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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Vale a pena ser corrupto no Brasil - Revista Oeste

Silvio Navarro

Brasil assiste ao retorno de uma quadrilha à cena do crime, com a cumplicidade do Supremo Tribunal Federal e de um Congresso covarde 

Na noite de sexta-feira 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu soltar o ex-governador Sérgio Cabral, depois de cumprir seis dos 420 anos de condenações pelo vício de roubar, como ele mesmo confessou. Ao deixar a cadeia, quatro dias depois, Cabral jogou a última pá de cal no legado da maior operação anticorrupção da história, a Lava Jato.

Deputado Federal Deltan Dallagnol | Foto: Wikimedia Commons

Deputado Federal Deltan Dallagnol | Foto: Wikimedia Commons

Ironicamente, o voto decisivo que colocou o político em liberdade foi do ministro Gilmar Mendes, o maior crítico da operação no Judiciário. Cabral foi solto 45 dias depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, beneficiado com o fim da prisão em segunda instância no país. 
Para muitos estudiosos do Direito, foi essa a canetada que deu origem a uma avalanche de decisões para a destruição da Lava Jato na Suprema Corte. 
No caminho de Lula até Cabral, centenas de envolvidos no propinoduto da Petrobras e no cartel de grandes empreiteiras tiveram a ficha limpa. Alguns vão voltar à cena do crime em janeiro, como um dia prognosticou Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente eleito.
presidencialismo
Ministro Gilmar Mendes durante sessão plenária do STF - 
 Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Também o legado da operação tem sido rasgado nesse retrocesso nefasto imposto pelo Judiciário, com a cumplicidade dos parlamentares. O último golpe foi conseguir desfigurar, com votos de parlamentares encrencados com a Justiça, a Lei das Estatais, para beneficiar o petista Aloizio Mercadante. 
Ele vai comandar a poderosa máquina de empréstimos do BNDES, um dos focos de corrupção da era petista. O próximo passo já anunciado será tentar reverter os acordos de leniência feitos pelas empreiteiras para devolver dinheiro surrupiado.
 
Outra novidade da semana: o advogado Augusto Botelho, que era conhecido como porta-voz da frente anti-Lava Jato de empreiteiras, foi escolhido para a Secretaria Nacional de Justiça pelo futuro chefe da pasta, o comunista Flávio Dino. 
Uma lista de procuradores que trabalharam nas investigações já foram punidos ou respondem a processos no Conselho Nacional do Ministério Público. 
O último punido foi o ex-coordenador do grupo no Rio de Janeiro, Eduardo El Hage, do mesmo Estado de Sergio Cabral.

O caso mais conhecido é o do ex-chefe da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, eleito deputado. Ao lado de Sergio Moro, ele é um dos símbolos da maior operação anticorrupção no país. Dallagnol conversou com Oeste nesta quinta-feira, 21. “Qual a mensagem que foi passada pelo sistema? Que vale a pena ser corrupto no Brasil”, diz.

Confira os principais trechos da entrevista.

O senhor chega ao Congresso num momento em que o Judiciário avançou de forma sem precedentes contra o Legislativo. Alguns parlamentares chegaram a afirmar que o Supremo Tribunal Federal “fechou” o Congresso.

O Supremo Tribunal Federal tem três problemas: insegurança jurídica, ativismo judicial e abuso de poder. O primeiro ocorre, principalmente, com o excesso de liminares. A vontade de um ministro da Corte passa por cima do papel de 513 deputados e 81 senadores eleitos.  
O segundo é porque o Supremo não respeita suas próprias decisões e muda as regras e as aplica para o passado, como aconteceu com a Lava Jato. O ativismo faz com que o STF avance em competências que são dos demais Poderes, especialmente do Legislativo. Já houve casos de ativismo judicial em acordo com a sociedade. Por exemplo, o fim do nepotismo. O Congresso não legislava sobre esse tema, porque os parlamentares tinham interesse. Também há casos distintos. Por exemplo, a permissão do aborto até três meses de gestação, a proibição de operações policiais em favelas com helicópteros. Isso acontece porque prevalece a opinião de um grupo de ministros com perspectivas “progressistas”, que contrasta com a maioria conservadora da sociedade.
 
E o abuso de poder do Judiciário?

Quando os magistrados ultrapassam as regras legais. Decidem que a Receita Federal não pode fiscalizar os próprios ministros ou familiares
Ou quando um ministro do STF rasga a inelegibilidade de um presidente que sofreu processo de impeachment, como ocorreu com Dilma Rousseff (na época, a decisão foi costurada pelo então presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, e o ex-presidente do Senado Renan Calheiros).[só que o eleitor mineiro, sabiamente, 'cassou' a suprema decisão e deu um pé na bunda da presidente 'escarrada' = que não foi eleita senadora.]
“Mesmo não constatada nenhuma ilegalidade no uso de recursos para a força-tarefa da Lava Jato, decidiram que seriam gastos antieconômicos. Foram usados R$ 3 milhões ao longo de anos, mas a operação recuperou R$ 15 bilhões desviados”
 
O Congresso abriu mão do seu papel de contrapeso na Praça dos Três Poderes, como nesse caso da ex-presidente Dilma Rousseff e, recentemente, da prisão do deputado Daniel Silveira, que tinha imunidade parlamentar?
Sim, o Congresso deveria ser proativo para impedir o atropelo das linhas da Constituição Federal. O Congresso pode regular matérias, tem o papel de contrapeso entre os Poderes.  
A razão desse desequilíbrio se chama foro privilegiado. Por causa dele, as autoridades, como os parlamentares, são investigadas e julgadas pelo STF. Grande parte dos deputados e senadores tem investigações sobre o seu passado na Corte e temem o revanchismo. [reiterando, nosso pensamento,  já recorrente,  as duas decisões do Congresso,  citadas,  e o recuo do presidente Bolsonaro ao não nomear um diretor da PF, de sua escolha, acatando, passivamente, proibição decretada pelo STF, em decisão monocrática, contribuíram para o excessivo e arbitrário empoderamento da Corte Suprema.]

Por falar em revanchismo, estamos diante de uma escalada no revanchismo contra a Lava Jato?
Há dois fenômenos interligados acontecendo: o esvaziamento da Lava Jato, por meio da anulação de processos, e a destruição dos instrumentos de combate à corrupção. É possível listar uma série de ações. Começa ao transferir para a Justiça Eleitoral as investigações de caixa dois. Em seguida, mudaram a lei, para impedir novas prisões, e os réus delatados passaram a ser ouvidos depois dos delatores. Vieram anulações dos casos de Antônio Palocci, João Vaccari Neto, Eduardo Cunha, André Vargas e da refinaria de Pasadena, no Texas, comprada pela Petrobras. Houve o episódio do Lula na questão processual da vara em que a investigação ocorreu. O fim da prisão em segunda instância tornou impossível punir o crime de colarinho-branco. O esvaziamento da Lei de Improbidade Administrativa. Agora a Lei das Estatais, criada para proteger a Petrobras e o BNDES, foi desfigurada. É claro que há um revanchismo.

Leia também “O  progressismo é uma nova religião mundana”   

MATÉRIA COMPLETA - Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste -  


terça-feira, 6 de setembro de 2022

Bolsonaro diz temer busca e apreensão na casa de parentes: "Quase certeza"

Presidente Jair Bolsonaro comentou reportagem sobre compra de imóveis em dinheiro vivo: "É uma covardia"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na manhã desta terça-feira (6/9) da sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Ao ser questionado sobre uma reportagem do UOL sobre a compra de imóveis próprios em dinheiro vivo, o chefe do Executivo caracterizou como “uma covardia”. E alegou que no contrato de compra da maioria dos imóveis está escrito “moeda corrente”, o que não significaria “dinheiro vivo”.

A matéria [da Folha/UOL] fala em 12 parentes: minha mãe, que já faleceu; um ex-cunhado da minha mãe, separado há 15 anos dele; irmãos meus na faixa dos 60 anos de idade; duas ex-mulheres
A pergunta que eu faço é qual o relacionamento que eu tenho com essas pessoas? 
O que eu posso responder por elas a não ser que é uma covardia por parte da Folha e do UOL. Ficaram sete meses investigando para, um mês antes das eleições, apresentar isso. 
Qual indício de origem desse dinheiro? 
Pegar imóveis desde 1990. Ou seja, 32 anos atrás. 
Como não tem nada contra mim, ficam ao redor dos meus familiares. Daí bota lá 'dinheiro vivo'. Qualquer escritura está escrita moeda corrente.  
Nos anos 90, se anunciava telefone fixo a preço em dólar. 
Se vendia imóveis em dólar. 
A partir de 1994, com o real, ficou moeda corrente em dinheiro corrente. Não tem como me atingir, buscam a minha família. E o que eu tenho para responder a essas pessoas. É uma covardia esse ataque. Botar a minha mãe que já faleceu nesse rol”, apontou.

“Esse ex-cunhado meu é uma pessoa trabalhadora, comerciante, muito bem sucedido no Vale do Ribeira. Está há 15 anos separado da minha irmã. Tem várias casas de venda de imóveis. Agora, vem para cima de mim como se tivesse um 'propinoduto', como se eu aqui tivesse financiando a compra de cento e poucos imóveis.”

O chefe do Executivo apontou ainda que o objetivo da matéria é sujar sua imagem a fim de eleger Lula. “Qual o objetivo? É eleger o Lula? Dizer que eu sou tão corrupto quanto ele? Tem cabimento isso?”, questionou. “Querem me tirar para colocar um ladrão no meu lugar?” “Uma covardia o que fazem com familiares meus, façam comigo, venham para cima de mim, não tem coragem? Não tem o que pegar de mim”, emendou.

Bolsonaro ainda lembrou publicações de 2019 sobre a avó de Michelle, condenada a dois anos de cadeia em 1997.Eu conheci a Michelle 10 anos depois, mas botam na conta da gente uma avó dela que foi presa por dois anos.”

“O que eu posso fazer 30 dias antes das eleições? Entrar na Justiça? Não vejo ter eficácia nenhuma. Só falta essa semana, semana que vem, fazerem busca e apreensão nas casas desses parentes seus no Vale do Ribeira. E eu acho, tenho quase certeza, que vão fazer para dar aquele: 'olha a família de corruptos'. Qual a origem desse dinheiro? Apontem. Foi a Odebrecht? Foi uma empreiteira?", ironizou, reforçando a justificativa de que “comprar imóvel em moeda corrente não é dinheiro vivo”.

No dia 1º, Bolsonaro alegou que metade dos imóveis pertence a um ex-cunhado e que a matéria investigativa [o óbvio: em uma matéria investigativa cabe qualquer narrativa conveniente aos objetivos do narrador.] é uma forma de “desgastar” a imagem do chefe do Executivo. "É uma maneira de desgastar, não vão conseguir desgastar. Eles querem é eleger você sabe quem, não vão ter sucesso", alegou o presidente Bolsonaro. 

Política - Correio Braziliense

quarta-feira, 28 de abril de 2021

"O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito" - Alexandre Garcia

"A pauta da CPI já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo"

[mais uma vez o ilustre colunista se supera ao usar de forma magistral o TENTAR EVITAR  que somado ao DEVEM COMPROVAR, será mais uma derrota para eles - afinal, sempre perdem.
um pouco de humor: Bastou um rumor - não chega nem a fake news, é mais mentira, gozação sacana - de que GENOCÍDIO é punível com a decapitação, para que pescoços ilustres de Brasilia procurassem alfaiates para criarem uma proteção para pescoços.
Tem alguns querendo tocar fogo no circo - esquecem que quando o circo pega fogo a maior parte dos mortos estão palco e nos camarotes.

Enfim, temos a CPI para investigar o presidente
Renan Calheiros é o relator; 
Jader Barbalho, o primeiro suplente; 
o presidente é Omar Aziz. Insuspeitos vão investigar o grande suspeito.  [para que não pairem dúvidas sobre a isenção das investigações da CPI, Renan Calheiros comandará as investigações que envolvam o governo do ParáJader Barbalho comandará as que se envolvam os alagoanos.]
Entre os gerontes do Senado, houve o cuidado de escolher os de passado ilibado. [quanto a escolher os gerontes a tarefa foi árdua e ainda pendente = encontrar no Senado da República senadores honestos, com idade avançada = sinônimo de profícua carreira política = e que não se tornem ridículos ao defenderem teses que não se sustentam, é praticamente impossível.] 
O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito. 
A pauta já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo. Afinal, provas nem são necessárias. Com o aval do Supremo, até provas ilícitas podem, se forem amplamente divulgadas e não forem contestadas, como ensinou a Barroso o ministro Lewandowski. [o perigo do uso de provas que nada provam é que os julgadores, que validam tais provas,  podem também ser julgados com provas que nada provam. Aí o negócio bagunça.
A propósito: a aula do ministro Lewandowski, na qual ele com a sapiência que considera possuir, ensinou ao ilustre colega Barroso sobre a CF decretar: "LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;" 
teve força para revogar, ou adaptar,  o inciso da CF que a sustenta? se afirmativo será uma revogação monocrática? virtual?  colegiada?]

A CPI se instala depois de uma semana de novas agressões à Constituição. Depois de o Supremo, governadores e prefeitos passarem um rolo compressor em direitos fundamentais do pétreo art. 5, 24 governadores ignoraram o art. 84 e propuseram acordos com o presidente Biden. Os Estados Unidos já tiveram 13 colônias, agora se ofereceram 24. [presidente Bolsonaro, o senhor está sendo conivente com ofensa grave à Constituição Federal?  governadores incompetentes e antipatrióticos mudam o 'caput' do artigo 1º da CF e o senhor aceita? não denuncia?  e o seu ministro da Justiça? o mais grave é que podem pedir seu impeachment por concordar a com a mudança de um artigo da CF? = genocídio constitucional?]

Também na semana passada, Fachin prorrogou por 60 dias a investigação de que Renan teria recebido 32 milhões, e Jader, 4,3 milhões, segundo depoimento do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado(MDB). Esta semana, o presidente inaugurou asfalto novo na Bahia, e era um pavimento muito espesso — não havia sido retirada a maior parte para propina.  
Aí, cai a ficha: fechado o propinoduto, é preciso livrar-se de quem fechou a cornucópia. Afinal, na tese de Lewandowski a Barroso, combater a corrupção dá mais prejuízo ao país do que o dinheiro público que se recupera.
Na véspera da CPI, a PGR ofereceu denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, e mais 17 pessoas. 
Desvios em contratos de respiradores. 
Aí se entende que “ficar em casa até ficar com falta de ar” é para justificar contratos de respiradores
Tratamento imediato deve ser combatido, porque não gera respiradores
O remédio é baratinho e tão antigo que já nem paga patentes, por isso a narrativa ganha a companhia de laboratórios. 
Taí um bom tema para a CPI, se decidir rejeitar palanque eleitoral e respeitar a memória dos que foram sacrificados.
 
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
 
 

domingo, 14 de maio de 2017

Gravata verde-amarela e jato privado

Ida de Lula à Curitiba relembrou pontos polêmicos de sua carreira política

Lula levou a Curitiba algumas das principais agruras da sua biografia política, entre elas o mensalão e a corrupção na Petrobras.  Chegou à cidade, para interrogatório em processo no qual é réu por corrupção, nas asas de um jato do empresário Walfrido dos Mares Guia, ex-deputado federal pelo PTB.  Dono de uma das maiores fortunas de Minas Gerais, Mares Guia se destacou no papel de operador do propinoduto que abasteceu campanhas eleitorais do PT e do PSDB, partidos dominantes na política nacional nas últimas duas décadas.

Em 1998, Mares Guia esteve no centro do desvio de recursos públicos e de doações privadas ilegais que irrigaram o caixa do PSDB mineiro na eleição de Eduardo Azeredo para o governo de Minas. Quatro anos depois, ministro de Lula, ajudou na montagem do acordo financeiro para criação da "maior base parlamentar do Ocidente" — como na época definiu José Dirceu, chefe da Casa Civil. No acerto estavam o PTB de Mares Guia, mais o PR, PP, PRB, PSB e PPS.

Revelado em 2005, pelo insatisfeito Roberto Jefferson, líder do PTB de Mares Guia, o mensalão foi um ponto de inflexão do governo Lula. Descoberta mais tarde, a corrupção na Petrobras e outras estatais deixou o mensalão na categoria de gorjeta pluripartidária. Foram iniciativas simultâneas sob Lula. Ele saiu da cobertura de São Bernardo do Campo (SP) com uma gravata verde-amarela no pescoço. Desceu do jato privado em Curitiba e exercitou cinco horas de negativas diante de um juiz que chegara ao trabalho carregando sacola plástica branca com marmita do almoço. Como no mensalão, o ex-presidente nada soube, viu ou assinou. Triplex no Guarujá? "Tem que perguntar à dona Marisa" (falecida).

Quando terminou, foi encontrar militantes agrupados pelo PT, CUT e MST. Falou pouco mais de cinco minutos para uma praça semi-vazia, o que já não deve surpreendê-lo (na campanha de 2014, houve comício em que não conseguiu reunir mais que cinquenta pessoas na porta de uma montadora veículos, no ABC paulista.)  Lula, claro, não pode explicar o inexplicável. Por exemplo, porque na sua administração a ética passou a ser um procedimento aplicável exclusivamente aos adversários. Como repetiu na praça, ele "continua em busca da verdade".


Fonte: José Casado - O Globo


segunda-feira, 17 de abril de 2017

O fim da alma mais desonesta


A condenação de Lula em primeira instância, agora, é uma questão de tempo


Revelações da Odebrecht arrastam Lula para o centro do esquema de corrupção e põem fim ao mito. A condenação em primeira instância, agora, é uma questão de tempo. A pá de cal será o depoimento de Leo Pinheiro, da OAS, ao juiz Sérgio Moro nesta semana

 Cadeia nele - analfabeto, autor de crime hediondo, Lula terá que dividir cela com dezenas de outros bandidos, iguais ou melhores que ele - pior não pode existir
 
[a frase adiante foi proferida por Lula: A farsa se materializou. “A corrupção deveria ser considerada crime hediondo. E, quem saqueia o Estado, merece ir direto para a cadeia”. A frase é da lavra de um autor conhecido: o ex-presidente Lula, em entrevista concedida a um jornal operário ainda na década de 80. Aquele Lula acabou.]
 
Sob os escombros das delações da Odebrecht, o personagem regente de nossas transformações políticas por quase 40 anos submerge ferido de morte. Luiz Inácio Lula da Silva nunca mais será o mesmo. Talvez, um Silva. Ou um Luiz Inácio. Nunca mais um Lula. Aquele Lula, nunca mais. Acabou. É como o Edson sem o Pelé. Para o petista, as delações dos executivos da Odebrecht foram acachapantes. Restaram claro que a autoproclamada “alma mais honesta”, a quem um dia milhares de brasileiros confiaram a missão de mudar radicalmente a maneira de fazer política no País, se beneficiou pessoalmente dos ilícitos e estendeu as benesses aos seus familiares. Sem sequer corar a face, o petista abandonou ao léu sua principal bandeira, a da ética – se é que um dia foi verdade.

Os fatos –, e eles são teimosos, deles não há como escapar, – nos conduzem à crença na impostura lulopetista como uma espécie de dogma de ação. Senão vejamos: segundo Marcelo Odebrecht, Lula chegou a registrar um saldo de R$ 40 milhões de reais em sua conta-propina, administrada pelo ex-ministro Antonio Palocci. Desse total, Lula sacou, no mínimo, 30 milhões de reais. Em dinheiro vivo, conforme antecipou ISTOÉ com exclusividade em reportagem de capa de novembro de 2016. Gravíssimo. Como explicar tanto dinheiro na conta ante o povo sofrido do Nordeste? “Nós contra eles”? 

 “Nós” quem, cara pálida? Também teve mesada em espécie para o irmão, o Frei Chico, pixuleco para o sobrinho, Taiguara Rodrigues, e pedido de apoio aos negócios do filho caçula, Luís Cláudio, em troca de azeitar a relação da Odebrecht com o governo de sua pupila, Dilma Rousseff. [sem esquecer que o pontapé inicial da entrada da 'famiglia' da Silva no crime começou com o investimento fajuto da antiga TELEMAR, na empresa de fundo de quintal do filho Lulinha, a tal GAMECORPS, investimento este que teve como contrapartida a liberação, via decreto de Lula, para a OI (sucessora da TELEMAR)  atuar em todo o território nacional.
A generosidade da ex-TELEMAR ao investir US$ 5.000.000,00 na empresa do filho de Lula, GAMECORPS,  que não valia sequer R$50.000,00, foi a estreia da 'famiglia da Silva' no crime organizado movido a propina.] 

Sem falar no pagamento de despesas estritamente pessoais, como a reforma do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, a aquisição de imóveis para uso particular e do dinheiro para a instalação do Instituto batizado com o seu nome. Nem mesmo as palestras ministradas pelo petista sobrevivem incólume ao escrutínio da Justiça. [o estrupício do Lula é incapaz de juntar vinte palavras para formar uma frase com algum sentido; formará no máximo uma frase idiota, sem sentido e repleta de erros.] Tido como homem de Lula na Odebrecht, Alexandrino Alencar contou aos procuradores que as palestras de US$ 200 mil – padrão Bill Clinton – a Lula foram uma maneira de compensar a ajuda do petista à Odebrecht durante seus dois mandatos. E que ajuda!

Atuando com se fosse um embaixador da Odebrecht, o petista chegou a impedir que a Petrobras adquirisse ativos da Ipiranga para garantir que o grupo permanecesse com a hegemonia do setor, em detrimento dos interesses da estatal. “Compreendo que nossa presteza e o nosso volume de pagamentos feitos a pretexto de contribuição para a campanha contribuíram nas decisões que tanto o ex-presidente Lula quanto integrantes do PT tomaram durante sua gestão, coincidentes com nossos interesses”, sapecou o patriarca da família, Emílio Odebrecht. A promiscuidade era tanta que Emílio pediu a Lula que segurasse sua turma: “Eles têm a goela muito grande”, afirmou.

Os negócios pessoais do ex-presidente se confundiam tanto com as decisões de governo que nem o próprio petista conseguia distingui-los mais. Hoje, há quase um consenso entre procuradores e agentes federais de que quase todo dinheiro amealhado pelo petista, nos últimos 13 anos, foi produto de crime. Para a imagem do ex-presidente, a constatação é nitroglicerina pura.

Pá de cal
Nos bastidores da Lava Jato, a condenação de Lula em primeira instância é tida como questão de tempo. Conforme apurou ISTOÉ, na quinta-feira 20, em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-sócio da OAS, Leo Pinheiro, irá jogar a pá de cal sobre o processo do tríplex, no Guarujá, no qual Lula é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O empreiteiro confirmará que o imóvel foi, sim, um regalo ao petista em troca de benefícios franqueados por Lula à construtora. O ex-presidente insiste na cada vez mais inverossímil versão de que não é o dono do apartamento – um argumento incapaz de se equilibrar em pé. 


O depoimento de Pinheiro somado às mais recentes revelações do ex-zelador do tríplex, publicadas com exclusividade por ISTOÉ, sacramenta a tempestade perfeita em torno do ex-presidente. De acordo com José Afonso, ele viu, numa das visitas ao tríplex, dona Marisa pedir aos funcionários da OAS para que instalassem o elevador privativo no imóvel. “Quem pediria para construir um elevador num apartamento que não é seu?”, questiona o arguto zelador. O aparelho ascensor constituiu apenas um item da reforma empreendida pela OAS no imóvel. A pedido do petista, o quarto de empregada e uma área da sala viraram um escritório, o piso foi revestido de porcelanato e uma generosa área gourmet foi erguida no último andar, onde há um deck e uma pequena piscina. 

O acerto envolveu ainda a compra, junto à Kitchens, dos eletrodomésticos que equiparam a cozinha, com instalações pré-fabricadas, geladeira e microondas, avaliadas em mais de R$ 200 mil. Tudo isso aconteceu no ano de 2014, sob a coordenação de Leo Pinheiro, sócio-presidente da OAS. Ou seja, enquanto se dizia vítima das elites, em palanques País afora, Lula tinha um apartamento reformado pelas mãos da quintessência dessa mesma elite. Quem, nesse País, desfruta do privilégio de ter um imóvel remodelado por um presidente de empreiteira e, ainda por cima, de graça? Nós? Ou ele?

A derradeira fase do processo do tríplex será o depoimento de Lula a Sergio Moro no dia 3 de maio, quando os dois ficarão tête-à-tête pela primeira vez. O interrogatório tem tudo para virar um espetáculo. Militantes da CUT, UNE e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, pretendem se revezar em discursos inflamados do lado de fora. Há mais de um mês, Lula depôs na 10ª Vara Federal de Brasília, no processo que investiga a tentativa de compra do silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras. Como tudo o que envolve Lula, a audiência virou um comício. Como dizia Marx, guru ao qual o petismo nutre fidelidade quase canina, a história se repetirá. Como farsa. Sergio Moro, que já foi criticado e agora é adulado por Lula, não parece exibir um perfil de quem cairá nessa.
 

Nem todas as ações penais dependem de Moro. Além de responder pelo apartamento de três decks, Lula é réu em mais quatro processos: por obstrução de Justiça, por tráfico de influência e corrupção passiva, acusado de usar sua influência em órgãos do governo e no BNDES para beneficiar a empreiteira Odebrecht em contratos de obras em Angola, organização criminosa, por integrar um esquema de venda de vantagens no governo em benefícios de empresas, e por lavagem de dinheiro, pelo fato de ter recebido propina da empreiteira Odebrecht na forma da compra de um terreno (avaliado em 12,5 milhões de reais) para a construção do Instituto Lula. 


 O orgonograma do propinoduto de Lula

Diante das revelações dos delatores, não há muita escapatória. A briga da defesa de Lula residirá no ringue da segunda instância, onde os processos desaguarão em 2018. Condenado, terá como destino a cadeia e se tornará automaticamente um político ficha-suja, razão pela qual ficará impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo. Por isso, estrategicamente, Lula antecipa sua candidatura ao Planalto. Trabalha para transformar uma decisão eminentemente jurídica numa contenda político-ideológica. A ideia é constranger o Judiciário sob o pretenso argumento de que ele está sendo vítima de táticas de lawfare (guerra jurídica) e, por isso, “quem deve julgá-lo é o povo”. Nem uma nem outra. Mais uma vez, o petista quer colocar-se acima das leis. A era dos privilégios, no entanto, parece ter acabado. Assim como o encanto da população, em quem um dia depositou as mais sinceras esperanças, se quebrou. [Se as eleições fossem hoje, o petista poderia até alcançar o segundo turno, a julgar pelas recentes pesquisas, mas com uma rejeição acima de 50% estaria impossibilitado de regressar à Presidência. E a repulsa tende a aumentar, com o acréscimo dos fatos novos]

Ler MATÉRIA COMPLETA IstoÉ

 


sexta-feira, 13 de março de 2015

Manifestantes pró Dilma e em defesa da Petrobras ganham R$ 50, dois pastéis e um caldo de cana para participarem dos protestos



Grupos ligados ao PT fazem ato em defesa dos saqueadores da Petrobras [que são em sua maioria petistas ou aliados do governo Dilma) 

Militantes do PT, CUT, MST e sem-teto se manifestam em frente à sede da estatal em São Paulo e em outras capitais do país. 

Com o intuito de blindar a presidente Dilma Rousseff dos protestos convocados para domingo, sindicatos e movimentos sociais ligados ao PT conclamaram seus militantes a saírem às ruas do país nesta sexta-feira. A pauta das passeatas leva o absurdo lema de "em defesa da Petrobras" - em um momento em que as investigações da Operação Lava Jato revelaram um propinoduto institucionalizado pelo PT e seus aliados para sangrar os cofres da petroleira.

Sindicalista é vaiada ao tentar associar professores a protesto pró-Dilma
A presidente da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo, Izabel Noronha, conhecida como Bebel, foi vaiada no ato de PT, CUT, MST e sem-teto em defesa da presidente Dilma Rousseff. A sindicalista tentava simular o apoio da categoria ao movimento. Isso porque um grupo de professores também protestava na Avenida Paulista, mas o objetivo era outro: reajuste salarial. Os professores se irritaram com a fala de Bebel e vaiaram.


Desempregados (no Brasil maravilha da Dilma não existe desemprego) em Brasília aproveitam para faturar ao inflarem os protestos pró Dilma

Os esquerdopatas – categoria que inclui,  sem limitar,  cutistas, lulistas, dilmistas, petistas e outras  - para inflar as manifestações pró Dilma e em defesa da Petrobras que a própria corja governista saqueou, com o apoio no mínimo omisso da atual presidente da Repúblicaestão contratando desempregados para participarem dos protestos.

Cada ‘militante’ recebe R$ 50 e um vale que pode ser trocado em uma pastelaria da Rodoviária do Plano Piloto por um trio. Trio é o nome tradicional em Brasília da combinação dois pastéis e um caldo de cana.