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quarta-feira, 28 de abril de 2021

"O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito" - Alexandre Garcia

"A pauta da CPI já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo"

[mais uma vez o ilustre colunista se supera ao usar de forma magistral o TENTAR EVITAR  que somado ao DEVEM COMPROVAR, será mais uma derrota para eles - afinal, sempre perdem.
um pouco de humor: Bastou um rumor - não chega nem a fake news, é mais mentira, gozação sacana - de que GENOCÍDIO é punível com a decapitação, para que pescoços ilustres de Brasilia procurassem alfaiates para criarem uma proteção para pescoços.
Tem alguns querendo tocar fogo no circo - esquecem que quando o circo pega fogo a maior parte dos mortos estão palco e nos camarotes.

Enfim, temos a CPI para investigar o presidente
Renan Calheiros é o relator; 
Jader Barbalho, o primeiro suplente; 
o presidente é Omar Aziz. Insuspeitos vão investigar o grande suspeito.  [para que não pairem dúvidas sobre a isenção das investigações da CPI, Renan Calheiros comandará as investigações que envolvam o governo do ParáJader Barbalho comandará as que se envolvam os alagoanos.]
Entre os gerontes do Senado, houve o cuidado de escolher os de passado ilibado. [quanto a escolher os gerontes a tarefa foi árdua e ainda pendente = encontrar no Senado da República senadores honestos, com idade avançada = sinônimo de profícua carreira política = e que não se tornem ridículos ao defenderem teses que não se sustentam, é praticamente impossível.] 
O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito. 
A pauta já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo. Afinal, provas nem são necessárias. Com o aval do Supremo, até provas ilícitas podem, se forem amplamente divulgadas e não forem contestadas, como ensinou a Barroso o ministro Lewandowski. [o perigo do uso de provas que nada provam é que os julgadores, que validam tais provas,  podem também ser julgados com provas que nada provam. Aí o negócio bagunça.
A propósito: a aula do ministro Lewandowski, na qual ele com a sapiência que considera possuir, ensinou ao ilustre colega Barroso sobre a CF decretar: "LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;" 
teve força para revogar, ou adaptar,  o inciso da CF que a sustenta? se afirmativo será uma revogação monocrática? virtual?  colegiada?]

A CPI se instala depois de uma semana de novas agressões à Constituição. Depois de o Supremo, governadores e prefeitos passarem um rolo compressor em direitos fundamentais do pétreo art. 5, 24 governadores ignoraram o art. 84 e propuseram acordos com o presidente Biden. Os Estados Unidos já tiveram 13 colônias, agora se ofereceram 24. [presidente Bolsonaro, o senhor está sendo conivente com ofensa grave à Constituição Federal?  governadores incompetentes e antipatrióticos mudam o 'caput' do artigo 1º da CF e o senhor aceita? não denuncia?  e o seu ministro da Justiça? o mais grave é que podem pedir seu impeachment por concordar a com a mudança de um artigo da CF? = genocídio constitucional?]

Também na semana passada, Fachin prorrogou por 60 dias a investigação de que Renan teria recebido 32 milhões, e Jader, 4,3 milhões, segundo depoimento do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado(MDB). Esta semana, o presidente inaugurou asfalto novo na Bahia, e era um pavimento muito espesso — não havia sido retirada a maior parte para propina.  
Aí, cai a ficha: fechado o propinoduto, é preciso livrar-se de quem fechou a cornucópia. Afinal, na tese de Lewandowski a Barroso, combater a corrupção dá mais prejuízo ao país do que o dinheiro público que se recupera.
Na véspera da CPI, a PGR ofereceu denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, e mais 17 pessoas. 
Desvios em contratos de respiradores. 
Aí se entende que “ficar em casa até ficar com falta de ar” é para justificar contratos de respiradores
Tratamento imediato deve ser combatido, porque não gera respiradores
O remédio é baratinho e tão antigo que já nem paga patentes, por isso a narrativa ganha a companhia de laboratórios. 
Taí um bom tema para a CPI, se decidir rejeitar palanque eleitoral e respeitar a memória dos que foram sacrificados.
 
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense