminosa, dinheirista e genocida.  
Sob tais conceitos e determinações, idosos eram presos sentados em banco de praça. 
Sumiram os pipoqueiros, os ambulantes, as bancas de jornal, os catadores. 
Despovoaram-se os canteiros de obras. Empresas foram constrangidas a demitir. A produção caiu e o PIB despencou. 
 
Por isso pergunto: como ocultar a indignação, quando vejo noticiário de ontem e jornais de hoje produzirem matérias sobre o aumento da fome a patamares dos anos 1990 nos quais a causa é a pandemiae as políticas dos governos”, sem qualquer menção ao modo desumano e ineficaz com que a pandemia foi enfrentada?   
Sem explicitar a principal relação entre a causa e seu efeito?  
Sem baterem no próprio peito?
 
Tenho bem presente o empenho do governo federal em prover recursos para atender as necessidades básicas da população. 
E tenho bem presente as acusações sobre o caráter eleitoreiro de tais medidas! 
Tenho bem presente os adjetivos, as etiquetas e o peso da militância midiática que jogava sobre o presidente da República os males do vírus, as dificuldades da economia, o “mau exemplo” de sua presença nas ruas e a cotidiana reprovação de seus clamores pelo retorno à normalidade das atividades produtivas.

Com esse jornalismo de subsolo, militante, a “mídia tradicional”, que tanto agrado causa ao ministro Alexandre de Moraes, vê e analisa a realidade nacional.

Site  Percival Puggina - Transcrito por Blog Prontidão Total