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domingo, 12 de novembro de 2023

Utilidade Pública = Cientistas revelam 8 atitudes que retardam o envelhecimento em até seis anos

Um estudo inédito da Associação Americana do Coração (AHA, do inglês American Heart Association) encontrou uma relação direta entre a saúde do coração e um envelhecimento biológico mais lento
De acordo com os pesquisadores, as pessoas que conseguiram ter êxito em seguir oito recomendações para manter o órgão saudável eram cerca de seis anos mais jovens do que a sua idade cronológica. 
E a boa notícia é que, de acordo com especialistas, essa lista ainda pode ser reduzida para apenas quatro hábitos cotidianos — e até apenas um. 
 
A pesquisa contou com 6.500 adultos e levou em consideração os marcadores que calculam a chamada PhenoAge, também conhecida como “idade fenotípica”. Para calcular esse número, médicos identificam nove componentes bioquímicos do sangue, como creatinina, linfócitos, fosfatase alcalina, entre outros, e com base nos resultados, traçam um paralelo entre a condição do coração e a quantidade de anos que a pessoa viveu. 
Se o resultado é positivo, é sinal de que o envelhecimento biológico está sendo acelerado, e se é negativo, é indício que a pessoa trata bem o músculo mais importante do corpo humano.

Para avaliar o quanto a pessoa trata bem o coração, os pesquisadores utilizaram o guia “Life’s essential 8”, uma lista de verificação com oito medidas essenciais elaboradas pela AHA que contribuem para uma boa saúde ao longo da vida. São elas:

  • Comer bem
  • Fazer atividades físicas
  • Não fumar
  • Dormir bem
  • Manter um peso saudável
  • Controlar o colesterol
  • Monitorar o açúcar no sangue
  • Administrar a pressão arterial

Assim, os cientistas entenderam que quanto maior a adesão às oito medidas elencadas no “checklist”, maior era a saúde cardiovascular dos participantes do estudo; e “à medida que a saúde do coração aumenta, o envelhecimento biológico diminui”, como conclui Nour Makarem, epidemiologista cardiovascular e professor de Saúde Pública da Universidade de Columbia, que supervisionou a pesquisa.

Apesar dos resultados apresentados na publicação — que está sendo debatida com mais detalhes durante o congresso Sessões Científicas da AHA, na Filadélfia (EUA), neste fim de semana —, especialistas ressaltam que o retardamento do envelhecimento biológico mencionado na pesquisa não envolve, necessariamente, a prolongação da vida ou a aparência mais jovem.— O grande recado do trabalho não é que a gente pode viver mais seis anos, mas sim que temos uma idade biológica menor, ou seja, somos capazes de envelhecer com mais qualidade de vida — explica o cardiologista José Carlos Zanon, presidente do departamento de cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Principal causa de morte
O destaque do coração na saúde geral dos pacientes não é por acaso. Nas duas primeiras décadas do século XXI, doenças cardíacas foram as principais causadoras de morte no mundo e principalmente no Brasil. No país, enfermidades cardiovasculares são responsáveis por 30% dos óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde, e correspondem ao dobro dos óbitos relacionados a todos os tipos de câncer juntos. No mundo, a preocupação aumentou à medida que as ocorrências cresceram rapidamente e saltaram de 2 milhões no ano 2000 para quase 9 milhões em 2019 — segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), elas são a causa de 32% das mortes em todo o planeta.

Diretor médico do Laboratório de Performance Humana (LPH), o mestre em cardiologia Fabrício Braga destaca que “viver com saúde por mais tempo” é muito mais importante para o bem-estar do que simplesmente “viver mais”. O que a gente quer é que as pessoas envelheçam e retardem o adoecimento. Várias populações no mundo são extremamente longevas e passam os dez últimos anos da vida em cima de uma cama. Isso é legal? Acho que não — argumenta o cardiologista.

O especialista em performance ainda diz se preocupar com a ideia de “retardar o envelhecimento”, pois o conceito pode se associar a uma linha “beauty”, de preocupações com “parecer mais jovem”. Ele ressalta que a aparência pode, inclusive, ir na contramão da idade fenotípica da pessoa.— Você vê uma pessoa que faz muita atividade física, por exemplo, e que eventualmente se exponha muito ao sol. Ela vai ter a pele um pouco mais enrugada e pode até parecer ser mais velha, porém vai viver mais devido à capacidade aeróbica, que é um determinante de longevidade muito importante — exemplifica Braga.

Maria Cristina Izar, cardiologista, diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembra para aqueles que se preocupam com a aparência que o “Life’s essential 8” também pode ser um grande aliado.— A estética é importante para o bem-estar e autoestima do indivíduo, mas se ela não for acompanhada de uma saúde global, não faz sentido. Se você tem um estilo de vida saudável, sua pele, seus cabelos, unhas e músculos também ganham — analisa Izar.

Em Saúde - O Globo - LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA

 

 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Por que não apontam ao próprio peito? - Percival Puggina

Durante dois anos li e assisti importantes meios de comunicação, cientes de sua influência junto à opinião pública, defenderem com unhas e dentes o “Fique em casa!” e suas consequências, como o “lockdown” e o “Para tudo!”. A economia (e a fome da população mais pobre) a gente veria depois. O Brasil precisava estacionar para o vírus não circular.

Qualquer contestação a essas práticas era tratada como conduta “anticiência”, desumana, criminosa, dinheirista e genocida.  
Sob tais conceitos e determinações, idosos eram presos sentados em banco de praça. 
Sumiram os pipoqueiros, os ambulantes, as bancas de jornal, os catadores. 
Despovoaram-se os canteiros de obras. Empresas foram constrangidas a demitir. A produção caiu e o PIB despencou. 
 
Por isso pergunto: como ocultar a indignação, quando vejo noticiário de ontem e jornais de hoje produzirem matérias sobre o aumento da fome a patamares dos anos 1990 nos quais a causa é a pandemiae as políticas dos governos”, sem qualquer menção ao modo desumano e ineficaz com que a pandemia foi enfrentada?   
Sem explicitar a principal relação entre a causa e seu efeito?  
Sem baterem no próprio peito?
 
Tenho bem presente o empenho do governo federal em prover recursos para atender as necessidades básicas da população. 
E tenho bem presente as acusações sobre o caráter eleitoreiro de tais medidas! 
Tenho bem presente os adjetivos, as etiquetas e o peso da militância midiática que jogava sobre o presidente da República os males do vírus, as dificuldades da economia, o “mau exemplo” de sua presença nas ruas e a cotidiana reprovação de seus clamores pelo retorno à normalidade das atividades produtivas.

Com esse jornalismo de subsolo, militante, a “mídia tradicional”, que tanto agrado causa ao ministro Alexandre de Moraes, vê e analisa a realidade nacional.

Site  Percival Puggina - Transcrito por Blog Prontidão Total


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Jornalista tem fonte, blogueiro tem informante? - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


"Blogueiro bolsonarista investigado pelo STF usou estagiária de Lewandowski como informante", diz manchete em destaque na Folha de SP hoje. O jornal conseguiu acesso às conversas trocadas entre o jornalista e a funcionária do ministro, usando alguma fonte. Mas eis o interessante: só quem tem fonte é jornalista de esquerda!  A tática da velha imprensa é tão manjada que falta sutileza. Todos percebem o truque. Para começo de conversa, o uso do rótulo blogueiro, que os militantes disfarçados de jornalistas usam para se referir a qualquer jornalista que não seja de esquerda.

Mesmo alguém que atua e atuou nos principais veículos de comunicação do país, como no meu caso, continua chamado de blogueiro se não for da patota corporativista, dominada pelo esquerdismo. Jornalista é termo reservado só para quem é do clubinho, gente que leva a sério Renan Calheiros.

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É a mesma tática do uso da expressão "empresário bolsonarista". Ora, nunca vimos a imprensa falar em empresário tucano ou empresário lulista, mesmo quando o empresário em questão é ligado umbilicalmente ao PT ou ao PSDB. Mas bastou enxergar virtudes no presidente ou em seu governo para virar um empresário bolsonarista, em tom depreciativo.

Voltando ao caso de Allan dos Santos, do Terça Livre, eu poderia jurar que a mídia chamasse esse tipo de contato de "fonte". Algo inclusive preservado pela Constituição Federal, com direito ao sigilo e tudo. Mas como se trata de um "blogueiro bolsonarista", a fonte virou "informante", e o panfleto esquerdista disfarçado de jornal faz de tudo para criar ares golpistas e criminosos na relação entre fonte e jornalista.

A ponto de passar batido pelo que realmente importa nessas trocas de mensagens! "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem como querem e o que querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro", diz a funcionária do ministro Lewandowski.

Barbara, a mineira do popular canal TeAtualizei, comentou sobre isso:
"Invés da galera comentar o absurdo da informação dada pela estagiária do Lewandowski, d q as coisas mudavam qdo alguém importante ligava, os jornalistis estão chocados pq ela foi a fonte de alguém. Ninguém tá ligando para a gravidade da informação sobre a justiSSa desse país!"

O jornalismo morreu? Esses militantes perderam a capacidade de identificar o essencial numa notícia? 

Vale tudo para atingir jornalistas independentes ou simpáticos ao governo Bolsonaro? 
Carolina Brígido, colunista do UOL e que escreve sobre o STF, tirou disso tudo que Allan dos Santos tentou "espionar o Supremo". Leandro Ruschel rebateu:
Quando você recebe uma informação das suas fontes no Supremo é "jornalismo", e quando o Allan faz o mesmo é "espionagem"? Alem disso, sobre a grave acusação de mudança de sentenças a pedido de autoridades, é mentira? Fake news? Nunca aconteceu?

Essa postura da velha imprensa tem sido responsável por sua acelerada perda de credibilidade. 
Enquanto os jornalistas deveriam estar debruçados sobre os esquemas absurdos que existem em nosso Poder Judiciário e ameaçam nosso Estado de Direito, preferem fazer picuinha e atacar "blogueiros bolsonaristas", gente que, aliás, costuma ter muito mais engajamento do que esses jornalistas.
 
A prioridade dessa turma é lutar com unhas e dentes para resgatar uma era de hegemonia e monopólio das narrativas, uma época que não volta mais após o advento das redes sociais
Não há mais espírito público, compromisso com os fatos, a busca da verdade. 
Restou apenas a militância ideológica e a tentativa de assassinato de reputação dos novos concorrentes. 
São os blogueiros socialistas, que comandam o espetáculo da velha imprensa decadente...
Saber mais, clique aqui.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

O ELEITOR CONTA, OU NÃO CONTA? - Percival Puggina

Porque nos deixamos demitir durante tanto tempo da vida pública brasileira, hoje recolhemos adjetivos cuja síntese é a seguinte: “Vocês, conservadores e liberais, são invasores intrometidos num compartimento da vida social do qual nós, ‘progressistas’, legítimos proprietários, os dispensamos com um abano de nossos lencinhos perfumados”.

É o que deduzo do noticiário destas horas que sucedem à longa exposição feita pelo presidente da República na noite do dia 29 de julho. Só essa usurpação explica a arrogância explícita daqueles que nos falam com inconcebível non sense desde o alto de sua fragmentada torre de marfim. O que dizem e escrevem tem o mesmo tom repressivo das providências adotadas pelo senhor Barroso nos altiplanos do TSE. Sai para o corpo a corpo da comunicação, como dono da eleição, dono das urnas e de cada urna, em defesa de um obscuro processo de votação e apuração
É o mesmo tom presunçoso que ouvi no discurso de Diaz Canel, presidente cubano, no dia 11 de julho. Ele falou como dono das ruas, sem apresentar credenciais para essa posse;  
Barroso fala como senhor da eleição, sem apresentar credenciais para se postar entre ela e os olhos do eleitor.

Todos os jornalistas e meios de comunicação que adestradamente reproduzem as manifestações do ministro ao Brasil e ao mundo usam artifícios muito rasos de linguagem para contornar as seguintes obviedades e dificuldades:

- nossas eleições não infundem certezas e exigem sucessivos atos de fé cuja natureza é tecnológica e, portanto, de um catecismo incomum entre os cidadãos;

- embora o sistema pelo qual se bate o TSE seja tão divinamente perfeito, de 178 países, apenas 16 usam algum tipo de urna eletrônica de votação e nenhuma grande democracia realiza - - eleições nacionais com artefatos como os usados no Brasil (1);

- sessões de votação fiscalizadas por partidos e candidatos, juntas escrutinadoras sob os olhos do juiz eleitoral, dos partidos, dos candidatos e da imprensa, boletins de urna acompanhados e conferidos por todos os interessados inspiram muito maior credibilidade do que uma urna incineradora que dá sumiço nos votos do eleitor;

- a impressão de votos pela urna, sua conferência visual pelo eleitor, o recolhimento mecânico desse sufrágio  para uma outra urna com cujo conteúdo o BU eletrônico possa ser auditado, não é um retorno ao velho voto em papel como falsamente informa o TSE;

- não há como comprovar fraude num sistema em que os votos não podem ser contados aos olhos de todos;

- há algo muito misterioso na atmosfera política quando mero aperfeiçoamento do sistema para atender à transparência e à publicidade exigida dos atos eleitorais suscita súbitas mudanças de opinião dentro do Congresso Nacional, após inusitada visita do ministro presidente do TSE...

Negar tudo isso exige a mesma dificuldade de visão e de percepção requerida para não notar que os indícios trazidos pelo presidente têm vício de origem. É contra ele que se faz toda essa mobilização de bastidores. E você, eleitor, não conta. Você também foi demitido do processo; vota e não bufa
Nem uma palavra é dita a seu respeito por aqueles que, com unhas e dentes se aferram a essa velharia eletrônica em que votamos..

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Utilidade Pública - Você adiciona colágeno em pó à sua vitamina diária? Opta por uma barra de colágeno como lanche? Tome cuidado

O Estado de S. Paulo 

Jessica Schiller, The New York Times - Life/Style 

Embora atraentes, novos produtos à base de colágeno contêm um certo risco

Como muitas mulheres com os polegares colados à tela do celular, Chrissie Buckley tem um fraco pelas novidades que surgem no Instagram. Uma das experiências mais arriscadas foram os produtos que ela experimentou depois que uma influenciadora muito persuasiva a endossou e por um gasto que ela considerou mínimo. Mas quando acrescentou colágeno em pó ao seu carrinho de compras no início deste ano, seus caprichos tomaram um rumo tenebroso.

Os suplementos de colágeno dominaram seus feeds das redes sociais por meses, enquanto a popularidade de novas formulações de marcas como a Bulletproof, Dose & Co. e Vital Proteins cresciam. Em vez do formato da pílula de dormir, estas companhias estão vendendo creme de café com colágeno, pós nas bebidas e barras de proteína para fortalecer pele, cabelo, unhas e proporcionar articulações saudáveis.

Em fevereiro, um post da modelo Cindy Prado que aderiu aos benefícios para a redução das rugas do pó Vital Proteins Collagen Peptides a Los Angeles. convenceu a fazer uma tentativa. "Vou fazer 29 anos e quero começar uma nova rotina de cuidados da pele para combater o envelhecimento, por isso pensei que talvez  devesse experimentar algum tipo de colágeno", disse Chrissie, coordenadora de equipamentos médicos em Nova York.

Por mais ou menos um mês, tomou diariamente uma colher do produto no seu café, e então constatou que não havia mudanças no seu rosto, mas um dedo estava inchando. Dias mais tarde, o que inicialmente parecia uma picada de inseto se espalhou pelo anular e pelos dedos mínimos. “A pele das minhas mãos parecia e eu a sentia espessa, como se tivessem virado salsichas, a ponto de eu não conseguir dobrá-las”, contou. A ida ao pronto-socorro não se mostrou produtiva. “Eles não tinham ideia do que estava acontecendo”.

Como sempre, um arriscado mergulho em profundidade no Google a convenceu de que se tratava de esclerodermia, uma rara doença autoimune em que o sistema imunológico faz com que o corpo produza uma quantidade excessiva de colágeno, provocando um endurecimento e espessamento da pele e dos tecidos conectivos. Horrorizada, Chrissie jogou fora todos os produtos que mencionavam o colágeno; em alguns dias o inchaço baixou e ela recuperou a mobilidade dos seus dedos. “Agora, fujo disso como do diabo”, ela disse.

No entanto, não há nenhuma evidência a favor ou contra a possibilidade de os suplementos de colágeno provocarem esclerodermia, disse o dr. Frederick M. Wigley, diretor do Centro de Esclerodermia do Johns Hopkins, observando que não foi estudado, mas é biologicamente improvável. “O organismo é muito eficiente em sua função de regulação, por isso, se você toma algo em excesso o seu corpo se livrará do excesso e buscará o equilíbrio”, disse Wigley.

Qualquer que seja a sua origem, a reação de Chrissie ilustra a falta de pesquisa nas novas formulações de colágeno - que, como a maioria dos suplementos, não são regulamentadas pela FDA (Food and Drug Administration),  - e  chega ao mercado em meio a uma maré de conversas on-line sobre os efeitos negativos e a falta de eficácia que mal começa a romper a barreira mais barulhenta da moda. “Ultimamente, todo mundo pegou carona no colágeno,” disse o dr. Niket Sonpal, um gastroenterologista de Nova York. “É a nova mania”.

A verdade por trás da propaganda exagerada
Os dados de pesquisa do Google refletem esta crescente obsessão: as pessoas começaram a procurar o colágeno a uma média de 1,4 milhão de vezes por mês neste ano, com um salto de 35% em relação ao ano passado, segundo a empresa de pesquisa Spate. Os pós e as bebidas à base de colágeno lideram estas pesquisas.

O aumento do interesse dos consumidores nos chamados alimentos funcionais, que afirmam oferecer benefícios em relação aos comprimidos dos suplementos tradicionais, é parcialmente responsável por isto. Como acontece com outras tendências em matéria de beleza e bem-estar, também há uma Kardashian.

Em outubro de 2020, Khloé Kardashian entrou em uma parceria como porta-voz global da Dose & Co., fabricante de suplementos de colágeno na Nova Zelândia. Desde então, seus mais de 140 milhões de seguidores foram inundados por propaganda da estrela acrescentando o produto às suas vitaminas diárias e compartilhando fotos de antes e depois para mostram clientes com a pele mais clara e cabelo mais espesso.

Isto bastou para convencer Witney Joseph, 36 anos, uma mãe que trabalha remotamente em Stamford, Connecticut, a experimentar o produto. “Depois que tive o meu primeiro filho, meu cabelo começou a cair e ficou quebradiço. O que, disse Khloé, também aconteceu com ela, e o que a ajudou foi o produto”, disse Whitney.

Nada disso aconteceu. Ao contrário, a sua pele normalmente clara começou a ficar fragilizada em poucos dias com a adição do suplemento às suas bebidas. Então, vasculhando a literatura do Reddit ela acabou descobrindo que o resultado era comum. Quando parou de tomar o produto, sua pele melhorou. “Tentei muitos suplementos, e agora cansei”, falou.

Como muitos destes produtos de colágeno incluem uma variedade de outros ingredientes, como biotina e ácido hialurônico, é difícil destacar o que desencadeia uma reação negativa. “Muitos deles vêm com proteína de soro, que contém lactose e pode induzir erupções de acne, além de muito açúcar”, explicou a dra. Ivy Lee, dermatologista em Los Angeles.

Os suplementos à base de colágeno procedentes de fontes marinhas, em vez do colágeno mais comum de fonte bovina, tornaram-se populares porque muitas pessoas optaram por reduzir o seu consumo de carne. Mas além disso, eles trazem consigo uma série de novos problemas. Especialistas informam que muito provavelmente eles desencadeiam reações alérgicas por causa de uma possível contaminação por mariscos.

Como o colágeno pode produzir maior saciedade, o que é comum com toda fonte de proteína, algumas companhias tentaram defini-lo como importante para a perda de peso, apesar da falta de evidências que corroborem esta conclusão, segundo a dra. Lee. Em alguns casos, estes produtos podem realmente produzir o efeito oposto por causa do seu teor frequentemente elevado de açúcar e carboidratos, assim como a tendência a causar inchaço.E alguns dos efeitos secundários mais comuns são gastrointestinais: o dr. Sonpal ouve regularmente as pacientes que os experimentam queixar-se de diarreia, azia e constipação.

Então, haverá também um lado positivo?
Os especialistas afirmam que os estudos que indicam que o colágeno tem um efeito positivo sobre a elasticidade da pele e, em geral, uma sensação de juventude, são demasiado escassos e episódicos para dar uma real legitimidade aos produtos. “Esta não passa de mais uma oportunidade para promover a marca para a indústria da beleza, porque as pessoas estão sempre interessadas em parecer mais jovens”, afirmou a dra. Rabia De Latour, gastroenterologista e professora assistente de medicina na New York University.

Em abril, entretanto, pesquisadores publicaram uma revisão sistemática dos testes clínicos de suplementos de colágeno orais. “Os resultados respaldam a constatação de que ingerir colágeno pode reduzir as rugas da pele e melhorar a sua elasticidade e a hidratação da pele”, disse a dra. Lee. Mas o estudo não aprofundou a questão das novas fórmulas. “A dificuldade está  no fato de que a pesquisa não identificou as melhores dosagens ou formulações”, disse ela.

Por esta razão, os médicos recomendam moderação ao experimentar este produto pela primeira vez. Além de conversar com o seu médico para ter a certeza de que não irá interferir com outros medicamentos ou agravar questões crônicas de saúde, Sonpal sugere que você comece com a metade da dose recomendada e observe a reação do seu organismo ou se não está reagindo. Verifique se o colágeno é hidrolisado, processo que permite quebrá-lo em partículas mais fáceis de absorver. E o mais importante, segundo Sonpal, é que você estabeleça um prazo, porque os suplementos, qualquer que seja a sua fórmulaa, não podem ser tomados indefinidamente. Se você não vir resultados após três meses, será melhor parar com o suplemento.

Embora pareça sem graça, evitar estes produtos interessantes por via oral ainda é a opção mais segura. A dra. De La Tour recomenda incorporar outros alimentos para ajudar o seu organismo a manter o fornecimento de colágeno em sua dieta: aves, peixe, folhas verdes e alimentos com elevado teor de vitamina C. Seguir o conselho sobre a proteção solar com a qual você briga diariamente - usar protetor todos os dias, usar um chapéu e ficar na sombra - também pode prevenir a fragmentação do colágeno. Além disso, se você está disposta a gastar, pode consultar um dermatologista para um tratamento com microagulhas ou laser que mostrou promover a produção de colágeno.

Diante da propaganda sensual sobre bem-estar e beleza no Instagram, convém lembrar que por trás de belas avaliações e dos inúmeros endossos, não existe uma mágica para tornar a sua pele perfeita. A dra. De La Tour afirma categoricamente: “Não se pode fazer o tempo voltar com um suplemento alimentar”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

O Estado de S. Paulo - Jessica Schiller, The New York Times - Life/Style